15/11/2024

MALCATA: CANDEIA QUE VAI À FRENTE...

 

O futuro será este?

   Alguns amigos já me disseram para acabar com o blog “Malcata.Net”. Peço-lhes que tenham paciência e que compreendam as razões por que continuo a escrever. A teimosia anda de mão dada comigo desde 2006, ano em que abri a janela do blog. Não me sinto obrigado a escrever todos os dias e essa minha postura ajuda a manter aberta a janela. Mesmo sabendo que os leitores são menos do que eu gostaria, fico sempre feliz quando consulto as estatísticas e alegra-me saber que tenho leitores espalhados pelos quatro cantos do planeta Terra. Talvez seja um dos elos dessas pessoas ao nosso pequeno mundo de Malcata. Só isso já é motivo para continuar a escrever. E nestes 18 anos que leva de vida, o Malcata.Net (aldeiademalcata.blogspot.com) tem havido sempre temas interessantes a reflectir. Não tem sido fácil escrever sobre política, sobretudo sobre a política local, autárquica. A maleita não se cura e seja quem estiver a ocupar o poder local,
as atitudes, os procedimentos não se alteram, portanto, os resultados são sempre iguais.
E então o que fazer? Desistir ou continuar a bater no molhado? O povo lá diz que a água mole em pedra dura, tanto bate até que fura!” Só que ficar à espera…cansa. E com a minha idade, sou incapaz de imitar alguns presidentes que nem pernas têm para aguentar uma campanha eleitoral. Sem qualquer filiação partidária, sou um cidadão comum e aguardo acontecimentos, anúncios, notícias que me pareçam dignas de escrever sobre elas, partilhar a minha opinião com os leitores e alegrar-me quando eles também escrevem o que pensam. 
   O futuro próximo é amanhã. Começa a estar frio e cai alguma chuva. Temos de andar com lenço no bolso para limpar as narinas. Um dia destes os meus amigos malcatenhos
vão ser confrontados com o fim da rua do Canto, que afinal é um beco, sem saída, pelo que estão a ir contra a parede. E para as eleições ainda falta um ano. Que futuro vai ser para Malcata, enquanto freguesia, se continuarem a ir pelo mesmo caminho?
   Deixemo-nos de ser “virgens ofendidas” e de dizer que a culpa é dos outros. O grande problema de Malcata é a falta de pessoas e soluções realistas para os problemas e obras que já deviam estar resolvidos há muitos anos.
   Vou dar dois exemplos: Sala das Memórias e Rebanho/Queijaria.
   Não se desprezam pessoas, animais e património. Quem vier a apresentar-se e concorrer à junta é bom que não sejam vistos como os “inimigos”, “os incendiários”, “os que dividem” ou “os que vão estragar tudo”. Não façam isso.
   Quem esteve e quem está alguma coisa fizeram, umas coisas bem mas também cometeram erros, como por exemplo, a piscina flutuante ou o corte do chorão à entrada da ponte.
   Sabemos hoje que em Malcata é possível fazer melhor, bem melhor que até agora. Então o presente mandato, têm a liberdade de fazer o que quiserem, pois são os únicos na junta e na assembleia.
   Enquanto em Malcata continuarem à espera que as coisas melhorem por milagre de Santo Barnabé, ou porque alguém de fora ou alguma associação fora dos tentáculos da câmara e da junta, vai fazer aquilo que vos compete como cidadãos, como residentes e eleitores, como tem acontecido nestes últimos anos, o melhor é tirar o curso de Treinador de Pulgas, são bichinhos fáceis de treinar.
   É por isto e outras situações que vou continuar a escrever.

13/11/2024

AS ELEIÇÕES NO LAR DE MALCATA

 

Momentos de ternura      Foto: Assm
 


   O Lar de Malcata, é uma instituição da freguesia, mas sobretudo dos seus associados, já que o lar pertence a uma associação chamada Associação de Solidariedade Social de Malcata. Isto quer dizer que, por princípio, está ao serviço da freguesia, do povo da nossa terra, mas sobretudo está ao serviço dos que lá estão e que em primeira análise sejam seus associados, que pagam as quotas, que ajudam à sustentabilidade do lar e das actividades que fazem. Isto é assim em toda a parte onde haja uma associação.

