Promessas levadas pelos ventos. Pergunto mas ninguém me diz... |
Promessas levadas pelos ventos. Pergunto mas ninguém me diz... |
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A banda da música na casa do mordomo da festa |
Nesta aldeia eu nasci e cresci |
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Rua onde nasci |
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Vista parcial da aldeia com a serra aos pés |
E quando a brincadeira nunca aborrecia, até nos esquecíamos da merenda e para ir jantar, só quando ouvíamos a nossa mãe que na varanda chamava por nós.
As pessoas adultas passavam os dias nos "chões" a trabalhar. Chegavam a casa ao fim do dia, vinham cansados, muito cheiro a suor, mas satisfeitos pelo trabalho que realizaram. Eram tão felizes assim que depois da janta ainda se juntavam para conversar, sentados à porta de casa, no pátio dos vizinhos. As mulheres gostavam de colocar a conversa em dia. As tabernas às noites enchiam-se de homens e alguns rapazes e entre um meio-traçado, meio-quartilho ou uma mini, jogavam uma "suecada" ou à bisca, também cheguei a assistir a umas partidas de "lerpa" , um jogo e não doença! Como no dia seguinte era dia de jorna, a taberna encerrava por volta da meia-noite. Todos regressavam às suas casas, melhor dizendo, a maioria entrava na casa certa e não se enganava na porta. Alguns, coitados, viviam sozinhos numa casa sem mais alma humana, como não havia electricidade, nem os calores do vinho os alumiava e algumas vezes custava a atinar com o buraco da fechadura. Mas ao fim de algumas tentativas lá entravam porta dentro. Outras vezes não entravam mesmo na casa, porque a chave não foi feita para abrir a porta da casa do vizinho. Na manhã seguinte, tudo voltava ao lugar e tudo vivia na santa paz e o importante era viver o dia alegre e bem disposto.Caminho rural até Quadrazais |
O mundo mudou e as aldeias também. Na freguesia onde nasci é hoje uma terra de passagem para Quadrazais, Vale de Espinho, Fóios...Espanha; ou de ida até ao Meimão, Penamacor...Lisboa...França...Argentina e muitos outros lugares deste mundo. Hoje é uma aldeia que não tem tabernas, tem cafés e minimercados, tem um lar de idosos e um grande cemitério. Tem tudo aquilo que fazia falta quando eu era criança, menos a escola. Tem água ao domicílio e saneamento básico, electricidade e gaz raramente falta, tem uma albufeira grande que nesta altura do ano, esvazia de água e sobram lamas barrentas.
Não tem rio, nem moinhos de água, nem lameiros que tanto jeito davam para estender as toalhas e depois as mantas das merendas.
Zona de lazer |
Mesmo com tanto, falta criar estruturas que fixem pessoas, negócios, respostas que precisamos para desenvolver a freguesia e a região.
Está visto que a beleza natural e o que a natureza oferece, para além de ser bonito de ver e apreciar, não é suficiente para cativar as pessoas. Até podem vir com a conversa das obras já feitas para criar interesse na visita à nossa freguesia. É assim, se as pessoas vierem a Malcata para ir até à praia, comer uns petiscos e uma imperial, vão ficar satisfeitas e até podem repetir a visita.
E eu pergunto: o que ganha a aldeia com esta visita de uma tarde? Quem tira felicidade e rendimento financeiro destas pessoas? Será que a freguesia só tem este destino para criar interesse em que visitem a aldeia? Quando a oferta é maior, quando se criarem estruturas âncora de restauração, alojamento, comércio de produtos locais e condições para ir a Malcata e passar na aldeia dois ou três dias, conhecer e experimentar tudo o que se oferece, então sim, o desenvolvimento e a riqueza será distribuída por todos os parceiros.
Albufeira da barragem tem forte potencial para bons projectos Dois dos símbolos que identificam o espírito malcatenho: |
Busto de Camões, em homenagem ao emigrante |
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Nicho Senhora dos Caminhos, fé e esperança pelo caminho da vida |
Durante este fim
de semana Malcata fervilha e divertem-se até quase o sol acordar. A presença
dos emigrantes, viraram a aldeia de pernas para o ar e rumam todos até ao
Rossio, o ponto mais importante da festa. É fácil sentir a presença dos jovens
luso-franceses que não precisam da companhia dos pais para “se divertirem à
grande e à francesa”, ou seja, com asas para voar por onde desejam, porque na
nossa aldeia ainda é seguro para todos. Aos emigrantes unem-se todos os
malcatenhos que estão este mês de férias e que trabalham fora da aldeia. Estes
chegaram mais rápido e menos cansados da viagem. Os que vêm lá de Paris e
arredores, têm de conduzir muitos quilómetros com a regueifa nas mãos e as
paragens deviam ser obrigatórias, mas há quem tenha pressa de chegar...
