
O Jornal Cinco Quinas entrevistou o senhor
José Alves Escada da Costa, na qualidade de Presidente da Direcção da A.M.C.F.( Associação Malcata Com Futuro ),com sede na Praça do Rossio, nº13, na nossa aldeia de Malcata. O
Jornal Cinco Quinas achou por bem dar a conhecer a todos leitores com
assinatura digital e na edição mensal em papel, esta maneira diferente
de olhar para o Concelho do Sabugal, território vastíssimo, uma região
com riquezas naturais únicas, onde o lince ibérico,apesar da sua
ausência, ainda é o maior elo da ligação do mundo à Reserva Natural da
Serra da Malcata e onde crescem importantes manchas florestais que
muito ainda tem por explorar.
E
José Alves Escada da Costa aproveita para fazer o balanço dos 19 meses
de existência da A.M.C.F., uma associação gerada na sociedade civil,
com pessoas inconformadas e pró-activas, dispostas a trabalhar em
parceria com todas as instituições públicas, como seja a Câmara
Municipal, as Juntas de Freguesia e outras entidades.
O presidente
da AMCF começou por referir as dificuldades que têm tido em fazer
passar a mensagem da necessidade do desenvolvimento, pelo menos em
algumas franjas da população. Mas espera e acredita que com o projecto
"Malcata - Aldeia Autossustentável" vai ser possível inverter a situação e colocar a aldeia de Malcata como um bom exemplo do desenvolvimento sustentável.
Legenda:
CQ ( Jornal Cinco Quinas )
JEC (José Escada da Costa )
CQ - O que é a Associação Malcata Com Futuro (AMCF) ?
(JEC) – A AMCF foi constituída em julho de 2015.
Trata-se de uma Associação sem fins lucrativos para a Economia Cívica.
Pretendemos apelar ao empreendedorismo e à inovação na exploração dos recursos.
Pretendemos identificar potencialidades e oportunidades para gerar economia,
nomeadamente, as ligadas à marca “Lince da Malcata”, aos Parques Eólicos, à
Barragem do Sabugal, à Reserva Natural da Serra da Malcata, à Serra,
propriamente dita, ao turismo sustentável. Queremos contribuir também para que
surjam empreendimentos – âncora que tragam emprego e arrastem outros
investimentos.

CQ – A AMCF nasceu apenas da
necessidade de dar voz à chamada sociedade civil, ou teve por base outros
pressupostos?
JEC – O surgimento da AMCF teve causas próximas e outras
mais distantes. As mais distantes estão relacionadas com a forma como foi
construída a barragem do Sabugal, com a não concretização de um apelidado
“projeto Ofélia”, com a implantação de um parque eólico, com 19 turbinas, às portas
da aldeia. Um conjunto de cidadãos de Malcata considerou que, em todo esse
passado, ouve omissão, ausência de informação, de envolvimento da população, em
suma, reduzida liderança por partes dos eleitos. Um rio lindíssimo foi
substituído por uma barragem, construída sem estudos de impacto ambiental e sem
medidas de minimização e de compensação. Um paredão planeado, prometido e não
construído. As inúmeras expectativas criadas em relação ao dito “empreendimento
Ofélia” saíram completamente goradas. Um parque eólico que ia crescendo e
impactando sem que ninguém questionasse.
A gota de água foi a ampliação do parque eólico de 19 para 25 turbinas. Aí, o
tal grupo de cidadãos disse basta e passou à ação, através do Movimento Malcata
Pró – futuro. Esse Movimento aproveitou a consulta pública obrigatória e
desenvolveu um processo reivindicativo, mediático e dialeticamente muito bem
suportado. Processo esse que culminou com a criação da AMCF. Uma Associação com
objetivos inovadores. Uma Associação que privilegia interesses de médio e longo
prazo, na linha da sustentabilidade (económica, social e ambiental). Uma
iniciativa de cidadãos livres e independentes.

CQ – Quase dois anos depois de ter
sido criada, AMCF está a cumprir a sua missão?
JEC – Ao trabalharmos sobretudo no domínio do imaterial,
iniciámos um projeto ambicioso, com reduzidas possibilidades de ser, de
imediato, plenamente entendido pela grande maioria da população.
Nestes dois anos a AMCF desenvolveu um vasto conjunto de iniciativas conforme
se pode verificar no Relatório de Atividades publicado no nosso site. Em 2015 a
atividade mais importante foi a Audição Publica em que nos apresentámos à
população, dissemos ao que vínhamos e o que pretendíamos. Foi uma iniciativa
inovadora e muito participada. Em 2016 a atividade mais importante
relacionou-se assim com a floresta. Malcata tem quase tudo. Tem uma ampla
mancha florestal. Tem baldios florestados. Tem uma ZIF (Zona de Intervenção
Florestal). Tem uma equipa de Sapadores. Tem um grande consumidor de energia, o
Lar. O que lhe falta então? Falta colocar todos esses …
(CONTINUA)
Podem ler a entrevista clicando neste link:
Algumas informações importantes sobre o presidente da AMCF: