À medida que os
dias se aproximam as pessoas andam na azáfama das reparações e das limpezas,
dos espaços públicos e dos contentores dos resíduos urbanos empurrando-os para
longe do recinto da festa. E até passar estes dias aqueles caixotes de latão
têm dali desaparecer porque dá uma imagem péssima e é melhor esconder dos
olhares estranhos, porque aos que moram habitualmente na aldeia, não os
incomoda.
Quanto custa a realização da Feira de
Artesanato?
Quem paga?
A Feira de Artesanato é organizada
pela Junta de Freguesia e a iniciativa merece aplausos e é a freguesia que
ganha mais vida e dinamismo, sendo bom e importante viver e saber que afinal
vale a pena ter uma feira como esta e perto da festa. Os expositores vão poder
vender os seus próprios produtos, o mel, azeite, bolos caseiros, compotas
variadas, bijutarias, sabonetes aromatizados, pequenas bonecas, panos e
toalhas, raízes com vida, ferros velhos decorativos, tripa doce e crepes,
momentos musicais e de dança…
Também é importante perguntarmos e
sabermos, afinal, que feira é esta, que se faz uma vez por altura do mês da
festa de Verão e que este ano vai para a número oito?
Durante estes oito anos de feira já
alguma vez perguntaram ou foram informados dos seus custos e quem paga a conta?
A iniciativa é para continuar sempre igual à primeira edição ou há intenções e
planos para a valorizar e alargar a mais expositores?
O facto de ter havido a preocupação de
aprovar o regulamento da Feira de Artesanato é um sinal muito positivo e mostra
o importante que é para os participantes e para a entidade que organiza a
regulamentação estar aprovada. É bom, com sabor a pouco e deve existir ainda mais apoios aos artesãos que em Malcata produzem as suas peças. É insuficiente as horas dedicadas à Feira e à promoção e apoio do nosso artesanato e dos sabores típicos da aldeia. Sei que não existem lanches/jantares/ceias grátis e que há gostos para tudo e mais não sei o quê! Olhando para o cartaz desta VIII edição da Feira de Artesanato e Sabores, o programa é igual às edições anteriores e o povo continua a comer o que lhes dá, sem sequer se questionar sobre o preço que a festa custa.
Quantos expositores vão lá estar desta vez?
Suponho que serão os mesmos dos anos anteriores. A organização informou que o número de bancas de exposição são poucas e que até pode haver necessidade de dividir o espaço por mais do que um expositor. Os artesãos da casa parece que têm prioridade.
Ainda no que respeita ao regulamento da Feira, será que foi dado a conhecer às pessoas?
O programa, já o referi e volto a ele para dizer, que a feira e os dois espectáculos de animação, têm os seus custos e precisam também da logística para o normal decorrer dos mesmos. Uma vez que estão associados à feira de artesanato, a feira já valeu pelos momentos de convívio, pelo que se conseguiu vender, tanto pelos expositores como pelo bar da Festa em Honra de São Barnabé.
Sei que é a Junta de Freguesia que vai pagar as despesas da feira de artesanato. Mais digo, que vão ser os cidadãos a pagar! Podem os cidadãos ser depois informados e ficar a saber o valor da conta?
José Nunes Martins
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sábado, 5 de agosto de 2023
A FEIRA DE ARTESANATO E SABORES NO ROSSIO TEM (AINDA) MAIS GRAÇA
quarta-feira, 2 de agosto de 2023
FESTA EM HONRA DE SÃO BARNABÉ EM MALCATA
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Festas de Malcata 2023 |
Nas aldeias
portuguesas os meses do Verão há muito tempo que estão marcados pelas festas
populares e religiosas. E Malcata não é diferente das outras terras no que
respeita às Festas de Agosto. Durante muitos anos e gerações a nossa freguesia
celebrou as suas festividades de Verão em honra de várias imagens santas:
Senhora do Rosário, Coração de Jesus, São Domingos e Senhora dos Caminhos. Em
2015 ficou acordado que a festa de Varão passava a ser em honra de Barnabé, o
santo padroeiro da paróquia e freguesia.
