Há tradições e
costumes que os católicos repetem todos os anos. Hoje, 1 de Novembro de 2024, é
para a Igreja Católica, o Dia de Todos os Santos.
Esta celebração serviu durante muitas
gerações para evocar todos os santos e mártires
da Igreja Católica. Atualmente, como é feriado e véspera do dia dos Fiéis
Defuntos, a grande maioria das pessoas vão aos cemitérios rezar e prestar
homenagem aos familiares e amigos já falecidos. E a Igreja Católica agora
celebra os dois dias num só.
O que importa é comprar flores, das
mais variadas cores e espécies, até podem ser de plástico. Comprar velas ou
lampiões a pilhas, uma vassoura, um balde, uma esfregona e ir ao cemitério alindar
a campa ou jazigo, gaveta ou gavetão. São gestos que são feitos em silêncio e
com muitas paragens a olhar para o alto e para as fotos dos familiares ou
amigos que tantas saudades deixaram. Eu não consigo ir ao cemitério no dia de
hoje e de amanhã. Conheci pessoas que procuraram em vida, ser boas almas,
levando uma vida normal, com dias alegres e festivos, no meio de angústias,
traições, sofrimentos…e partiram deste Mundo a pensar que ressuscitariam.
E estes dois dias são importantes na agenda
das pessoas que homenageiam os falecidos.
Hoje todos os santos são homenageados e
lembrados. E cada terra tem os seus usos e costumes. Há perguntas que é preciso
fazer:
Porque homenagear todos os santos?
Será que os santos precisam de ser
elogiados?
O interesse de elogios e rezas
(mesinhas) não serão por nosso interesse e não
dos santos?
Eles, os santos, uns conhecidos e
outros não, esperam que através dos seus testemunhos de vida já vivida, nos
tornemos em melhores pessoas.
Há momentos e
fases da vida que parece que nada está a acontecer. E nestes dias iniciais de
Novembro, podem servir para cada um de nós procurar o essencial da vida, sem
qualquer justificação ou pretexto que nos tirem da normalidade. Lutar pela
verdade e autenticidade vai-nos fazer mudar como pessoas. Aceitar que a vida é
uma passagem, um dia a seguir a outro dia que passou, fazer o que há por fazer
e não fazer para sermos vistos e aplaudidos apenas pelas nossas ambições
pessoais. Hoje celebramos em comunidade
os feitos dos santos e celebramos a fé cristã em que acreditamos. Quem celebra
a fé e o partilha com todos só interessa mesmo, quando é verdadeira, autêntica
e genuína. Passa a ser um teatro se apenas nos preocuparmos com o que representamos,
com o lugar que ocupamos, com a nossa aparência na rua e a nossa presença em
eventos festivos.
Celebrar com a comunidade aquilo que
é a nossa vida diária é partilhar aquilo que fazemos e em que acreditamos.
Bom seria sentir o desejo de mudar o
nosso coração e ganhar mais força e vontade de viver em fraternidade e em
comunhão com todos.
Nós simplesmente estamos de passagem
para…a outra margem!