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domingo, 10 de março de 2024

O FUTURO DA ÁGUA EM MALCATA

Há que fazer alguma coisa para a água vir à tona
                         

   A forma de utilizarmos a água na nossa aldeia vai ter que mudar e deve ser uma das prioridades da autarquia melhorar o abastecimento de água para consumo humano à nossa freguesia, bem como a sua utilização na agricultura e nos espaços verdes da freguesia.
   Na nossa aldeia estamos acostumados à abundância deste recurso natural, mesmo durante os meses de mais calor não tem havido constrangimentos para ninguém.
   Mas os tempos são outros e o clima está a mudar. No que diz respeito à água para consumo humano, é do conhecimento de todos que os bombeiros voluntários têm transportado a água num camião-cisterna para encher o reservatório de água para a rede de abastecimento público
da nossa terra. Houve já necessidade de efectuar esse reforço duas vezes por semana. As causas da escassez da água estão relacionadas com as altas temperaturas e a falta de chuva que estão a secar as nascentes naturais.
   Na nossa freguesia há falta de planos para reaproveitar a água, para armazenar os milhões de litros que saem nas duas bicas da fonte, deixando fugir a água ruas abaixo. Podem dizer que não tem havido desperdício, que a água vai acabar por chegar à albufeira. Eu pergunto aos malcatenhos porque deixamos a água correr para a barragem em vez de a armazenarmos em reservatórios para futura utilização pela freguesia, pelos que necessitam dela para as regas?
   Já bastou a obra da barragem do Sabugal que sem dó nem piedade nos deixaram sem rio Côa!
   Não há nada que nos pague esse bem e esse recurso, como era o rio e as terras que o acompanhavam. Lembrem-se que na nossa região só existe água doce e investimentos para aproveitar a água do mar está fora de questão. Ora isso dá-nos argumentos para olharmos para a água que até é natural, de nascentes e também merecemos ajudas financeiras para manter
este recurso tão importante.
   Estes dias li que o concelho do Sabugal fazia parte dos municípios que mais desperdiçava água nas redes de abastecimento público. Os números estão escritos num relatório da entidade que regula a água em Portugal. Chama-se ERSAR e neste documento relatório da ERSAR ficamos a saber que o concelho do Sabugal desperdiçava, em 2022, 70,2% da água. Trata-se de água que existe e que não chega ao consumidor e por diversas razões: rupturas, avarias e desvios. Ora se há dois anos mais de metade da água era desaproveitada, logo não rendia um cêntimo, diz-nos que há muito trabalho a realizar.
   Então como será o futuro da água em Malcata?
   Será que a APAL-SIM (Águas Públicas em Altitude – Serviços Intermunicipalizados) vai resolver os problemas no concelho do Sabugal?
   Deixar de fazer alguma coisa não é opção! Pagar e continuar a pagar a água que se utiliza na rega? É uma possibilidade e sabemos que quem rega com a água dos tanques da Fonte da Torrinha, paga-se uma taxa por cada vez que se esvazia o tanque grande. E está certo que assim seja, pois eu não acredito que haja alguém que se recuse a pagar. Com certeza que na nossa freguesia não vamos brincar aos transvases para outras terras. Por curiosidade, li que os agricultores da Cova da Beira, que regam com a água da barragem do Sabugal, vão este ano pagar mais caro a água para rega! E em Fevereiro houve escaramuças e tubos cortados por desentendimentos por causa da água.
    Deixo aqui um alerta: olhem para as vossas próximas facturas da água e vejam o volume de água consumido e leiam também a segunda página. Digam o que viram e o que pensam.
   Obrigado


    

De 1937-2024 sem parar de deitar água





Ler a factura da água segundo a Deco
      

   

Trabalhos na nascente em Malcata 


                                        
                   Foto CMGuarda -Assinatura da constituição da Apal-Sim

    Saiba mais sobre a nova entidade das águas e saneamento:

   https://capeiaarraiana.pt/2024/02/19/sabugal-integra-sistema-intermunicipal-de-gestao-da-agua/


sábado, 9 de março de 2024

A NEVE BRANCA E FOFA EM MALCATA



Malcata já andou vestida de branco!
(Pequeno vídeo com neve na aldeia)

