Encontrei esta fotografia nas redes sociais. Neste grupo de gente de várias idades há um rosto que reconheço e sei que não me engano. Pessoa conhecida por toda a região sabugalense, natural da nossa aldeia, vivia na Rua da Fonte, animador de festas, casamentos, bailes, ranchos folclóricos...um verdadeiro homem do espectáculo.
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terça-feira, 18 de março de 2025
ROSTOS DE MALCATA
segunda-feira, 17 de março de 2025
OS ROSTOS DE MALCATA
Gente de Malcata (Clicar na foto para ver melhor) |
Em 2014, estava na aldeia a passar uns dias. Esta fotografia foi tirada por mim, no mesmo dia em que a aldeia estava a ser pintada por um grupo de artistas dedicados à arte de pintar o que observam, o que sentem, ou outro motivo que lhes permita apresentar obra feita e relacionada com a aldeia onde estavam.
Onze anos depois, quando procurava uma outra imagem, encontrei esta no meio de outras que também são da mesma data.
Tenho muitas fotografias guardadas no meu arquivo pessoal. Quanto a esta imagem, é um pequeno tesouro, tendo em conta as pessoas que estão nela.
Não vou tecer qualquer comentário sobre estas pessoas, simplesmente vos deixo aqui estes rostos fotografados com todo o respeito que elas merecem. Ajudem-me a desvendar um pouco mais esta preciosidade: o lugar, o espaço, as conversas, as compras, os olhares das mulheres e os sorrisos dos homens a ver a Torrinha transformada numa praça dos pintores...e eu com máquina a tiracolo. Vamos lá desvendar. Obrigado.
José Nunes Martins
Desvendado o mistério:
Gente de Malcata (Clicar na foto para ver melhor) Legenda da esquerda para a direita: Lena, Ana, Ti Manel, Zé e Ti Santa |
sábado, 15 de março de 2025
EM MALCATA HÁ MAIS MÁQUINAS E MENOS VIVO!
O Mundo rural está a mudar e mais rápido daquilo que muitos pensam.
Recordo-me dos meus tempos de infância e adolescência e do mundo rural que fervilhava na nossa terra. Nós, as crianças e adolescentes, não sabíamos descrever uma ida à praia e muito menos falar das sensações provocadas pela água salgada e a areia que queimava os pés. Quem sabia e vivia junto ao mar é que falava do mar, das ondas e da praia. Nós, os garotos do campo, brincávamos uns com os outros, com os animais que havia em todas as casas. Nenhum nos assustava e desde cedo que estabelecíamos boas relações de confiança e adecto, chegando a pegar nos filhotes das cabras ao colo, ou andar a tentar ensinar a galinha a jogar à macaca...na aldeia havia galinhas e pintainhos, cabras e cabritos, vacas e vitelos, burros, ovelhas, coelhos, patos, porcos, éguas e cavalos, muitas aves e raposas, lobos, javalis...nós, as crianças, crescíamos entre o reino animal irracional mas muito útil nas tarefas do campo. Todos os rapazes e raparigas sabíamos de onde vinha o leite que bebíamos ao pequeno almoço, sabíamos como era feito o queijo e porque alguns cheiravam tão mal, mas todos gostávamos de pôr por cima da fatia de pão.
Vaca |
Agora, o mundo está diferente. Estão coisas novas a acontecer e tudo o que é velho, vira lixo e atiramos com as coisas para dentro dos contentores de "resíduos domésticos".
quinta-feira, 13 de março de 2025
O QUE NOS IDENTIFICA EM MALCATA?
Posto da Guarda Fiscal |
O que nos ajuda a sentir que pertencemos a determinada aldeia ou cidade?
Eu diria que, no caso concreto da nossa aldeia, existem alguns elementos espalhados pela área da freguesia que nos ajudam a sentir que somos malcatenhos, pertencemos a este povo: as casas, as ruas, os bêcos e as praças, as fontes, a torre do relógio, o antigo quartel, a antiga escola primária, a igreja matriz, o calvário, a capela, o moinho, o forno, o busto de Camões...o cemitério, a serra, etc. !