A esta mudança veio juntar-se outra alteração na forma de organizar as festas e
desde então o programa religioso fica à responsabilidade da Fábrica da Igreja. Todo
o programa não religioso continua entregue aos mordomos. E estas foram mudanças
que para muitas pessoas foi de compreensão um pouco difícil de entender. No
primeiro ano que esta espécie de “divórcio” se materializou, foi normal e
natural o surgimento de algumas dúvidas, de incertezas e até uns desconfortos
interiores, que nunca resultaram em movimentos de protesto. Até porque as
festas pagãs continuaram a realizar-se nos moldes que tinham sido assumidos nos
anos anteriores.
As festas de Verão na nossa terra sempre
foram promovidas e organizadas pelos mordomos, mesmo após a cisão entre o
religioso e o pagão. A Fábrica da Igreja é conhecida por todos os cristãos e
também por todas as pessoas que não praticam o catolicismo. Já no que diz
respeito aos mordomos, cada ano é um grupo diferente e às vezes nem os próprios
se conhecem uns aos outros, sabendo que todos têm uma coisa em comum: Malcata.
Não pretendo denegrir ou desvalorizar
as Festas de Malcata, nunca o fiz e não vou fazer. Muito menos a mordomia que
este ano de 2023 assumiu a responsabilidade de as organizar. Também quero deixar
bem claro que não há e não tenho nada em concreto contra quem quer que seja.
Escrevo umas palavras sobre os valores e os princípios, sobre o espírito das
festas, das tradições e dos costumes que todos conhecemos. A história das
festas e as tradições do nosso povo, da nossa aldeia mostra que existem algumas
regras quando voluntariamente se aceita uma missão para fazer parte da equipa,
da comissão dos mordomos. E cada vez estamos mais próximos de vivenciar uns
dias de alegria, de diversão, de confraternização e também de oração. Os
programas já são conhecidos e penso que todos desejamos que corra como
planearam. Muito trabalho, sacrifícios, menos horas de descanso porque o
objectivo principal é organizar bem a festa, proporcionando alegria às pessoas
que nela participam.
O que desejo à Comissão de Mordomos
2023 é que a crença e a fé, o trabalho e a aceitação de colaboração, esteja
sempre em linha de conta e presente nas acções que fomentam a harmonia e
entreajuda com todas as instituições e com todos os cidadãos.
Sabemos que não há festas iguais, não há uma
melhor ou maior, porque o tempo também nunca é o mesmo, as dificuldades também
nunca são as mesmas e até as circunstâncias que envolvem a festa são as mesmas.
Esquecer aquele espírito competitivo e os juízos de comparar com outras festas.
Antes de pousar a caneta de escrever gostava
que os Mordomos de Malcata 2023 divulgassem os nomes dos seus elementos. Este
meu apelo penso que também vai ao encontro e ao esclarecimento desejado por
mais pessoas.
Parabéns aos Mordomos de Malcata 2023 por
tudo, mas sobretudo pela vontade que mostram de levar em frente este belo
projecto para o povo de Malcata.
domingo, 30 de julho de 2023
MALCATA TEM ONDE COMER E ONDE DORMIR E MUITO MAIS
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Ainda pode comer nos Minimercados Armindo e Cantinho do Ludo, ou no Bar da Zona de Lazer, naturalmente! |
Na aldeia os
cafés e os largos sempre desempenharam um papel importante para a vida social
das pessoas. E apesar de todas as dificuldades económicas, de contínua saída de
gente para fora, mesmo com o que se aguentou por causa da pandemia, das guerras
e a subida dos preços em tudo, sejam em bens e/ou serviços, na nossa terra continuam
todos com as portas abertas. Como nem toda a gente vai até à Zona de Lazer, na
falta de outros espaços com condições para conviver descansadamente resguardados
do calor, vão para os cafés a fazer o que é costume. Os homens jogam às cartas,
seja ao “jogo da sueca”, à “bisca de 3 ou de 9” e quem sabe, joga ao “invido”
ou “imbido” que os emigrantes argentinos espalharam pela terra. Como não jogam a dinheiro, os que perdem pagam os copos que ao longo da tarde se vão despejando.
