A MORTE É CERTA
“O culto aos mortos deve ser controlado, para não exceder a nossa
capacidade emocional e não ficarmos prisioneiros das emoções. A vida é bonita e
complexa porque tem no seu âmago ternura, amor, recordações, mas,
principalmente, tem muito de imprevisível e inesperado que nos choca,
entristece, deslumbra, fazendo-nos sucumbir ante tanto sofrimento. São as
frustrações e o sofrimento, consequentes da vida. Por isso, temos que saber
viver com sobriedade, gerindo inteligentemente essas emoções.
Não devemos ficar deslumbrados e desnorteados
com as alegrias ou com as dores, como a borboleta perante a luz. O homem tem a tentação de ser guloso
da vida, pensando que será permanentemente adoçado com o torrão de mel que, de
vez em quando, a vida lhe proporciona. O ser humano tem de aceitar que terá de
suportar dor e amargura, constantes da vida. No cemitério devemos privilegiar o
respeito e a meditação para nos tornarmos melhores, ante as memórias benditas
que os entes queridos nos legaram. O ódio e o rancor são desperdícios
que, infelizmente, só mais tarde sentimos. Estes sentimentos positivos são como
depósitos numa conta bancária que somos nós próprios, a débito, porque só os
fazem mal. Já os sentimentos positivos são créditos nessa conta e se aí
efectuarmos muitos depósitos de paz, compreensão, perdão, alegria, auto-estima,
seremos enormes capitalistas da vida.”Autor deste texto: Manuel Martins Fernandes
no livro "Memórias de Infância...Raízes do Coração"
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