    No Inverno a chuva, o frio, o vento, o granizo, a geada e outros fenómenos meteorológicos eram normais em Malcata. E as pessoas da aldeia preparavam-se para estas condições adversas alterando as suas rotinas diárias. Quem ditava as regras do trabalho era o tempo. E que remédio havia se não aceitar trabalhar ao sabor do tempo. 
   A nossa região sempre foi chuvosa no Inverno e muito fria. A neve já caiu muito mais que actualmente. Nevão digno de muita neve há muitos anos que não se sentem nem veem na nossa aldeia.

Lembro-me dos grandes nevões na minha infância, tão grandes que chegavam a aguentar a neve durante semanas. Muita coisa ficava por arranjar, por fazer, não por não quererem trabalhar, mas porque a neve não permitia. A vida na aldeia levava uma reviravolta e só depois da neve derreter é que a normalidade regressava. Já se imaginaram a aguentar um Inverno rigoroso, com muita chuva, vento e neve ou geada ? Aguentar o frio e a chuva numa terra sem luz eléctrica, sem água nas casas, com algumas ruas em terra batida e as águas pluviais a correr valeta abaixo?! A neve chegava aos 50 cm de um dia para o outro. Alguns telhados abatiam com o peso da neve, o gado tinha que ficar encerrado e alimentava-se com feno seco, beterraba, nabos, botelhas...porque não havia condições para ir buscar alimento aos campos. 
                                             
Gelo na pia do chafariz na Rua da Moita.
Onde há água e frio, aparece naturalmente gelo.

   O gelo é um dos grandes contratempos na aldeia. Um descuido e os acidentes acontecem. E escorregar no gelo é perigoso para pequenos e graúdos e qualquer animal. 
   Depois de nevar durante toda a noite a aldeia acordava vestida com um manto branco de neve. Os telhados, as árvores, as ruas transformavam o espírito humano e toda a gente aceitava a situação. Era normal, estávamos no Inverno!
   Como mudou o clima! Continua a chover e a fazer muito frio, mas há muitos anos que em Malcata a neve se tornou mesmo passageira e leve, tão leve que não dá para brincar. Já a geada e o gelo continua a justificar os avisos para se ter cuidado ao sair de casa, ao conduzir viaturas na estrada...porque uma escorregadela em cima de gelo, é meio caminho para uma pessoa se partir todinha!
   Tantas são as memórias de nevões! 

   



domingo, 3 de março de 2024

MALCATA: AS TRADIÇÕES NA QUARESMA

 


   Estamos na Quaresma, tempo que antecede a celebração da Páscoa.
   São 40 dias de jejum e penitência que os cristãos iniciam na Quarta-Feira de Cinzas e termina na quarta-feira da Semana Santa.
   Durante a Quaresma era proibido realizar bailes e outras actividades que provocassem muito barulho, quem não respeitava estes preceitos, estava a pecar, era apontado como pecador e se não parasse, o seu destino final estava traçado, ia para o inferno ou purgatório. Para o céu estava fora de questão…
   Eu ainda gostava de compreender como viviam a Quaresma antigamente. Há na nossa aldeia gente que se recorda dos costumes nesta quadra carregada de enorme paixão, dor e sofrimento. O que vos marcou mais? Têm saudades desses dias e dias de jejum, só a pão e água? Antigamente, durante a Quaresma, a minha mãe pedia para ir às cruzes, rezar as 14 Estações da Via Sacra. Para mim o ter que ouvir por 14 vezes, o mesmo rosário, numa igreja escura e iluminada só com as luzes das velas de cera, as pessoas vestidas da cabeça aos pés, com roupas negras, lenços pretos nas cabeças, xailes pretos pelas costas, dava mais para chorar que rezar…
   Dos tempos, em que a nossa aldeia pertencia ao Concelho de Sortelha, já não há quem possa testemunhar como passava a Quaresma. Talvez as rezas e orações passassem de geração em geração e é certo que em Malcata, como na maioria das outras terras, a Quaresma celebrava-se mais ou menos da mesma maneira. Seria bom que alguém partilhasse aqui as suas “Quaresmas”, os rituais em que ainda participaram. Não só os costumes e rituais religiosos, mas também os outros costumes, como não podia realizar-se o baile ao Rossio, alguma coisa faziam para passar o tempo!
   Alguém se lembra como era a encomendação das almas? Quem podia ir?
   E que cerimónias mais ficavam marcadas?
   Já quanto aos párocos (senhor prior) do Padre José Miguel não tenho qualquer memória. Seguiu-se o Pe. Lourenço que acompanhei até falecer, pois paroquiou
a paróquia de São Barnabé de Malcata durante a minha infância e juventude, tenho recordações dos rituais quaresmais e outros. Uma tradição muito enraizada nas paróquias do Norte do país e que nunca presenciei em Malcata, foi a Visita Pascal.
   Mesmo depois de terem passado muitos anos, mesmo que o que se faz hoje já nada tem a ver com as tradições antigas, mesmo assim, seria bom reunir estas coisas e tradições, que durante muitos anos foi o orgulho dos nossos antepassados, dos nossos avós e pais. É que se não se fizer nada, lá se vão as tradições para o cemitério e daqui a alguns anos já ninguém se lembra de nada disto. Há coisas que importa preservar, mesmo que seja para arquivo e memória futura, pois devemos continuar a guardar o legado que nos foi transmitido.





