08/01/2025

MALCATA: VAMOS CANTAR E DANÇAR?

 

 

Foto copiada das redes sociais

   Lembram-se do que dissemos na noite de 31 de Dezembro?
 “Boas Festas e Próspero Ano Novo”, também alguns dizemos
  “Olha, para o ano, corra pelo mesmo cano”!!!
   E nada contra este costume. Todos os anos repetimos estas mesmas frases. Esta de desejar ao outro que “corra pelo mesmo cano”, é o mesmo que desejar que as coisas continuam a correr como têm corrido, ou seja, é a continuação do que não se acabou no ano velho e ao menos, manter a canalização limpa e desimpedida, é um dos 12 desejos.
     Em Malcata, terra onde nada acontece como nas outras terras, somos sempre originais na forma de levar as coisas avante. Tudo é um mistério, ninguém fala, as coisas anunciam-se e depois esquecem-se de manter a comunidade informada.
 
   O que não vão conseguir esconder, são as obras dos anos passados, tantas vezes prometidas e não cumpridas. Como não foram feitas na primeira vez que as anunciaram, voltaram à lista das obras importantes e  pensam que o povo nem dá conta. Mas, como a máquina que mede o tempo, está sempre em movimento e não podem interromper o avanço dos anos, em Malcata, há obras por fazer, que já vêm do tempo de santa Engrácia, mais parecem projectos para finalizar na semana dos nove dias!
  Este ano, que agora está a começar, vai ser uma pressinha e de muito trabalho, é que daqui a uns meses vamos para eleições autárquicas. Quem agora está na cadeira de sonho, sabe, por experiência vivida,  que tem de apresentar obra feita.
 Eles sabem que há muita falta de memória, há ainda desconhecimento e algum analfabetismo nas pessoas mais idosas. A estes dois factores há ainda um pensamento e estilo de vida conservador, muito marcado pelas crenças religiosas. A gente é humilde, pouco ambiciosa e nada aventureira, preferem cair várias vezes na conversa e nas promessas que lhes solucionem os seus problemas, os pessoais e não os da comunidade, que zangarem-se a sério, até porque têm medo de represálias!   Há que estar bem atentos aos movimentos, às conversas ou chegada de paisanos estranhos à freguesia. É assim que as coisas começam...lembro que, em anos de eleições, as obras surgem em quantidade tal que assusta. Lembram-se do que aconteceu em Malcata nos anos 2008, 2009...eu avivo a memória: ofélia club, sala das memórias, praia fluvial, antena telemóveis...etc...mais recentemente, o "rebanho das cabras" nos baldios que já levou uns milhares de euros e cabras nem sinal!
 
Lembro aos habitantes da minha aldeia que, em tempo de eleições, muitas coisas se acabam, outras se começam e ainda aparecem os partidos que estão no poder,  com projectos de interesse municipal, de interesse para as freguesias, agitando a bandeira e dizem que, só eles sabem fazer melhor…depois, ainda fazer mais e melhor! Tudo não passa de promessas e ilusionismo que o público gosta, mas não percebe porque acredita.

   Por isso, o conselho que aqui deixo é que, estejam vigilantes, tanto de dia, como de noite, porque, nunca sabemos  quando um profeta falso bate à porta, interpela na rua ou no adro, depois da missa, um hábito que se repete muitas vezes, para todo o mundo ver que até vai à igreja e só sai no fim da missa.
   Alerta e cuidado  até ao dia das eleições. Não se deixem levar pelo conto, porque quando alguém conta um conto, acrescenta-lhe sempre um ponto. Exijam papeis, documentos, peçam autorização para consultar, mostrem interesse em ser informados.
   Fiquem atentos e tornem-se bons observadores do que vai acontecendo um pouco por todo o lado, particularmente, na nossa aldeia. Talvez desta vez, lhe queiram vender uma "nova aldeia" para tratar das pessoas com doenças que emperram a memória e alguns vão simplesmente dar um passeio e depois esquecem o caminho para regressar. Olhem que já pagaram a um gabinete de "planeamento" para analisar o assunto...que promete mais uma vez, ser interesse de todos. 
   Com presépios e camiões lá se leva o povo à sede do concelho. E a estrela em cima do palco sabem quem  desta vez? O artista fez a festa, deitou fogo de artifício e o povo é que paga a festa onde ele foi um dos artistas principais e bem acompanhado das bailarinas!
   O povo gosta é de festas e bolos! O novo ano, começou alegre e aos saltos. 
    E assim se vive por terras do Sabugal, onde tudo é normal, menos eu.
                                      José Nunes Martins

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