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22.11.22

PERGUNTAR NÃO OFENDE

 Quando escrevo sobre a nossa freguesia pretendo apenas emitir a minha opinião e contribuir para o desenvolvimento da freguesia, ajudar a que as pessoas se unam, em nome de melhor qualidade de vida para todos. E já que os malcatenhos vivem calados, falam, mas muito baixinho, não querem ser incómodos e desagradáveis com o poder instituído, vou dando voz aos que a não querem usar.

   É realmente triste verificar que na nossa aldeia, muitas placas toponímicas estão partidas, com as letras sem tinta, algumas das ruas não têm as placas, as casas em ruínas para não cair pedras para a rua, chapadas de cimento e basta. Como se pode ver, há situações que não estão bem e como tal, têm que se falar delas, pois se ninguém o fizer, as vergonhas continuam escondidas e não vem à tona, não são do conhecimento de todos os malcatenhos.

       É preciso e é importante saber o que se passa na freguesia. E por isso faz falta saber e falar das coisas boas e falar também das que estão menos bem e que devem ser corrigidas. Como perguntar não é para ofender, há perguntas que se repetem.


   











 Volto a fazer esta pergunta: quem é o dono do rebanho das cabras sapadoras? É a Junta de Freguesia ou a Assembleia de Compartes? O que todos sabemos é que a Assembleia de Compartes delegou a administração dos baldios da freguesia no executivo da Junta de Freguesia. Como não sei o que se tem passado nas Assembleias de Compartes, tenho algumas dúvidas quanto aos últimos desenvolvimentos relativos à exploração dos baldios, através da introdução das cabras. Trata-se de um projecto importante e com interesse para toda a freguesia.





  

  
   Quem tem conhecimento dos acordos assinados entre a Assembleia de Compartes e a Junta de Freguesia? Como está planeado a exploração do rebanho? Quais os deveres e os direitos de cada entidade? Em que ponto está a primeira fase da exploração caprina?
   Como podem reparar há muitas perguntas cujas respostas eu não sei e penso que muitos dos malcatenhos estão como eu. Ficamos à espera que nos respondam? Eu assim vou fazer.
                                         José Nunes Martins



18.9.22

POSTAL PARA A JUNTA DE FREGUESIA DE MALCATA

 

Queridos fregueses, abram a caixa do correio...

    Uma “página franciscana” de tão pobre !
   S. Francisco de Assis, filho de comerciantes italianos, viveu humildemente e desprendido dos bens materiais, dos lugares de poder e viveu a servir o seu irmão, o seu povo. Bem longe de muitos homens que gostavam de mandar e muitas vezes recorriam à prepotência e à arrogância e por ser humilde e tão bom, acabou perseguido e viveu pobre.
   Ora, a página da nossa Freguesia tem sido tão pobre, vazia de informação relevante e importante para os fregueses, sem funcionalidades de consultas, de resolução de situações à distância, a expressão que me ocorreu para definir o estado da página é mesmo esta da “pobreza franciscana ”.
   Passo a explicar: a junta de freguesia já teve três link’s (páginas) e sucumbiram, estão em estado ofline, desconhecidas...

   Perguntei pelo endereço oficial (página) da Junta de Freguesia e até hoje não recebi resposta. Entretanto, nas minhas pesquisas encontrei o único link que abre uma página da Freguesia de Malcata: https://malcata.sabugal.pt/

   Já perguntei à JFM se era esta a nova página. Receberam os malcatenhos alguma informação? Talvez não, porque também a mim de nada me adiantou perguntar.
   Onde está a promessa da promoção de maior aproximação e envolvimento entre a autarquia e as pessoas? Para que servem as duas páginas que a Junta de Freguesia tem na internet? Anunciar Assembleias de Freguesia? Então e depois nada informam sobre os assuntos lá tratados? Para anunciar encontros, jogos de bola, jogos de cartas, com almoço ou com lanches ajantarados? São bons e fortalece a amizade, o convívio, o espírito de boa vizinhança e sim, são importantes e devem continuar a realizar-se. Mas, senhores da junta, sendo de elogiar, não basta e estes eventos deviam merecer maior divulgação nas páginas da Junta de Freguesia. Mas mais importante é colocar as ferramentas tecnológicas ao serviço da freguesia e dos malcatenhos, independentemente do lugar onde se encontrem. Onde é que um cidadão pode realizar aquelas problemáticas burocráticas, como um atestado, uma declaração, uma compra de um lugar no cemitério, sem ter necessidade de ir pessoalmente à secretaria da Junta que só abre umas horas?
   Erros também eu cometo, mesmo não tendo a intenção de errar eles acontecem e procuro corrigir. Para lá do que já disse atrás, há necessidade de rever os conteúdos existentes na página. A informação disponibilizada é incompleta, escassa, errada. Por exemplo, o presidente da Assembleia de Freguesia é também presidente da Junta de Freguesia! Nem toda a gente sabe que é mentira, é um erro involuntário e como este existem outros parecidos.
   Talvez pouca gente em Malcata tenha conhecimento das obrigações e deveres que qualquer junta de freguesia tem de cumprir pelo respeito à Lei das Autarquias Locais. Só que os membros da Junta de Freguesia conhecem e têm consciência do incumprimento e do risco a que estão sujeitos, caso haja queixa fundamentada. Por exemplo, a obrigatoriedade da divulgação de documentos.
   A pobreza de ideias ou a inexistência de capacidade intelectual e técnica para manter uma página oficial na internet sob responsabilidade da Junta de Freguesia de Malcata, sabem bem, que não servirá de alibi, de desculpa.
   Pelo bem da freguesia e dos malcatenhos, facilitem o acesso livre à informação, aos serviços online.

17.9.22

A. C. D. M. - MALCATA: HARMONIA E CULTURA PRECISAM-SE !

Uma harmonia difícil de concretizar...