No momento em que
escrevo estas linhas, já aconteceu um dos momentos surpresa da festa deste ano.
Refiro-me á Sessão de Apresentação de um livro. Manuela Vidal é a autora do
livro “A História de Uma Borboleta Que Não Tinha Nome”. Joana, filha de Manuela Vidal, gosta de fazer
passeios pelos caminhos da pequena aldeia dos avós maternos, juntos, mãe e filha,
sempre que estão aos pés da Serra da Malcata, partem à descoberta e à aventura.
Assim e com mais uns pozinhos como de uma poção mágica se tratasse, nasceu a
linda história da borboleta que ainda não tinha um nome...A apresentação
decorreu hoje, 13 de Agosto, ao meio da tarde, no largo do Rossio. A Junta de
Freguesia de Malcata está de parabéns e sim, mostra que quando quer, sabe oferecer
programas que valorizam, enaltecem e educam as pessoas, oferecendo cultura e
alternativas para se viver feliz.
Termino com uma palavra de apreço a
todos os malcatenhos que se encontram em Malcata, um louvor à Junta de
Freguesia que patrocina a Festa e aos mordomos que também andam animados e tudo
estão a fazer para que a Festa seja fantástica.
Por fim, uma saudação carinhosa e
especial para a Manuela e a Joana e ao marido e pai Rui.
José Nunes Martins
A Junta de Freguesia de Malcata, no dia 8 de Agosto de 2022, pelas 21:57 horas, colocou um aviso na sua página das redes sociais, informando que mandou efectuar a análise
microbiológica e físico-química à água da Fonte das Bicas (Fonte da Torrinha). A análise efectuada deu como relatório que a água se encontra imprópria para consumo humano.
A autarquia aconselha e alerta a população e visitantes para restringirem ao máximo a utilização da água que ainda brota na bica do fontanário.
AVISO À POPULAÇÃO
O mais recente relatório de ensaio à água do fontanário público situado na Praça do Rossio - Malcata foi considerada como "água microbiologicamente imprópria para consumo humano".
Desta forma alertamos toda a população para a não utilização desta.
A Freguesia irá reforçar a realização das análises e qualquer alteração será comunicada à população.
Freguesia de Malcata
+++
Uma nota pessoal:
Aos que estejam interessados em conhecer e a saber mais informação sobre este fontanário,
basta clicar no link a seguir:
https://aldeiademalcata.blogspot.com/search?q=fonte+da+torrinha
José Nunes Martins
Placas de fibrocimento à espera do vento! |
Só quem joga é que pode ganhar |
No nosso país, há muitos proprietários que desconhecem os
terrenos que dizem ser seus, seja por heranças recebidas ou outros meios.
É por isso importante elaborar o
cadastro por todo o país. Assim, o Governo decretou que todos os donos de
terrenos têm que fazer o cadastro. Para que o processo seja menos complicado,
mais rápido e mais aceite, criou o BUPi
(Balcão Único do Prédio). O concelho do Sabugal é já um dos municípios que
aderiu a este banco de registo.
Ontem, 1 de Agosto, em Malcata, decorreu
uma sessão de esclarecimento sobre o tema do cadastro dos terrenos. Segundo o
que consegui apurar, poucas pessoas apareceram no salão da Freguesia e sede da
ACDM, na Rua da Escola Primária.
Será que em Malcata já está feito o cadastro dos terrenos?
As pessoas não estavam ao fim do dia de ontem na freguesia?
A comunidade foi devidamente informada e sensibilizada para participar?
Agora que a reunião passou, o que se aprendeu?
Que compromissos ficaram escritos?
Que outras acções vão ter lugar?
Estou surpreendido, pela indiferença, das gentes da freguesia no que diz respeito
ao património comum e particular.
Não meus caros, assim não saímos do estado em que está a floresta e a vida de
toda a comunidade! Assim nem o lince ibérico desejará vir. Mas, quando a tragédia chegar, nem Cristo nos vai valer,
pois está fartinho de nos enviar uns avisos!