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25.12.23

ONTEM FUI À MISSA DO GALO

Fogueira de Natal em Malcata



 

   Aquela noite era marcada pela Missa do Galo, pela fogueira no adro da igreja, pelas filhoses e pelo frio fora das casas. As noites eram muito frias, algumas vezes chovia ou nevava e as pessoas procuravam aquecer-se antes de entrar na igreja. A porta ficava aberta, pois era com o calor da fogueira a arder no adro que se aquecia o Menino Jesus, que tinha acabado de nascer na manjedoura.
   A fogueira de Natal costumava ser da responsabilidade dos rapazes que nesse ano já tinham sido chamados à inspecção militar. Nos dias anteriores a 24 de Dezembro pediam os carros de vacas a quem tinha e iam para as tapadas arranjar troncos de castanheiros velhos e já secos, giestas, matos mais pequenos e traziam toda essa lenha para o adro da igreja. Nesses tempos não havia os tractores e a Junta de Freguesia também não tinha nenhum. O trabalho fazia-se todo manualmente e como havia muitas pessoas a viver na aldeia, os campos andavam muito mais limpos, o mato e os troncos escasseavam e os rapazes tinham alguma dificuldade em arranjar lenha em quantidade suficiente que desse para fazer uma fogueira grande e que aguentasse toda a noite a arder. Para ultrapassar essa dificuldade havia que ir à procura de paus e tudo o que ardesse. Na tarde de 24 à medida que as horas passavam os lavradores da aldeia tinham a preocupação de guardar as cargas de lenha que tinham nos currais e tratavam de a acautelar dentro da loja ou no palheiro, pois sabiam que os rapazes lhes iriam pedir para dar lenha para a fogueira. Sempre deixavam alguns paus para contribuir, mas guardavam a melhor. Mas quando a rapaziada pedia lenha e o dono da casa não dava, ou os enxotava, os rapazes iam embora dali para outra casa. Mais tarde, regressavam e encontravam sempre alguma coisa para levar, podia ser um portão de madeira, uma cancela, a rabiça do arado, umas tábuas velhas, pois as pessoas se queriam ter fogueira de Natal, tinham de contribuir com a oferta de lenha. Havia algumas zangas e troca de palavras, mas no fim todos compreendiam estas atitudes da juventude.
   Depois da Missa do Galo as pessoas rodeavam a grande fogueira e ali permaneciam a conversar, a recordar outros anos e outros natais. Os rapazes juntavam-se às raparigas e cantavam canções tradicionais acompanhadas do acordeão. Apareciam chouriças, morcelas, pão, vinho e seguia a festa que terminava com uma ronda a pé pelas ruas e sempre a cantar as populares músicas de Natal.
   Esta forma de celebrar a noite da Consoada ainda hoje acontece na aldeia. Ainda se faz a fogueira e pelo que sei, é tarefa para os rapazes e homens adultos, que com ferramentas e máquinas recolhem a lenha e numa tarde tudo fica prontinho para arder. Cá para mim, as mulheres não aparecem porque ficam em casa a fazer as filhoses…
   Que o Natal seja celebrado por todas as pessoas da nossa aldeia, também por todos os malcatenhos espalhados pelo Mundo. Que o Natal seja sinal de vida, de ternura, de amor e de esperança. Alegrem-se os céus e a terra…

 

24.12.23

PORQUE É NATAL

                       BOAS FESTAS



 Que a alegria seja a razão para sorrir e partilhar a magia e o espírito deste Natal.
 Boas Festas!
 São os desejos do blogue Malcata.Net a todos os seus leitores, seguidores e amigos 
ou simples visitantes.


15.12.23

VENHA LÁ ESCOLHER A PLACA

 

                                                               

Novo modelo de placa
(
 Material plastificado e cuja cor
desbota com o sol)
Placas antigas

QUAL PREFERIR?





