MALCATA: UMA ALDEIA POR DESCOBRIR
A freguesia de Malcata fica situada no sopé da Serra da Malcata, no concelho do Sabugal e integra a área da Reserva Natural da Serra da Malcata.
Tal como as outras aldeias à sua volta, a aldeia é habitada maioritariamente por pessoas de idade avançada. Mesmo ou por causa dessa realidade, há 24 anos que abriu as suas portas o Lar da freguesia, sob a responsabilidade da Associação de Solidariedade Social de Malcata. Há também em plena actividade a Associação Cultural e Desportiva de Malcata, a Associação de Caça e Pesca, a Associação Malcata Com Futuro e também a Fábrica da Igreja.
A Escola Primária que existia acabou por encerrar, por escassez de crianças em idade escolar, tendo acontecido o mesmo à Creche.
Em Malcata não se passa fome e cada família possui ainda a sua pequena horta ou quintal e cultiva parte dos produtos com que se alimenta. Com a debandada para terras de França, Argentina e as grandes cidades de Portugal, restam aqueles que nunca quiseram sair e os mais velhos, muitos deles regressados doutras terras por onde passaram a vida a trabalhar e a fazer pela vida.
O que é que Malcata tem para oferecer a quem aqui vier?
Quais os pontos ou lugares que, pelo interesse e beleza natural, devem ser dados a conhecer?
O ar, todos sabemos que é de qualidade superior e é um ar respirável, faz bem e é sem dúvida um recurso natural que nos deixa felizes e satisfeitos. Quem não gosta de encher os pulmões com o ar que se respira por aqui?
Alojamento local existe um em pleno funcionamento. A Casa das Camélias, ali ao fundo na Rua de Baixo, na zona mais antiga do povoado actual, tem feito e bem as honras da aldeia e desde que D.Ximenes Belo ali se hospedou, já muitos outros ali pernoitaram e descansaram.
O silêncio e a escuridão voltaram após o fim de Agosto. Tudo voltou à normalidade e ao seu lugar. Aquele mês é um tempo sem tempo para nada e todos querem tudo. Os emigrantes tomam conta da aldeia e a alegria, a festa, a música, as motos e carros põem em alerta os avós que não tiram os olhos dos queridos netos que brincam em todo o lado.
Este ano o mês de Agosto já passou e Setembro vai quase a meio.
Este ano, pelas notícias dos jornais e televisão ainda continua a sentir-se e a ouvir-se muito falar de Malcata, da água e da falta dela.
Ouviram as vozes trazidas pelos ventos?
Que mensagem nos trouxeram?
Ainda há gente que é amiga, que avisa e nos diz que a decisão é nossa, é tua, é minha e todos juntos alcançaremos maior número de vitórias.
José Nunes Martins
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