Cada um destes elementos ocupa os espaços com os quais nos identificamos e que fazem parte da nossa aldeia. Há em cada um destes elementos algo com que nos identificamos, relacionamos e que para nós são importantes. Cada um de nós, cada malcatenho tem algo com que se identifica. Ainda bem que é assim!
Aldeia e a serra |
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Fonte das Bicas |
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Relógio |
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Igreja Matriz |
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Calvário |
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Sra. dos Caminhos |
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segunda-feira, 3 de março de 2025
MALCATA: 25 ANOS DE SUBAPROVEITAMENTO DAS SUAS POTENCIALIDADES.
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Barragem do Sabugal (Foto do Jornal do Fundão) BARRAGEM DO SABUGALHÁ 25 ANOS INAUGURADA POR ANTÓNIO GUTERRES |
O contrato da construção da barragem foi assinado no ano de 1997, no dia 16 de Abril, no Salão Nobre da Câmara Municipal do Sabugal, que era presidida por José Freire.
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Notícia de 1ªPágina no jornal "AMIGO DO SABUGAL" |
A Barragem do Sabugal armazena está ligada à Barragem do Meimão/Meimoa e é através do túnel de transvase, construído entre as duas albufeiras, que a água do Rio Côa e muitos dos seus afluentes, pequenas ribeiras e nascentes, chega à depois aos campos agrícolas da Cova da Beira.
A construção da barragem do Sabugal foi lançada num concurso internacional em 1995. Malcata, foi das freguesias do concelho do Sabugal, a mais sacrificada, tendo-lhe sido "retirados" muitos terrenos, havendo quem afirmasse que por causa da construção da barragem, a freguesia deixou ir os melhores "chãos" agrícolas, os melhores lameiros, moinhos de água, etc. .
Cortar a fita, no dia 1 de Março de 2000, foi o trabalho mais fácil e mais aplaudido por quem rodeava as entidades governativas. O primeiro enchimento só foi concluído em 2001. Começaram com as obras da construção do túnel de transvase e a água foi mantida bem longe da zona da obra. Só em 2007, sete anos após a sua inauguração, foi concluído o segundo enchimento.
Deixo aqui o vídeo da RTP sobre a inauguração:
https://arquivos.rtp.pt/conteudos/inauguracao-da-barragem-do-sabugal/
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025
MALCATA: É TEMPO DE FAZER PROVA DE VIDA
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Malcata-Praça do Rossio precisa de ser arrumada |
A Câmara Municipal do Sabugal, de 2021 a
2024, não apresentou qualquer proposta de reabilitação urbana para a Freguesia
de Malcata. E, agora, a poucos meses de irmos para as eleições autárquicas, que
até podem vir a mudar as caras do poder e a distribuição de lugares, vem propor
uma Área de Reabilitação para a freguesia de Malcata.
Isto tem mesmo cara de propaganda
política. Desde a sua aprovação pela Câmara Municipal, às idas e vindas dos
organismos do Estado, que pode levar meses de espera, leva-me a pensar que se trata
de mais uma promessa impossível de ser cumprida por estes dois executivos, o
municipal e o da Junta de Freguesia de Malcata. É que passar do papel ao real,
não se faz da noite para o dia ou do mês de Janeiro para Fevereiro. As etapas
que têm de ser levadas a cabo vão demorar algum tempo a concretizar-se. Duas já
estão concluídas, foram em Janeiro, assunto de deliberação na Reunião da Câmara
e amanhã, 28 de Fevereiro de 2025, vão a votação na sessão da Assembleia Municipal
do Sabugal. E tendo em conta a formação da actual Assembleia Municipal, a
aprovação da ARU está garantida. Depois
seguem-se as etapas seguintes, a começar pelo envio do documento para
publicação em Diário da República; depois irá parar ao Instituto de Habitação e
Reabilitação Urbana (prazo máximo de três anos), para a seguir se proceder à elaboração
da
ORU ( Operação de Reabilitação Urbana); para depois ser aprovado noutra reunião de Câmara, que ainda o terá de publicar e colocar em discussão pública e depois, voltar a enviar outra vez, à Assembleia Municipal, onde será apreciado e votado; se for aprovado, tem de ser enviado para publicação, em Diário da República e depois ficar disponível, para consulta, na página oficial da Câmara Municipal.
