Mensagens

A mostrar mensagens de novembro, 2020

QUANDO OS SINOS TOCAM EM MALCATA

Imagem
       Os sinos da minha aldeia  continuam a ouvir-se, apesar de já não terem a importância que tinham no passado. Na nossa freguesia há os sinos da igreja e o sino da Torre do Relógio. Não se confundem os seus toques e cada um tem a sua função e quando tocam a mensagem é enviada para todos os cidadãos.   Os toques dos sinos da igreja mudam-se conforme a mensagem que se pretende transmitir. Sempre que o sino grande tocava a rebate desordenadamente, sem jeito e as badaladas soavam repetidamente sem parar, era sinal que estava a acontecer uma situação de perigo, de alguém que necessitava urgentemente de ajuda. Podia ser um fogo numa habitação, num palheiro ou numa meda de pão e o "toque a rebate" era a forma de clamar por auxílio. Nos casos de fogo, fosse lá quem estivesse aflito, todo o povo largava o que estava naquele momento a fazer e com baldes e caldeiros nas mãos, corria até ao local da tragédia e imediatamente formavam uma fila, passavam de mão em mão as vasilhas cheias

A VIDA QUE NÃO QUEREMOS

Imagem
       Estamos todos a viver tempos de incertezas e de medos. Já não sentimos a liberdade para planear uma viagem à terra ou visitar familiares que vivem numa região que não a nossa. E pior, é que o Natal está à porta e corremos o sério risco de o termos que passar dentro da casa de cada um de nós. Cada vez mais a nossa vida está dependente das decisões dos que nos governam e hoje não sabemos se amanhã vamos poder sair de casa. O vírus e os políticos estão a tomar conta de nós e são eles que têm a faca e o queijo nas mãos. Nós, os cidadãos, parece que nos contentamos com aquilo que nos querem impor e achamos que isto é tudo normal.   Na nossa aldeia, tivemos a polémica entre dança zumba e saúde comunitária, entre facilitar e ignorar e a preocupação de contribuir para o bem estar social e de saúde. Os fregueses, na nossa aldeia, são pessoas que gostam de momentos alegres e divertidos, pessoas pouco dadas a pensar e a tomar atitudes que beneficiem o bem comum e interessa mais os fins q

MALCATA: A ALDEIA DA MINHA INFÂNCIA

Imagem
     Malcata antes da barragem   Lembro-me de quando era criança, Malcata era o Mundo. Vivi até aos meus onze anos na aldeia onde havia uma escola, duas professoras que ensinavam a escrever, a ler e a fazer contas. Havia uma igreja com um campanário, três tabernas, dois comércios e duas fontes. As ruas eram estreitas, com o chão em pedras lisas e outras em terra barrenta que se transformavam em lama quando chovia no Inverno. Havia um rio (ribeira) onde cresciam trutas e barbos, moinhos que moíam o grão e moleiros que entregavam as talegas de farinha aos seus donos. Era nas suas águas que se aprendia a nadar e as mulheres lavavam as roupas sujas.   Quando era criança, na minha aldeia havia um ferrador, um albardeiro, um sapateiro que também era moleiro, um carpinteiro e um barbeiro.     Quando eu era criança as casas da aldeia eram mais pequenas, mais frias e com as paredes muito grossas e em pedra de xisto, telhados com telha de barro de um cano. Eram simples, mas cheias de vida huma

MALCATA: TERRA DA BOA CASTANHA

Imagem
           Esta é a altura do ano onde o cheiro a castanhas anda no ar pelas ruas das cidades, vilas e aldeias. Estamos no Outono, altura das castanhas e jeropiga. Adoro castanha assada e não sou fã quando são simplesmente cozidas. Existem diversas receitas em que a castanha pode fazer parte dos ingredientes. Elas são tantas que decidi reunir algumas. Não as conheço e algumas delas foram escolhidas pela sua apresentação fotográfica e o interesse visual.     Sabiam que no concelho do Sabugal existem cerca de 600 hectares de soutos?   A Câmara Municipal, desde 1998 que tem um protocolo com a Direcção Regional da Agricultura da Beira Interior disponibilizando terrenos para a instalação de um Campo Experimental e de Produção de Material Vegetativo, situado na Colónia Agrícola de Martim Rei. Aqui está instalado um viveiro de castanheiros com 800 árvores da variedade martaínha, 500 da espécie judia e 400 da variedade longal. Também em 2016 foi criada a Castcôa-Associação de Produtores de Cas