   Longe vão os tempos em que na nossa aldeia se jogava a bola, nos anos 70 a 90, facilmente se arranjavam duas equipas para se divertirem com uma bola. Geralmente juntavam-se na tapada da Corela, que tinha as condições mínimas e estranhas para servir de estádio. Aquele sim era um campo inclinado e os jogadores queriam lá saber disso, o mais importante era marcar golos entre os dois montes de pedras e na baliza imaginária.
   Um dia de inspiração levou um grupo de rapazes a criar uma associação que se encarregasse de organizar jogos de futebol e outras actividades culturais. E foi com o desporto que a associação deu um empurrão, pois passou a ser responsável pela fomentação e organização das actividades ligadas ao desporto e à cultura. Fazia falta uma entidade que periodicamente se dedicasse a organizar actividades lúdicas, de desporto e cultura.
   Apesar do trabalho e do empenho das diversas direcções à frente da associação, nunca conseguiram parar o êxodo dos jovens para fora da aldeia e só no tempo das férias escolares é que as portas da associação estavam abertas. Tudo ficava adormecido e isso notava-se porque as actividades assim se organizavam.
   Houve uma direcção que viu no atletismo uma boa medida e uma excelente oportunidade de alargar a oferta desportiva da associação. O desporto não é só futebol e o atletismo tinha espaço de crescimento e com um treinador federado e o apoio da Associação de Atletismo da Guarda, foi o empurrão que faltava para a abertura da secção de atletismo.  Esta ideia ganhou ainda mais força no ano da celebração dos 25 anos da associação. A comemoração foi um marco histórico e levou a marca da presença do campeão mundial de atletismo Carlos Lopes.
Passou um dia na nossa freguesia, assistiu às diversas provas de atletismo e cumprimentou todos os atletas, em especial os vencedores, a quem lhes entregou os respectivos prémios.
   Foi de facto um dia memorável para a associação e para a freguesia. E a alegria de correr, a vontade de querer ser melhor e vencer, a secção de atletismo deu cartas e algumas dores de cabeça aos atletas das outras associações. O atletismo passou a ser a estrela da associação, enquanto o futebol ia perdendo cada vez mais praticantes, mesmo após a construção do polidesportivo.
   A secção de atletismo apostou forte e nas qualidades e capacidades do seu treinador e a união e dedicação dos familiares dos atletas aliada aos sonhos dos jovens atletas, levou-os a alcançar vitórias nunca tentadas ou alcançadas. 
   Um ano, dois anos...e mais anos, veio o cansaço, o desânimo e o vendaval que soprou com tal intensidade, derrubou a casa que se estava a construir e não houve discernimento nem forças para voltar a reerguer aquela secção da associação. E agora nem bola e nem atletismo.
Ficaram os convívios e alguns jogos de cartas, onde os reis, as damas e os cavalos têm pesos diferentes daquele jogo que tanto ajuda a desenvolver o cérebro dos que o jogam. O xadrez não é para todos e alguns maus hábitos também não são compatíveis com quem tenha vontade e querer de vencer uma guerra entre dois reis. Agora o que resta são alguns vestígios das actividades passadas, que deixaram marcas brancas nas calçadas, que já deviam ter sido definitivamente apagadas porque deixaram de ser úteis e só poluem a aldeia.
   Termino com esta interrogação que me está aqui na cabeça:
   Para onde caminhas Associação Cultural e Desportiva de Malcata?
                José Nunes Martins

    

10.9.22

OS FORNOS DE COZER PÃO EM MALCATA

 


 O pão foi durante muitos anos tão importante na vida das pessoas como era ter boa saúde. Ainda hoje é um alimento presente em todas as casas e refeições.  Para haver pão à mesa, não precisamos de ter nas nossas casas um forno. O número de padarias é grande e o pão podemos comprá-lo em muitos estabelecimentos ou sair de casa e esperar pela carrinha do padeiro, que percorre as ruas da nossa aldeia a vender pão e outros produtos de fabrico diário.
   Mas é preciso dizer que noutros tempos, para haver pão na mesa lá de casa, a minha mãe, primeiro tinha que semear o grão, ceifar, malhar, entregar ao moleiro e depois de moído, a farinha ainda se tinha de amassar, deixar levedar e combinar o dia para o cozer no forno. Muitas voltas que se davam para o pão ficar cozido no forno do Rossio, não é verdade?


   Os ventos trouxeram mudança de hábitos quando as pessoas abalaram para fora da aldeia. A povoação ficou cada vez mais espaçosa e sem pessoas com vontade de continuar todo este longo ciclo do pão. Começaram a vir diariamente os padeiros e aos poucos as pessoas esqueceram o pão cozido nos fornos. A juntar à queda das sementeiras de centeio, trigo e o descanso de poder comprar pão do dia à porta de casa, há que acrescentar a falta de forneiras e de pessoas que se encarregassem de ir à lenha. Também quem construía casa, muitas famílias passaram a ter um forno mais pequeno onde se passou a cozer pão.



   Como nasci na época de 60, eu ainda me lembro de existirem dois fornos de cozer pão. E hoje, ainda há o forno no Rossio, que em 2006 foi reconstruído e cada vez que é aquecido,
quando o cheiro começa a entrar pelo nosso nariz, esse cheirinho a pão quente... .
   Não vou terminar aqui a história dos fornos de cozer pão. Cozer o pão dava muito trabalho. Também quem ia para o forno, se queria sair de lá com uma boa fornada, tinha que saber e fazer uma série de passos, ensinados pelas mulheres mais experientes. Utilizavam ferramentas e dizeres que já vinham dos seus antepassados. E se agora nos colocarmos no papel de uma pessoa que quer cozer pão? Quem me ajuda a compreender estas coisas:
   Que lenha traziam da serra para aquecer o forno?
   Como marcavam os dias de fornadas?
   Que ferramentas usavam no manuseio do forno e do pão?
   Como sabiam a temperatura correcta do forno?
   Nomes de pessoas a que chamavam “forneira”?
 
   É importante falar sobre estes fornos antigos, das nossas tradições, das crenças e rezas. E os nomes que na aldeia dão às coisas são muitas vezes de uso apenas na nossa terra.
   Por tudo isto, não guardem só para vós os vossos conhecimentos sobre estas riquezas patrimoniais, materiais e imateriais. Tal como acontece com as pessoas quando partem para o Além, levam as memórias e saberes com eles e quem fica, não sabe o valor que perde! É importante por isso partilhar estas riquezas com as outras pessoas como nós.
                                                                        José Nunes Martins

   

   
   

9.9.22

AS MINHAS HISTÓRIAS NA ALDEIA ONDE NASCI

    

A caminho do Ozival 

                                                        CONTA-ME  COMO  FOI ...