Sabemos todos que, na nossa santa terrinha, já não há quem precise de tempo para vindimar. Mas a sabedoria popular lembra que, até à lavagem dos cestos, ainda a vindima decorre!
Só se a populaça anda completamente atarantada é que se cortam as pernas a uma oposição e a uma verdadeira alternativa política. Não é bom para a democracia, é mau para a freguesia deixar que continuem os mesmos de sempre, agarrados ao poder e aos lugares e ficarem a rir-se tanto ou mais que em 2021.
Haja espaço e vontade de intervir.
Quem avança?
José Nunes Martins
terça-feira, 25 de fevereiro de 2025
ARU DE MALCATA: PORQUÊ SÓ AGORA, EM ANO DE ELEIÇÕES?
ARU da freguesia de Malcata
A Câmara Municipal do Sabugal, está a tratar da reabilitação urbana de três freguesias: Bendada, Fóios e Malcata. E, conforme a imagem mostra, já está definida a área de intervenção na nossa freguesia.
Mas o que vem a ser isto de Área de Reabilitação Urbana da Freguesia de Malcata?
As áreas de reabilitação urbana são definidas e delimitadas tendo em consideração as insuficiências e fenómenos de degradação ou obsolescência do edificado, do espaço público, das infraestruturas urbanas, dos equipamentos e dos espaços verdes, bem como fenómenos de declínio da atividade económica e de “erosão” social, que, no seu conjunto, justifiquem uma intervenção integrada de reabilitação e revitalização de espaços urbanos.
Estes aspetos foram identificados no âmbito do trabalho de campo que possibilitou o reconhecimento detalhado do território.
Estas são as justificações gerais para as Câmaras Municipais criarem as tais ARU’s (Áreas de Reabilitação Urbana ). O que se lê no documento da ARU de Malcata é que os lugares e infraestruturas foram identificados e o território detalhadamente reconhecido, ficamos a saber que há espaços e infraestruturas públicas dentro da ARU de Malcata, cuja responsabilidade cabe à Câmara Municipal e à Junta de Freguesia de Malcata, portanto, mesmo sem ser criada esta área tão especial e específica, em nada vai alterar o estado de responsabilidade, ou seja, não era preciso aprovar a ARU porque já é responsabilidade do poder local, Câmara e/ou Junta de Freguesia de Malcata, zelar por esse património. Já no que se refere aos espaços verdes ou dos espaços urbanos, eles são tão poucos, que não tenho muito a dizer. Agora, falando das redes de saneamento e de abastecimento de água, todos já sabemos o estado destas infraestruturas, que começaram já a ceder e a trazer problemas. E para resolver esses problemas não precisaram de criar a tal ARU! Há uns tempos, a Rede de Abastecimento de Água na freguesia de Malcata, foi alvo de um investimento avultado, quando foram feitos uns metros de rede e a entrada em funcionamento de bombas eléctricas para aumentar a pressão da água na rede. Os quase 40 mil euros investidos (gastos) nessa intervenção, prometiam o fim dos problemas que havia no abastecimento público de água e que as pessoas há muito reclamavam. Desconheço os ganhos obtidos com essa obra, porque mantiveram em funcionamento o mesmo furo de água, o mesmo sistema de bombar a água do Vazão até à Rasa, onde está o velhinho depósito.
A área que querem ver aprovada, conforme a imagem mostra, existem realmente construções muito antigas, degradadas, vazias e que reclamam uma intervenção. O que a imagem não nos mostra e esconde são os planos que a Câmara Municipal e a Junta de Freguesia querem que sejam feitos nessa área de reabilitação.