 

COMPADRES À CONVERSA

 

Adro da igreja de Malcata

- Então, compadre, donde vens a esta hora?!
- Donde hei-de vir?! Da igreja! Então estamos na Quaresma…e fui cumprir o meu dever, estou a preparar-me para a festa da Páscoa.
- Ui ui, mas ainda falta tantos dias, ainda tens tempo para pensares nessas coisas.
- Pois, tens razão, compadre, mas eu gosto de fazer as coisas com tempo e sem pressas!
- Olha quem anda numa roda-viva e sem paranças, são os políticos. Eles podem dizer o que quiserem, mas o que eles dizem eu nem perco tempo! Somos todos iguais e todos querem o mesmo, tachos, poleiro é onde querem estar, nem que para o conseguir, se apresentem no domingo à missa.
- Esses já eu conheço. De católicos têm pouco, são uns fingidos.
- Assim estamos, compadre. E se quer que lhe diga, estou-me marimbando para o circo que montaram. A minha missa é outra!
- Compadre, mas que diferente está agora o mundo! Até a Quaresma mudou e hoje riem de quem faz jejum. O senhor prior bem se farta de dizer para nos preparamos. Mas qual quê?! Ao menos o compadre ainda respeita a tradição.
- Tantas renúncias que a gente pode fazer, mas tá quieto! Sacrifícios, mais ainda…
- É verdade compadre!
- Bem, vamos à vida, porque a morte é certa.
- Então, até logo, se Deus quiser!

terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

REABILITAÇÃO DE COLECTOR DE SANEAMENTO EM MALCATA

 

                        MALCATA: ESTÁ DIFÍCIL GOSTAR DISTO!

      