   Vou contar-vos uma cena que se passou na aldeia que todos guardamos no coração. Esta pequena história é ficção, embora pareça verdadeira, não é real. É um recordar e um reviver de situações reais, com pessoas e lugares que existiram nessa aldeia. É apenas uma história das muitas histórias que eu vivi em criança. E a história começa na cozinha lá de casa:
_ Vou à loja ordenhar a vaca, ver se consigo tirar leite para fazermos um queijo - disse a minha mãe enquanto apertava o avental arás das costas. Pegou no balde habitual e desceu as escadas até à loja. 
   Era o tempo do frio e da chuva, o Inverno na aldeia costuma ser assim e as manhãs eram mesmo frias.
   Eu fiquei ao lume, a olhar para a fatia de pão que estava a torrar em cima da grelha de ferro. As brasas estavam fortes e uma pequena distração transformaria o pão em carvão. Pão torrado na grelha e depois um fio de azeite a fazer de manteiga, torna aquela coisa numa deliciosa torrada. E assim me soube, acompanhada de uma chávena de cevada. Com a barriga composta, fui ter com a minha mãe à loja. Entrei devagar para não assustar a "Amarela", nome que os meus pais puseram ao animal. 
   A minha mãe falou:
_ Amanhã vou ao Ozival de manhã cedo. Levo o carro cheio de esterco e depois há que o espalhar pelo chão todo. Temos de aproveitar este tempo sem chuva e estrumar o chão para depois semear as batatas.
A Ti Céu já lá andou ontem com o tio a espalhar no chão deles e amanhã já acaba de espalhar tudo. Temos que fazer isto antes que a terra fique gelada e depois da terra ficar dura, não dá para lavrar.
_ De manhã cedinho?! Mas por que raio a mãe tem que ir cedo? Ainda está noite e não tem necessidade
 de se sacrificar tanto. - disse eu.
   A minha mãe, mulher mais trabalhadora eu não conheci, sorriu e respondeu assim:
_ Ó filho, vou cedo e a luz vai aparecendo e quando lá chegar já se vê bem a terra. Assim descarrego o carro e se o tempo estiver bom e com a terra enxuta, espalha-se logo. Tu não precisas de te levantar ao mesmo tempo do que eu. Prefiro que fiques a dormir e me leves o "almoço". Depois vimos os dois a jantar aqui a casa. Vá, ficamos assim combinados. Está bem? Mas não adormeças!
    E o diálogo ficou por aqui quando fomos interrompidos pelos dois chibos que tal como as crianças
pequenas, adoram dar saltos e pinotes. A vasilha com o leite estava praticamente cheia e a mínima distração podia uma das crias fazer derramar o líquido para a cama da vaca. E lá se ia o desejado queijo fresco que a minha mãe tanto quer fazer.

Explicação de algumas palavras:
Esterco = Estrume
"Almoço"= Pequeno Almoço
"Jantar" = Almoço
Chibos = Cabritos
                                    José Nunes Martins
   

   
   
 

21.8.22

MALCATA: NÃO BASTA TER BELEZA NATURAL PARA SE DESENVOLVER!

 


Nesta aldeia eu nasci e cresci

      Nasci no meio rural, numa casa humilde, construída em pedra de xisto, com umas escaleras também de pedra e por baixo do primeiro piso havia a loja, onde os meus pais guardavam o gado, isto é, uma vaca, um burro, duas cabras e às vezes criavam coelhos. Tudo isto para dizer-vos que sou uma pessoa do campo, como muitos que agora estão a ler o que este malcatenho está a pensar.
    É claro que os meus pais eram agricultores, ambos filhos também de agricultores e, já os meus avós eram filhos de agricultores ou lavradores se assim quiserem chamar.


                                               Topónimos de algumas ruas da aldeia
     Sendo de origem rural, o mais natural é sentir alguma ligação às coisas do campo e a tudo o que estiver relacionado com ruralidade. Lembro-me da era da minha infância, à minha volta eramos um bom grupo de garotos e garotas.
     As crianças davam vida à aldeia, por todas as ruas e na escola havia novos povoadores, que iam brincar e aprender a ser pessoas a saber ler e a escrever.
     As mães não se cansavam de mandar recadinhos e avisos. 


Rua onde nasci



Vista parcial da aldeia com a serra aos pés

       E quando a brincadeira nunca aborrecia, até nos esquecíamos da merenda e para ir jantar, só quando ouvíamos a nossa mãe que na varanda chamava por nós. 

   As pessoas adultas passavam os dias nos "chões" a trabalhar. Chegavam a casa ao fim do dia, vinham cansados, muito cheiro a suor, mas satisfeitos pelo trabalho que realizaram. Eram tão felizes assim que depois da janta ainda se juntavam para conversar, sentados à porta de casa, no pátio dos vizinhos. As mulheres gostavam de colocar a conversa em dia. As tabernas às noites enchiam-se de homens e alguns rapazes e entre um meio-traçado, meio-quartilho ou uma mini, jogavam uma "suecada" ou à bisca, também cheguei a assistir a umas partidas de "lerpa" , um jogo e não doença! Como no dia seguinte era dia de jorna, a taberna encerrava por volta da meia-noite. Todos regressavam às suas casas, melhor dizendo, a maioria entrava na casa certa e não se enganava na porta. Alguns, coitados, viviam sozinhos numa casa sem mais alma humana, como não havia electricidade, nem os calores do vinho os alumiava e algumas vezes custava a atinar com o buraco da fechadura. Mas ao fim de algumas tentativas lá entravam porta dentro. Outras vezes não entravam mesmo na casa,  porque a chave não foi feita para abrir a porta da casa do vizinho. Na manhã seguinte, tudo voltava ao lugar e tudo vivia na santa paz e o importante era viver o dia alegre e bem disposto. 
Caminho rural até Quadrazais

    O mundo mudou e as aldeias também. Na freguesia onde nasci é hoje uma terra de passagem para Quadrazais, Vale de Espinho, Fóios...Espanha; ou de ida até ao Meimão, Penamacor...Lisboa...França...Argentina e muitos outros lugares deste mundo. Hoje é uma aldeia que não tem tabernas, tem cafés e minimercados, tem um lar de idosos e um grande cemitério. Tem tudo aquilo que fazia falta quando eu era criança, menos a escola. Tem água ao domicílio e saneamento básico, electricidade e gaz raramente falta, tem uma albufeira grande que nesta altura do ano, esvazia de água e sobram lamas barrentas.
Não tem rio, nem moinhos de água, nem lameiros que tanto jeito davam para estender as toalhas e depois as mantas das merendas. 
   
