PATRIMÓNIO

Do património de Malcata, realça-se a área habitacional típica, com as casas construídas em xisto e o seu interior todo em madeira da região, formando um conjunto de grande valor arquitectónico e histórico, já que a sua antiguidade é evidente. A Igreja Matriz de Malcata, de estilo barroco, com campanário adossado à fachada, duas aberturas sineiras e acesso exterior a partir do alçado lateral. A sacristia é adossada ao alçado lateral. Possui uma capela lateral dedicada ao Senhor dos Passos; arco triunfal de volta perfeita e três altares com retábulos de talha oitocentista. A Capela de São Domingos, situada a mil metros da povoação, rodeada pela floresta, é um local de culto que, pela sua localização, é muitas vezes aproveitado pelos visitantes e mesmo pelos residentes para merendas dominicais e outros convívios. A Torre do Relógio, o fontanário, o chafariz e o busto de Camões são igualmente dignos de menção. Outros locais de interesse são o miradouro, no sítio da Machoca, na Serra da Malcata; os moinhos do rio Côa que constituem uma referência na paisagem do Côa e que eram, outrora, abastecidos pela água retida nos açudes; a barragem da Senhora da Graça, com uma altura máxima de 56,5 metros e capacidade para 114 milhões de metros cúbicos de água, serve o abastecimento de água dos concelhos de Pinhel, Sabugal e Almeida; e o parque de merendas. Mais importante ainda é a Reserva Natural da Serra da Malcata, património natural de grande alcance ecológico. Abrange uma área de 21000 hectares, a qual se localiza na parte setentrional do Concelho de Penamacor e no extremo sudeste do Concelho do Sabugal. O seu ponto mais elevado tem uma altitude média de cerca de 800 metros. Aqui nascem o rio Côa, a ribeira da Meimoa e a ribeira da Bazágueda. A flora da serra caracteriza-se pela presença de folhados, carquejas, sargaços, algumas aveleiras, carvalhos cerquinhos ou cerejeiras bravas, castanheiros e sobreiros. Perto de barrancos e ribeiras existem amieiros, salgueiros e imponentes freixos. No que diz respeito à fauna, o açor, a águia-caçadeira, a águia-real, o chapim, a felosa, o rouxinol, a cegonha negra, e, mais raramente, o lagarto-de-água, o melro aquático, a lontra, o javali, o lobo e o lince ibérico fazem parte da paisagem da Reserva. Foi o lince ibérico, em grave perigo de extinção, que constituiu a razão principal de criação da Reserva Natural. Espécie que vive em locais tranquilos, cobertos de uma densa vegetação e que tem como base da sua alimentação os coelhos bravos, viu a sua sobrevivência ameaçada pela substituição do seu habitat por pinheiros e eucaliptos.

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