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sábado, 17 de janeiro de 2009

ONDE ESTÃO OS SONHADORES DE MALCATA?

















Luís desde criança que sonhava ter um rebanho. Cada vez que via um rebanho parava logo ali para o apreciar. Mal saiu da tropa, não perdeu tempo. Foi ao banco pedir cinco mil euros e comprou 80 ovelhas. O problema foi lidar com elas, nos primeiros tempos. É que vê-las era uma coisa, mas ter de as tratar é outra. Atravessou um penoso caminho, nomeadamente para aprender a ordenhá-las. Mas ultrapassou essas dificuldades. Entretanto surgiu outro problema: que fazer ao leite? Foi a mãe que lhe deu a mão, produzindo ela os queijos, que depois o Luís ia vendendo aqui e ali.

Mas um rebanho de 80 ovelhas não era grande rebanho. Então, o Luís foi aumentando-o, até que atingiu as 250 cabeças. Com tanto gado para alimentar, enfrentou dificuldades em encontrar pasto e claro a quantidade de leite também aumentou significativamente. Que fazer? Arrendar uma queijaria foi a solução encontrada pelo Luís.

Mais tarde, abriu uma unidade nova de produção de queijo. Hoje ainda mantém algum gado, mas a principal atenção vai para a produção de queijos.

Esta é a história do Luís que li num artigo do Jornal de Notícias. É uma história verdadeira, não é nenhum argumento de tele-novela. O Luís é um dos maiores produtores de queijo de Trás-os-Montes e Alto Douro. Nasceu no concelho de Carrazeda de Ansiães e o sonho de ser pastor levou-o a produzir queijo. “Armarinho” é a marca mais conhecida que o Luís fabrica. Hoje os seus queijos são vendidos em duas cadeias de hipermercados que lhe absorvem a produção.

Eu sei que a pastorícia foi e ainda continua a ser, uma actividade praticada pelas terras do concelho do Sabugal. Também na aldeia de Malcata sempre houve grandes rebanhos. Para além do leite e dos queijos, o cabrito de Malcata é conhecido pela sua excelente qualidade. Hoje, pastores poucos há, mas a aldeia possui uma queijaria bem equipada, mas luta com grandes dificuldades para arranjar leite para a produção de queijo.Apreciadores de queijo e carne não faltam. Começa a faltar pessoas como o Luís que sonhou e acreditou que um dia seria um pastor de êxito. Para isso, além do sonho, pensou e trabalhou dia a dia para alcançar o seu objectivo.

Hoje os queijos do Luís são vendidos nos hipermercados. Também há no nosso concelho produtores que necessitam de vender o que produzem. Estou a lembrar-me dos queijos, do mel, da carne, da batata e muitos outros. Alguns de nós também sabemos que há em Portugal empreendedores ( altos cargos directivos) que também sonharam como o pastor Luís e hoje gerem cadeias de super, hiper ou Mega hipermercados. Não poderiam esses senhores ser uma porta de saída aos produtos dos nossos “pastores”?

1 comentário:

  1. Tens toda a razão João.
    Apesar de já não fazer parte da administração há um ano, mantenho as portas abertas para qualquer cooperação.
    Em tempos ainda estudei o dossier, porém havia alguns problemas como, quantidade, qualidade, logística de agrupamento, enfim aquilo que a ASAE exige, mas para tudo há solução.
    Abraço

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