domingo, abril 08, 2007

AS FLORES DA SERRA


O HOMEM E A SERRA DA MALCATA

O Homem e a Serra da Malcata,
Uma Relação Inscrita na Paisagem.

Dissertação de Mestrado na Especialidade de Arqueologia da Paisagem e Planeamento,
Universidade do Minho, Braga (1996)

Aqui está um livro interessante sobre a Serra da Malcata. Foi escrito por José Manuel Lourenço Rei, num trabalho de Mestrado enquanto aluno da Universidade do Minho, pólo de Braga, em 1996. De salientar que o Sr.José Rei é natural da aldeia de Malcata e em boa hora decidiu escrever esta obra. Não conheço o livro, mas gostava de o adquirir. Se alguém souber como agradeço que me informe.

PÁSCOA NA ALDEIA

A PROCISSÃO


Tocam os sinos da torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Vai passando a procissão.


Mesmo na frente, marchando a compasso,
De fardas novas, vem o solidó.
Quando o regente lhe acena com o braço,
Logo o trombone faz popó, popó.


Olha os bombeiros,tão bem alinhados!
Que se houver fogo vai tudo num fole.
Trazem ao ombrobrilhantes machados,
E os capacetes rebrilham ao sol.

Tocam os sinos na torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Vai passando a procissão.

Olha os irmãos da nossa confraria!
Muito solenes nas opas vermelhas!
Ninguém supôs que nesta aldeia havia
Tantos bigodes e tais sobrancelhas!

Ai, que bonitos que vão os anjinhos!
Com que cuidado os vestiram em casa!
Um deles leva a coroa de espinhos.
E o mais pequeno perdeu uma asa!

Tocam os sinos na torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Vai passando a procissão.

Pelas janelas, as mães e as filhas,
As colchas ricas, formando troféu.
E os lindos rostos,por trás das mantilhas,
Parecem anjos que vieram do Céu!

Com o calor, o Prior aflito.
E o povo ajoelha ao passar o andor.
Não há na aldeia nada mais bonito
Que estes passeios de Nosso Senhor!

Tocam os sinos na torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Já passou a procissão.


Letra: António Lopes Ribeiro