31.10.08

PORQUÊ?




"Acabava de lhe levar uma chávena de café com leite.

Já estava melhor! Mas quando voltei à enfermaria, já tinha morrido"- disse o auxiliar de acção médica.

Porquê? Ainda era tão novo!

Cada dia, a cada momento, há pesoas que, no hospital, mergulhadas em profundo desespero, levam as mãos à cara e choram por um sofrimento inesquecível; choram, impotentes e desesperados, a morte inexorável.

Porquê o sofrimento?

Porquê a paralisia parcial ou total?

Porquê o cancro?

Porquê esse acidente que me vai impedir de voltar a andar?

Porquê morrer na primavera da vida?

Porquê?

Porquê? Quem me responde?

Quando penso nos mortos, na minha própria morte, nosofrimento dos inocentes, sinto-me envolvido pelo mistério.Posso intentar não pensar nisso, mentir aos outros ou a mim próprio.

Enquanto tiver cérebro e coração, este mistério há-de perseguir-me.

Quando chegar a minha hora e eu próprio penetrar na noite do sofrimento e da morte, que me restará?

Espero poder rezar então,gritando a Deus:


"Porque apagaste os sóis que Tú próprio acendeste?"


Sei que, com o coração, entenderei coisas que a minha

inteligência não me pode explicar.


Deus é amor.


Ele ama-me. Apoia-me.

Morrerei para viver para sempre num amor imortal.


Texto adaptado do livro "Amar", de Phil Bosmans, Ed.Perpétuo Socorro.

1 comentário:

Mono disse...

É engraçado, tirando a incógnita Deus da equação, esta faz mais sentido.