O GUARDADOR DE CABRAS
Ti Horácio, pastor de cabras A Primavera traz aos campos da aldeia de Malcata as cores das papoilas, das giestas, do rosmaninho, mas não consegue esconder o mal feito por um Inverno frio e seco. O sol já quase abalou, está um vento frio e Ti Horácio deita os olhares para a pequena capela de São Domingos, ao mesmo tempo que a mão direita tira a boina da cabeça que uns segundos depois volta a tapar-lhe a cabeça. Continua a sua vida e olha para a nuvem de poeira provocada pelas cabras que regressam do Ozival para casa, depois de um dia inteiro a pastar. - Nem no Verão elas levantam tanta poeirada! Nem no Verão isto está tão seco! Desabafa o Ti Horácio, um pouco irritado. As cabras andaram desde manhã nos campos e nos caminhos à cata de mato e pequenas ervas. Mas nem as mais novas tiveram grande sorte e o pastor lança mais um desabafo: - Ouve João, por esta altura do ano, era para andarem aos saltos além pela serra, a encher o bandulho. Mas este ano, a falta da á