26.4.23

OS SÍMBOLOS DA FREGUESIA DE MALCATA

 

              

   

    O dia 25 de Abril é um dos feriados nacionais obrigatórios. Há 49 anos Lisboa foi palco de uma revolta militar, que se espalhou por todo o país. Já nesse ano e nesse dia, na nossa aldeia, reinava a calma, toda a gente andava nos campos a trabalhar e provavelmente as crianças foram para a escola como noutro dia normal. Estou a escrever sem certezas, porque nessa data eu encontrava-me em Vila Nova de Gaia.

    Este ano faz 49 anos. A revolução do 25 de Abril parece que não passou pela região do Sabugal. Então na nossa freguesia, celebrar a Revolução dos Cravos vermelhos nunca por cá foi vivida pelo poder local e o povo foi ignorando a importância do acontecimento.
  
 Não sei se é por não acreditarem nos valores e ideais do 25 de Abril, ou se por ligar este dia a alguns partidos políticos de esquerda.  Mas será que o fim de um regime ditatorial e a chegada da democracia é insignificante? É verdade que após 49 anos, muitos não tinham nascido, viviam em ambientes calmos, sem grandes sobressaltos com a PIDE, não sofreram o que passaram os mais idosos e as pessoas que viviam nas cidades,  porque na aldeia sempre tiveram a liberdade de pensar, de discutir, de criticar e opinar. sem medo de serem presos. Portugal nesses tempos, era Lisboa e o resto só paisagem!
   Antes do 25 de Abril, as professoras primárias tinham de ter uma autorização especial para se poderem casar. Quem fosse enfermeira, telefonista ou hospedeira da TAP, também não se podiam casar. As mulheres para saírem sozinhas para fora do nosso país, se fossem casadas, precisavam da autorização do marido. 
   Mas por aqui, no interior profundo, as pessoas viviam focadas nas tarefas do campo, a informação era diminuta, o analfabetismo era dominador e nunca tivemos uma autarquia progressista. 
   Hoje foi mais um feriado obrigatório. Sem qualquer símbolo alusivo, como testemunha a imagem deste texto. Tem sido assim e não devia ser assim, porque se não têm utilidade, atrevam-se a retirar esses dois tubos inúteis. E se continuarem a guardar na gaveta a bandeira nacional e a bandeira da freguesia como o têm feito, não é bom exemplo de quem administra a freguesia e os cidadãos cada vez mais vão desvalorizar a importância da heráldica que em tempos foi aprovada e publicada em Diário da República. 

                                           José Nunes Martins

  

   

  

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