21.7.07

PARQUES EÓLICOS NA SERRA DA MALCATA:SIM ou NÃO?








O Plano de Ordenamento da Malcata não permite a construção de parques eólicos e a autarquia(Penamacor)) diz que o concelho está a ser espoliado dum recurso que poderia trazer uma riqueza de um milhão de euros por ano.

Uma empresa que constrói e explora parques eólicos está interessada nos ventos que sopram em plena Reserva Natural da Serra da Malcata. O concelho de Penamacor mostra-se com grande potencial para as energias renováveis, tendo já novos megawatts atribuídos. A discussão sobre o assunto abre uma nova perspectiva, quer com a Câmara de Penamacor quer com o Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB).





António Cabanas, vereador do Ambiente e antigo director da Reserva mostra- se favorável à construção de Parques Eólicos nas áreas protegidas, com excepção daquelas que defendam exclusivamente aspectos paisagísticos, o que não acontece com a Reserva da Malcata.

Armando Carvalho, o novo director do departamento de Áreas Classificadas do Centro e Alto Alentejo, a que está subjacente a Reserva Natural da Serra da Malcata, manifesta-se cauteloso quanto a uma tomada de posição, dizendo que cada caso será analisado projecto a projecto, tendo sempre em conta uma estratégia global. Cabe ao ICNB salvaguardar a posição do Estado Português perante a União Europeia, porque há que entender que o País não é apenas áreas protegidas. Armando Carvalho quer que neste caso concreto existam possibilidades de diálogo onde as autarquias, as empresas de parques eólicos e a área protegida possa participar. “Temos de ver como é que estas situações podem jogar com outros compromissos que o Estado tem em relação à protecção de determinadas espécies. Temos que equacionar em função dos valores que estão presentes”, diz aquele responsável.

Tendo em conta que o que está em causa na Serra da Malcata são aspectos de conservação da defesa dos ecossistemas que possibilitem a adopção de medidas que permitam assegurar as condições naturais necessárias à estabilidade ou à sobrevivência de espécies, António Cabanas não considera que os parques eólicos na Malcata ponham em causa a conservação da natureza e os ecossistemas presentes na Reserva. O autarca não conhece estudos que digam que os Parques Eólicos são uma ameaça para os ecossistemas a ser verdade diz que “o concelho de Penamacor está a ser espoliado dum recurso, dado que o Plano de Ordenamento da Serra da Malcata impede que se possam aproveitar os recursos eólicos na Serra da Malcata”. Privado dessa riqueza que se traduz em benefício, António Cabanas diz que Penamacor está a perder um milhão de euros por ano. A empresa interessada já fez o estudo preliminar que apresentou à Câmara onde refere que o concelho poderia ter uma receita na ordem de um milhão de euros anuais. “Não posso concordar em negligenciar este valor a troco de nada porque o Plano de Ordenamento foi feito por biólogos e tem apenas uma área científica que levou a que impusessem esta proibição” diz António Cabanas.

A Reserva Natural da Serra da Malcata apresenta-se como nova perspectiva de mercado para a instalação de torres eólicas que em última análise leva o vereador do Ambiente a pedir ao Governo que possa ressarcir Penamacor pela perda que tem, por defender a posição única de conservação. Domingos Torrão dá o exemplo da Serra dos Candeeiros e Serra D'Aires onde já foram construídos parques eólicos, o que significa que o espaço pode ser uma hipótese para o aproveitamento de energia através do vento.



Autor: Jaime Pires 20-07-2007 18:01:50
in www.reconquista.pt, de 20/07/2007

1 comentário:

Anónimo disse...

Se o Dr. Cabanas se considera AMBIENTALISTA eu vou alí e já venho. Continuaís com a perseguição cega à reserva, foi esse motivo que levou o afastamento do centro de recuperação do LINCE da Reserva da Malcata para o Algarve, vós Câmara foram os culpados disso.Desta vida só faz parte o dinheiro(para vós).Não vos serviu de emenda o grande erro que foi na época de oitenta, terem destruido uma grande parte da floresta tradicional, subestituíndoa por eucaliptos, levando assim a uma redução drástica no habitate do Lince e não só, pois também as famílias de agricultores, que dependiam dessa mesma floresta para alimentar o seu gado foram algumas obrigadas a deslocarem-se e outras a acabarem por abandonar a profissão que os sustentou durante anos. Já nessa altura falavam que era o pogresso,hoje dizem o mesmo sobre a energia eólica, desprezando as mesmas personagens que desprezaram à vinte e um anos atrás.