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5.8.21
ALGUÉM SABE ALGUMA COISA?
Não foi hoje, nem no ano passado ou nem sequer em 2013, que mantenho este blog sobre a terra onde um dia nasci. Aqui tenho expressado o que é para mim a freguesia de Malcata. Sei que são muitos os malcatenhos e pessoas amigas, outras nem tanto, que me visitam periodicamente e eu reconheço não ser o único malcatenho a gostar desta terra beirã. Há com certeza muita gente que gosta da aldeia tanto quanto eu, ou até mais, pelo menos assim pensam! Contudo, sendo malcatenho por direito e não por “geminação”, tenho esse privilégio e até o dever de olhar para esta terra à minha maneira, que tanto pode ser igual como ser bastante diferente da de outras pessoas. Chegados aqui, a Agosto de 2021, tenho o direito, como malcatenho, de perguntar aos malcatenhos se, já sabem alguma coisa acerca das próximas eleições para a Assembleia de Freguesia de Malcata?
José Nunes Martins
26.7.21
A REVOLUÇÃO DIGITAL É UMA CERTEZA
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| Direito de acesso igual para todos |
Lembram-se do
tempo em que as pessoas tinham que ir ao comércio do Ti Varandas e da D.
Deolinda levantar as cartas vindas pelo correio? Onde é que esse tempo vai...
hoje as cartas já quase não se escrevem e existem tantas maneiras e meios de
comunicar que todos o podem fazer e sem precisar de sair de casa.
As comunicações telefónicas já são
feitas sem nos preocuparmos com o contador de impulsos, enfiamos a mão a um dos
bolsos ou das bolsas de andar ao ombro, ligamos o aparelho e uns segundos depois
encontramo-nos a comunicar com quem escolhemos e queremos.
Vistas as coisas assim, comunicar
nunca foi tão fácil. É para facilitar e aproximar, desligar ou simplesmente não
atender ou barrar o acesso que existem todos estes novos meios de comunicar.
E acreditem se quiserem, há serviços
que somos atendidos por vozes previamente gravadas e passo a passo nos
encaminham até ao número correcto para resolver o nosso problema, satisfazer o
nosso pedido, dar a leitura da água que consumimos e da luz lá de casa. Há quem
ainda não acredite, mas nem sempre do outro lado está um ser humano de carne e
osso a escutar, está apenas um computador e um cérebro artificial.
Em resumo, quando eu não quero ser
incomodado e nem quero saber do resto do mundo, desligo-me das tecnologias de
comunicação. Às vezes complica a minha vida e outras pessoas ficam tristes e
aborrecidas, mas acaba por passar e tudo fica bem.
O mesmo não deve suceder com as
entidades e os serviços públicos do Estado. Há sectores que não querem ser
incomodados e não querem dar a conhecer os problemas e os resultados do seu
trabalho. Depois quando chegam aqueles momentos das escolhas e do deita fora ou
fica mais um pouco, dão corda aos sapatos e às mãos e as comunicações já
acontecem, os sinais de fumo dão agora lugar a notícias e a partilhas, a
cliques de “gosto”, “riso”, “choro”...fotos de gente feliz e alegre e eles
lembram que lá se encontram sempre ao nosso dispor.
A Revolução Digital demora a passar
por aqui, as facilidades das tecnologias de comunicação parece que fragilizam
alguns serviços que representam o Estado, não se democratiza o seu uso e não se
incentiva o povo a usar. Apesar das resistências, das dificuldades e barreiras
que nos têm levantado aqueles que nos governam, não lhes vai servir de nada,
pois mais dia menos dia, mais ano menos ano, as comunicações e as relações
entre cidadão e autarquia local não terão uma vida fácil neste nosso mundo. Mas
até isso acontecer, cá continuarei a minha luta e o meu direito a reclamar,
mesmo condicionado e correndo o risco de não ser ouvido.
José Nunes Martins,
(Malcatenho e cidadão do mundo)
4.7.21
MALCATA: A CEREJA QUE A ZONA LAZER MERECE E NÃO TEM
Josnumar
( José Nunes Martins )
2.7.21
MALCATA: PARQUE DE MERENDAS À ESPERA DE LIMPEZA
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| Parque de Merendas de S. Domingos, foto de 2012, com painel caído por terra. |
Parque de Merendas abandonado e à espera de limpeza!
O Parque de Merendas de São Domingos, na nossa freguesia, encontra-se abandonado e precisa de uma boa limpeza, substituição do mobiliário urbano que já deixou de ser útil a quem dele precisar recorrer. Quem vai visitar aquele espaço encontra um parque com um par de mesas e bancos onde ainda dá para estender a toalha de piquenique e comer sentado o farnel. Água também jorra na torneira do chafariz, quanto a vedações e mais bancos em madeira, não arriscar é o meu conselho de amigo.
Quando em 2017, a poucos meses das eleições autárquicas, experimentei ir no meu automóvel até à Capela de São Domingos, percorri a nova calçada em cubos de granito pensei que finalmente iam tratar do Parque de Merendas e tal como estavam a melhorar a Zona de Lazer, também aquele parque o merecia ser.
Eu pensei assim e deixar de pensar assim quando parei o carro ao lado do cruzeiro em pedra. Tudo na mesma ou pior, é que nem o painel que anunciava o Parque de Merendas de São Domingos foram capazes de recolar no seu lugar.
Quem for até à capela de São Domingos, apanha uma desilusão enorme e tal como me aconteceu a mim, fiquei triste e perguntava a mim próprio das razões do cenário que via à frente dos meus olhos.