      Ora recordam-se que em Agosto deste ano foi convocada uma assembleia geral e um dos pontos da ordem de trabalhos era a eleição dos corpos sociais da ASS (lar). Já passaram quase três meses e desde que essas eleições foram anunciadas  ninguém foi capaz de informar os associados do que nessa assembleia foi decidido!  O dia 17 de Agosto já passou e quem vive fora da freguesia, continua às escuras, sem saber os resultados da eleição para os próximos anos. 
   Todos sabemos que o lar continua em funcionamento, não por informação escrita oficial, mas pelas muitas fotografias que são publicadas quase diariamente nas redes sociais. É uma prova de vida da instituição, coisa que há uns anos atrás me apontavam como "pôr tudo na internet" e até me pediam para apagar as imagens por mim recolhidas precisamente com a finalidade de aproximar a instituição das pessoas...isso são histórias passadas. Mas apesar de tanta fotografia, nenhuma informa os associados sobre o que se passou na tal assembleia de Agosto. 
   Publico de seguida a convocatória para as eleições:
     




10/11/2024

MALCATA: QUE DESTINO?

 

   No Dia do Concelho, a minha reflexão é esta:

   Na nossa freguesia, são muitos aqueles que deixaram a aldeia e partiram em busca de uma vida melhor. Não temos registo do número de pessoas que saíram e para onde foram, sabemos que deixaram a terra e foram em busca do sonho de poder construir uma vida mais digna, fazendo trabalhos diferentes daqueles que faziam nos campos da terra. Alguns nem se importaram de ir trabalhar naquilo que nunca imaginaram alguma vez na vida, mas foi o que lhe arranjaram. O que importava era o dinheiro que recebiam no final do mês, enviar algum para a família e pagar as suas próprias despesas.
   No princípio tudo é estranho e ganha-se coragem para ultrapassar todos os obstáculos
que um país estranho, uma língua que não se fala ou percebe, porque a vontade de vencer é tanta que desistir nem pensar!
   Actualmente o número de gente nascida na nossa aldeia e que está a trabalhar fora do seu espaço geográfico é maior que o número de habitantes a viver nela. Se juntarmos os mais novos, as novas gerações, rapazes e raparigas que estudam nas Universidades e escolas, mais os que estão a trabalhar em grandes empresas multinacionais, mesmo até em organismos do Estado, chegamos facilmente a um desequilíbrio nos dois pratos da balança, pesando mais o lado dos malcatenhos fora da aldeia.
   Ai destino, ai destino que é o nosso! Que destino será? Pelos vistos, a nossa gente tem tido um destino fora da nossa área espacial. Mas o pensamento dominante é que quem defende melhor os interesses da terra é quem vive e sente na pele os problemas e as dificuldades do dia a dia, seja em casa, nos campos, nos caminhos e nas ruas.
   Malcata mais parece uma aldeia daquelas onde o cidadão comum, as pessoas comuns,
não contam para nada. O destino é traçado por quem detém o poder, pois decidem o que fazer no presente e quanto ao futuro, não se está a exigir a criação das condições para que o bem comum seja tido em conta e seja partilhado quando há que decidir o que fazer, como fazer e um tempo para concretizar.
  
  

04/11/2024

MEMÓRIAS DE MALCATA-1

 

 Uma das casas mais vistas em Malcata

   Uma recordação de outros tempos. Uma casa grande, onde entrei só porque me abriam a porta. 
   Eu adorava estar na cozinha. Gente boa que ali vivia na casa grande. Como está ao lado do adro da Igreja Paroquial, é uma das casas mais vistas da aldeia. Por onde andarão os que nela viveram?

01/11/2024

QUANDO NADA PARECE ACONTECER

 


   Há tradições e costumes que os católicos repetem todos os anos. Hoje, 1 de Novembro de 2024, é para a Igreja Católica, o Dia de Todos os Santos.
   Esta celebração serviu durante muitas gerações para evocar todos os santos e mártires
da Igreja Católica. Atualmente, como é feriado e véspera do dia dos Fiéis Defuntos, a grande maioria das pessoas vão aos cemitérios rezar e prestar homenagem aos familiares e amigos já falecidos. E a Igreja Católica agora celebra os dois dias num só.
   O que importa é comprar flores, das mais variadas cores e espécies, até podem ser de plástico. Comprar velas ou lampiões a pilhas, uma vassoura, um balde, uma esfregona e ir ao cemitério alindar a campa ou jazigo, gaveta ou gavetão. São gestos que são feitos em silêncio e com muitas paragens a olhar para o alto e para as fotos dos familiares ou amigos que tantas saudades deixaram. Eu não consigo ir ao cemitério no dia de hoje e de amanhã. Conheci pessoas que procuraram em vida, ser boas almas, levando uma vida normal, com dias alegres e festivos, no meio de angústias, traições, sofrimentos…e partiram deste Mundo a pensar que ressuscitariam.
   E estes dois dias são importantes na agenda das pessoas que homenageiam os falecidos.
    Hoje todos os santos são homenageados e lembrados. E cada terra tem os seus usos e costumes. Há perguntas que é preciso fazer:
    Porque homenagear todos os santos?
    Será que os santos precisam de ser elogiados?
    O interesse de elogios e rezas (mesinhas) não serão por nosso interesse e não
  dos santos?
     Eles, os santos, uns conhecidos e outros não, esperam que através dos seus testemunhos de vida já vivida, nos tornemos em melhores pessoas.