(
Material de pedra granítica/mármore)

   Quantos se preocupam com isto? Alterar algumas situações até são fáceis de resolver. Outras são mais difíceis e para serem alteradas como devem ser, cumprindo os regulamentos em vigor, demoram muito mais tempo, tem que se dar conhecimento público e ouvir os fregueses, levar o assunto a uma Assembleia de Freguesia, discutir, aprovar e enviar para uma comissão que ainda vai analisar o pedido(s) e dizer se é a favor ou contra. Alterar as coisas leva o seu tempo!
   Vamos todos defender os nossos sinais, as nossas marcas que nos identificam como malcatenhos?


12.12.23

ÚLTIMA SESSÃO DA ASSEMBLEIA DE FREGUESIA DE MALCATA

                      DIA 18 DE DEZEMBRO DE 2023, ÀS 20:00 NA JUNTA DE FREGUESIA

   Está anunciada a próxima reunião da Assembleia de Freguesia de Malcata. No cumprimento da Lei 75/2013 convocou-se a sessão da Assembleia de Freguesia para o próximo dia 18 de Dezembro, às 20h
na sede da Junta de Freguesia de Malcata. 
   Como podemos ler no edital divulgado, vai ser uma reunião bastante interessante, pelo menos em dois pontos da Ordem de Trabalhos. Na Ordem do Dia o ponto nº2 é a apresentação do Plano e Orçamento da Freguesia para o ano de 2024, documento que deve estar votado e aprovado este ano. Saber quais são as ideias e planos que a Junta de Freguesia deseja levar a cabo durante o próximo ano, claro que tudo tem um preço e é importante sabermos com que dinheiro a Freguesia pode contar para investir e gastar. 
   Vamos depois para a análise do ponto 3 que, verdade se diga, surpreende pelo tema que se vai discutir e votar. A toponímia da nossa aldeia foi um dos temas que eu este ano insisti falar neste espaço da internet. Fico contente por ser a toponímia da nossa aldeia levada a discussão na Assembleia de Freguesia, O ponto três da Ordem de Trabalho refere diz-nos que parece que vai haver alterações na toponímia da aldeia. Neste momento não tenho qualquer informação sobre o que vai ser ou não alterado na toponímia, um assunto que é referente às placas dos nomes das ruas e lugares, identificação de monumentos, informação de serviços e lugares. Portanto este tema é imenso e gostava que até ao dia 18 de Dezembro, antes da realização da dita reunião onde se vai discutir o assunto, a Junta de Freguesia pusesse  à disposição dos cidadãos  residentes e não residentes (malcatenhos) aquilo que se vai apresentar, discutir e aprovar. 
   Sabemos todos que a participação do povo nestas reuniões é quase nenhuma,;
   considerando a importância do ponto nº1 e 3 para toda a freguesia e cidadãos em geral;
   vivendo os malcatenhos espalhados por todo o mundo e ligados à terra, venho sugerir à Junta de Freguesia de Malcata que trabalhe na promoção desta reunião tão importante, chame à sede da Junta de Freguesia, a casa da democracia desse local, todos os que nele habitam e trabalham e divulgue pela internet as suas intenções e planos futuros.
   Por Malcata, Naturalmente!
                                                           José Nunes Martins








   Estas imagens trazem uma coisa em comum. Observem-nas e digam alguma coisa!

21.11.23

EM MALCATA CONTINUAMOS À ESPERA DAS CABRAS SAPADORAS

 Nos baldios da freguesia de Malcata investiram-se 300 mil euros, construiu-se edifício de apoio, vedação, equipamento para a ordenha mecânica, plantações e sementeiras. 
Instalações novas desocupadas e nem sinais de pastores e de cabras!



                                                                                        

AgroRaia 2019 - Apresentação do Rebanho

   Deixo aqui o meu desagrado por não se saber quase nada sobre a obra que a Junta de Freguesia de Malcata assumiu realizar nos baldios da nossa aldeia. É para mim preocupante e estranho o facto de não se saiba o estado actual dessa importante obra.