A mim e aos outros cidadãos com propriedades, dentro desta ARU, interessa-nos zelar por aquilo que é nosso, pelo legado que recebemos dos nossos pais. E claro, temos interesse na obtenção do maior rendimento possível dos terrenos ou casas. E cabe à Câmara e à Junta gerir o território respeitando e fazendo respeitar as leis. O que o poder local não pode fazer é gerir as coisas como se fossem suas, autorizam a uns e proíbem a outros, obrigam a uns a derrubar e a outros fecham os olhos e não se incomodam com o caos e desrespeito público. Já deu para ver que a nossa aldeia está um caos urbanístico e alguns terrenos que, antes eram agrícolas, hoje não há ruas, há bêcos sem saída, com calçadas públicas que apenas são utilizadas pelo proprietário da habitação, que construiu afastado da rua principal. Tudo foi autorizado e agora não há como corrigir o mal, a autarquia de Malcata fez obras públicas em áreas que de “públicas” nada tinham.
Mas voltando ao programa de reabilitação Urbana para a freguesia de Malcata, quem ler o documento até ao fim, fico sem conhecer os edifícios que vão ser reabilitados, as ruas e os espaços verdes que vão sofrer melhorias. A Câmara e a Junta de Freguesia têm que ser mais claros e dizer ao que vêm. Não compete aos habitantes de Malcata a começar obras e se pensarem bem, pensem no que pode acontecer nos próximos meses deste ano. Basta ter em conta que o tempo do mandato desta Junta de Freguesia está a chegar ao seu fim. E se em três anos e meio não se sabe o que investiu, gastou ou guardou no cofre, também não se sabe o que falta aplicar. Em matéria de obras, este último ano, o que foi feito? Que melhoramentos extraordinários fizeram, para além de de vez enquando limpar as ruas?
Não acham que é tarde para virem agora com esta ideia do programa de reabilitação urbana? Vai ser um documento feito à pressa, sem estudos sérios, sem a participação dos habitantes, proprietários ou não, mesmo difícil de elaborar um bom plano. Nesta ARU que querem aprovar estão incluídos espaços verdes, espaços e edifícios públicos, privados e infraestruturas. A Praça do Rossio, a sede da Junta de Freguesia, a requalificação da rua de Baixo, a reabilitação da Zona de Lazer, são alguns dos cancros a precisar de cura. Mas nada disto está escrito, nenhum destes locais se diz que vão ser reabilitados.
José Nunes Martins
domingo, 23 de fevereiro de 2025
MALCATA : O QUE É ISTO DE "ARU" ?
A Câmara Municipal do Sabugal, em ano de eleições
autárquicas, prepara-se para exibir três cenouras às pessoas das freguesias de
Bendada, Fóios e de Malcata. A estratégia, que até já foi aprovada em reunião
do executivo do concelho, é levar as cenouras à Assembleia Municipal, com data
marcada para o próximo dia 28 de Fevereiro, portanto estamos muito próximos
desse dia. Que se saiba, na freguesia de Malcata ninguém sabe o que se trata,
discussão pública nem a própria Assembleia de Freguesia de Malcata sabe de que
estou aqui a falar. E se o desconhecimento também incluir o presidente da Junta
de Freguesia, aí então está o caldo todo entornado.
Tive acesso à leitura do documento e aqui
estou a partilhar convosco e a minha primeira análise e as minhas primeiras
dúvidas sobre a oportunidade e a urgência da estratégia escolhida pelo município,
que sabendo da realização das eleições autárquicas, lá para o final de Setembro
ou Outubro, vai andar este tempo todo a falar dos planos que foram já aprovados
e que vão trazer muitos benefícios às pessoas.
Rua do Canto-Rua da Fonte |
Quero aqui deixar claro que, eu não
sou contra as Áreas de Reabilitação Urbana de Malcata, dos Fóios ou da Bendada.
Sou a favor da reabilitação urbana, social e económica da minha aldeia e das
outras todas.
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Rua de Baixo |
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Adro da igreja |
-Então, mas o que se passa com a
freguesia de Malcata? Perguntam vocês e com toda a razão.
Vou ser claro e rápido, depois noutro
dia volto ao assunto com mais tempo. Ora bem, o que se está a passar na Câmara
do Sabugal é que os senhores do executivo, isto é, presidente Vítor Proença, vice-presidente,
vereadores do município, aprovaram a Área de Reabilitação Urbana da Freguesia
de Malcata, também a dos Fóios e Bendada. O documento vai ser apresentado e
votado na próxima Assembleia Municipal, reunião que se vai realizar no próximo
dia 28 de Fevereiro de 2025.
