O CASTANHEIRO QUE MATOU ESTAVA VERDE E DAVA CASTANHAS

O CENTENÁRIO CASTANHEIRO DE MALCATA TIROU-ME O SONO!
   
Assim começa a história:
  

  “Tinha acabado a missa do aniversário do lar da aldeia. Por isso as pessoas vieram até ao jardim enquanto lá dentro se preparavam as mesas para o lanche ajantarado. Como estava muito calor, as pessoas esperavam sentadas no banco e à sombra do castanheiro, pois lá corria uma ligeira brisa de ar e estava muito mais fresco.

   De repente a árvore caiu sobre as pessoas, sobre o jardim e ainda partiu algumas telhas e vidros. Morreu uma pessoa idosa e para o hospital foi transportada num automóvel uma criança ferida”.
  Subitamente toca o despertador na mesinha de cabeceira. Abro o olho direito e olhei para o tecto do quarto e vi escrito a vermelho as sete horas da manhã. Sobressaltado e um pouco confuso, sacudi a cabeça e voltei a olhar para as horas do despertador. Tinha mesmo que sair da cama e sem demoras ir trabalhar.
- Que raio de noite a minha! Não é que acordei sarapantado, sonhei que tinha caído o castanheiro do lar? Fogo, tira-me daqui e atira-me ao mar…aquele carvalho que caiu ontem provocou-me um pesadelo!
- Vai rápido lavar a cara e fazer o resto, são horas de ires.
- Ok, está bem, já vou!
  Foi assim que hoje começou o meu dia. Não sei como vai terminar.
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   Foi apenas um sonho, imaginação minha para deixar aqui um alerta para que o castanheiro que parece "verde e saudável", se não for devidamente tratado e acarinhado, pode deixar as marcas que não merece e nem as pessoas sequer imaginam um fim desta notável árvore de interesse municipal, a que lhe atribuíram o nº17 e que está lá num dos ramos. 
   Desde 2008 que eu e o Dr.Pedro Nuno Teixeira dos Santos, um acérrimo defensor das árvores em Portugal, tentamos que o castanheiro seja considerado património imaterial de interesse municipal e também nacional. Não tem sido fácil, mas se quiserem saber mais sobre o assunto, deixo aqui os links. Perante a indiferença de algumas pessoas o assunto da classificação do castanheiro ficou aguardar novos desenvolvimentos. A árvore lá continua, verde e tem dado sombra e castanhas na devida época, não fugiu daquele lugar porque as suas raízes ainda o mantêm agarrado aquele bocado de terra e sabe que é muito querido nos tempos de muito calor pelos mestres seniores que o trataram nestes anos todos. E claro, nunca vai esquecer o seu dono, o Ti Manel Cidades.
   Deixo aqui novamente um alerta para que o castanheiro continue a ser uma das marcas da nossa aldeia, um símbolo do respeito que os malcatenhos têm pelas árvores e pelo património.
Uma batalha perdida, espero a chegada de reforços para ganhar a guerra!

5 de Agosto de 2008 e por aí fora:
https://aldeiademalcata.blogspot.pt/2008/08/monumento-vivo-de-malcata.html
                                                                                                               José Martins





                                                                    Nº17

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