      Pensava eu que a Câmara Municipal do Sabugal já se preocupava mais com a sua população e a sua qualidade de vida. Mudou o executivo, mudou o deliberativo e não mudaram os empreiteiros que nos vão fazendo sofrer cada vez que executam obras públicas nas freguesias do concelho do Sabugal. Eu até desculpava e compreendia que assim se continuasse a fazer as coisas como até aqui. O problema é os acidentes inesperados, que podem surpreender toda a gente, até os senhores empresários que dão trabalho a muitas pessoas e assim, não precisam de abalar para fora do concelho do Sabugal a fim de ganhar a vida.
   Será que a Câmara Municipal não tem nos seus quadros de pessoal as pessoas que fiscalizam as obras, mesmo que sejam empreitadas pagas pela Câmara? Há ou não regras obrigatórias que devem ser implementadas pelas empresas que executam as ditas obras públicas? Para que escrevem os Cadernos de Encargos, os Planos de Segurança, Saúde e Higiene e até a obrigação de afixar, em local visível, o Aviso referente à obra em causa com a informação do dono da obra, valor que vai custar, prazo de execução, empresa responsável dos trabalhos, etc.?
   É para mim uma autêntica falta de respeito aquilo que se está a passar na nossa freguesia. E as imagens que se seguem, levam-me a perguntar por que razão a Câmara Municipal não se preocupa com o bem-estar da nossa população e nem sequer pensa nas pessoas que nos visitam. Então ocorreu um inesperado colapso de um colector de saneamento na Rua Vale da Fonte e não se tomaram as medidas necessárias para avisar as pessoas que era perigoso passar ou circular por essa rua? As obras de restauro do colector estão a decorrer durante o horário normal de trabalho. O colector está situado quase no eixo da via, com terra, lama e água a envolver a área, andando as máquinas e trabalhadores atarefados em realizar bem os trabalhos. Tudo isto parece normal e sabemos todos que uma obra traz sempre transtornos a quem por elas tem de passar. O que já não é normal é a ausência de sinalização das obras e dos constrangimentos que provocam. Pior e mais grave é quando a rua tem dois sentidos e em nenhum deles existem avisos ou sinais de obras. Na nossa aldeia ouvi estes dias alguns desabafos e houve até quem fosse falar com os senhores da Câmara e lhes chamasse à atenção para o que estava a ocorrer na tal rua do colector de saneamento.
   Há quatro anos também ocorreu ali uma inesperada obra, por sinal, por causa do tal colector e dos tubos que não tiveram capacidade para aguentar tanta água, lixo e areia. Vi abrir uma vala e andaram a mexer nos canos e a fazer obras à volta do colector, com reposição de materiais ao seu redor e colocação da calçada. Desconheço o valor pago por esses trabalhos de há quatro anos, mas sei que vão ser pagos 16.000 euros pelas que agora estão a executar.

Alerta enviado em 2020


   Infelizmente pelo que me vou apercebendo, a falta de informação e avisos grassa por quase todas as obras e ninguém se preocupa nem protesta com os responsáveis.
   É obrigação do cidadão lutar contra este estado de coisas, pois um dia poderemos acordar dentro de um grande buraco porque não sabíamos que a fita vermelha e branca ou uns ferros foram lá postos para avisar.
    Seguem as imagens da obra:  

        



Imagem da documentação da CMS






Qual foi a principal causa do colapso inesperado do colector de saneamento na nossa freguesia?








   


AI ENTRUDO AI ENTRUDO

 

   O Entrudo é sinal de alegria, muita diversão e borga até às tantas. É uma festa de origem pagã e comemora-se sempre numa terça-feira, 47 dias antes do Domingo de Páscoa. No dia do Entrudo havia vários momentos de cariz comunitário e toda a gente assinalava o fim do Inverno e a chegada da Primavera. Mas depois, a religião veio mudar algumas coisas e uma delas foi encurtar os dias de festa.  Contudo, nunca conseguiu acabar com o Entrudo porque o povo o festeja antes do início da Quaresma. Assim o Entrudo festeja-se até à Quarta-Feira de Cinzas.


É uma alegria quando os entrudos entram no lar da aldeia.

   - Olha que entrudos! Ai mãe do céu, mas que acareios! 
   - Ó Maria, hoje é entrudo. Canta e ri, porque esta vida são três duas e o entrudo dois! 
   - Tens razão Manel Zé! Ai se fosse noutros tempos...quando eu era mais rapariga, 
      o entrudo era para a borga…

   A conversa foi interrompida pelos entrudos que entraram na sala. 
   - Olhem estes, quem são estes entrudos?
     
   Era assim o entrudo na nossa aldeia. Um dia de trapalhadas e trapalhões, o que procuravam era a alegria, a boa disposição, esquecer as amarguras do dia a dia e andar na farra até cansar.
   Nestes últimos anos lá vão aparecendo alguns mascarados, que combinam entre si o que vão fazer no dia de Entrudo. Um ou dois homens e meia dúzia de percorrem as ruas da aldeia, entram no lar de idosos e a alegria sente-se nas pessoas. 
   Tempos houve que neste dia a associação cultural e desportiva preparava um desfile de entrudo e durante a tarde animavam as ruas, os cafés e o lar da aldeia.  
   Agora, o entrudo mudou-se para a cidade do Sabugal e Malcata nunca mais sentiu o Carnaval! Desde que a Câmara Municipal propôs atribuir um subsídio às associações que participarem no desfile do Carnaval do Sabugal, o entrudo morreu e está praticamente desaparecido das tradições populares.
  