   

Zona de lazer


   Mesmo com tanto, falta criar estruturas que fixem pessoas, negócios, respostas que precisamos para desenvolver a freguesia e a região.
   Está visto que a beleza natural e o que a natureza oferece, para além de ser bonito de ver e apreciar, não é suficiente para cativar as pessoas. Até podem vir com a conversa das obras já feitas para criar interesse na visita à nossa freguesia. É assim, se as pessoas vierem a Malcata para ir até à praia, comer uns petiscos e uma imperial, vão ficar satisfeitas e até podem repetir a visita.
   E eu pergunto: o que ganha a aldeia com esta visita de uma tarde? Quem tira felicidade e rendimento financeiro destas pessoas? Será que a freguesia só tem este destino para criar interesse em que visitem a aldeia? Quando a oferta é maior, quando se criarem estruturas âncora de restauração, alojamento, comércio de produtos locais e condições para ir a Malcata e passar na aldeia dois ou três dias, conhecer e experimentar tudo o que se oferece, então sim, o desenvolvimento e a riqueza será distribuída por todos os parceiros.

José Nunes Martins

   

Albufeira da barragem tem forte potencial
para bons projectos


Dois dos símbolos que identificam o espírito malcatenho:

Busto de Camões, em homenagem ao emigrante
                                                       
Nicho Senhora dos Caminhos, 
fé e esperança pelo caminho da vida


   




   

5.8.22

DE MALCATA PARA O MUNDO

Desde 1959 a dar horas


Ponto de encontro
entre residentes, emigrantes, 
imigrantes e turistas, amigos, a Praça do Rossio localizada na zona central da freguesia, é o ponto de passagem e paragem obrigatória para quem chega a Malcata.

 





                                                                                                   

2.8.22

FALTA DE CADASTRO ESTÁ A AFASTAR O LINCE IBÉRICO DA MALCATA?

                            

Só quem joga é que pode ganhar

   No nosso país, há muitos proprietários que desconhecem os terrenos que dizem ser seus, seja por heranças recebidas ou outros meios.
   É por isso importante elaborar o cadastro por todo o país. Assim, o Governo decretou que todos os donos de terrenos têm que fazer o cadastro. Para que o processo seja menos complicado, mais rápido e mais aceite, criou o BUPi
(Balcão Único do Prédio). O concelho do Sabugal é já um dos municípios que aderiu a este banco de registo.
   Ontem, 1 de Agosto, em Malcata, decorreu uma sessão de esclarecimento sobre o tema do cadastro dos terrenos. Segundo o que consegui apurar, poucas pessoas apareceram no salão da Freguesia e sede da ACDM, na Rua da Escola Primária.
Será que em Malcata já está feito o cadastro dos terrenos?
As pessoas não estavam ao fim do dia de ontem na freguesia?
A comunidade foi devidamente informada e sensibilizada para participar?
Agora que a reunião passou, o que se aprendeu?
Que compromissos ficaram escritos?
Que outras acções vão ter lugar?

Estou surpreendido, pela indiferença, das gentes da freguesia no que diz respeito ao património comum e particular.
Não meus caros, assim não saímos do estado em que está a floresta e a vida de toda a comunidade! Assim nem o lince ibérico desejará vir. Mas, quando a tragédia chegar, nem Cristo nos vai valer, pois está fartinho de nos enviar uns avisos!

                                                                      José Nunes Martins

15.6.22

MALCATA : ABRE NOVO CENTRO DO LINCE IBÉRICO

    

No dia 18 de Junho, este sábado, em Malcata, 
pode experimentar uma nova forma de conhecer 
o lince ibérico, que foi reintroduzido no Algarve,
continuando vazia a Reserva Natural da Serra da Malcata!


   A inauguração do Centro Interpretativo do Lince-Malcata, na freguesia de Malcata, concelho do Sabugal, está agendado para o próximo sábado, 18 de Junho, no edifício do antigo quartel da Guarda Fiscal, situado na Rua do Cabeço. É mais um centro dedicado a divulgar a história do lince ibérico, o seu passado, as ameaças a que está sujeito, a sua biologia e ecologia, bem como o processo de recuperação desta espécie em Portugal.
    Por isso, a partir do dia 18 de Junho, Malcata dispõe de nova forma de dar a conhecer o lince ibérico.
    Esta obra foi adjudicada pela Freguesia de Malcata, em parceria com a Câmara do Sabugal, à Glory-Box, tendo sido divulgado no Portal Base do Governo em 17 de Dezembro de 2019, pelo valor de 46.894,00 euros, mais Iva, com um prazo de execução de 180 dias (seis meses). Desconheço a distribuição das despesas alusivas a esta empreitada, tanto no seu custo total como na repartição desses valores pelas duas entidades autárquicas. Lembro que a obra sofreu significativo atraso, devido aos constrangimentos vividos no nosso país no combate à pandemia. Mesmo com a justificação da pandemia, um atraso de tantos anos, será que o valor da obra se manteve inalterado?
     A decisão de avançar com o Centro Interpretativo, foi tomada pela Junta de Freguesia, na reunião de 23 de Novembro de 2019, tendo que escolher de entre três, a empresa vencedora. Nunca antes da publicação do contrato a obra foi alvo de apresentação pública ou de algum processo de recolha de sugestões, ideias, estudos prévios, etc. E sendo um tema tão importante e tão abrangente para a região dos dois concelhos que integram a Reserva Natural da Serra da Malcata, é no mínimo, incompreensível estes investimentos acontecerem sem previamente serem efectuados trabalhos preparatórios, que possam valorizar e criar oportunidades de apresentar maiores ambições. Oxalá eu esteja errado e as instalações, cedidas pela Junta de Freguesia de Malcata, para ali exibir o Centro Interpretativo do Lince, em Malcata, correspondam ao que merece que se faça em divulgar, promover, preservar e ser local de muitas visitas ao lince de carne e osso. Sabemos todos que os recursos financeiros são escassos. Tendo em conta os custos da estátua ao lince no Largo da Fonte, na cidade do Sabugal, a que juntamos o Centro Interpretativo do Lince, em Malcata, estaremos a falar de custos na ordem dos 100.000€ a 150.000 euros, concordam? Seria interessante fazer uma comparação do Centro Interpretativo do Lince, em Malcata e o outros Centro de Interpretação e Observação do Lince Ibérico, em São João dos Caldeireiros.    
                                                                            José Nunes Martins

 

  

 

2.6.22

FONTE DA TORRINHA EM PERIGO?

