LIGA BOMBEIROS PORTUGUESES

«Nos últimos três anos, o número de novos voluntários que ingressaram nos corpos de bombeiros foi superior aos ingressos verificados no triénio anterior», afirmou o presidente da LBP no decorrer de um fórum nacional sobre «o voluntariado nos bombeiros portugueses», hoje realizado em Pinhel, no âmbito do Ano Nacional do Voluntariado.




O encontro nacional reuniu cerca de 500 participantes que durante o dia ouviram falar de temas como «voluntariado para uma sociedade de valores», «voluntariado a uma só voz» e «o voluntariado e o homem do futuro».
«Saio daqui muito mais reforçado para dizer ao senhor ministro da Saúde que Alijó, como outros pontos do país, precisa de uma rede hospitalar para servir os 15 mil cidadãos que vivem no concelho», disse Duarte Caldeira no final dos trabalhos.

Segundo Duarte Caldeira, os participantes no congresso hoje realizado na cidade de Pinhel, concluíram que é necessário «reinventar o voluntariado, afirmando-o com convicção».
«Os portugueses não podem continuar a querer dispor do voluntariado nos bombeiros, como quem dispõe de mão-de-obra barata», frisou.

«Têm que reconhecer socialmente esta estrutura, os homens e mulheres que voluntariamente, mas competentemente, querem servir as comunidades na trincheira do socorro», disse.

O fórum sobre voluntariado foi organizado pela Federação Distrital de Bombeiros da Guarda, associação de bombeiros local, Liga de Bombeiros e Câmara Municipal de Pinhel.

in LUSA
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Socorro – O papel dos Bombeiros

Pouco adepto dos alarmismos como a Comunicação Social caseira, sobretudo as televisões,

tratam as notícias, preferencialmente referidas à discussão mais na moda, seja do foro económico

e financeiro (vulgo BCP), ou da área da saúde de todos nós (vulgo MS/SAP/INEM/Bombeiros).

Sou mais de aproveitar uma soneca no sofá que de ver/ouvir as mesmas notícias tratadas da mesma forma 365 dias no ano.

Razão mais que suficiente para não ter ouvido em primeira mão a já famosa chamada Codu/Bombeiros/ Vmer, tristemente ocorrida no distrito de Vila Real. (Poderia ter sido noutro

qualquer distrito, incluindo o da Guarda onde tenho algumas responsabilidades).

Alertado para o facto na tarde de sexta-feira, 25 de Janeiro, estive com atenção à notícia no «Jornal da Noite», e procurei na Internet notícias e comentários sobre o assunto.

Não posso, porque mais de 20 anos à frente de uma Associação de Bombeiros e o conhecimento que julgo ter do sistema mo não permitem, atribuir responsabilidades aos Bombeiros/pessoas

(aos muitos «senhores Machado» existentes no país) na sua qualidade de voluntários e

disponíveis mais vezes e mais tempo do que muitas vezes seria de esperar para uma acção

em prol dos outros. Sem querer assacar responsabilidades, ao ministro que terá algumas,

à estrutura do INEM, que terá a sua quotaparte, à descoordenação da comunicação entre as várias entidades envolvidas na emergência pré-hospitalar, não posso no entanto deixar

de produzir a minha opinião sobre o assunto.

E essa leva-me direito ao binómio voluntário/profissional, cada vez mais a merecer, a cada vez mais inadiável discussão clara, objectiva e sem restrições.

Ou não são os Bombeiros que apregoam o lema «Voluntários por opção, profissionais na acção»?

Antes de mais porque nos Corpos de Bombeiros, Voluntário, se é para entrar e sair: Durante a

permanência obrigam-se a cumprir as normas emanadas pelos superiores e os Corpos de Bombeiros são estruturas de comando único e vertical, pelo que a escala de serviço emanada

pelo Comandante ou por quem este delegue deveria ser a forma de ter a disponibilidade humana

para socorrer em qualquer momento. (ou avisar as populações que servem

e perante as quais assumem tantas não há socorro).

