16.8.17

O CASTANHEIRO QUE MATOU ESTAVA VERDE E DAVA CASTANHAS

O CENTENÁRIO CASTANHEIRO DE MALCATA TIROU-ME O SONO!
   
Assim começa a história:
  

  “Tinha acabado a missa do aniversário do lar da aldeia. Por isso as pessoas vieram até ao jardim enquanto lá dentro se preparavam as mesas para o lanche ajantarado. Como estava muito calor, as pessoas esperavam sentadas no banco e à sombra do castanheiro, pois lá corria uma ligeira brisa de ar e estava muito mais fresco.

   De repente a árvore caiu sobre as pessoas, sobre o jardim e ainda partiu algumas telhas e vidros. Morreu uma pessoa idosa e para o hospital foi transportada num automóvel uma criança ferida”.
  Subitamente toca o despertador na mesinha de cabeceira. Abro o olho direito e olhei para o tecto do quarto e vi escrito a vermelho as sete horas da manhã. Sobressaltado e um pouco confuso, sacudi a cabeça e voltei a olhar para as horas do despertador. Tinha mesmo que sair da cama e sem demoras ir trabalhar.
- Que raio de noite a minha! Não é que acordei sarapantado, sonhei que tinha caído o castanheiro do lar? Fogo, tira-me daqui e atira-me ao mar…aquele carvalho que caiu ontem provocou-me um pesadelo!
- Vai rápido lavar a cara e fazer o resto, são horas de ires.
- Ok, está bem, já vou!
  Foi assim que hoje começou o meu dia. Não sei como vai terminar.
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   Foi apenas um sonho, imaginação minha para deixar aqui um alerta para que o castanheiro que parece "verde e saudável", se não for devidamente tratado e acarinhado, pode deixar as marcas que não merece e nem as pessoas sequer imaginam um fim desta notável árvore de interesse municipal, a que lhe atribuíram o nº17 e que está lá num dos ramos. 
   Desde 2008 que eu e o Dr.Pedro Nuno Teixeira dos Santos, um acérrimo defensor das árvores em Portugal, tentamos que o castanheiro seja considerado património imaterial de interesse municipal e também nacional. Não tem sido fácil, mas se quiserem saber mais sobre o assunto, deixo aqui os links. Perante a indiferença de algumas pessoas o assunto da classificação do castanheiro ficou aguardar novos desenvolvimentos. A árvore lá continua, verde e tem dado sombra e castanhas na devida época, não fugiu daquele lugar porque as suas raízes ainda o mantêm agarrado aquele bocado de terra e sabe que é muito querido nos tempos de muito calor pelos mestres seniores que o trataram nestes anos todos. E claro, nunca vai esquecer o seu dono, o Ti Manel Cidades.
   Deixo aqui novamente um alerta para que o castanheiro continue a ser uma das marcas da nossa aldeia, um símbolo do respeito que os malcatenhos têm pelas árvores e pelo património.
Uma batalha perdida, espero a chegada de reforços para ganhar a guerra!

5 de Agosto de 2008 e por aí fora:
https://aldeiademalcata.blogspot.pt/2008/08/monumento-vivo-de-malcata.html
                                                                                                               José Martins





                                                                    Nº17

13.8.17

ZONA BALNEAR DE MALCATA AINDA NÃO ESTÁ CLASSIFICADA




   




             

             
                       

Apesar de a Câmara Municipal considerar a piscina e a praia de Malcata uma das Zonas     Balneares do concelho do Sabugal em 2017,  ainda não obedece aos requisitos que a lei impõe para assim ser classificada. A falta de análises periódicas à qualidade da água são uma das causas!   


