MICRO-CRÉDITO GENERALIZADO

Bispo da Guarda defende micro-crédito para erradicar pobreza.
A criação de hortas sociais, lojas de produtos feitos por desempregados e medidas para recuperar habitações foram outras propostas em análise na UBI.
O bispo da Guarda defendeu, terça-feira, na UBI que a generalização do micro-crédito é o caminho «mais importante» para erradicar a pobreza.
D. Manuel Felício falava no final da sessão de abertura das I Jornadas Transfronteiriças "Pobreza e Desenvolvimento", organizadas pela Cáritas Diocesana da Guarda, Cáritas Diocesana de Salamanca e pela Universidade da Beira Interior. Na sua opinião, a medida prioritária é «levar aos cidadãos e, particularmente aos que estão em situação de pobreza, a paixão por iniciativas empresariais», defendendo o estímulo de pequenas empresas. «Temos de descobrir formas de estimular a cultura empresarial, mesmo junto de quem diz ser pobre. E não adianta dizer que não há dinheiro, porque alguém há-de financiar», adiantou.
O desenvolvimento de acções de formação e empreendorismo é proposto num relatório encomendado pela Cáritas da Guarda ao Observatório de Desenvolvimento Económico e Social (ODES) da UBI, que esteve em análise nestas Jornadas. A criação de hortas sociais, lojas de produtos feitos por desempregados e medidas para recuperar habitações são algumas das propostas para combater a pobreza nesta região transfronteiriça. Intitulado "Mais próximo do Próximo - Caracterização da pobreza na área de influência da diocese da Guarda", o documento foi apresentado na terça-feira, a par de um estudo semelhante sobre a região de Salamanca. O trabalho, citado pela agência Lusa, baseou-se em inquéritos realizados no primeiro semestre de 2006 a 400 pessoas necessitadas para definir o perfil de pobreza na área da diocese. O estudo conclui que a maioria dos necessitados são mulheres, um quarto é analfabeto e está numa situação de pobreza «que se arrasta há, pelo menos, cinco anos, sendo em muitos casos herança de gerações anteriores». Para mudar a situação, o relatório do ODES defende acções de formação destinadas a públicos carenciados e preconiza uma maior autonomia dos cidadãos, propondo a criação de lojas onde as pessoas desempregadas podem vender produtos artesanais e a criação de hortas sociais para auto-consumo. «Sugerimos ainda medidas sem custos, para avançarem já: campanhas e pontos de redistribuição de vestuário e alimentos», acrescenta Pires Manso, responsável pela investigação.













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