EM MALCATA NÃO SE DEBATE POLÍTICA
O debate político em Malcata está morto e há muito tempo. Na nossa aldeia a
política não é assunto de conversa e muito menos de discussão, sendo os próprios
autarcas, esses sim, exercem funções políticas, mas nenhum deles tem sido um
divulgador das políticas que norteiam as suas acções. Na nossa terra não há
pessoas que tenham coragem e iniciativa para um debate de ideias, de políticas
locais. As eleições são para ir votar e a partir do dia seguinte só os
vencedores celebram. Quem perde, desaparece e foge da política, que mais parece
o diabo a fugir da cruz.
Nestas últimas votações autárquicas a
política foi mesmo maltratada por aqueles que dela parece precisar. A política
em Malcata foi posta de lado pelos socialistas e nem sequer se apresentaram a
votação. Por isso, a lista dos sociais-democratas (PPD/PSD)
tinham o caminho desimpedido para um segundo mandato.
Chegados ao meio deste mandato, pelo
rumo que a política está a ir, é quase certo imaginar o futuro político em
relação ao poder local autárquico. A oposição foi de férias e ninguém sabe
quando regressam à política. Alguns pensam que dois anos é ainda muito tempo e
demasiado cedo para entrar em cena e no debate político. Os que defendem ou que
simplesmente votaram, alguns nem sequer sabem em quem, também não estão para
complicar ou para se maçarem e façam lá o que fizerem, a resposta é que “eles é
que sabem”. E falar agora de estratégia é falar chinês, não entendem e nem querem
entender.
Em Malcata, pensar e falar em lugares
públicos tem que manter-se vigilante e atento às movimentações em redor. Eles e
elas veem e poem-se disfarçadamente à escuta para depois contar ao seu Senhor. E
aquelas pessoas que só falam com quem concordam? Falam e ouvem tudo, mas nem a
um bom-dia ou boa-tarde respondem? Falta de cultura e inteligência não é com
toda a certeza o digo. São pessoas que sabem ler e escrever, com cursos e cargos
em grandes empresas e algumas até acompanham a política nacional, a regional e
a concelhia. A idade pesa cada vez mais e sem se darem conta,
são dominados por atitudes impróprias, incompreensíveis e incorrectas na forma
como se relacionam com quem fala e pensa diferente, deixam simplesmente de
saudar e em vez de olhar olhos nos olhos, fixam o olhar nas pedras da calçada.
E assim vai o debate político na nossa
freguesia…comer e calar, porque se houver atrevimento de perguntar, discutir,
combinar a constituição de uma lista de outra cor que não a cor laranja, alguém
se encarregará de lançar a confusão e não descansarão até acabar com as ideias
de outras pessoas.
José Nunes Martins
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