      
   O rio Côa é o afluente mais importante da margem esquerda do rio Douro (em Portugal). Nasce na serra das Mesas, freguesia dos Fóios e corre até encontrar-se com o rio Douro. Quem nunca visitou a nascente do Côa nos Fóios ainda acredita que é aí a origem da água armazenada na albufeira da Barragem do Sabugal. Dos Fóis até a Malcata outras nascentes vão aumentando o caudal do rio. A água é considerada por todos como sendo limpa, sem poluição industrial e de boa qualidade.
   Segundo a página oficial do município sabugalense, existem sete Zonas Balneares em funcionamento este ano: Alfaiates, Badamalos, Malcata, Quadrazais, Rapoula do Côa, Sabugal e Vale das Éguas.
      Malcata, aproveitando o facto de a água da barragem em bordejar a aldeia (enquanto o nível de água é aceitável) e de um terreno espraiado por uma pequena mancha florestal de carvalhos e pinheiros, também vai construindo o seu próprio espaço de lazer. Um espaço de lazer com utilização muito limitada no ano, porquanto o nível de água desce acentuadamente por via dos transvases, do abastecimento de aeronaves de combate a incêndios, e pela seca. A situação seria muito diferente se o desejado PAREDÃO existisse!
      Com o calor e tempo de férias as zonas balneares são locais bastante procurados e frequentados, tanto pelas crianças e jovens, como adultos e mais idosos.
   Malcata, aproveitando a proximidade da água da barragem e de um terreno espraiado por uma pequena mancha florestal de carvalhos e pinheiros, também vai construindo o seu próprio espaço de lazer. Aqui o visitante encontra uma piscina flutuante, insufláveis, canoas, uma área com areia e chapéus para fazer sombras, um parque infantil, área de merendas com mesas e assadores, um bar com uma esplanada voltada para uma paisagem magnífica e tranquilizadora e ainda instalações sanitárias e de chuveiros.
   As obras vêm sendo feitas pela Junta de Freguesia, tendo a piscina sido o primeiro equipamento a ser instalado. Seguiu-se a preparação do terreno e o seu ajardinamento, a montagem das instalações sanitárias, a aquisição e colocação de um parque infantil e de um bar que a Câmara Municipal pagou no valor de 10.445.02 euros.
   Eu mesmo já visitei o Parque de Lazer-Praia Fluvial, ou Zona de Lazer da Rebiacé ou ainda Zona Balnear de Malcata. Afinal, qual o
nome da coisa?
   Que é um espaço apetecível para repousar, ler ou conviver na companhia de pessoas amigas e uns petiscos, lá isso é e para as crianças, poder molhar os pés, andar no escorrega ou no baloiço, enquanto ali andarem, não há nada mais que os retire dali.
   Um destes dias tomava um café na esplanada do bar, à minha frente dois meninos de sorrisos até às orelhas, balançavam e era ver a cara babada dos pais a assistir. Na água, outros garotos e adultos não paravam de mergulhar nas águas da barragem.
   A água é mesmo limpa e fiável para tomar banho? Pensei eu.
   A Zona Balnear de Malcata (digam lá que não é um nome pomposo!) cumpre ou não os requisitos legais para que as entidades oficiais a possam identificar como zona de banhos?
   Uns dias depois, verifico que realmente a Zona Balnear de Malcata, apesar de ser uma das identificadas pela Câmara Municipal do Sabugal, não cumpre a lei em 2017, ou seja, é desconhecida a qualidade da água desta zona. Claro que as pessoas estão-se borrifando para a realização ou a falta de análises laboratoriais às águas da piscina e arredores. E se acontecer uma ocorrência menos agradável? Ora bem, a época balnear no nosso concelho está a decorrer até ao dia 31 de Agosto; a água da "menina dos olhos"  não está analisada e nem classificada como tendo condições para tal função; se a Câmara Municipal e a Junta de Freguesia consideram esta zona de lazer como Zona Balnear Classificada, têm que trabalhar nesse sentido e a sua legalização é um dos passos a seguir, daí a importância das análises às águas. Até por uma questão de segurança e saúde pública há requisitos que não podem e não devem ser esquecidos. Há necessidade de um histórico de análises periódicas e com resultados positivos, para que se alcance a classificação pretendida. Esses passos e esses objectivos alcançados contribuem para a garantia de um serviço com qualidade, bem-estar para todos os utilizadores e uma quase certeza de não haver problemas com a Junta de Freguesia, porque mostra que sabe fazer bem as coisas.
   Lembro, para terminar, a intervenção da vereadora Felismina Rito, que na reunião da Câmara Municipal, realizada no recente dia 7 de Julho, deixou a sua preocupação bem expressa quando deixou esta pergunta:
   "Considero que quem tem equipamentos disponíveis, sobretudo para crianças, como é o caso de Malcata, também deveria ter alguma avaliação. Porque não é feita?".
   O senhor presidente da Câmara respondeu que iria pedir esclarecimentos aos serviços!
   Deixo aqui a mesma pergunta ao senhor presidente da Junta de Freguesia de Malcata: Porque não está classificada a Zona Balnear de Malcata?
 
