MALCATA VIVA 2010
O texto que se segue foi copiado da internet do sítio da Junta de Freguesia de Malcata. Este texto, escrito com alma e com autenticidade, pelo Carlos Gonçalves, só vem confirmar o que eu já sinto e vivo em relação a Malcata. É tempo de deitar para fora e partilhar essas vivências interiores e que nos ajudam a compreender a vida da nossa aldeia. As pessoas são o mais valioso que Malcata possui.
Leiam com atenção este texto e respondam à pergunta do Carlos Gonçalves:
MALCATA VIVA
Malcata é, sem dúvida, especial.
Digo isto não só por ela ser a minha aldeia, mas porque de facto, num concelho com um saldo fisiológico bastante preocupante, ter assistido a uma manifestação associativa como a de Domingo passado, foi uma espécie de ambrósia para os sentidos.
Elogio em boca própria sabe a vitupério? Pois que saiba! Não contem é comigo para enveredar pelo trilho da falsa modéstia e inibir-me do que me vai na alma. O que sinto por esta aldeia (e por todo o meu concelho) é tão grande que não o poderei tradu¬zir com palavras de modéstia…só de grandeza.
Analisando friamente aquela “terra”, é fácil constatar um aglomerado bem ordenado, limpo, acolhedor, tranquilo e sobretudo muito hospitaleiro.
Está recheada de gente que tem vontade de fazer e faz. Arregimenta voluntarismos incríveis e paixões que as distâncias euro¬peias não diluem - veja-se a enorme quantidade de blogues que os nossos jovens mantêm quer a partir do estrangeiro quer a partir dos mais variados cantos do país. É absolutamente notável. Como corolário de tudo isto, esta aldeia tem uma vida associativa invulgar.
Tem três associações e todas elas com uma pujança que ultrapassa de longe a dimensão do meio que servem. É um movimento associativo gerador de dinâmicas locais e também propiciador de bem-estar social, cultural e até material (por via dos postos de trabalho que esta dinâmica vai gerando).
E, como que a querer contrariar uma inércia quase endémica deste nosso interior português, estas três associações e Junta de Freguesia decidiram, pela primeira vez (e com promessas que outras haverá), juntar esforços e galvanizar por um dia esta lindíssima localidade. Foi um espectáculo inter-geracional digno de nota e, foi incrível ver como a partir deste associativismo se consegue uma tal mobilização.
Desde as actividades desportivas às cinegéticas, tudo aconteceu neste Domingo. Foi um rodopio de participantes. Que mobilização, que espírito comunitário. Se os mais ágeis e vigorosos se cansavam nas bicicletas todo terreno, outros, já menos jovens, mobilizaram-se para prepararem o repasto para toda a comunidade, repasto esse que envolveu todos os cafés que se responsabilizaram pela confecção do prato principal.
Que aldeia!
Para servir todo este voluntarismo, a aldeia dispõe agora de um sumptuoso (digo bem…sumptuoso) salão polivalente construído pela Associação de Solidariedade Social e que para além de servir as necessidades do nosso lar de idosos, está ao serviço desta comunidade e que, neste dia, serviu de sala de jantar. Dignidade é o que este edifício imprime a esta aldeia, às instituições concelhias e supra concelhias que o utilizarem no futuro e às acções que aí forem dinamizadas.
Se num Concelho como o nosso for necessário dar um exemplo de esforço para contrariar as adversidades, então direi que Malcata foi, neste dia, o paradigma.
A vida associativa terá, ”per si”, capacidade regeneradora suficiente do tecido social e económico de um concelho?
A resposta é naturalmente negativa.
No entanto, se gente que trabalha arduamente todos os dias, ou já tanto trabalhou durante tantos anos (cá ou no estrangeiro), é capaz de se mobilizar para façanhas destas ao abrigo do amor à sua terra e às suas associações, o que não se poderia fazer se esta dinâmica se generalizasse e se tornasse contagiosa?
Deixo a interrogação.
Texto: Carlos Gonçalves
Fotos: Vitor Fernandes
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