                    

Fonte da Torrinha(foto de 24-02-2019)

   Na nossa aldeia existem memórias que correm o sério risco de serem destruídas, alteradas e que merecem ser alvo de maior cuidado. Estas memórias são-nos oferecidas pelos testemunhos vivos que existem na freguesia e como são públicos, encontram-se em espaços públicos, mais ou menos resguardados, estando alguns ainda ao serviço de todos. E o estatuto de público significa que é usado por todos e está ao serviço de todos. Ora esta posse tão ampla vem conferir-lhes uma importância ainda maior para que se cuidem bem deles.
   E por falar em memórias e testemunhos, vou continuar a contar um pouco da história da Fonte da Torrinha, ou a Fonte das Bicas. Já sabemos que a sua água era a melhor água de todas as fontes que havia dentro do povo. Também já sabemos que a sua construção deu muitas dores de cabeça ao presidente da junta de freguesia. O senhor António Nita não tinha panos quentes para aparar as nicas da Câmara do Sabugal! Defendia os interesses da freguesia com todas as forças e estratagemas que criava, pois, só lhe satisfazia ver o povo bem servido e com os mesmos direitos que as outras terras gozavam. Mesmo o facto de à sua frente estar um presidente de Câmara, um engenheiro de obras e responsável por muitas canalizações, mesmo sendo pressionado por comandantes da Guarda Fiscal, as obras de abastecimento ao novo quartel, canos que ligavam os tubos vindos da mina para a fonte e que a Guarda Fiscal também queria receber, foram mandadas parar. O problema ficou resolvido uns tempos depois e depois de as partes assinarem um documento com as condições impostas pela Junta de Freguesia.
   A história da Fonte da Torrinha não fica toda contada. Esta é uma ínfima parte e tratou-se de avivar as nossas memórias. A história deste monumento e de outros que há na nossa aldeia, a sua importância na história do povo e de muitas pessoas que ali iam diariamente, são motivos suficientes para conservar a todo o custo estes testemunhos ainda visíveis.
  
   Nota: sendo eu malcatenho, defendo a freguesia sempre que há necessidade. Há situações
               que pela sua interferência no espaço público, à vista de toda a gente, mesmo que os
                intervenientes não tenham más intenções, sujeitam-se ao julgamento público.
                E na última vez que estive em Malcata, vi o que muitos também viram e o pequeno
                muro foi o tema mais falado nos bancos da Torrinha. Cada pessoa e cada uma das
                que vive em Malcata tem uma opinião, uma sugestão, um apontamento a escrever
                e depois esclarecer ou simplesmente não querer ver, não falar e remeter ao silêncio
                porque se fosse ele, fazia o mesmo ou até pior...
                 Vivemos em democracia, não é verdade? Se a democracia nos dá a liberdade de cada
                 um comentar, aqui vos deixo espaço para tornar pública a vossa opinião.               

11.5.22

MALCATA: CONTRIBUTO PARA A SUA HISTÓRIA

 


Data das obras levadas a cabo
pela Câmara Municipal do Sabugal, em Malcata



       A Fonte da Torrinha (das Bicas)


   Poucos serão (infelizmente) aqueles que, não sendo naturais ou não residam em Malcata, conheçam a Fonte da Torrinha (Fonte das Bicas ).
   É uma fonte que merece ser visitada e conhecer um pouco a sua história, que começou antes de 1937.
   Como curiosidade, e para a história desta fonte, existem documentos em arquivo que registam que esta fonte foi assunto discutido em várias reuniões da Comissão Administrativa da Câmara Municipal do Concelho do Sabugal, realizadas em 1935, 1936 e 1937.
   A inscrição “1937” que ostenta um das pedras de granito  é, no meu entender, referente ao ano civil de início da entrada em serviço de abastecimento público de água potável à freguesia, isto tendo presente que, a obra da fonte fez parte dos assuntos tratados em anos anteriores pela Comissão Administrativa da Câmara Municipal do Sabugal, que nos dá alguma informação do decorrer da obra. Ver cópia da acta de 1935:
   




Livro de actas da CMS em 1935
                                                                                +++
+
       As fontes noutros tempos tinham enorme importância na vida quotidiana das pessoas, particularmente as populações das nossas aldeias. E em Malcata essa forma de olhar para uma fonte grande ou fontinha bem mais pequena, permitiram garantir o abastecimento de água às pessoas e aos animais que com eles trabalhavam. 
       Na nossa freguesia a água é tão importante como ter boa saúde. E apesar desta importância que têm por este recurso natural, permanecem alguns maus hábitos no seu uso, caindo algumas vezes em atitudes contrárias ao respeito que este escasso recurso merece.
       Porque a água é indispensável, cada vez mais escassa, devemos ver  nas fontes, nas torneiras e nas diversas estruturas que conduzem a água até onde precisamos dela, bem como aqueles locais emblemáticos e tão característicos da nossa aldeia, onde sabe bem beber um copo de água fresca e limpa, com respeito e tudo fazer para os manter e preservar, procurando dessa forma dar continuidade às coisas boas que nos legaram aqueles que nos antecederam e que, por necessidade e amor à coisa pública, tanto trabalharam gratuitamente.
PS: Tema a continuar com ... António Nita e a sua luta pela água ao povo!
        Não deixe de ler!

  

Quem tiver mais informações que o diga!
   

                                                      José Nunes Martins


12.3.22

QUANDO É QUE VAI SER POSSÍVEL PARA TODOS ?

Quando irá ser possível estar ligado?
   
  A Anacom, entidade reguladora das comunicações, diz ter começado em Janeiro deste ano a identificar todas as “zonas brancas”, lugares onde a internet falha. O objectivo é ter até 2030 o território nacional coberto por inteiro por rede de alta velocidade, fibra. A nossa freguesia, apesar de estar instalada uma rede Wifi gratuita, a cargo da junta de freguesia, a aldeia muitas vezes não funciona, a falta de sinal para se trabalhar à distância é um sério problema. Hoje, com uma boa rede de internet, podemos trabalhar em qualquer parte do mundo e até a partir da nossa aldeia. Mas infelizmente não posso fazê-lo utilizando a rede Wifi gratuita da junta de freguesia. Há antenas espalhadas pela freguesia e duas vejo-as bem no cimo da torre do relógio, a uns 200 metros de distância. E apesar das antenas estarem ali tão perto e tão altas, sempre pensei que facilmente poderia aceder à internet. Na verdade, por muitas alterações e beneficiações e actualizações, entretanto levadas a cabo pela empresa responsável pela manutenção da rede Wifi da junta de freguesia, a realidade faz-me não acreditar naquelas antenas. As páginas até aparecem no monitor e consegue-se abrir algumas janelas. Mas a lentidão dessa abertura leva qualquer pessoa ao desespero e desiste porque nada garante que mesmo devagar e pacientemente termine um trabalho. A internet teima em não chegar a todos os cidadãos que residem na freguesia nas mesmas condições. No meu entender enquanto serviço gratuito, vindo da junta de freguesia, devia chegar a todo o cidadão por igual. Ver as antenas, saber que os vizinhos têm sinal forte e com velocidade aceitável, por que razão ou razões uns metros ao lado outros cidadãos não são igualmente servidos? É ou não uma rede Wifi para todos os fregueses? A tecnologia está constantemente a evoluir, mesmo a inteligência artificial por muito inteligente que seja, não será a resposta ao problema das falhas na rede Wifi da junta de freguesia. Ah, termino com esta curiosidade que se ligar ao sinal da casa do vizinho, também através da mesma rede Wifi da junta de freguesia, lá se vai navegando, navegando muito melhor! Parece que na nossa freguesia o sol quando nasce não é para todos, mas é só para alguns. Oxalá um dia a rede Wifi da junta de freguesia alcance a sua independência e como serviço público que é, chegue a todos os cidadãos nas mesmas condições.
 José Nunes Martins