                                                                                                 
José Martins

 Imagens da Zona Balnear de Malcata:






12.8.17

QUE PORREIRA ESTÁ A FESTA!

 Fotografias de Manuel Castilho
   A aldeia está em festa, tocam os sinos na torre da igreja, preparam-se os santos e os andores, a cada momento chegam flores e mais flores. Todos trabalham para que amanhã à hora combinada esteja tudo bem composto e alinhado.
   Esta semana a aldeia transforma-se num festival de Verão. As pessoas andam para cá e para lá, é normal encontrar grupos de pessoas a conversar no meio das ruas que apesar do aumento da circulação de veículos motorizados de duas e quatro rodas, ninguém vive com a preocupação de procurar outros espaços, mesmo até as crianças brincam ali à volta dos pais numa despreocupação tal que nas ruas das cidades não seria imaginável.
   Com tanta azáfama e movimento nas ruas, cafés e as filas de espera no único comércio, agora chama-lhe "Armindo - Mini-Mercado", não afastam os clientes que pacientemente aguardam a sua vez.
   Festa é festa e as pessoas em Malcata ainda  reservam o segundo domingo do mês de Agosto para passar pela aldeia. Durante a semana anterior à festa e até ao domingo da festa propriamente dito, abundam actividades recreativas, desportivas, bailes e discotecas ao luar. Uns jogam as cartas no Rossio, outros entram num campo de plástico e transformam-se em matraquilhos humanos durante o tempo de jogo. À volta correm e saltam as crianças de cara pintada e a alegria é tanta que entre os gritos dos golos e das crianças, as badaladas do relógio da torre nem se ouvem. Os mórdomas e mórdomas ainda não tiveram tempo para se sentarem um pouco que fosse e descansar. A clientela está sempre a aparecer, há pratos de tremoços para colocar em cima do balcão, garrafas de minis para abrir, copos de sumo para servir, gelo para refrescar as bebidas, frangos, febras, salsichas e entremeadas para virar e não deixar queimar nas brasas do carvão. E nem as meninas da barraca das rifas têm descanso, é um desenrolar de papeis e verificar os prémios que não deixa descansar quem tem de enrolar novas rifas.
   Olhem que quem assim trabalha durante uma semana, aquela semana de férias, digo-vos que depois destes dias seguidos de muito trabalho e pouco sono, rebentam o mais forte dos malcatenhos!
   Estou em crer que durante estes dois dias, o sábado e o domingo da festa, o assunto e tema de conversas são os de sempre, ou seja, como está o tempo, como vai estar nestes dias, o baile ontem esteve bem composto, o grupo soube animar a gente e diversão é o que se quer, vamos ver como vai ser amanhã, agora não há foguetes e já não se apanham as canas, como eu gostava de ir às canas!!!!
    Viva a festa, viva a vida dos malcatenhos alegres e contentes com o padroeiro Barnabé!
                                                                                                            José Martins