A ALDEIA DO SOSSEGO E DO VAGAR
Há lugares neste país em que ficamos com a sensação que o tempo anda a uma velocidade mais lenta. Quando deixo a confusão da cidade e ando pelos campos e caminhos da aldeia, fico convencido que em Malcata os ponteiros do relógio andam mais devagar, as horas parecem mais longas e os dias nunca mais acabam.
Pequenos jardins, onde ouvimos o vento e os pássaros, levam-nos a olhar para as águas calmas da albufeira e dou comigo a olhar e não vejo senão água e mais água e mais água. Ó Senhora dos Caminhos, para onde estamos a caminhar?
Na aldeia é assim o trânsito nas ruas. E cada vez passam menos e o silêncio perdura durante horas e horas e raramente se ouvem as campainhas das cabras a descer a rua e aqueles inúmeros "caraços pretos de azeitona", mas que até nem eram assim tão mal cheirosos.
Os caminhos vêm da serra e vão para a serra. São caminhos ideais para esquecer os problemas e admirar paisagens de cortar a respiração. Lá do alto da Machoca, em dias claros e azuis celeste, os olhos conseguem alcançar a outra serra, a Serra da Estrela, a aldeia de Quadrazais, imaginamos os Fóios e as terras de Espanha e pensamos se por lá, as montanhas se encheram de ventoínhas que com a ajuda do vento fabricam electricidade. E até com sorte conseguimos ver a torre do Castelo de Cinco Quinas que há muitos séculos defende a história deste povo raiano.
Olhando para a imagem nem parece que é o que é. Ah meu povo, olhai para esta magnífica paisagem e digam lá se nos enche a alma! Claro que sim. Hoje Malcata proporciona estas maravilhas e muitas outras.
Não sei o que são os caraços pretos:será que queria dizer caroços
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