Uma responsabilidade moral e social, pelo menos pela tradição, de que das tantas às

As alterações sociais das últimas décadas fizeram com as populações exijam (e bem) aos Bombeiros maior profissionalismo, maior rigor na actuação

e que tenham permanentemente apontados os focos de todo o público

e sobretudo da comunicação social.

O comboio da profissionalização nos Bombeiros já arrancou e é «sud-express». Não pára e como se tem provado

ao longo dos anos, não são os Bombeiros e as suas estruturas (Federações e Liga) que têm força para o parar;

Muito menos com acções como a tomada no caso SAP/INEM em que a Liga abandonou qualquer das suas as negociações (qual birra de criança) porque as propostas e a Liga não o fez, não contemplavam pretensões.

Propostas são propostas e só se discutem estando presente, deixando que cada Município

contrate com a ARS as contrapartidas

que entenda para o encerramento dos SAP, e deixando as associações suas filiadas e que são a sua razão de existir, sem qualquer informação sobre o assunto.

Estranho é que ainda haja dirigentes e Comandantes que pareça não terem entendido esta realidade e mantenham a sua «quinta» como se de um feudo se tratasse e permitam

que haja casos como o do senhor Morgado, que está sozinho durante a noite e pelos vistos não no Quartel, já que referiu que teria de ir buscar a ambulância e estar a atender a chamada no telemóvel.

Não é admiração que tal aconteça devido aos escassos meios humanos, e

financeiros para a contratação de mais meios humanos, mas após pelo menos uma saída. A não garantir pelo menos uma saída em tempo útil, mais vale ter a coragem de comunicar

a ausência de serviço durante essas horas.

Para o bem e para o mal, este caso acontece menos de uma semana após a Liga dos Bombeiros Portugueses ter lançado o «Ano Nacional do Voluntariado nos Bombeiros», e em vésperas de ter lugar no Distrito da Guarda (Pinhel) um fórum sobre o

mesmo tema em que serão palestrantes personalidades tão ilustres como o padre

Feytor Pinto e o cientista Carvalho Rodrigues.

Este fórum iniciar-se-á poucas horas após escrever estas linhas. Não vou assistir, o que a minha qualidade de dirigente da federação que o organiza torna um dever,

porque um inesperado e muito incómodo problema intestinal

me não permite afastar-me de casa, e nem sei qual o sentido das apresentações. Mas sabendo todos que a crise

não é tanto de voluntariado, mas mais de disponibilidade de tempo para esse voluntariado, bom seria que de uma

vez por todas se respondesse às seguintes perguntas:

Que estatuto para os «assalariados» dos Bombeiros?

Por que convenção laboral se devem reger?A

Qual o papel que os Bombeiros pretendem na protecção civil e na emergência pré-hospitalar?

Parceiros e parte da solução ou como muitos deixam antever, parte do problema?

Qual a formação mínima (e quem a controla) para que se possa tripular uma ambulância? (se existe definição

para a formação técnica, o mesmo não acontece com a formação de outro tipo, como seja comunicação,

atendimento, etc.).

Quem não sabe não salva: Este é outro lema muito em voga nos Corpos de Bombeiros para incentivar a formação.

Mas como saber, se não houver profissionais que tenham disponibilidade de tempo para essa formação?

Não quero com isto minimizar as responsabilidades do Estado e estruturas tuteladas, mas não podemos com

estas esconder as nossas fragilidades que todos sabemos que as há: Seja na formação a que não há tempo para

assistir, seja na necessidade de mais meios humanos que os que o voluntariado e as verbas disponíveis permitem

juntar, seja no conservadorismo de alguns intervenientes que ainda vêm os Bombeiros nas décadas do século

passado. Há que ter a coragem de as assumir, e com os restantes intervenientes encontrar soluções para as

minimizar; Não se consegue certamente com notícias alarmantes e acusações mútuas.

Luís Carriço

Presidente da Direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Sabugal e Vice-Presidente

da Federação de Bombeiros do Distrito da Guarda

in http://capeiaarraiana.wordpress.com

Capeia Arraiana, 27 de Janeiro de 2008 – Artigo de Opinião de Luís Carriço

Comentários

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