                           
                                                
   

  
  

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

MALCATA, QUE TE ESTÁ A ACONTECER?

 




                            M 1937 - Fonte das duas bicas ( Torrinha) na aldeia de Malcata há 87 anos


                                                                                  ++++++++++


      Na praça principal da freguesia existe a melhor fonte de água da aldeia. É paragem obrigatória para quem visita a terra e para os que nela vivem. Durante muitos anos foi considerada a fonte dos namoros, dos encontros ao fim do dia para encher os cântaros e as bilhas de barro. O seu aspecto foi sofrendo pequenos remendos e poucos benefícios teve desde 1937 aos nossos dias de hoje. Todos os melhoramentos que ali foram feitos não trouxeram mais fama à fonte. Sim foi importante terem substituído os antigos canos por outros novos. E sim, têm sido importantes as pequenas obras na manutenção da fonte e dos tanques, assim lá se vai mantendo a coisa a funcionar. Sejamos francos e sinceros quando falarmos da fonte da Torrinha, nome que mais é conhecida dos malcatenhos. É que quando olho para esta fonte fico um pouco nostálgico e triste. O seu aspecto actual contrasta bem com o que via há uns anos, quando ali toda a gente ia encher os cântaros de água para consumir em casa. A água nessa altura saía bem mais viva, as duas bicas tinham a sua graça mesmo com toda a simplicidade dos canos. Toda a gente bebia daquela água com toda a confiança e certeza que ficava saciada e bem alimentada, sem receio algum de “passar pelas passas do Algarve” ou soltar o desabafo “que mal fiz eu a Deus, se só bebi água da fonte”! Apesar desses indesejados sintomas de mal-estar e desarranjo intestinal se vem verificando nos meses de mais calor, muitas são as pessoas que continuam a consumir da água desta fonte. E muita gente continua a dizer que aquela água mata a sede a quantos dela beberem, seja Inverno ou Verão, mas eu já não acredito nessa verdade porque o mal-estar é muito difícil de aguentar.

   Tenho pena que nestes últimos anos se repitam perturbações  e outros sintomas graves por que sentem as pessoas logo após dois ou três dias de permanência na aldeia, sendo os meses de Verão as épocas de maior número dos casos deste tipo de ocorrências. E embora não haja provas concretas da origem do mal-estar das pessoas, muitos apontam sem duvidar, que se sentiram pessimamente depois de ingerir a água da fonte das duas bicas na Praça da Torrinha.
   Todos ou quase todos nos lembramos da ocupação do solo no lugar das Eiras, onde até há poucas décadas, eram solos exclusivamente agrícolas, sem qualquer casa de habitação. E também não me lembro da existência de avisos a informar que a água se encontrava imprópria para consumo humano!
   Hoje a nascente que fornece a água à fonte das bicas está envolta de muitas habitações e a ocupação do solo está alterada. A povoação cresceu à volta da mina das Eiras e nunca ninguém se preocupou com o futuro e da qualidade das águas subterrâneas, mesmo sabendo toda a gente e as autarquias da necessidade de se cuidar da água.
   Já lá vão 87 anos e a fonte lá continua, graças à influência e determinação das pessoas como o senhor António Nita, pessoa importante e que depois de viver fora da terra a ela regressou e presidiu à Junta de Freguesia, com coragem e persistência conseguiu obter os  gratuita, sem taxas escondidas. Infelizmente ele e outros como ele já partiram e eu interrogo-me: Malcata, que te está a acontecer?
   Sei que esta gente de antigamente eram notáveis e influentes. O que não entendo é porque os que estão no presente não conseguem suster e manter o legado que nos deixaram e, aos poucos a freguesia vai sendo privada de tudo o que resta de útil às pessoas que nela vivem.
   Enfim, oxalá que o futuro comece a ser menos ingrato para os mais novos e despertem a tempo de lembrar aos autarcas as promessas feitas quando precisaram de ser eleitos.

