NESTE NATAL NÃO SE DEIXE EMBRULHAR


 PRESENTES ENVENENADOS

  
O Natal é uma das alturas do ano mais aguardadas por miúdos e graúdos. Os negociantes preparam-se a tempo e horas para nos meses de novembro e dezembro venderem tudo e mais alguma coisa, utilizando as melhores campanhas de marketing.
   As pessoas nestas datas festivas compram e algumas coisas são dispensáveis. Mas o assédio comercial é tão forte e tão intensivo que muitos não resistem e lá vão às compras confiantes que se o não fizerem perderão a oportunidade de comprar mais barato.
   Este ano a febre das promoções e dos créditos fáceis batem às nossas portas diariamente, recebemos mensagens das instituições de crédito com ofertas tentadoras e apelativas. Até parece que nos leram o pensamento e adivinharam que estávamos a pensar mudar de carro, os filhos exigem um televisor smart tv, tablet e mais rapidez na internet. Mesmo não sonhando em viajar, há quem nos queira oferecer uma noite gratuita a seguir à segunda, naquele espectacular sítio tranquilo e repousante. Até os supermercados entraram nisto de marketing natalício e da facilidade de pagar tudo aquilo que nos ajude a passar uma noite santa e alegre. Como é que eles sabem quase tudo, mas quase tudo o que nós procuramos? Como é que as grandes marcas descobrem que ando à procura de um aquecedor, de um computador, de um livro ou de uma varinha mágica? Digo isto porque cada vez que ligo o meu pc e estou no Google, sou massacrado com imagens e preços, das que foram mais procuradas por outras pessoas, comparam o que eu pesquisei com outras ofertas parecidas e ainda me brindam com os comentários de gente que comprou. Tudo entra e eu nem sequer pedi nada daquilo. Ora como não pedi também não respondo, ignoro, elimino e vai direitinho para a reciclagem, ou seja, lixo.
   Cuidado com a habilidade de algumas instituições de crédito, porque enviam uma primeira mensagem, passados uns dias enviam outra a completar a primeira. O consumidor que só leu a primeira, ficou contente com a oferta, foi na conversa  lá foi comprar baseado na primeira mensagem onde lhe dizia que “Surpresa! Não resistimos e antecipamos a sua prenda de Natal: Faca 2 compras de valor >=30€ de 7 a 30/11 e ganhe 20€ de oferta imediata na primeira compra ( de valor >=20€) entre 7 e 31/12. Saiba + em ….” Ao  passar na caixa de pagamento e no momento de exigir os benefícios da “oferta” a que tem direito, fica a saber que afinal é mentira e não leva desconto nenhum porque não leu a segunda mensagem que lhe foi enviada. Não cumpriu com o regulamento da campanha e apesar de lhe começar a subir os calores pelo corpo acima, a fila não avança, os outros consumidores impacientam-se, querem é que a menina da caixa pouse rapidamente o telefone, porque têm pressa e assim não pode ser, acaba por sair com as compras e direitinho ao “Apoio ao Cliente” tratar de resolver o problema. O consumidor continua a dizer que leu a primeira mensagem, não recebeu mais nenhuma e agora há que receber os 20€ que diziam oferecer de imediato.
   Ao menos há cadeira para o consumidor esperar sentado. A menina da caixa não fez o desconto, as três do Apoio ao Cliente também não. O consumidor falou que queria o livro de reclamações e…mais um telefonema….mais uma espera porque estava a chegar a Chefe e já tudo ficaria esclarecido. Sim chegou e foi a simpatia em pessoa e mostrou que sabe como tratar bem o cliente, pede desculpa pelo incómodo causado e solicita que deixe os dados e dentro de dias entrarão em contacto com o cliente.
      Antes de terminar deixo um alerta: cuidado com as mensagens enviadas para os telemóveis, se for ofertas de crédito, lembrem-se que o dinheiro tem um preço. Há ofertas que não são totalmente transparentes e poucos são aqueles que se dão ao trabalho de ler devagar essas mensagens. São para ler devagar, ler e seguir todos os passos que o emissor refere e nunca tomem uma decisão de aceitar a oferta sem primeiro ler tudo. Desta vez são 20€, não é muito dinheiro, mas é dinheiro e de prendas envenenadas ninguém gosta.

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