     Há momentos e fases da vida que parece que nada está a acontecer. E nestes dias iniciais de Novembro, podem servir para cada um de nós procurar o essencial da vida, sem qualquer justificação ou pretexto que nos tirem da normalidade. Lutar pela verdade e autenticidade vai-nos fazer mudar como pessoas. Aceitar que a vida é uma passagem, um dia a seguir a outro dia que passou, fazer o que há por fazer e não fazer para sermos vistos e aplaudidos apenas pelas nossas ambições pessoais.  Hoje celebramos em comunidade os feitos dos santos e celebramos a fé cristã em que acreditamos. Quem celebra a fé e o partilha com todos só interessa mesmo, quando é verdadeira, autêntica e genuína. Passa a ser um teatro se apenas nos preocuparmos com o que representamos, com o lugar que ocupamos, com a nossa aparência na rua e a nossa presença em eventos festivos.
    Celebrar com a comunidade aquilo que é a nossa vida diária é partilhar aquilo que fazemos e em que acreditamos.
    Bom seria sentir o desejo de mudar o nosso coração e ganhar mais força e vontade de viver em fraternidade e em comunhão com todos.
    Nós simplesmente estamos de passagem para…a outra margem!

19/10/2024

O MELHOR CABRITO É DE MALCATA

 


   Foi com satisfação que vi a nossa freguesia de braços abertos a receber a iniciativa da Confraria do Cabrito na Brasa do Sabugal. O pretexto é a realização do IV Capítulo da Confraria, com sede no Sabugal e que hoje, 19 de Outubro, tem Malcata como cenário.
   Ora é conhecido por muitos da nossa região que na freguesia de Malcata o cabrito sempre foi afamado e considerado como o melhor cabrito da região. Não é de estranhar que nas conversas entre os confrades que hoje estão em Malcata, contem várias histórias com cabritos que vinham comprar aos taberneiros da terra. Havia cabras e cabritos em abundância e satisfaziam a procura, principalmente nas épocas festivas do Natal, Páscoa e os meses de férias dos emigrantes. E como era famosa a iguaria, todo o ano se vendia.
   Quando era ainda garoto, aos sábados era cena habitual ver pessoas a chegar à Taberna do Ti Joaquim Ruvino e iam acomodar-se lá ao fundo do corredor, onde a Ti Benvinda com a ajuda das filhas ultimavam os preparativos para a refeição dos visitantes. Nunca vi ou ouvi anúncios a publicitar este lugar, eu admirava-me como é que as pessoas apareciam ali, entravam e todos dali iam satisfeitos, bem-dispostos e não se poupavam aos elogios aos donos da taberna. Mais tarde entendi que o sítio era conhecido por todo o país como um dos lugares de excelência para degustar um cabrito assado à maneira e
o segredo ia-se passando de boca em boca. Estes prazeres ainda demoraram uns bons anos, muitos repetiram a visita, outros levavam para casa, também levavam para oferecer a um amigo, ao seu doutor do hospital ou a quem arranjou trabalho a um familiar.
   E na aldeia não faltava onde comprar carne de cabrito. Lembro-me do Ti Apolinário e mais tarde do seu filho Fernando que também muito cabrito eles criaram e venderam. Os pastores também faziam os seus negócios e muitas das vezes, levavam o animal ao Ti Joaquim Ruvino para que o preparasse e deixasse limpo de maneira a ser levado pelo comprador.
   Há uns tempos e a propósito do cabrito assado na brasa ou cozinhar carne nas panelas de ferro, dizia-me uma das filhas do Ti Joaquim Ruvino que não esqueceu os ensinamentos da mãe nos tempos em que o lume e as brasas produziam toda a energia necessária para cozinhar. Com os olhar dirigido para as grelhas e as mãos a colocar pratos, talheres e copos sobre a mesa, sem parar graças à dedicação e entrega que mãe e filhas sempre punham naquelas ocasiões de bem servir.
   Gostava de continuar a escrever, mas vou ficar por aqui. Apetece ainda dizer que em relação à carne de cabrito criado em Malcata, só posso ter esperança que algo de bom aconteça e depois ouvir as pessoas a dizer de boca em boca que “o melhor cabrito é o de Malcata. Souberam manter o legado e a qualidade é excelente”.
   Que este dia 19 de Outubro seja histórico para a História Gastronómica de Malcata.