28.2.22

AIGP-TERRAS DO LINCE-Malcata



                                Reunião da Comissão Técnica da AIGP-Terras do Lince-Malcata

     O governo anunciou que tem 217 milhões de euros para as AIGP’s.

  “Ao longo de 20 anos, todos os anos virão 190 milhões para pagar serviços de ecossistemas e garantir que a empreitada de transformar não se esgote no dia em que parece estar concluída” ouvimos dizer ao Ministro do Ambiente, Pedro Matos Fernandes.
  A AIGP Terras do Lince-Malcata vai servir para ordenar a paisagem e aumentar a área florestal que será gerida em co-gestão, com o objectivo de promover e valorizar a economia local.
  As relações das AIGP’s com os proprietários dos terrenos terão em conta as várias possibilidades e a delegação, por exemplo, da gestão do terreno pode ser delegada à entidade que está a gerir a AIGP-Terras do Lince. Ou também o proprietário pode fazer ele a gestão seguindo o plano que a entidade gestora propõe.
  Se o dono do terreno não for conhecido, essa propriedade ficará à guarda do Estado durante 15 anos.
  E caso haja algum proprietário que se recuse a ceder o terreno, a entidade gestora recorrerá ao arrendamento forçado, pagando uma renda anual ao dono do terreno.
  E quem melhor pode ajudar e colaborar com os proprietários é a autarquia, a junta de freguesia, as associações ligadas à floresta e importante o apoio científico da Universidade da Covilhã.
  Os proprietários dos terrenos vão poder contar com a ajuda na identificação dos terrenos, a elaboração do cadastro e serão também informados sobre o projecto e o plano de execução.
  A AIGP-Terras do Lince-Malcata já está a funcionar. A população de Malcata, não pode abdicar dos seus direitos e também tem que estar presente nos seus deveres. A Área de Intervenção Gestão da Paisagem-terras do Lince é também gerida pela Junta de Freguesia de Malcata, pela Assembleia de Compartes dos Baldios de Malcata e penso que a Zif da Malcata! Estas serão as entidades da nossa freguesia, ao que acrescentamos outras entidades nossas vizinhas.
  Durante este mês de Fevereiro já foram realizadas reuniões com as populações, tendo havido uma na nossa freguesia. Tenho a informação de que participou pouca gente. E esse facto não é bom sinal, pelo contrário, é um alerta para a entidade gestora da AIGP-Terras do Lince.
  Esta é mais uma oportunidade que Malcata tem para sair do marasmo!


Presidente CMS Vítor Proença 
assina o protocolo AIGP-Terras do Lince



 

17.2.22

FREGUESIA DE MALCATA EM 2022


 

PRIMEIRA PROVA DE EXAME

  Os autarcas da freguesia já se encontram nas suas funções plenas. Como os três element0s do executivo são repetentes, não precisaram de ter tempo para conhecer a freguesia ou o modo de funcionamento da autarquia.
   É altura de parar para pensar e olhar para a freguesia de uma forma crítica. Denunciar o que está mal, sem rodeios e sem medo de retaliações. E o denunciar o que está mal pode até ter resultados bastante positivos e todos os cidadãos beneficiarem dessas denúncias ou críticas. Comigo, já sei que me vão acusar e só vão olhar para o lado mau das críticas e esquecem que se trata simplesmente da forma como eu vejo as situações, como eu analiso as decisões políticas e só isso mesmo, sem querer atingir a vida pessoal dos autarcas. Até hoje não me arrependo de ter feito o que fiz, o que escrevi, pelo contrário, é o preço que eu pago para ajudar as pessoas a ser mais elas mesmas, influenciar, na medida do que for possível, para o bem da aldeia e dos seus residentes e visitantes.
  E hoje lanço um desafio aos malcatenhos e aos que gostam de Malcata:
  O que de bom se fez em 2022 na freguesia?

                                     
José Nunes Martins

4.1.22

ASSEMBLEIA DE FREGUESIA REUNIU OU NÃO?

Salão da Freguesia de Malcata


    A Assembleia de Freguesia de Malcata reuniu no passado dia 21 de Dezembro de 2021.
    Na Ordem de Trabalhos constavam, para além de outros assuntos, três pontos importantes para discutir e votar:
1) Discussão e votação das Opcções do Plano e do Orçamento para o ano de 2022;
2) Discussão e votação do Regimento da Assembleia de Freguesia de Malcata;
3) Discussão e votação da venda de pinhos pertencentes à Freguesia de Malcata.
   Apesar de ter entrado à bem pouco tempo em funções, a Junta de Freguesia e a Assembleia de Freguesia, continuam com os mesmos hábitos antigos de esconder tudo o que acontece nas reuniões, assuntos que são do interesse de toda a comunidade, ou deviam ser.
   Ao longo do primeiro mandato, o senhor presidente prometeu mudar de empresa informática que não tem correspondido, como seria seu desejo, na manutenção da página da internet. E a mudança acabou por acontecer, dando origem a um espectacular anúncio de modernização e aproximação da junta aos cidadãos. A verdade é que continua tudo na mesma e continua a existir falta de respeito pelo cidadão, falta de informação, falta de transparência nas decisões que são tomadas.
   Como os malcatenhos podem verificar, uma consulta à página da freguesia na internet e nas redes sociais, para além de umas ligeiras alterações de apresentação, não há mais nada! Continuamos sem acesso às actas aprovadas das reuniões do Executivo e da Assembleia de freguesia. Como se pode ver, apesar dos autarcas serem os mesmos e eu já os ter alertado para o que se passa, não se nota a mais pequena preocupação em mudar o estado das coisas. Apesar de já iniciarmos um novo ano e dos autarcas eleitos serem repetentes nos cargos principais, continuamos com informações relativas ao primeiro mandato, ou seja, referentes ao mandato de 2017 a 2021.
   Então para que mudaram a página? Ou o objectivo das páginas na internet não são para cumprir, ou quando mudaram foi para não fazer o que seria suposto fazer e continuar a valerem-se de favores impedindo-vos depois de fazer pressão quanto à melhoria das páginas?
   Voltando novamente ao assunto da última assembleia de freguesia, o que foi discutido e aprovado?
   O Regimento da Assembleia foi alterado e aprovado? E o que decidiram quanto à venda dos pinhos?
   É que apesar de não existir oposição politica nas sessões da Assembleia de Freguesia, os malcatenhos merecem ser informados sobre os destinos da sua freguesia e do seu património. A freguesia de Malcata é dos malcatenhos e estes têm direito a um bom serviço público.
                                                                                 José Nunes Martins
  

