9.4.17

TODOS POR MALCATA



  
Os ladrões do nosso tempo não são diferentes dos que viveram nos tempos passados: a inveja, o ressentimento, a hostilidade e a vingança. São estes sentimentos e atitudes que nos roubam o tempo, as energias e a vontade de mudar, nos fragilizam e deixam intranquilos.
   Não há que ter medo e viver a vida, com harmonia, com sossego e tranquilidade, com verdade. Colocar de lado o ressentimento, a hostilidade e a ânsia de vingança de cada vez que uma outra pessoa, uma outra instituição, seja ela pública ou sem fins lucrativos, decida discordar, falar, escrever acerca do que vai acontecendo no mundo. Umas vezes concordamos com o que acontece e outras vezes mostramos as razões porque não concordamos e porque faríamos de outro modo.
   A crítica, quando é bem utilizada e bem compreendida, quando é feita como chamada de atenção e deixar um alerta, pode tornar-se numa vitamina saudável. Contudo, às vezes é mal vista, mal interpretada, principalmente se a quem se dirige a considerar uma afronta, uma hostilidade, um ressentimento ou uma vingança.
   Vem isto tudo a propósito de alguns relatos e críticas que eu escrevi acerca de algumas situações que já se passaram e outras que se estão a passar na nossa aldeia.
   Quando escrevo para elogiar ou para criticar faço-o como forma de dar a minha opinião e mostrar a minha vontade em favor do bem-fazer, do alerta para possíveis omissões ou erros (no meu entender é claro) involuntários, esperando sempre que dessa forma obtenhamos resultados melhores, o espírito de cooperação seja cada vez maior.
   Quem tenha nascido em Malcata e passados estes 40 anos de poder autárquico, tenha vivido sempre longe da nossa aldeia, facilmente repara nas mudanças que entretanto aconteceram: iluminação pública em todas as ruas, água nas torneiras das casas, saneamento básico dirigido para uma ETAR, ruas calçadas com cubos de granito, novos arruamentos e algumas alterações noutros, jardins novos, estrada e ponte bem melhor que há 40 anos atrás…e tantas coisas mais que mudaram!   E nós, os malcatenhos também mudámos como mudou o Mundo? Atrevo-me a dizer que alguns mudaram muito, outros assim-assim e também há quem continue como há uma quarentena de anos atrás, apenas viveram mais vezes o mesmo ano, porque os dias são todos iguais, os anos também.
   A verdade é que hoje devíamos ser mais cultos, menos pobres e mais organizados e participativos. Todos e cada um dos malcatenhos estão a viver um momento único da sua história pessoal e da sua história como povo, como aldeia ribeirinha ou aldeia integrada numa zona protegida.
   Malcata tem pela frente o desafio e a obrigação de mostrar ao país que somos um povo unido, capaz, imaginativo e determinado a criar oportunidades de trabalho, de olhar para a serra e ver toda a floresta e não só um pinhal. Olhem para todas as instituições e associações que existem em Malcata, desde a Paróquia e as suas confrarias, a Junta de Freguesia, a ASSM (Associação de Solidariedade Social de Malcata…Lar),a ACDM (Associação Cultural e Desportiva de Malcata) e a ACPM (Associação de Caça e Pesca de Malcata),a Assembleia de Compartes de Malcata e a equipa dos Sapadores Florestais, A ZIF de Malcata e a sua entidade gestora, AMCF (Associação Malcata Com Futuro). Temos a obrigação de crescer para além da Machoca e da Albufeira da Barragem. Malcata precisa de continuar o seu caminho, os elogios e as críticas fazem parte da vida e o importante é não perder a oportunidade de marcarmos a história da nossa terra. Se não queremos ser irrelevantes, está na hora de todos arregaçarmos as mangas e pôr os pés ao caminho. Ninguém pode ficar de fora e todos são importantes.
                                                                     José Nunes Martins







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