    Seguem-se umas imagens da Fonte das Bicas/Torrinha ao longo do tempo:

    

  


Sempre se fez assim e nunca se perguntam da razão deste procedimento, 
nem há vontade de experimentar outras soluções para obter resultados diferentes!



Um legado com 87 anos que merecia ser mais cuidado.





sábado, 27 de janeiro de 2024

MALCATA: QUANTOS PROPRIETÁRIOS RURAIS TEM O CONDOMÍNIO DE ALDEIA?

 




   A freguesia de Malcata tem nas mãos um projecto chamado “Condomínio de Aldeia”, um programa em conjunto com a freguesia do Meimão, com um valor de 90 mil euros.
   No Jornal Cinco Quinas, João Vítor na entrevista que deu ao jornal e publicada no passado dia 22 de Janeiro, deu a sua opinião sobre esta ideia de “Condomínio de Aldeia “e as vantagens que as aldeias irão beneficiar.
   À pergunta do Cinco Quinas sobre que “vantagens traz para a freguesia? “referiu que “pretende contrariar o abandono dos terrenos, como resultado, essencialmente, do despovoamento que se verifica na aldeia e do envelhecimento da população, deixando assim os terrenos com características benéficas para a agricultura, ou para as actividades pastorícia, sem qualquer utilização, e que na actualidade se verificam a prevalência de matos.”
   O projecto será para ser concretizado nos terrenos que envolvem a freguesia. Pretende-se que se limpem os matos, algumas árvores e retornar a ocupá-los com outras árvores autóctones e mantendo os terrenos limpos.
   Quando o Jornal Cinco Quinas perguntou se era também uma maneira de proteger a floresta na ápoca do calor e dos incêndios, o presidente da Junta disse que “Sim. Salientam-se como vantagens para a freguesia, a concretização de um território mais resiliente, assumindo uma enorme importância para a defesa do aglomerado populacional, bem como para a Reserva Natural da Serra da Malcata”.

   O Condomínio de Aldeia que estamos a falar diz respeito a uma candidatura ao Programa de Apoio às Aldeias Localizadas em Territórios de Floresta. Essa candidatura foi aprovada em Novembro, 2023, segundo li aqui: https://rcb-radiocovadabeira.pt/condominio-da-aldeia-para-meimao-e-malcata/. O prazo máximo para conclusão da implementação no terreno das tipologias de intervenção aprovadas é de 18 meses, contado a partir da data de assinatura do Termo de Aceitação, não podendo, em caso algum, ultrapassar o dia 30 de Setembro de 2025.
   Quanto a prazos e designadamente a datas de início da implementação do projecto, à pergunta do Cinco Quinas,  o presidente de junta deu uma resposta vaga e sem qualquer data, limitando-se a dizer que “a freguesia tem todo o interesse que o projecto seja implementado o mais breve possível, e preferencialmente antes da próxima época crítica de incêndios florestais”.
   A entrevista a que me refiro pode ser consultada e lida aqui: https://www.jornalcincoquinas.pt/projeto-do-condominio-de-aldeia-a-espera-de-ser-implementado/.
    Noto que nestes últimos tempos muito se tem falado sobre as florestas e sobre a existência de programas de apoio do Estado aos proprietários rurais. E na nossa freguesia já temos vários projectos falados no povo. Lembram-se da AIGP-Terras do Lince Malcata? Bupi? E agora “Condomínio de Aldeia”?  Todos parecem iguais, mas são diferentes. Este projecto Condomínios de Aldeia, visa, dentro do que é a faixa de protecção da nossa aldeia e do Meimão, substituir o solo florestal por solo agrícola, para uma maior protecção. A ideia é que, em vez das pessoas terem os pinheiros e matos de giestas, poderem ter outro tipo de árvores e que também possam ter rendimento…” 
   O que é preciso fazer para que este condomínio avance? Apostar nas sessões de esclarecimentos, de informar com toda a paciência os proprietários dos terrenos abrangidos, trabalhar na empatia com as gentes de Malcata e explicar bem o programa, mostrar as vantagens de aderir e aceitar, mostrar que se o dono do terreno aderir, o resto é simples e basta depositar confiança, porque não é preciso qualquer despesa por parte do proprietário, pelo contrário, pode obter rendimento. Claro que os proprietários têm de assumir a manutenção dos terrenos garantindo a sua limpeza. Agora, é tempo de explicar e incentivar.

