22.8.17

ESCOLHER UM CAMINHO

              

   Vamos lá analisar a nossa freguesia deixando de lado o coração e a cor política de cada um. O vinte e cinco de Abril já lá vai e desde 1976 a nossa freguesia nunca deixou de eleger a sua Assembleia de Freguesia. Em todas as eleições que houve sempre concorreram duas listas e nestas últimas eleições autárquicas, realizadas em 2013, concorreu também um cidadão com uma lista independente de qualquer partido político.
   Olhando para o passado é notória uma clara falta de estratégia global a longo e a médio prazo para Malcata. Ou seja, foi-se governando com a preocupação de resolver os problemas do presente, do imediato. Esta falta de estratégia é um problema que se arrasta há muitos anos e dos mandatos das pessoas que têm estado à frente do leme da nossa aldeia, os sucessivos executivos que têm passado pela Junta de Freguesia. Mudando pontualmente algumas caras e com a particularidade de mudarem de camisola, tudo ficava como dantes. E o povo, pouco interessado na dança das cadeiras do poder, continuou apático e inoperante, porque tudo se tem feito sem que se note muita diferença na vida diária das pessoas.
   A obrigação da Junta de Freguesia, eleita democraticamente, é traçar um rumo e planificar o caminho e percorrê-lo na companhia do povo, dialogando, cooperando, unindo e influenciando as pessoas, as instituições e em conjunto adquirirem 
a força e a coragem de ultrapassar as dificuldades que vão aparecendo ao longo do caminho.
 É assim que passo a passo Malcata chegará onde quer chegar. Para lá chegar, primeiro há que saber o destino, depois planear as maneiras de lá chegar e com quem queremos ir.
   Malcata é uma terra de oportunidade e uma aldeia cheia de potencialidades naturais e onde ainda vivem e trabalham pessoas de valor, com um capital humano invejável, que aguardam a vinda de um D. Sebastião que lhes ensine o caminho certo para sair do marasmo em que têm vivido.
   Estejam atentos e não adormeçam.
   Vale a pena pensar no presente e no futuro!

                                                                                       José Martins


19.8.17

FAZER BEM DESDE O INÍCIO

    Parque infantil em Malcata
             

                                            
   Em Julho visitei Malcata e fui até á Zona de Lazer da Rebiacé. Foi para este espaço que a Câmara Municipal do Sabugal atribuiu dez mil euros e uns trocos para a aquisição e construção de um bar e um parque infantil. Recentemente fiquei um pouco confuso porque a câmara rebaptizou o mesmo espaço como Zona Balnear de Malcata.
   Guerra de nomes à parte, vou falar-vos sobre o parque infantil situado junto à piscina fluvial e parque de lazer. Trata-se de um equipamento recente, construído pela Junta de Freguesia, com o apoio da Câmara Municipal e do qual toda a gente gosta e muitas crianças já experimentaram e de lá vêm felizes.
   Tudo naquele parque infantil se apresenta em bom estado de utilização e até agora, que tenha informação, não ocorreram acidentes.
    Como é do vosso conhecimento agora em Malcata existem dois parques infantis. Pela sua localização e por quem os decidiu executar, são ambos da responsabilidade da junta de freguesia.
   Pois é assim, não basta construir ou mandar fazer. Quando se trata da construção destes equipamentos de jogos e recreio, maioritariamente utilizado pelas crianças, há regulamentos que não devem ser ignorados e que têm que ser implementados.
   Penso que em ambos os parques infantis da nossa freguesia há falta de informação, ou seja, a ausência dessa informação embora não ponha em causa a utilidade e uso dos parques e já o mesmo não se pode dizer da preciosa ajuda e eficiência em casos de situações imprevistas ou acidentes inesperados só porque uma criança ali está a divertir.se. Mesmo quando se ouve pelo povo que as crianças são irrequietas, os acidentes acontecem na mesma com avisos ou sem nada, a lei é muito clara quanto aos bom funcionamento dos espaços de jogos e recreio, nomeadamente quanto à colocação de avisos ( ou informação ) em local bem visível e de leitura fácil, indicando a entidade responsável pelos espaços em causa, a identificação da entidade que fiscaliza ( no caso dos parques de jogos e recreio públicos das autarquias, é a ASAE), informação sobre a localização do telefone mais próximo, a localização e o número de telefone da urgência hospitalar mais próxima e ainda o número nacional de socorro.
   Sabemos todos que não foi por falta de espaço que não está afixada essa preciosa informação, que contribui para uma ajuda mais rápida e dá alguma tranquilidade aos pais ou familiares das crianças.
   Aproveito também para deixar um alerta para que a autarquia verifique se os parques infantis estão ou não abrangidos por algum seguro de responsabilidade civil e se está em vigor, bem como a existência do livro de inspecção e manutenção devidamente preenchido onde contenha também as datas e os trabalhos feitos e/ou a realizar.
   Tudo isto porque pode estar em causa a saúde e a segurança das crianças que utilizem aqueles parques infantis, seria bom para todos a afixação da informação que a lei determina. Lembro que, no caso destes espaços públicos, fiscalizados pela ASAE, o não cumprimento da lei constitui contra-ordenação punível com coima.
                                                                                        José Martins