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Edital Assembleia Municipal para 28-02-2025 |
Piscina |
Algum dos habitantes da nossa aldeia sabe o que
diz essa coisa do ARU? Nesse documento está escrito que os “peritos”
percorreram a freguesia de Malcata e tomaram conhecimento da realidade e da
necessidade de intervir na reabilitação urbana e baseados nesses estudos, riscaram
a área e os limites até onde ela chega, pois, todo o edificado e espaços
públicos, irão ficar abrangidos pelos benefícios e obrigações aprovados na tal
ARU e respeitando as leis do Estado. Ter uma área definida é legal, é bom. Só
que ter uma área urbana, sem a participação da Junta de Freguesia, da
Assembleia de Freguesia e sem se discutir em público, é perigoso e pode trazer
chatices futuras, incompreensões e recusas em aplicar as medidas que a ARU
define como necessárias.
Estação Elevatória de Malcata |
No documento que li, em lado nenhum estão definidas as
intervenções públicas, nos espaços comuns, nos terrenos de particulares, de concreto
a ser feitas, quem as executa e quem as paga. Apenas referências gerais, que
fazem parte de qualquer ARU neste país. E aquilo que parece tão simples de
fazer, pegar no mapa da freguesia e riscar a vermelho as linhas que não se
podem pular, podem transformar-se num pesadelo para algumas pessoas da nossa freguesia,
que como donos e proprietários legítimos, podem vir a ser expropriados, ser
forçados a vender ou a deixar espaço para servidões e até à obrigação de ser
obrigados a fazer obras onde não estavam a pensar fazer. E estas coisas, menos
boas, a boazinha câmara municipal, nem se pronuncia nesta ARU. Porque será?
Será que, em ano de eleições, há que mostrar que vão fazer o que nunca fizeram?
É muito fácil elaborar esta ARU, assim como está, sem mencionar que
infraestruturas, equipamentos públicos, espaços verdes e espaços urbanos vão
mesmo ser reabilitados.
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Praça do Rossio |
Quanto dinheiro
público vão investir na freguesia? Nós, os particulares e proprietários,
sabemos que há benefícios e apoios. E eu sei, que cabe a cada proprietário
fazer requerimento à Câmara do que pretende reabilitar. E quem não sabe,
aqueles que só acreditam quando lhes dizem o que devem fazer? E se algum
proprietário não quiser fazer as obras que a Câmara achar necessárias, ou que
não as terminem dentro do prazo, o que vai acontecer? Expropriam e declaram
utilidade pública? Depois das obras feitas, quanto tempo têm os proprietários
para pagar?
E vou terminar com mais estas perguntas:
A Junta de Freguesia levou este documento "ARU" à votação da Assembleia de Freguesia? E o que ficou decidido?
Bem, chega de questões e quem arranjar
tempo e paciência para ler, pode pesquisar na internet estas palavras: DL nº
307/2009 ....
https://diariodarepublica.pt/dr/detalhe/decreto-lei/307-2009-483155
José Nunes Martins
terça-feira, 18 de fevereiro de 2025
MALCATA: FORMAÇÃO DE LISTAS ELEITORAIS
lista para as próximas eleições autárquicas?
Este ano vamos a eleições lá para Setembro ou Outubro. Este assunto das listas concorrentes merece ser discutido. E a nossa freguesia sabe do que estou a falar, pois nas últimas eleições autárquicas, realizadas em 2021, só se apresentou uma lista única. Saberão os residentes na nossa terra o que isso significou? A lista única que concorreu à Assembleia de Freguesia de Malcata nas eleições autárquicas de 2021, do Partido Social Democrata, significou que todos os membros da Assembleia de Freguesia são do mesmo partido, da mesma lista e isso não foi e não é bom para o bom funcionamento da assembleia de freguesia.
Porque só foi elaborada uma lista única?
Malcata e os residentes na aldeia, deviam organizar-se e promover a realização de uma reunião pública, aberta a todos, para discutir a realidade da freguesia, nomeadamente relativamente ao número de residentes, às pessoas que estão em condições de participar activamente na organização da sociedade e saber se o facto de se apresentar uma lista única, seja de que partido for, está relacionado com a diminuição da população. É que se a conclusão for essa, então há decisões que deviam ser tomadas a tempo.
