Nestes últimos anos muito se tem escrito, falado e muito se tem desenvolvido em Portugal a energia eólica. Aos poucos e poucos as serras vão-se transformando em "pólos industriais" a que vulgarmente chamam de parques eólicos. E desde o início que a energia eólica é-nos apresentada como uma energia verde, uma energia amiga do ambiente e das pessoas.
Henrique Neto, empresário, fundador da Ibermoldes, a propósito da energia eólica escreveu este texto no Jornal de Notícias, em Dezembro de 2010:
ENERGIA E POLÍTICA
" A energia eólica está a ter um grande crescimento entre nós apenas porque houve um secretário de Estado do Governo de António Guterres fez essa opção, atribuindo à decisão um subsídio do Estado muitíssimo lucrativo para as empresas produtoras, que avançaram em força motivadas pelos lucros relativamente fáceis. Sem que tivesse havido a preocupação equivalente com o conhecimento técnico necessário ou com o desenvolvimento da conveniente capacidade industrial. Trata-se de um daqueles casos em que entre nós se apelida de coragem o que é com frequência apenas ignorância, interesses pessoais ou de grupo. Como resultado a energia eléctrica produzida pelo vento custa em Portugal 91,07 euros por MW/h e a energia produzida pelo gás 52,50 euros, do que resultará, apenas em 2011, um custo adicional para a economia portuguesa de mais de mil milhões de euros.
Entretanto, é evidente que ninguém no seu perfeito juízo está hoje contra as energias renováveis principalmente contra o desenvolvimento das capacidades técnica e industrial direccionadas para o sector, mas não podemos permitir-nos que um Primeiro-Ministro fundamentalista e obcecado com a propaganda trate estas questões que são complexas e com poderosos efeitos na economia, como se fossem uma quinta privada.
P.S. ; A má qualidade do serviço e o elevado custo da energia fornecida pela EDP são parte do mesmo problema."
4.3.15
25.2.15
MALCATA: CASA DAS MEMÓRIAS
Continuo num desassossego que não me deixa sossegado. Estou bem distante da minha terra, mas dou comigo a pensar no que se estará a passar por aí. Não sei se estou a raciocinar bem ou se estou a interpretar devidamente aquilo que se está por aí a passar. Mas mesmo longe daí ando preocupado com as pessoas, com o que outras pessoas andam a querer fazer contra a vontade de muitos.
Malcata está a ficar irreconhecível e os mais novos já não fazem ideia como viveram os seus avós, ou os seus pais. Por isso, há que fazer alguma coisa para preservar a memória e para que ela não se perca totalmente. Uma das maneiras de guardar esses tempos de outrora seria a Junta de Freguesia de Malcata adquirir uma ou várias casas em pedra de xisto, por exemplo, uma daquelas casas da Rua da Ladeirinha. Não seria uma boa aposta e uma forma de guardar e poder mostrar o passado da nossa aldeia?
Entrar numa casa antiga, toda restaurada e poder ver a cantareira, o lavatório, as bancas na cozinha, as candeias e as cadeias, o caniço, as panelas em ferro…objectos que hoje já não são usados mas que eram os pertences dos nossos antepassados.
MALCATA: DEFESA E PROMOÇÃO DOS NOSSOS VALORES E PATRIMÓNIO
Casa em pedra de xisto, Rua do Cabeço
Há males que vêm por bem. A “ guerra pacífica “ com que hoje
em dia nos debatemos em Malcata, motivada pela contestação à instalação de mais
seis torres eólicas mais próximas da povoação que o Movimento Pró-Malcata em
boa hora despoletou, tem-nos levado a refletir sobre um conjunto de valores e
de atitudes que importa salientar. Em artigo anterior referi sobre o assunto o
provérbio popular que “ quem não se sente não é filho de boa gente “. De uma
maneira ou de outra as pessoas estão a reagir, o que a mim muito me agrada. Já
lá vai o tempo em que a ignorância e o obscurantismo era apanágio e estratégia
das classes sociais e religiosas. Quanto menos se soubesse sobre o assunto
melhor. “ Santa ignorância …” Ler, estar informado, refletir abre os olhos às
pessoas para que possam ter a sua opinião, para que possam intervir. Hoje em
dia não explicação para a indiferença, para a nossa omissão ou falta de
participação nos assuntos importantes da vida das nossas comunidades, da nossa
sociedade. Claro que é mais cómodo e tranquilo não fazer nada, não se envolver.
Mas será que, em consciência, quem pode fazer e não faz fica tranquilo?
Malcata como todas as terras tem uma identidade que lhe é conferida por valores que ao longo da sua história foi desenvolvendo e transmitindo.
Será que o investimento feito em Malcata com as eólicas tem em consideração a nossa identidade como povo? Qual a mais valia sócio cultural que nos aporta? Onde está a nossa riqueza cultural – num saco cheio de dinheiro? Rico não é quem tem muito dinheiro mas quem sabe viver com aquilo que tem.
Ninguém está contra o progresso e o bem estar das pessoas. Mas há um bem coletivo pelo qual temos de nos interessar e lutar. Só assim teremos hipótese de sobreviver e de enfrentar qualquer invasão que nos queiram impingir. O bem do povo no presente, claro, e no futuro. Que mundo vamos deixar aos que nos sucederem?
Sejamos corajosos e lutemos pelo bem comum, para que a nossa terra e o nosso mundo sejam cada vez melhores.
Rui Chamusco
Nota:O texto que acabou de ler é um enxerto de um outro texto mais completo, também escrito pelo nosso conterrâneo Rui Chamusco. O texto integral pode lê-lo no FaceBook, em diversas páginas, como por exemplo, na página do Movimento Malcata Pró-Futuro. Dada a importância do conteúdo tomei a liberdade de destacar aquilo que, no meu entender, tem importância para os que amam Malcata.
Malcata como todas as terras tem uma identidade que lhe é conferida por valores que ao longo da sua história foi desenvolvendo e transmitindo.
Será que o investimento feito em Malcata com as eólicas tem em consideração a nossa identidade como povo? Qual a mais valia sócio cultural que nos aporta? Onde está a nossa riqueza cultural – num saco cheio de dinheiro? Rico não é quem tem muito dinheiro mas quem sabe viver com aquilo que tem.
Ninguém está contra o progresso e o bem estar das pessoas. Mas há um bem coletivo pelo qual temos de nos interessar e lutar. Só assim teremos hipótese de sobreviver e de enfrentar qualquer invasão que nos queiram impingir. O bem do povo no presente, claro, e no futuro. Que mundo vamos deixar aos que nos sucederem?
Sejamos corajosos e lutemos pelo bem comum, para que a nossa terra e o nosso mundo sejam cada vez melhores.
Rui Chamusco
Nota:O texto que acabou de ler é um enxerto de um outro texto mais completo, também escrito pelo nosso conterrâneo Rui Chamusco. O texto integral pode lê-lo no FaceBook, em diversas páginas, como por exemplo, na página do Movimento Malcata Pró-Futuro. Dada a importância do conteúdo tomei a liberdade de destacar aquilo que, no meu entender, tem importância para os que amam Malcata.
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