  

 

sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

FREGUESIA DE MALCATA E MEIMÃO NO MESMO CONDOMÍNIO DE ALDEIA

   


   A freguesia de Malcata e a freguesia de Meimão, vão entrar num projecto a que chamaram “Condomínio de Aldeia” Trata-se de um programa apoiado pelo Fundo Ambiental e este ano, através da AIGP-Terras do Lince-Malcata, os proprietários das aldeias de Malcata e do Meimão, que se mostrem interessados na reconversão dos terrenos abandonados ou florestais, em terrenos agrícolas.        Está previsto um investimento de cerca de 90 mil euros, a dividir entre as duas freguesias.
  A Opaflor, entidade que está a gerir a AIGP Terras do Lince Malcata, é a associação responsável pela implementação deste projecto. O objectivo principal, é ocupar os terrenos que envolvem as duas aldeias e introduzir neles culturas, árvores, pastagens que permitam funcionar como barreira natural à propagação dos incêndios florestais. Para além de reconverter a ocupação das terras, há outras intervenções e infraestruturas que também são importantes levar a cabo para aumentar a resiliência e a valorização da própria paisagem:
 - Recuperação de galerias ribeirinhas
- Controlo de espécies invasoras;
 - Desenvolver métodos alternativos às queimadas de sobrantes;
- Construção e manutenção de caminhos;
- Instalação de bocas de incêndio que garantam o fornecimento de água por gravidade, em situação de incêndio rural;
- Formação das pessoas da comunidade para melhor gerir o fogo;
    Como podemos concluir trata-se de um projecto todo ele voltado para a segurança da freguesia, do património e das pessoas, animais, etc… Lembram-se de se ter falado na necessidade de limpar as ribeiras das Veigas (Forninhos, Porqueira, Bradará, Fraga…até à barragem)? A Associação Malcata Com Futuro propôs à Junta de Freguesia de Malcata uma intervenção nestas linhas de água, com a criação de pequenos açudes, limpeza dos leitos…etc., etc… O trabalho preliminar está feito e repousa em alguma gaveta da junta de freguesia. Agora que há dinheiro disponível, espero que peguem nos projectos com ganas de fazer e fazer bem. Como já referi, os 90 mil euros não são apenas para substituição das árvores, semear ou plantar novas espécies. Enunciei mais seis objectivos que devem ser alcançados e colocados em prática. Todos eles são importantes serem concretizados.
   A Junta de Freguesia de Malcata está na posse de mais informação e com certeza também conhecerão os planos da Opaflor para o Condomínio de Aldeia de Malcata e Meimão. Apelo aos malcatenhos que perguntem, procurem mais informação acerca deste projecto. 
   Eu prometo voltar a este assunto.

terça-feira, 23 de janeiro de 2024

MALCATA: OBRAS NA RUA DE BAIXO

Rua de Baixo condicionada ao trânsito durante as obras de drenagem das águas.

 

  Esta é a última notícia divulgada pela Junta de Freguesia de Malcata:

AVISO | No âmbito da empreitada "Requalificação da rede pluvial e drenagem da água do tanque - Rua de Baixo - Malcata", vimos comunicar que será condicionada a circulação rodoviária, a partir do próximo dia 22 de janeiro de 2024 (segunda-feira), nas condições descritas na planta em anexo. Durante o período de 15 dias a sinalização temporária permanecerá no local, sendo monitorizada pela empresa adjudicatária.

Agradecemos a sua compreensão face aos incómodos causados

 

Link para ficheiro: https://www.jf-malcata.pt/ficheiros/fic32_1705926885.pdf