FAZER O BEM SEM OLHAR A QUEM
Projecto Bricosolidário
E aqui temos mais uma pérola escrita pelo nosso conterrâneo Rui Chamusco, publicada no Jornal Cinco Quinas hoje, 30 de Agosto de 2013:
Todas as culturas estão recheadas de provérbios que, pela sua estrutura e dinâmica, não merecem qualquer contestação. Servem isso sim de conselhos sábios para quem os quiser por em prática.
Por circunstâncias próprias e em tempo
de campanha eleitoral estamos a atravessar um tempo que nos obriga a ouvir, a
pensar, a reagir muitas vezes de forma imprópria sobre o nosso comportamento e
as nossas atitudes perante os outros. Tudo vale (excepto tirar olhos) para
defender o que é meu, o que é do partido, o que é do grupo. Em tempo de
necessidades continuamos a fazer guetos, capelinhas e política caseira. Claro
que defendo a existência de partidos e da democracia! Mas o meu pensar vai mais
além. E não entendo porque, podendo nós (eu, o grupo, o partido) fazer o nosso
melhor nos fechamos em copas somente porque não fomos eleitos, não ganhamos as
eleições. Se os outros tiverem boas propostas ou boas ideias porque não
concordar ou apoiar? Serei eu menos por aceitar e ajudar a concretizar as
ideias dos outros? Não será por isso que deixarei de ser o que sou. Há algum
tempo que alguém, comentando a minha colaboração, me dizia: “Estão-se
aproveitando dos teus préstimos, estão deitando-te a mão”.Pois que seja! Pior
será nada fazer do que podia ser feito. Vou repetir o que há tempos escrevi
sobre o episódio evangélico dos talentos. Um dia qualquer, todos nós seremos
julgados, e a pergunta final será: O que é que não fizeste do que
poderias ter feito (pecado da omissão). Que rendimento
deste aos talentos (qualidades) que te foram dadas. Com ou sem rótulos
religiosos ou políticos, crentes ou ateus, sejamos activistas. Fazer bem é
difícil; fazer mal pode corrigir-se; não fazer nada não tem perdão. “Faz
o bem e não olhes a quem.”
Neste ano de eleições autárquicas
nunca é demais lembrar de que todos somos responsáveis pelo bem comum, pela
causa pública que todos apregoamos. Quem podendo dar nada dá, nada poderá exigir. Todos temos as nossas razões, as nossas
ideias políticas, sociais, religiosas e é bom que as defendamos como sinal de
riqueza e de pluralidade. Mas será que o bem comum não estará acima de qualquer
diferença ou rivalidade? Discussões venham elas. É delas que nasce a luz.
Honestidade e boas intenções são precisas. E, mesmo correndo o risco de ser
utilizado, é preferível pecar por excesso de confiança nos outros. Cá por mim,
alinho na mentalidade de Francisco de Assis cujo lema é “Paz e Bem”. Se puder
ser instrumento de paz e bem para a nossa sociedade, e particularmente para os
mais pobres e necessitados, sentir-me-ei feliz e cumprindo a minha missão. E já
agora, o desejo de uma campanha eleitoral digna, com respeito mútuo e
capacidade de esclarecimento de ideias e de projectos para bem das nossas
terras e do nosso concelho.
Rui Chamusco
PS: Podem ler este texto e outros do mesmo autor aqui no Cinco Quinas:http://www.cincoquinas.net/?p=8782
Rui Chamusco
PS: Podem ler este texto e outros do mesmo autor aqui no Cinco Quinas:http://www.cincoquinas.net/?p=8782
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