                             

17.8.17

MALCATA UMA TERRA DE SONHOS?


  Toda a gente deseja que uma aldeia tenha vida, pessoas com trabalho, bem-sucedidas e com muita esperança no futuro. Está nas mãos de cada um de nós contribuir para um desenvolvimento sustentável da nossa terra. O sucesso da nossa aldeia é o de todos. O mérito também é de cada malcatenho, da nossa paróquia, das nossas associações e também daqueles cidadãos que ao longo dos anos têm exercido funções na Junta de Freguesia.
   Na aldeia de Malcata não conheço nenhuma pessoa que faça milagres e o mesmo digo em relação a todas as instituições. Contudo, era bom que não nos esqueçamos ou apaguemos da nossa memória aquilo que era a aldeia de Malcata há 40, 50 anos atrás. E essa é mesmo a pergunta importante que devemos fazer:
   Sabemos o que queremos?
   Queremos uma aldeia que faz jus à sua tradição autêntica de uma aldeia ligada à serra e à floresta, aos rebanhos e ao cabrito, ao queijo e ao mel?
   Queremos uma aldeia que aproveita e valoriza uma albufeira e um parque eólico que proporcionam uma atração invulgar a quem nos visita?
   As infraestruturas existem, mas há muito trabalho por fazer para que a albufeira, a floresta e o parque eólico sejam efectivamente bem aproveitadas e sejam fontes de rendimento. Para além do paredão, que permitirá a manutenção do nível da água junto ao Parque de Lazer junto à aldeia, a construção de alguns ancoradouros para pequenas embarcações, a construção de um parque de campismo, a melhoria da ASA de Malcata (Área Serviço Autocaravanas junto ao campo de futebol), são elementos de valorização e de aproveitamento da albufeira, uma beleza natural que ninguém fica indiferente, fazendo de Malcata uma aldeia também voltada para o turismo de natureza, com tranquilidade, com sítios onde dormir e comer um delicioso cabrito assado, um naco de saboroso pão cosido no forno comunitário e uma não menos deliciosa fatia de queijo entregue pela queijaria da rua do Meio.
   Ou então queremos uma aldeia cada vez mais velha, com os seus idosos acomodados confortavelmente num lar e a guardar para si próprios todo o seu saber viver, deixando que todas as suas memórias, ricas de experiências, de conhecimento da vida da aldeia desapareça assim como estamos a deixar cair as casas mais antigas, aumentando o número de casas vazias e o silêncio nas ruas porque não há crianças a correr acima e abaixo, nem precisamos de baloiços no parque infantil, uma terra vencida, sem ambição e sem futuro?
   Eu não tenho dúvidas sobre a aldeia que sonho e desejo. E este desejo não começou com aminha participação numa associação, mas aumentou em muito essas minhas esperanças porque também acreditam que é possível dar a volta a nossa terra. E mesmo longe, ao longo destes anos, tem sido pelos malcatenhos que continuo a falar e a escrever sobre o passado, o presente e o futuro de Malcata.
   É urgente e importante trabalhar em conjunto, em rede, como dizemos agora. O longe torna-se mais cerca porque hoje temos ferramentas que nos permitem uma maior aproximação.
   Para mim e para muitos malcatenhos, quando a liberdade de pensamento e acção ligada a um associativismo activo, sério, visionário em união com o poder local e os cidadãos, será aquele tão desejado milagre de Abril.
   Este verdadeiro milagre só será realidade quando cada um de nós entender e agirmos de forma diferente do passado. O dia de amanhã será bem diferente quando hoje fizer algo diferente daquilo que ontem fiz. Porque se hoje faço o mesmo que ontem fiz, o dia de amanhã será igual ao dia de hoje. Temos que mudar o paradigma e pensar, acreditar, trabalhar para o futuro diferente.

                                                    José Martins