Já com as mulheres, que costumam as mais novas ir com os seus maridos tomar o café, juntam-se ali a uma mesa a conversar de tudo e mais não sei o quê…é conversas engatadas umas às outras, porque como só se encontram por altura das festas, já podemos imaginar a quantidade de matérias a revisar!
Portanto, lá pela aldeia está tudo bem, tudo como de costume, haja saúde e dinheiro para as coisas essenciais não faltarem, venha a festa que o resto em Malcata, está como está em Abrantes, tudo como dantes!
Boas férias.
José Nunes Martins
sábado, 24 de junho de 2023
MALCATA: SÃO JOÃO É NA MOITA
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Festejar para não esquecer |
Recordo-me dos
meus tempos de garoto na aldeia, onde se celebrava o São João, popular santo e
que o povo gostava de festejar. Nesses anos sessenta, na aldeia sentia-se e
vivia-se aquele espírito de “povo unido” e pronto para festa ou trabalho.
Talvez por esses motivos as festas eram tão alegres e divertidas.
E o São João, esse popular
festivaleiro, punha toda a aldeia em alvoroço durante pelo menos um mês antes
de 23 de Junho. As noites eram para cada rua juntar os seus moradores e fazerem
os arcos mais bonitos e mais vistosos para a festa. O empenho era muito e todo
o trabalho era feito em segredo, isto para que as outras ruas não copiassem as
ideias da nossa! Noite após noite, à luz das candeias e dos candeeiros, entre
montes de papeis coloridos, tesouras e cordões, a sala ou lá onde fosse,
transformava-se num atelier de costura e artesanato de papel. Era preciso
muitos cuidados na Confecção e principalmente no enrolar dos arcos. Um mal
enrolado podia resultar num arco partido, emaranhado e tirava a pessoa do sério
quando andava a enfeitar a rua.
E no dia da festa, todos apareciam no
Rossio para dar um pé de dança ao som do tocador de concertina!
São João para
ver as moças
Fez uma fonte de prata
As moças não vão a ela
São João todo se mata.
José Nunes Martins
quinta-feira, 15 de junho de 2023
MALCATA DESPERTA PARA O TURISMO DA NATUREZA
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Malcata Naturalmente Alojamento (Foto JFM) |
Eu sou a favor do alojamento local, contudo, sou contra a gestão desse alojamento local vir a ser da responsabilidade da Junta de Freguesia. Mesmo que esta decisão tenha sido assumida com a melhor das intenções, estamos perante a forte possibilidade de se fazer uma concorrência desleal aos outros alojamentos locais que já estão no mercado e aos que possam vir a surgir. Porquê? Por diversas razões que me escuso de referir, lembrando apenas aquelas que me parecem importantes: prácticas e preços. Basta que estes dois factores não reflictam os custos verdadeiros, os custos reais e são mais que suficientes para retirar clientes dos privados para o alojamento da autarquia. E a Junta de Freguesia, que me pareceu bem aquilo que fez em relação à exploração do Bar da Zona de Lazer a empresas privadas, anunciando concurso e depois assinando um protocolo, podia da mesma forma ou em hasta pública, socorrer-se da mesma solução para a exploração do alojamento local.
A notícia da abertura do AL-Malcata Naturalmente Alojamento foi do agrado de todos e de mim próprio. Lendo essa mesma notícia fiquei a pensar nas motivações e nas futuras estratégias que a autarquia pensa implementar. Dizem que “é desta forma, a aposta na criação deste alojamento local, visa reforçar o alojamento já disponível e estabelecer um meio para dinamizar a economia local e promover o nosso concelho”.