Edital A.F.M.


27.12.21

MALCATENHOS NA 1ªGRANDE GUERRA

                                       DOIS MALCATENHOS DESTACADOS PARA A 1ªGRANDE GUERRA
   Em Junho de 1914 começa a 1ª Grande Guerra e Portugal mantém-se afastado e neutral. Não por muito tempo porque a 9 de Março de 1916, a Alemanha declara-se em guerra e o nosso país preparou-se para o pior! E o dia 30 de Janeiro de 1917 ficará gravado para sempre na memória de muitos homens, dois deles naturais de Malcata. Foi a partir deste dia que
O Corpo Expedicionário Português, constituído por cerca de 60.000 homens, embarcaram com destino ao porto de Brest, na Normandia, e daí os soldados seguiram para a frente de batalha na Flandres, para as linhas das trincheiras do sector português nas aldeias ao redor de Aire-sur-la-Lys e Saint-Omer. 

      A “Guerra das Trincheiras” foi assim que ficou conhecida. Isto porque os soldados de ambos os lados combatiam a partir de trincheiras de cada lado. As trincheiras eram umas valas cavadas na terra, muito extensas, com o chão protegido com tábuas de madeira, em cima levavam arame farpado, pedras e sacos com areia. Metidos nestas trincheiras e a uma distância de cerca de 200 metros das trincheiras do inimigo, espaço conhecido por ser “terra de ninguém”, não desejada por nenhum soldado por muito corajoso que ele fosse. Na “terra de ninguém” eram alvo a abater e dali ninguém saía com vida ou sem sofrimento.
  
   No começo do ano de 1918, os soldados portugueses foram fortemente atacados e viveram dias difíceis nas trincheiras. Felizmente os nossos soldados malcatenhos sobreviveram e a 4 de Maio de 1919, os dois valentes guerreiros desembarcaram em Lisboa.

 


                                    Narciso Pires dos Santos, malcatenho que integrou o CEP

                                                                              «««+»»»

                                            Manuel Maio, malcatenho que integrou o CEP-foto ADG

      Integrados no Batalhão de Infantaria Nº12, embarcaram em Lisboa, no dia 21 de Março de 1917, Manuel Maio e Narciso Pires dos Santos.
      Manuel Maio, casado
com Ana Fernandes Chamusco, filho de António Maia e de Rosa Gonçalves; Narciso Pires dos Santos, solteiro, filho de Luís Pires dos Santos e de Rosa Gonçalves dos Santos. Os dois soldados tomaram parte na Batalha de La-Lys em 9 de Abril de 1918. Em 4 de Maio de 1919, estes dois bravos desembarcaram em Lisboa.
   
   É importante recordar, ouvir e recuperar as nossas memórias comunitárias. E estes documentos, que estão guardados nos arquivos...ajudam-nos a partilhar um pouco das memórias de dois soldados que participaram numa guerra.
Procurar e divulgar as recordações através de relatos, memórias, alguma fotografia, algum documento ou objecto, tudo é essencial para o conhecimento da nossa história como comunidade, como país e a história de cada um de nós.
                                                                                                
                                                                                                            José Nunes Martins

5.12.21

FREGUESIA DE MALCATA: PREPARAR O ORÇAMENTO PARA 2022

 



Sede da Junta de Freguesia de Malcata


   Estamos na época de preparar o Natal e o próximo ano. Também é o tempo para a Junta de Freguesia de Malcata pensar e aprovar o seu Pano e Orçamento para 2022. Ora, lanço daqui o desafio a que a autarquia promova um encontro com todas as instituições da nossa freguesia, a fim de poder ouvir as opiniões sobre aquilo que estas entidades acham ser prioritárias para se realizar na nossa freguesia.
   Um encontro deste tipo permitiria à Junta de Freguesia conhecer as actividades e as sugestões que os presidentes das várias associações, dando assim a possibilidade ao executivo autarca a elaboração de um Plano e um Orçamento para o próximo ano, fundamentado, sobretudo, mais ajustado às necessidades da freguesia e dos seus habitantes.
   Nos dias de hoje, faz muito sentido que a comunidade contribua na elaboração e na preparação do orçamento da Junta de Freguesia.
   Todos sabemos a importância que tem a Junta e o orçamento que for aprovado. Sem a autarquia, por experiência já vivida, é muito difícil realizar seja o que for na nossa aldeia.
   O tempo de dialogar, aceitar e sobretudo perdoar, enobrece e reforça aquela ideia de que é mais difícil esquecer do que perdoar e traz mais benefícios a toda a freguesia. Todos os cidadãos e todas as
instituições fazem coisas que não são fáceis de esquecer e algumas nunca se esquecerão, acompanhar-nos-ão durante toda a nossa vida.
   Dizia Séneca que “é preferível magoar com verdade do que agradar com adulações”.

    


21.11.21

APESAR DE HAVER REDE DE FIBRA ÓPTICA E WIFI GRATUITA EM MALCATA A JUNTA PARECE NÃO QUERER RENTABILIZAR!

