À DESCOBERTA DE MALCATA COLORIDA

 

Tudo muda menos o destino


   Ano novo, vida nova – significa que vamos viver um tempo ainda não vivido, tempo de trabalho, encontro e convívio nos lugares onde estamos a viver.
   A história ensina-nos que as pessoas vivem com objectivos definidos, só assim as pessoas alcançam os sonhos e desejos. Estamos a começar um novo ano e cada um de nós tem os seus objectivos, os seus desejos, os seus sonhos que quer realizar. Também a aldeia, ou melhor, os residentes na aldeia têm os seus próprios desejos, anseios e sonhos para serem concretizados em benefício de todos, da comunidade, do povo malcatenho. E os convívios parecem ser os sonhos da maioria das pessoas. Sim, os convívios ajudam a aproximar as pessoas, pois à mesa dizem que é mais fácil a aproximação acontecer.
   A nossa aldeia é profícua e tem muita experiência na organização de convívios, preparam-se almoços e jantares para muita gente, mas a história diz-nos que é difícil colher frutos saborosos e apetecidos cada vez mais por mais pessoas. Acendem-se fogueiras, grelhadores e lareiras largas onde se cozinham boas refeições, assam carnes e sardinhas, cozem-se carnes e bacalhau que servidos com tudo, todos apreciam e se deliciam.
   Por muito que a ementa varie, tenho notado que são sempre as mesmas pessoas que se dirigem para a sala de convívios. Um dia vão para comer porco, noutro comem castanhas assadas, depois vem a feijoada de javali, caldo de couves e feijão vermelho, feito nas enormes panelas de ferro na chama do fogão a gás, vinho, pão, queijo e chouriça também sempre na mesa.
   São convívios feitos com chuva e com sol, nada que preocupe as pessoas, pois há abrigo para todos. Estes convívios continuam pelo tempo adentro, com jogos de cartas, música gravada para animar a malta que gosta de dar uns passos de dança.
   Há uma singularidade nestes convívios em Malcata que interessa acentuar que é lembrar que são sempre organizados pelo mesmo grupo de pessoas e entidades. Lembro que essas mesmas entidades e instituições há décadas que estão à frente dos destinos dessas mesmas entidades, eleitos legitimamente pelas pessoas da terra ou ligadas a ela por laços familiares e de amizade. Um ciclo demasiado longo e que está a levar à construção de uma terra monocromática, só de uma cor e que está a ficar sem a alegria das outras cores. Eu não gosto de viver num mundo só de uma cor, todos a gostar da mesma tonalidade e todos iguais, uns aos outros, confundindo cada um com todos.
   Quando vamos quebrar esta monocromia?
   Quando vamos quebrar este ciclo?
   Talvez em 2024 assistiremos ao encerramento de um ciclo, ou talvez não…vamos esperar para ver.
   Parabéns aos que participam. Que a união e a fraternidade de que tanto se fala nesta época e neste início de ano  não fique só pelas intenções.

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