Sim tudo é verdade, como escrevem. Só que todos sabemos o número de trabalhadores que a Junta de Freguesia dispõe. E também sabemos que são insuficientes para manter uma estrutura de AL em regular funcionamento. Dizem que visa reforçar o que já existe e ambicionam dinamizar a economia local. Nunca referem na criação de postos de trabalho ou na criação de novos investidores. O que está em jogo é o interesse maior da freguesia ou da Junta de Freguesia? Quando a Junta responde ao cidadão que pergunta acerca das “reservas”, respondendo com “Sim”, fico com a sensação de que a pergunta é incómoda! Pois, na minha opinião, o que aqui está em causa é precisamente a pouca informação, a resposta ser tão taxativa e sem mais explicações. No meu entender, existe aqui falta de mais esclarecimentos, até para desfazer as dúvidas de quem leu o que escreveram. O quartel é então um alojamento local, mais concretamente um hostel. Continuo a dizer que foi boa essa ideia e apoio essa saída para a valorização daquele edifício, que tanto dinheiro já absorveu dos cidadãos do nosso concelho. O que eu volto a repetir é que sou contra a exploração desse novo alojamento estar a cargo da Junta de Freguesia. Sugiro que façam uma avaliação da situação, pensem em protocolos, concursos, hasta pública, com os privados da freguesia e da região e libertem a autarquia de mais uma gestão e dores de cabeça.
Ah! A Assembleia de Freguesia também deve ser consultada e as decisões futuras devem ser assumidas com responsabilidade política, tendo em conta as leis e a democracia, bem como os limites temporais do poder que agora governa a freguesia.
José Nunes Martins
Mais informações aqui:
https://www.facebook.com/photo?fbid=635735158586365&set=a.315565787269972
sexta-feira, 2 de junho de 2023
EM MALCATA : NÃO HÁ REBANHO SEM PASTOR
Foi em Junho de
2019, durante a Agro-Raia realizada em Malcata, anunciado, pelo senhor
presidente da Junta de Freguesia de Malcata, João Vítor Nunes Fernandes, a
aprovação da candidatura de instalação do rebanho de cabras nos baldios da
freguesia.
Ler aqui: https://www.noticiasaominuto.com/pais/1275658/freguesia-da-malcata-no-sabugal-promove-projeto-de-cabras-sapadoras
Passados quase três anos do anúncio
oficial da obra o que foi concretizado? No meu entender, o cidadão comum, que
vive em Malcata ou que a ela se encontra ligado por laços afectivos, familiares
ou de negócios, a autarquia devia sentir o dever e a obrigação de divulgar
informação sobre o andamento do projecto. E se isso acontecer, muitas das
dúvidas e críticas que sobre ele possam ser ditas, ficavam esclarecidas para a
esmagadora maioria da população. É que a prática que esta Junta de Freguesia
nos habituou, que herdou de juntas anteriores, tem sido o silêncio sobre as suas
actividades e a evolução das mesmas, ficando o cidadão muitas vezes sem
conhecimento do que se vai fazendo ou decidindo.
O projecto e a candidatura é
importante para a população de Malcata, não se trata de um interesse pessoal ou
apenas da autarquia ou dos compartes. Como tal, é importante manter a população
informada sobre obras do interesse da freguesia, de todos os malcatenhos. E por
muitas que sejam as razões e as decisões políticas e técnicas, das quais o povo
não parece querer saber, sendo uma obra tantas vezes falada, prometida e
adiada, estando agora em construção, a sensibilização. a informação e a
participação da população em todo o processo, é mais que justificada. Garantir
que se vai acabar e que vai tudo funcionar, até porque é do interesse de toda a
gente que funcione, se não houver a vontade de aceitar a participação do povo,
vai ser difícil manter um rumo previamente planeado, visível e claro,
transparente e em segurança.
Durante a construção dos edifícios e
nas visitas que eu realizei ao local ou pela aldeia, posso afirmar que nunca encontrei
qualquer informação sobre o que ali se está a construir. E a autarquia tem o
dever de informar, mesmo quando o cidadão não pergunta. É que o facto de não
perguntar não é revelador da falta de interesse na informação a que a
comunidade e cada cidadão tem direito. O direito à informação quando é
satisfeito sem que ele o exija, contribui para que esse mesmo cidadão participe
livremente cumprindo o seu dever de cidadania.
