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A mostrar mensagens de julho, 2014

ROUPA NOVA PARA A FESTA

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 Festa de Malcata 2014   A festa da aldeia está a aproximar-se. Este ano será dedicada ao Sagrado Coração de Jesus. Nos idos anos cinquenta, à medida que o dia festivo se abeirava havia o costume de ir comprar roupas novas e bonitas. Um dia, Sabino foi a Valverde Del Fresno comprar um par de meias para cada irmã. Ele sabia que as tinha que acautelar, o mais possível, porque os carabineiros eram intransigentes e não deixavam passar nada na fronteira, apesar de ser "cura".    Vivia-se naquela altura em Espanha, fruto da guerra, um certo anticlericalismo exacerbado. Por isso, quis acautelar-me, não fosse o diabo tecê-las, pensou.    No regresso a casa, parou para matar a sede, numa fonte manhosa e foi atrás de umas canaveiras, aproveitando para urinar e atar os três pares de meias de vidro à cintura.    Mal se pôs de pé apareceram dois carabineiros que lhe colocaram a espingarda à cara, para denunciar todo o contrabando que trazia. Para além das meias atadas à cintura trazi

MALCATA: PASSADO E PRESENTE COM FUTURO

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Crianças na Fonte da Torrinha Malcata é uma terra cada vez mais conhecida e o seu nome vem quase sempre ligada à serra com o mesmo nome e ao Lince da Serra da Malcata. As recentes mudanças e melhorias ocorridas na pacata aldeia do interior têm contribuído enormemente para manter viva uma aldeia bem portuguesa e as pessoas que nela vivem, ainda acreditam num futuro melhor. Muitos de nós recordamos aqueles tempos, não muito longínquos, em que se ia à Fonte da Torrinha ou à Fonte Velha com os cântaros de barro buscar a água para cozinhar, para lavar o corpo, para beber e claro, também para o gado. Agora a aldeia tem saneamento básico e água nas torneiras, as curvas perigosas da velha estrada para o Sabugal desapareceram e a viagem faz-se com mais segurança e conforto, graças às obras de requalificação da via. Com a construção da barragem, surgiu uma enorme albufeira que até agora só tem servido os agricultores da Cova da Beira e leva a água às casas de muita gente. Os Caminhos Rur

O PÃO DAS BOCHAS

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Bocha de pão ainda em crescimento         Todos conhecemos a importância do pão na alimentação. Conheço até quem não coma a refeição se faltar pão na mesa. Hoje para comer uma fatia de pão não dá lá assim muito trabalho, há muitas padarias próximas de Malcata que diariamente nos levam o pão a casa. Antigamente era necessário pôr mãos à obra e começar a trabalhar em  Novembro para em Junho ou Julho se poder ceifar o pão, malhá-lo, entregar as sacas ao moleiro e depois marcar um dia para o cozer no forno do povo.     Sendo eu filho de Malcata e não sendo a minha família muito abastada em terras agrícolas nem por isso deixou de semear pão e trigo, nomeadamente ao Poceirão e na Relva das Casas, terrenos cuja área e clima eram propícios para cereais.    José Rei, no seu livro "Malcata e a Serra" no capítulo "As actividades de subsistência" na página 44 dedica a sua atenção à Ceifa. Durante os meses de Junho e Julho poucas horas de descanso havia para as gent