  

                                                                                          

18/10/2024

CABRITO ASSADO EM MALCATA

    


   Há confrarias pelo país todo e algumas são autênticos clubes privados, associações de pessoas que se unem a defender os mesmos interesses de grupo, de sociedade e mesmo pessoais, usando a confraria para se manterem na onda.

   Louvo os confrades da Irmandade das Almas, da Confraria de Santo António, da Confraria da Senhora do Rosário e do Santíssimo. Eram confrades para voluntariamente servirem e ajudar quem precisava.
   Quanto às confrarias gastronómicas todas se reclamam defensoras de algum produto, tradição, costume e sempre que reúnem convidam outras confrarias para a festa. Ou seja, vestem as suas capas e outros complementos que pode ser um chapéu, uns bordões de madeira, um copo, muitos “pins” presos com alfinetes e estão prontos a desfilar e a mostrar-se aos outros confrades e convidados.
   Andei a observar alguns cartazes que as confrarias divulgam quando se reúnem em Capítulo. Apercebi-me que na sua grande maioria contam com a presença dos presidentes das Câmaras Municipais, dos Presidentes das Juntas de Freguesia, de outros políticos, engenheiros, doutores e professores, empresários, uns no activo e outros a viver as suas agradáveis reformas. Todos diferentes e de lugares distintos, alguns foram os responsáveis de se ter perdido certas tradições e identidades, abandono do património e do território e que pouco fazem hoje para defender o que de bom existe. E alguns afirmam solenemente que estão nas confrarias para defender e promover o que de bom e do melhor existe e se produz no território que a confraria diz defender e promover.
   Será que os confrades se apercebem do que se passa na freguesia de Malcata? Que informação lhes é transmitida sobre a freguesia, sobre os produtos com valor, com qualidade, quem os produz e em que condições os comercializa? Saberão eles quem merece o apoio e quem é apoiado, levado para todas as feiras e mercadinhos e ignoram  os artistas e empreendedores  fazer o seu próprio percurso criativo e artístico, lá partem para eventos, feiras, worshops, formações e com a aldeia no coração e no pensamento, vão às suas custas sem qualquer mimo das entidades públicas da terra, nomeadamente da autarquia, que tem o dever de defender e apoiar quem se propõe acrescentar mais valor à freguesia, divulgar a sua riqueza natural, os seus produtos. Eu, sinceramente,  custa crer que o que acabei de falar seja do conhecimento dos que amanhã estejam na freguesia e se dizem defender o território do Sabugal.  Questiono-me sobre o que irá ser transmitido amanhã quando os confrades fizerem a pergunta sagrada ao anfitrião da freguesia:
    Quando podemos preparar, distribuir pelas famílias da aldeia de Malcata um cabrito do rebanho das cabras serranas, que depois de bem confecionado, possa ser oferecido gratuitamente a quem visitar a freguesia num 19 de Outubro como o deste ano?
   É uma pergunta difícil de responder, mas se todos os confrades a fizerem a si próprios, penso que estaria encontrada uma via para o escoamento da produção do bom e do melhor cabrito na brasa do concelho do Sabugal.
   Isto de oferecer carne de cabrito por toda a freguesia parece utopia da minha parte e sei que muitos se estão a rir da ideia. E se quem degustar um naco de cabrito, um bocado de pão e um copo a ajudar, achar que é óptimo, saboroso, único, ambiente agradável, despretensioso e o deixa feliz da vida, voltar mais vezes e disser boca a boca que o melhor cabrito assado na brasa, o mais natural e que é “algu” do Sabugal, se encontra na aldeia de Malcata, ali aos pés da Serra e da Reserva Natural da Serra da Malcata?
   Assim é que respeitamos e defendemos o que é nosso, da freguesia, do concelho, saberes e sabores que os nossos antepassados nos deixaram.
   Espero ter boas notícias sobre o IV Capítulo da Confraria do Cabrito na Brasa-Sabugal e sinceramente, tenho esperança que assim aconteça.


  

 

            

MALCATA - NÃO QUER O QUE SORTELHA VAI TER !!!

COMUNIDADE DE ENERGIA INCLUSIVA DE MALCATA Reunião "OnLine" da direcção da AMCF com João Víctor, Presidente da Junta de Freguesia ...