A PÁSCOA E AS TRADIÇÕES
SONS DA PÁSCOA
A Semana Santa está
cheia de sinais e sons que ainda hoje alguns nos fazem arrepios. Esta é uma
semana carregada de simbologia, de sofrimentos e de penitência. Em tempos não
muito longínquos, a Igreja Católica pegou numa série de símbolos e sinais que
remetia os fiéis para momentos incríveis e até com alguns medos. E as matracas,
que substituíam o tocar dos sinos, faziam-se ouvir pelas ruas da aldeia. Som
estranho, som incómodo quando o sacristão passava na minha rua.
Em sinal de luto, não se tocavam
os sinos e todos os altares da igreja eram tapados com panos roxos, dando ainda
mais uma imagem triste, sombria, mesmo de terror.
Pelas
ruas da nossa aldeia o sacristão chamava as pessoas para as cerimónias que iam
decorrer na igreja e à volta do povo. Não dava para esconder o ambiente pesado
e macambúzio que se vivia na aldeia até ao Sábado de Aleluia. Eram rostos de
tristeza e pesar que se viam pelas ruas da povoação e quando a noite se
aproximava na sexta-feira, o momento de ir "fazer o enterro do
Senhor" arrepiava qualquer criança. A igreja ficava diferente, para além
de serem tapadas as imagens dos altares, o Cristo do altar Mor era (e ainda hoje)
retirado da cruz e colocado num enorme e pesado caixão de madeira que se coloca
em cima do altar e depois percorre as ruas da aldeia num cortejo fúnebre, como
se tratasse de um funeral de verdade.
O sacristão a tocar as matracas |
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