Fernanda Antunes
Sentidos sentimentos a todos os familiares.
Paz à sua alma !
"A vida é feita de nadas, de grandes serras paradas à espera de movimento". Miguel Torga
Cuidar das pessoas é tratar bem os seres vivos |
Já alguém reparou o estado em que deixaram as três árvores junto à
entrada do cemitério?
Para mim é gritante a falta de respeito
pelas árvores e até diria que estamos perante um crime ambiental. Não há um
único ramo digno desse nome e não há sombra que refresque nos dias de calor. É
uma tristeza e um mau exemplo para uma freguesia que se quer afirmar Malcata,
Naturalmente!
Qualquer pessoa sabe que as árvores
são seres com vida, dão sombra, abrigo e ajudam a purificar o ar. Tratar das
árvores é cuidar delas. Não se cortam ramos das árvores de forma tão drástica.
Onde está a copa e porque insistem nestas podas assassinas? Há erros que
acontecem e compreendemos que todos erramos. Mas no que diz respeito a estes
erros de podar árvores nos espaços públicos da nossa aldeia, repetem-se e
ninguém se manifesta. Esta prática e esta tão “carinhosa” forma de cuidar do
património comum, tem de acabar! Será que pensam que lhes estão a dar força e
saúde ao tratá-las assim? Estes procedimentos só podem ser mandados executar
por gente fraca, egoísta, sem coração e irresponsável. Podem até pensar que as
árvores não deviam estar naquele local, ou que não embelezavam a entrada do
cemitério, que tinham interferência no bom funcionamento dos portões de ferro.
São três árvores públicas e fazem parte do património público, logo posso
chamar-lhe um crime contra o património da freguesia e um crime ambiental.
Acabaram por destruir um bem que tinha a função de colorir aquele local onde
estão muitas saudades escondidas. Já aconteceu a mesma tragédia com o chorão
verde do jardim da ponte. Lá continuam os cotos secos e com os cabos eléctricos
a abraçá-los. Será por uma questão de ódio às árvores e os malcatenhos não
temos direito a usufruir das árvores no espaço público?
Deitar árvores abaixo é o que se tem
feito. É um trabalho fácil e rápido e está à vista de todos e passando aquela
ideia de se estar a fazer obra que se veja!
Malditos homens das motoserras!
Foi assim que encontrei as três árvores:
Esta semana tive de
vir à aldeia e tenho aproveitado para arrumar a casa onde viveram os meus pais.
Como tenho uma carrinha tenho mais facilidade de tratar dos assuntos pessoais
fora da freguesia. E é natural passar por vários caminhos e às vezes mais do
que uma vez durante o dia.
Desta vez encontro demasiadas coisas
que me estão a perturbar a mente e não tenho memória de tanta desgraça!
Atribuir responsabilidades das situações à oposição
política está descartada logo à partida, porque
não há oposição. Muito território e muitas estruturas para manter minimamente
em bom estado de conservação e utilização e sem força humana capaz de responder às necessidades .
Mas caros conterrâneos, que viveis durante o ano na aldeia, as situações
anormais encontram-se à vista de toda a gente e não as devem avaliar como normais,
naturalmente são tudo menos isso.
Ora, perante as situações que já vi e
algumas sendo em vias públicas e que pode causar perigo a pessoas e bens, tirei
fotografias para ilustrar o que acabei de afirmar e deixar um aviso às pessoas para pressionar a autarquia a tomar medidas urgentes que resolvam estas perturbações.
Merece uma visita. |
Este mês comemoramos 50 anos da
Revolução de Abril que tem marcado a História dos portugueses quer vivam no
país ou fora. É uma celebração da libertação do nosso país de um regime
ditatorial para uma democracia participativa. Estes anos que passaram muitos de
nós ainda têm dificuldade em compreender o que aconteceu e alguns ainda têm
saudades dos tempos da “outra senhora”, principalmente do professor Marcelo
Cetano.
Quem se lembra como era a nossa freguesia de Malcata antes do 25 de Abril de 1974?
Imaginem que são realizadores de
cinema e a Junta de Freguesia escolheu-vos para escreverem uma redacção com o
título:
“Como era a minha aldeia até 25 de Abril de 1974?”
Algum de vós aceita o desafio de
relatar a vida nas aldeias portuguesas, como viviam, como eram as casas, as
ruas, o medo das autoridades, o que podiam fazer e o que o Estado proibia…a
alimentação, o vestuário, a educação, a escola primária…a emigração,
as guerras nas Províncias Ultramarinas, etc…e terminar a redação com as
mudanças que o 25 de Abril trouxe à nossa terra nestes 50 anos.