A freguesia de Malcata tem mais de 150 eleitores e como a lei diz, é obrigatório apresentar listas para a Assembleia de Freguesia. E o que aconteceu em 2021, lista única, pode estar em causa a democracia, a liberdade democrática como nós a entendemos. Vamos imaginar, que em 2025, voltamos ao cenário de “lista única” à Assembleia de Freguesia de Malcata. Se esse cenário for motivado por diminuição da população, e pela dificuldade de formais mais do que uma lista única, só há uma forma democrática para Malcata, é eleger uma Assembleia de Cidadãos e esquecer a Assembleia de Freguesia.
Uma Assembleia de Cidadãos tem e exerce as mesmas funções exercidas pela Assembleia de Freguesia. E pode até ter algumas vantagens, a começar pela possibilidade de poderem participar todos os eleitores que habitam na aldeia, ao contrário da Assembleia de Freguesia onde apenas podem participar os membros que forem eleitos nas eleições autárquicas ( o cidadão comum, participa apenas na parte de “intervenção do público).
José Nunes Martins
domingo, 16 de fevereiro de 2025
MALCATA: HOMENAGEM MERECIDA E JUSTA
Carlos e Graciete Clemente merecedores de justa homenagem!
Ao contrário do que as pessoas
possam pensar, a principal marca do presidente do Lar de Malcata, foi estar e ter
sempre presente os utentes que a instituição acompanhava e acolhia. As vezes
que me cruzei com ele foram poucas e recordo que, depois de nos
cumprimentarmos, perguntava-me sempre como estava o meu pai.
A saída do lar, não acredito que tenha
sido um processo que ele tivesse sequer imaginado acontecer como aconteceu. Foi
uma saída sofrida e dolorosa que afectou a sua família, com sinais mais
visíveis na esposa. E mais do que falar ou lembrar as polémicas em que possa
ter estado envolvido, a pergunta é se uma freguesia pode dar-se ao desplante de
não reconhecer o homem que mais anos esteve ao leme do lar de Malcata. Porque
mais do que aquilo que cada um de nós pode pensar, é o trabalho que deu frutos
e trouxe um bem-estar social e familiar a todos. Até podemos sempre, quem o
quiser fazer, rebuscar aqui e além, e encontrar até razões para apontar um dedo
a este homem, presidente eleito durante vários mandatos, mas acredito que os
motivos para enaltecer e reconhecer a obra feita são em maior número e por isso
não o fazem.
Presidir a uma instituição social, uma
associação de solidariedade, não é fácil e não é para todos. Malcata, sendo uma
freguesia pequena, deve ter orgulho no lar que desde 1991 é uma estrutura
estruturante e sob a sua alçada se governam muitas famílias, que se sentem
tranquilas por saber que os seus familiares mais idosos estão bem instalados e
há sempre quem cuide deles. Como já
disse, não é tarefa simples dirigir o lar de idosos e também não é fácil
encontrar pessoas totalmente limpos e com um histórico totalmente imaculado.
Encontrar um santo ou uma santa em Malcata é tarefa ainda mais difícil e como
não se conhece nenhum santo(a) viva, de carne e ossos, boca, ouvidos, mãos e
cabeça sem nódoas, com uma ficha limpa, se calhar os malcatenhos devemos fazer
um esforço para aplaudir quem já presidiu e de futuro encontrar quem melhor
faça. Claro que a nossa vida não é traçada a régua e esquadro, o caminho também
tem curvas e dificuldades e as polémicas aparecem sempre, o que nem todos somos
capazes é de deixar obras boas, marcadas pelo amor ao próximo e o lar é uma
dessas obras boas, que já marcou e vai continuar a deixar marcas nas pessoas e
na aldeia, disso não tenho dúvidas.
O impossível esvaia-se quando alguém
torna real o que antes se pensava ser impossível acontecer. E a família de
Graciete e Carlos Clemente, sem qualquer dúvida, são credores de obra
realizada, de trabalho feito. Para quando uma homenagem pública?