Deixo aqui uma sugestão à Junta de
Freguesia: organizar reuniões com a população para dialogar sobre a obra do
rebanho de cabras, prestar informações, porque o diálogo entre autarquia e cidadãos
enriquece a transparência do poder local e aumenta a participação cívica. Penso
que só assim será possível garantias do trabalho que está a ser feito. É muito
importante que todos nós nos identifiquemos com o rebanho e os seus objectivos
de desenvolvimento social e económico.
José Nunes Martins
quarta-feira, 24 de maio de 2023
A MINHA HORTA NA ALDEIA
Todas as famílias tinham uma horta, mesmo pequena era o
que se podia arranjar mais perto da habitação, com água por perto para garantir
as regas necessárias para dali colher as hortícolas com que completavam as
refeições. E mesmo quando a horta é pequena, exigem-se muitos cuidados e
conhecimentos no momento de plantar, semear, regar e manter a horta arrumada e
produtiva.
Na minha família quem tratava dos
cuidados da horta era a minha mãe. Ficava a cinco minutos da casa, no chão do
Vale da Fonte Velha. Ao fundo do chão a minha mãe reservava sempre umas leiras
de terra para ali fazer a horta. Naquele sítio a água provinha da bica da Fonte
Velha, que entre pedras e ervas descia barroca abaixo até ao lugar do chão e
através de um buraco feito na parede entrava na terra para prosseguir a rega. E
como todas as hortas, na nossa havia feijão verde, ervilhas de quebrar, alfaces
variadas, cebolas, cenouras, tomateiros, pimenteiros, alho francês, morangos,
etc…
As flores também havia sempre, desde os
malmequeres, os narcisos, as hortências, roseiras variadas, dando alegria a
toda a horta. Muitas outras culturas por lá havia, mas estas eram as mais
comuns. E um dia, fiz também a
minha horta! E que horta, meus caros!
José Nunes Martins
domingo, 21 de maio de 2023
QUEM CABRIL CONSTRÓI E CABRAS NÃO TEM...
O cabril está feito, agora faltam as cabras e pastores |
A ideia de criar
um rebanho de cabras/ovelhas para limpar a floresta já tem alguns anos e na
nossa aldeia há muito tempo que este assunto é falado.
A primeira vez que ouvi ou li sobre as
cabras bombeiras foi quando foi anunciado, aos quatro ventos, o programa “SELF
PREVENTION” que pretendia que o Distrito da Guarda recebesse rebanhos de cabras
“bombeiras” ou também baptizadas de “cabras sapadores”! Esses rebanhos seriam
levados para o monte ou os baldios para ali se desenvolver um trabalho de
limpeza de matos e contribuir dessa forma para a diminuição do número de fogos
florestais.
E a ideia estava pensada, estudada e
planeada pelo Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial Duero-Douro,
(AECT-Duero-Douro).
Qual era o plano?
Os parceiros, ou sócios da
AECT-Duero-Douro), ou seja, as pessoas da região abrangida pelo programa, as
Câmaras Municipais, as Juntas de Freguesia, cada uma destas entidades
contribuiriam para a criação dos rebanhos ou para disponibilizarem os terrenos
para alimentar o rebanho.
Para gerir o rebanho, era preciso
criar uma empresa, com uma rede de várias lojas e queijarias.
Quando este projecto surgiu era
novidade no nosso país e criou bastante entusiasmo nas regiões onde se previa
ser aplicado.
O concelho do Sabugal entrou a todo o
gás na AECT-Duero-Douro e várias foram as freguesias que entraram para
associadas. A Freguesia de Malcata, através da Junta de Freguesia, foi uma das
que aceitou entrar na sociedade. Ainda beneficiou de umas pequenas obras e
ainda incluiu uma das valências ligadas ao turismo e cultura, onde foi
representada pelo senhor Vítor Fernandes, presidente da junta de freguesia
nessa época. Ver aqui:
https://aldeiademalcata.blogspot.com/search?q=aect
http://fronteiranatural.eu/lerNot.php?cod=63&lang=es e
https://aldeiademalcata.blogspot.com/2009/12/retrospectiva-do-ano-2009.html
Hoje a Freguesia de Malcata já não integra os sócios da AECT-Duero-Douro. Abandonou a associação e não sei se alguma explicação foi transmitida ao povo e se foi assunto deliberado na Assembleia de Freguesia. O que parecia ser uma aposta segura para captar negócios e visitantes, acabou não se sabendo das razões dessa saída.
