MUDAM-SE OS TEMPOS;MUDAM-SE AS VONTADES
“Mudam-se os tempos; mudam-se as vontades”
Depois de um
período de tempo cheio de acontecimentos sociais e políticos a nível local,
regional, nacional e internacional que nos obrigam a uma reflexão profunda, é
nosso dever não ficarmos indiferentes a tudo o que se tem passado. Quero, como
qualquer outro cidadão que pensa, partilhar o meu ponto de vista em relação ao
passado, ao presente e ao futuro mais particularmente a nível local. Tive a
sorte de ter nascido em Malcata, terra da Beira interior, que por ser o meu
torrão natal muito amo e tenho defendido. Embora considerando-me cidadão do
mundo, pois ao longo dos meus setenta anos de vida já muito mundo percorri,
guardo uma afeição especial pela nossa terra, pela nossa região, pelo nosso
concelho Sabugal. Com os dons que Deus me deu, tenho-me entregado
voluntariamente em ações e serviços que levam ao desenvolvimento e
engrandecimento do nosso território, e por isso estou à vontade para tirar as
minhas conclusões. “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”. Hoje estou, por
opção própria, envolvido noutros projetos, noutros mundos. A minha ausência
física é um imperativo que me leva a deixar de fazer parte de estruturas ou
instituições locais. Mas juro que nunca deixarei de me preocupar com a vida e o
desenvolvimento local, particularmente de Malcata.
Com respeito por
todos os poderes instalados, através de eleições democráticas que ao longo
destes anos decorreram, tenho a afirmar que as associações e instituições
existentes em Malcata (ASSM, ACDM, ACPM, AMCF, F. da IGREJA e outras) com
relevo para a Associação Cultural e Desportiva, têm sido determinantes na
defesa e promoção dos nossos valores, do nosso património. As pessoas passam,
as instituições permanecem, pelo menos enquanto houver servidores (voluntários).
Pouco interessam as quezílias, os maus entendidos, as fricções que haja ou
tenha havido. É mais o que nos une que aquilo que nos separa. Porquê ostracizar
esta ou aquela? Não tem cada associação os seus objetivos definidos pelos seus
estatutos? É mesquinho deixar-se dominar por rancores ou ódios, vinganças (eu
sei que as há), mexericos ou conversas de café. Sou daqueles que se recusam a
olhar só para o chão, não vendo o que está para trás nem o que está em frente.
Precisamos de uma visão global de passado, de presente e de futuro. Porquê não
aceitamos as mais valias de cada uma? Porque não colaboramos todos em pé de
igualdade, com respeito e consideração mútua?
Enterremos os machados de guerra e sejamos soldados da paz!
Enterremos os machados de guerra e sejamos soldados da paz!
De minha parte
farei o possível para procurar entendimentos. Dentro de pouco terei de deixar
todos os cargos que ainda exerço ( vice-presidente da direção da ACDM,
presidente da Assembleia Geral da AMCF), pois aproxima-se o dia do regresso a
Timor onde estou envolvido no projeto de solidariedade de construção e
funcionamento de uma escola nas montanhas de Liquiçá. O meu futuro está em Timor Lorosa’e.
Ainda que longe,
terei um enorme orgulho de constatar que Malcata vai continuar a afirmar-se
pelos seus valores, pelas suas gentes, pelos seus projetos, aproveitando os
saberes de todos, concretizando projetos que lhe darão vida e dinamismo no
presente e no futuro. A resignação e o conformismo são atitudes passivas que
levam à extinção. E nem quero pensar que a nossa terra, à semelhança de outras
tantas no interior do país está condenada ao desaparecimento por falta de
compromisso e de ação dos poderes e dos seus cidadãos que, não sabendo defender
o presente e preparar o futuro, pouco ou nada fizeram pela sua continuidade e
evolução.
Pelo bem de todos,
da nossa terra, SEMPRE!... Como diz o ditado
“ A VIDA E A LUTA CONTINUA! ”
“ A VIDA E A LUTA CONTINUA! ”
Rui Chamusco
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