A REVOLUÇÃO DIGITAL É UMA CERTEZA
Direito de acesso igual para todos |
Lembram-se do
tempo em que as pessoas tinham que ir ao comércio do Ti Varandas e da D.
Deolinda levantar as cartas vindas pelo correio? Onde é que esse tempo vai...
hoje as cartas já quase não se escrevem e existem tantas maneiras e meios de
comunicar que todos o podem fazer e sem precisar de sair de casa.
As comunicações telefónicas já são
feitas sem nos preocuparmos com o contador de impulsos, enfiamos a mão a um dos
bolsos ou das bolsas de andar ao ombro, ligamos o aparelho e uns segundos depois
encontramo-nos a comunicar com quem escolhemos e queremos.
Vistas as coisas assim, comunicar
nunca foi tão fácil. É para facilitar e aproximar, desligar ou simplesmente não
atender ou barrar o acesso que existem todos estes novos meios de comunicar.
E acreditem se quiserem, há serviços
que somos atendidos por vozes previamente gravadas e passo a passo nos
encaminham até ao número correcto para resolver o nosso problema, satisfazer o
nosso pedido, dar a leitura da água que consumimos e da luz lá de casa. Há quem
ainda não acredite, mas nem sempre do outro lado está um ser humano de carne e
osso a escutar, está apenas um computador e um cérebro artificial.
Em resumo, quando eu não quero ser
incomodado e nem quero saber do resto do mundo, desligo-me das tecnologias de
comunicação. Às vezes complica a minha vida e outras pessoas ficam tristes e
aborrecidas, mas acaba por passar e tudo fica bem.
O mesmo não deve suceder com as
entidades e os serviços públicos do Estado. Há sectores que não querem ser
incomodados e não querem dar a conhecer os problemas e os resultados do seu
trabalho. Depois quando chegam aqueles momentos das escolhas e do deita fora ou
fica mais um pouco, dão corda aos sapatos e às mãos e as comunicações já
acontecem, os sinais de fumo dão agora lugar a notícias e a partilhas, a
cliques de “gosto”, “riso”, “choro”...fotos de gente feliz e alegre e eles
lembram que lá se encontram sempre ao nosso dispor.
A Revolução Digital demora a passar
por aqui, as facilidades das tecnologias de comunicação parece que fragilizam
alguns serviços que representam o Estado, não se democratiza o seu uso e não se
incentiva o povo a usar. Apesar das resistências, das dificuldades e barreiras
que nos têm levantado aqueles que nos governam, não lhes vai servir de nada,
pois mais dia menos dia, mais ano menos ano, as comunicações e as relações
entre cidadão e autarquia local não terão uma vida fácil neste nosso mundo. Mas
até isso acontecer, cá continuarei a minha luta e o meu direito a reclamar,
mesmo condicionado e correndo o risco de não ser ouvido.
José Nunes Martins,
(Malcatenho e cidadão do mundo)
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