Agora que o edifício da exploração caprina e respectivo gado caprino foi aprovado e há ajudas financeiras da União Europeia, caberá à Junta de Freguesia de Malcata liderar a criação e o desenvolvimento sustentável do rebanho.
Como o vai concretizar e administrar ninguém o sabe, tudo está no segredo do executivo da freguesia. Sendo um projecto de grande importância para toda a freguesia, sugiro que os responsáveis pelo “rebanho” promovam uma audição pública, aberta a todos os fregueses para esclarecimentos, discutir formas de acção e criar maior interesse e participação da comunidade que com certeza também quererá ver o rebanho
a contribuir para o desenvolvimento económico e social da freguesia.
sexta-feira, 19 de maio de 2023
À DESCOBERTA DE MALCATA
MALCATA e as minhas histórias
Praça do Rossio-Casa de habitação |
Malcata é uma freguesia situada no Concelho do Sabugal, Distrito da Guarda, no com cerca de 330 habitantes. Era no passado composta pelos seguintes lugares: Rua de Baixo, Rua da Ladeirinha, Rua do Meio, Praça do Rossio, Moita, Rasa, Tapadinha, Barreirinha, Courela, Fonte Velha, Camões, Soitinho, Carvalhão, Cabeço, Fontainhas, Eiras, Vazão, Fraga, São Domingos, Bradará, Ferrerias, Cholrreira,
Chãos da Presa, Cabeço Castanheiro, Veigas, Apartadeira, Vale da Ursa, Curral dos Porcos, Rebiacé, Ribeiro Grande, Várzea, Cavadas, Gorgulão, Pradinho, Ninho das Corças, Relva das Casas, Poceirão, … e tantos outros… Hoje, muitos destes lugares deram lugar a ruas e algumas continuam como estavam. Lembro que a electricidade foi ligada pela primeira vez à Fonte Velha, que era onde estava a primeira “cabine”! Um dia também chegou à casa dos meus pais! Nem toda a gente aderiu à electricidade dentro de casa; desde essa altura passámos a ter luz pública, para iluminar os caminhos de terra batida ou calçada e hoje todos calcetados. Vivíamos numa terra sem luz eléctrica, com um telefone público, sem rádio e sem TV. Eu, e os `putos´ do meu tempo, íamos ver TV a preto e branco para a taberna do Ti Quim Ruvino, outros iam para as outras tabernas que havia na freguesia e ao pé de casa via, com a minha mãe, a tourada e os teatros na casa da Ti Navalhinhas, que era a casa pegada à Ti Lucinda, na Rua do Carvalhão. Uns tempos depois, lá tivemos uma televisão a preto e branco e a RTP. Hoje, temos Fibra Óptica, televisão LCD e mais de uma centena de canais a cores.
PLACAS POR RECUPERAR
A ausência de manutenção e falta de zelo de quem tem a tarefa de olhar pela conservação pelo património, faz-me chamar a atenção para as placas toponímicas danificadas, destruídas, partidas ou apenas com falta de tinta é uma realidade que encontramos na nossa freguesia.
A placa na Rua de Baixo, logo no início encontra-se vandalizada há anos. Eu até
já enviei uma sugestão para a Junta de Freguesia retirar a dita placa e
substituí-la por outra com a inscrição do “Centro de Interpretação do Lince”.
Foi uma sugestão que ainda não sei se mereceu ou não o ter sugerido!
Outra placa que também requer a
atenção dos responsáveis encontra-se na Fontacal, e está partida
a meio, pendurada na parede da entrada para os balneários, ao lado do campo de
futebol. Também seria muito útil que fosse colocada uma placa informativa, junto
à sede da escola primária, com a inscrição da “Sede da Associação Cultural e
Desportiva de Malcata”.
E não chega recuperar e recolocar as
placas danificadas, é preciso dedicar mais atenção à toponímia de toda a
freguesia.
José Nunes Martins