   Desde o início do processo que procuro acompanhar o decorrer da obra e claro, naquela espectativa de ver o rebanho em pleno funcionamento. Estranhei que tenha sido a Junta de Freguesia a mandar elaborar o projecto e não ter sido a Assembleia de Compartes dos Baldios a assumir esse mesmo empreendimento. Até porque mais tarde, as duas entidades tiveram de realizar cada qual a sua Assembleia Geral, tendo ficado firmado um protocolo e ficado decidido que a obra ficaria sob responsabilidade da Junta de Freguesia. E na verdade, a obra foi apresentada aos apoios da União Europeia e em 2019 veio a confirmação. O subsídio não vai cobrir todas os valores da obra, por isso a Junta de Freguesia solicitou um apoio financeiro à Câmara Municipal, que foi aprovado e edifícios de apoio, que segundo o Presidente João Vítor, está praticamente concluída.
   O tempo está a passar e parece que nada acontece nos baldios da nossa freguesia. Os edifícios mostram-se prontos para quem olha para eles de fora, conseguimos ver que a vedação exterior, constituída por suportes em ferro e rede ovelheira, está terminada. Já quanto ao interior do edifício, a última visita que fiz ao local, encontrei todas as portas fechadas e foi impossível ver como as coisas estavam. A verdade é que já passaram praticamente três anos, as máquinas e os operários já não andam na obra e o silêncio é revelador da ausência das cabras no “bardo”.
   Todas as vezes que escrevi sobre este projecto, não conheci qualquer opinião, qualquer manifestação a favor ou contra, deixando em mim alguma preocupação e estranheza. Não há fregueses, nem compartes interessados na colocação das cabras nos baldios da nossa freguesia? Será que não é importante saber como está a decorrer esse importante projecto, de tão interesse para a freguesia e também para o concelho?
Os 233,000,00 euros gastos nos edifícios, mais os 33,000,00 euros na vedação, a que se somam mais 23,000,00 euros em equipamento de ordenha mecânica, 13,000,00 euros em pastagens, mais ainda o que está em falta, as cabras, os pastores, a água…não desperta nenhuma curiosidade nas pessoas? E os prazos, os compromissos assumidos, as responsabilidades assumidas no controlo do andamento do projecto e sabe-se mais não sei quantas decisões que têm de ser tomadas? Estes valores que aqui refiro são aproximados e não pensem que são precisamente assim. Uma certeza eu tenho, que qualquer pessoa pode confirmar que estes números pecam por defeito e não por excesso, facilmente confirmados na página dos ajustes directos já assumidos pela Freguesia de Malcata. Pode consultar aqui: https://www.base.gov.pt/.
   Todos sabemos que os Baldios da Freguesia de Malcata são propriedade da Assembleia de Compartes, com a gestão entregue à Junta de Freguesia, que assume o Conselho Directivo dos mesmos.  Contudo, as contas da Junta de Freguesia estão separadas das contas dos baldios. E da mesma forma que a Junta de Freguesia tem a preocupação de honrar os compromissos que o executivo assume, também o mesmo deve ter em conta quanto aos compromissos que assumiu em nome do Conselho Directivo dos Baldios. Quando a situação é deixada arrastar, ainda que haja protocolos assinados e assumidos, está muito dinheiro em causa. O actual executivo, que decidiu dar continuidade ao projecto, e bem, não pode simplesmente deixar correr o tempo e chegar ao fim deste mandato e deixar um “elefante branco” na serra. O “animal” existe e toda a gente sabe disso, ou seja, há obra feita e muitos continuam a acreditar que é um investimento de interesse para a freguesia.
   Sendo eu um dos entusiastas deste projecto, também na qualidade de comparte, sabendo que é uma obra importante, quero deixar bem claro que faz falta mais informação aos compartes, aos malcatenhos, para desse modo este sonho não se transforme num pesadelo ou num naufrágio a poucos metros da praia.