UMA FORMA DE SER MALCATENHO



Agosto é sinal de férias. As minhas passava-as quase sempre numa pequena aldeia da raia sabugalense, próxima do ponto mais alto da Serra da Malcata.
   Durante as férias grandes passava o tempo a brincar com os meus amigos, garotos da mesma idade que eu e que comigo andaram na mesma escola. Lembro-me de alguns: Joaquim António, Porfírio, Domingos, Augusto e outros que me esqueci. O nosso parque de brincadeiras preferido, porque não tínhamos outro, era a rua do Carvalhão e a barreira que hoje chamam rua Braz Carvalhão. Com poucos brinquedos passávamos os dias todos alegres e o nosso mundo era ainda um mundo maravilhoso. Era a verdade e quer acreditem ou não, era o melhor mundo para viver.
   Muitos anos passaram e essa pequena aldeia continua a exercer na minha pessoa um fascínio e uma vontade de lá regressar. Os dias que lá estou são bons para recuperar alguma saúde, a alegria e alguma paz interior. A minha família quando vai comigo a algum lado, fartam-se de me chamar, pois cada pessoa que encontro na rua e que pára a conversar comigo, os assuntos faz lembrar aquele dito popular que diz que a conversa é como as cerejas. É difícil parar as conversas quando os assuntos despertam interesse aos seus interlocutores. Eu sou pessoa que gosta de conversar, de partilhar alegria e interesso-me pela vida desta pequena comunidade de gente. E com tanta conversa, às vezes perco a noção do tempo. Mas são estes momentos passados a conversar nas ruas e nos cafés que ao fim do dia me enchem a alma. Ah, como eu gosto de Malcata!
P.S.:Bem vindos todos aqueles que vêm a Malcata, em particular aquelas pessoas que trabalham fora da aldeia e agora regressam.

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