Durante muitos anos, o povo da freguesia não se importou da terra e do pó que tinha de pisar e limpar, com fé e força nas pernas e braços sempre marcava presença nas festas ao São Domingos. Houve um ano que foi a última festa e a última procissão. Até a capela ficou vazia de imagens e foram acolhidas na Igreja Matriz, lugar bem mais próximo do povo e mais seguro da cobiça alheia. Passados quatro anos, a Rua da Capela lá está bem calçada e facilmente chegamos ao Parque de Merendas. E depois? A obra foi paga com o dinheiro da empresa que construiu o parque eólico e o caminho passou a rua, rua essa que nos leva a um dos lugares com uma importante história religiosa e muita devoção. Mas desde que o povo deixou de ir lá no cumprimento dos rituais religiosos, aquele monte entrou em decadência e no esquecimento. E hoje é um parque vazio de pessoas mas cheio de ervas naturais que escondem bancos podres e vedações a cair aos bocados. Este ano já visitei o parque das merendas uma três vezes, tendo a última sido nos princípios de Junho, altura em que gostei de olhar para os dois palmos de terra limpa em volta do tronco das árvores e a erva tinha levado uma aparadela naqueles sítios de maior crescimento. Todas as outras situações não tiveram a mesma sorte e como estavam assim ficaram.
Aproxima-se mais uma das minhas idas à aldeia para tratar assuntos de interesse familiar e pessoal. É quase certo que vou visitar aquele sítio da nossa aldeia, lugar rodeado de simbologia e cuja tranquilidade me atrai.
Será que vou ganhar uma surpresa daquelas boas surpresas?
Tomara que assim acontecesse!
Josnumar
(José Nunes Martins)
30.6.21
MALCATA: O QUE É PRECISO PARA SER MALCATENHO?
Já gostei mais de ir à minha aldeia. As últimas vezes tenho vindo de lá com vontade de não voltar tão cedo. Era costume nas vésperas da ida andar entusiasmado e ansioso por chegar o dia da viagem. E depois de lá estar, não me apetecia pensar no dia do regresso à cidade. Agora, basta uns dias na terra e na casa onde nasci para ter vontade de meter tudo na carrinha vermelha e não voltar.
É estranho este sentimento e tenho andado a reflectir nas causas que estão a influenciar este afastamento e distanciamento. É verdade que não gosto de muitas situações com que me deparo quando estou na aldeia. Entristeço-me quando caminho por algumas ruas e reparo no número de casas vazias, com telhados podres e telhas partidas, outras têm janelas de madeira sem vidros, portas de madeira entre-abertas e com um monte de pedras que não deixam sequer entrar na loja. O perigo maior vem dos beirais dos telhados mais antigos, onde as telhas e lascas podem deslocar-se e colocar em perigo a segurança de animais e pessoas que ali passam. E que tristeza me dá olhar para as borradas cinzentas para segurar as pedras de xisto ou substituir telha antiga por chapas vermelhas, que protegem a casa da chuva, mas de belo nada têm. Talvez por isso lhes chamam“subtelha sandwich”, tipo comida rápida, chamada de “comida de plástico”, muitos gostam e outros dispensam, preferindo produto original, da região, feita de bom barro e não de chapa pintada.
São estas coisas que me entristecem. E outras coisas parecidas a estas, que por serem antigas, quando é para mexer nelas, escolhem o modo mais fácil e mais rápido. É deles e os donos é que sabem, são eles que escolhem e decidem como querem fazer a reparação, a substituição do telhado, da porta ou segurar as paredes barrigudas. E se é para fazer, então quanto mais depressa e mais económico melhor. E eu, nascido na aldeia e com mentalidade de cidade, digo a minha opinião, escrevo, publico fotografias, pergunto, critico e sugiro alternativas.
Uns aplaudem, outros mandam bocas quando passo na rua e juntam-se aos que se acham donos de tudo e da aldeia. Mesmo que eu tenha liberdade de pensar e escrever, dizem que me devo calar, deixar andar, não me incomodar com o que os outros fazem, deixá-los andar já que não é da minha conta e responsabilidade.
É por estas afirmações que já me começo a sentir estrangeiro na aldeia onde nasci e vivi, que também foi onde viveram os meus pais. Quando me dizem que eu “já não és de cá, és do Porto, vai mas é para a tua terra”, ou “só prejudicas a terra, não gostas disto”, “olha, tudo o que dizes a mim entra a 100 e sai a 1000”, ou esta assim “quando tu nasceste, eu já comia feijão! A ti já eu te conheço!”
Serei o único a ser assim tratado ou existem por aí mais pessoas assim?
É que se eu for o único, o indesejado e inimigo da aldeia, considerado assim por escrever o que penso, sinto e falo à cerca das ruas, das casas, da água, da luz, das calçadas, das fontes, das rampas, das praias e das piscinas, das multas e das obras, das festas e do passado, do presente e do futuro...se me demonstrarem que eu sou o único a pensar assim, só me resta uma escolha, mesmo que difícil. Primeiro que tudo quero que me digam claramente se vivem no paraíso e eu sou aquele “diabo” que gosta de inventar e fomentar divisões, mal-entendidos e guerras. Quando uma pessoa é hostilizada e marcada como inimiga e má pessoa e no seu íntimo ela se sentir bem consigo mesma e com Deus, o que fazer então?
José Nunes Martins