 

Página Oficial da Freguesia de Malcata em 21 de Novembro 2021
    

   Os malcatenhos há muito que se acostumaram a uma junta de freguesia movida a carvão, ainda trabalham devagar, não estão para se apressar e tal como o carvão, que os carvoeiros faziam lá em cima na serra de Malcata, numa época que tinha bastante procura e por isso se vendia bem,  com a chegada da electricidade foi o fim dos carvoeiros, também a junta de freguesia está a ser ultrapassada e lenta, porque apesar de existir fibra óptica na freguesia, ainda não se ligaram como deviam para alargar o seu raio de comunicação e melhorar significativamente os serviços prestados à população. Quem tem burro e anda a pé...aplica-se na perfeição a esta junta de freguesia. Tem uma autoestrada para caminhar e informar, para servir mais depressa e bem, que é a internet. Prefere esperar que o cidadão procure, pergunte, deixe os assuntos para aqueles quatro horas semanais em que a porta está aberta, desprezando os canais da internet. Eu não compreendo esta aversão à utilização da internet para comunicar com o cidadão e este poder responder de igual para igual e em minutos.
   O tempo de ir todos os dias, às três da tarde, para o comércio da Ti Deolinda e do Ti Varandas, para ouvir a quem se destinava a carta ou a encomenda postal, onde já vai esse tempo!!!
   De nada adiantou a junta de freguesia ter mudado a página e ter anunciado que se ia aproximar mais ao freguês. Ainda pensei que desta vez eu me ia enganar e que a página ia ser mais dinâmica e actualizada. Mas não, regressámos ao passado e ao marasmo a que já estávamos acostumados. A Freguesia tem fibra óptica e cidadãos com internet e computadores e telemóveis para lhes dar acesso. Há até internet WIFI gratuita (dizem eles) ! Então se existem as estruturas principais e as ferramentas, porque razão estamos como estamos? Abrir e manter a página da junta de freguesia actualizada e também a outra página nas redes sociais, é prestar um serviço público, tal como estar com a porta aberta da sede da junta, às quartas e aos sábados. E lembrem-se que somos todos malcatenhos, vivamos em Malcata, no Porto, em Lisboa ou nos arredores de Paris. Todos gostam de uma junta aberta, acolhedora, pronta para trabalhar pelo bem da comunidade e ver esse esforço e dedicação reconhecido. Sim, mas é necessário trabalhar bem e aperfeiçoar os procedimentos, lutar diariamente pelos objectivos que querem alcançar e então sim, o povo reconhecerá os feitos alcançados.
   É desta vez que vamos poder consultar e ficar informados quando abrimos a página oficial da Freguesia de Malcata, que o executivo da Junta de Freguesia, tem obrigação de manter aberta e actualizada?

20.11.21

MALCATA: REBANHO DO SÉCULO XI

 

     QUEM QUER SER GUARDADOR DE CABRAS E DE SONHOS?





   O projecto do rebanho das cabras sapadoras, que os Baldios estão a levar a cabo nos baldios da freguesia, já está no terreno, as máquinas e os homens lá andam para a serra a construir as estruturas de apoio: armazéns, sala de ordenha, escritório, instalações sanitárias, vedações, etc.
  A entidade responsável pela gestão e acompanhamento da obra é a Junta de Freguesia, na pessoa do senhor presidente. Como é do conhecimento de todos, o rebanho vai ser instalado num terreno baldio. Como o conselho directivo dos compartes está entregue à Junta de Freguesia, entidade que já vem empurrando este empreendimento de há uns anos atrás, foi-lhe atribuído a responsabilidade de acompanhar permanentemente a obras contratada.
  Para além das obras relacionadas com a construção das instalações de apoio, pouco mais sabemos sobre o próprio projecto e como é que se vai desenvolver no futuro.
  Sabemos que se trata de um projecto financiado pelo Estado e que esse dinheiro não vai suportar todas as despesas necessárias. É uma enorme ajuda, sem dúvida que sim, mas há necessidade de ir procurar mais capital.
  Trata-se de um investimento avultado e se for bem gerido, pode muito bem ser um caminho que leve a freguesia e os seus habitantes a desenvolverem-se e a obter grandes benefícios. Há que fazer tudo o que estiver ao alcance e se necessário, pedir auxílio e adoptar os procedimentos correctos e mais capazes de alcançar o êxito.
  Atempadamente e com o desejo de colaborar, uma associação com sede em Malcata, apresentou numa reunião pública, uma proposta concreta, séria, objectiva e potenciadora de ajudar a desenvolver o rebanho principalmente quanto à fórmula de financiamento de capital, que com toda a certeza irá ser necessário possuir, isto se todos ambicionem obter rendimentos e depois serem distribuídos pelos seus habitantes. A proposta foi dada a conhecer e nunca mais se ouviu falar dela, o assunto parece não ter interessado e dada a sua importância trouxe-a aqui novamente, porque eu e outros como eu ainda acreditamos que se podia aplicar no projecto em curso. Quem sabe...Vamos imaginar que há pessoas interessadas em querer participar com dinheiro no desenvolvimento deste projecto, que mais não é que querer ajudar a fazer crescer o rebanho de cabras, com o crescimento e aumento das cabeças de gado, nascem cabritos, produz-se leite, faz-se queijo ou vende-se leite, vende-se cabrito ou ficam para aumentar o rebanho, vem a necessidade de renovar e vendem-se os animais mais velhos...ou seja, a fileira do pastoreio de cabras a funcionar assim só pode vir a dar rendimento. E agora imaginemos que a cada malcatenho que invista ( ajuda e dá dinheiro ) tem direito a adquirir uma cabra, ou duas ou outros quatro ou dez, paga o valor acordado, acompanha a evolução das suas cabras e as do rebanho, que hoje alguns até as poderiam seguir via internet, ou até acompanhando os pastores a pastorear todo o rebanho, ou simplesmente aplicar dinheiro no rebanho, na condição de anualmente lhe ser dado a sua quota parte de lucro a que teria direito! Está aqui a tal fórmula inovadora, transparente, esclarecedora, democraticamente aceite e que iria beneficiar quem tivesse investido no projecto. O projecto encontraria uma via de financiamento, envolveria o povo de Malcata, pois se lá tiverem cabras ou dinheiro metido, interessar-se-iam mais pelo rebanho e pelos resultados a alcançar no futuro.
  Ah, e os que não são de Malcata não podem investir? E achas que isso é boa ideia? Respondo que se devia marcar reuniões de esclarecimento, de consulta e de reflexão sobre este tema. Atempadamente e com clareza, convidar as pessoas a um debate e com certeza que se acenderá alguma luz. Já imaginaram um malcatenho a viver em França, em Lisboa, em Viseu, no Porto ou no Brasil, ser parte e também dono do rebanho? O rebanho é comum, é de todos e a todos beneficiaria...é sonho, mas o que é a nossa
vida e a realidade se não a realização progressiva de um sonho?
  E como sonhar não custa dinheiro...