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3.1.15

A IMPORTÂNCIA DA PAISAGEM QUE RODEIA MALCATA

Parque Eólico

O movimento Malcata Pró-Futuro defende o ambiente e a paisagem que rodeia a aldeia de Malcata.E cada vez mais nos damos conta que outros também defenderam e defendem o mesmo.
Eis um "recorte" de um estudo elaborado em 2013 e publicado na Revista Crítica de Ciências Sociais:

Ambiente, paisagem, património e economia:
Os conflitos em torno de parques  eólicos  em Portugal

Referência eletrônica
Ana Delicado, Luís Silva, Luís Junqueira, Ana Horta, Susana Fonseca e Mónica Truninger, « Ambiente, paisagem,
património e economia: Os conflitos em torno de parques eólicos em Portugal », Revista Crítica de Ciências
Sociais [Online], 100 | 2013, colocado online no dia 28 Outubro 2013, criado a 30 Outubro 2013. URL : http://
rccs.revues.org/5198 ; DOI : 10.4000/rccs.5198
Editor: Centro de Estudos Sociais
http://rccs.revues.org
http://www.revues.org
Documento acessível online em: http://rccs.revues.org/5198
Este documento é o fac-símile da edição em papel.
© CES
“Nos últimos anos temse assistido em Portugal ao crescimento exponencial do número de parques eólicos, respondendo as pressões  politicas e económicas para atingir metas ambiciosas no que concerne a produção de energia através de fontes renováveis.
A nível geral, este desenvolvimento temse pautado por discursos consensuais – mitigação das alterações climáticas, diminuição da dependência energética face ao exterior –, mas ao nível local e situado os conflitos tornamse visíveis (destruição visual da paisagem, impactes nocivos nos ecossistemas rurais, nas actividades turísticas, na saúde).
Não obstante os reflexos positivos associados aos parques eólicos, tendencialmente ligados a benefícios no combate às alterações climáticas, à redução da poluição, à diminuição da dependência energética de Portugal em relação ao exterior e aos proveitos económicos daí decorrentes, o aumento significativo do número e dimensão das infra-estruturas necessárias ao aproveitamento da energia eólica não passou despercebido. Controvérsias em torno das modificações introduzidas na paisagem, o seu impacte nas espécies naturais, nas actividades turísticas e até sobre a saúde, associadas a uma progressiva cobertura mediática com um forte enfoque nos custos associados à produção de energias renováveis (nomeadamente no peso que tal implica no custo mensal da eletricidade), contrabalançam o pendor aparentemente positivo do discurso em torno do tema.

Enquadramento teórico


   As questões energéticas constituem um desafio ambiental urgente. A ameaça
das alterações climáticas e a escassez de fontes de energia convencional têm
levado os países a investir crescentemente em fontes de energia alternativas
e renováveis. Ao contrário de outras tecnologias de produção energética
(como a nuclear ou os combustíveis fósseis, mas também os biocombustíveis
e as barragens), a energia solar e a energia eólica são geralmente percepcionadas como “limpas”, “verdes” ou “amigas do ambiente”, uma extensão de tecnologias tradicionais como os moinhos de vento (Nadaï e Van der Horst, 2010).
   E, no entanto, este é um domínio onde também têm surgido controvérsias
(no sentido de desacordo entre vários atores sociais, eminentemente
discursivo) e mesmo conflitos, designadamente movimentos de resistência
à implantação de parques eólicos em determinada localização, encabeçados
geralmente  por residentes, autoridades locais ou organizações não
governamentais  (de ambiente, de defesa do património, etc.). De acordo
com  Dietz et al. (1989), a literatura sobre conflitos ambientais tende a
caracterizar estes conflitos em quatro dimensões: como um problema
de conhecimento diferencial (concepção do público como ignorante), ou de
interesses diferenciais (o que suscita questões de justiça), ou de diferença
de valores (agravada em contextos de incerteza), ou ainda de desconfiança
face ao conhecimento dos peritos (suspeitos de parcialidade). Como abaixo
se verá, são estas três últimas dimensões que estão em causa no caso dos
parques eólicos.
   Na acepção de Warren et al. (2005), a energia eólica tende a suscitar controvérsias“verde contra verde” (“green on green”), uma vez que alguns dos
argumentos em oposição se sustentam em valores ambientais contraditórios:
a defesa de fontes de energia não poluente e mitigadora das alterações
climáticas opõese à proteção da paisagem natural e dos ecossistemas. Põese aqui também um problema de escala: benefícios ambientais globais são
obtidos à conta de impactes locais (Warren et al., 2005; Nadaï e Van der Host, 2010; Haggett e Futák­Campbell, 2011; Hall et al., 2013). Isto, porém, pode também ser visto pela perspetiva inversa, quando as necessidades de desenvolvimento económico local colidem com necessidades globais de proteção da natureza (Figueiredo, 2008).
   Estão amplamente documentados casos de oposição à instalação de parques
eólicos no Reino Unido (Woods, 2003; Bell et al., 2005; DevineWright e Howes, 2010), França (Nadaï, 2007), Alemanha (Zoellner et al., 2008), Holanda (Breukers e Wolsink, 2007; Wolsink, 2007a), ou Grécia (Kaldellis, 2005). Esta resistência tem sido motivada pela preocupação com questões como o ruído
ou a poluição sonora (Woods, 2003; Toke, 2005; Hall et al., 2013), os efeitos sobre a saúde (Woods, 2003; Barry et al., 2008; Hall et al., 2013), os impactes
mas também com a percepção de que os aerogeradores arruínam as paisagens
rurais e ameaçam o património natural e cultural (Woods, 2003; Toke, 2005;
Bell et al., 2005; Zoellner et al., 2008; Cowell, 2010; Hall et al., 2013), tendo
consequências não só simbólicas mas também económicas sobre o turismo
e o valor das propriedades (Woods, 2003; Warren et al., 2005; Toke, 2005;
Barry et al., 2008; Clarke, 2009; Nadaï e Van der Horst, 2010; DevineWright
e Howes, 2010; Hall et al., 2013).”








10.7.14

MALCATA: PASSADO E PRESENTE COM FUTURO


Crianças na Fonte da Torrinha



Malcata é uma terra cada vez mais conhecida e o seu nome vem quase sempre ligada à serra com o mesmo nome e ao Lince da Serra da Malcata.
As recentes mudanças e melhorias ocorridas na pacata aldeia do interior têm contribuído enormemente para manter viva uma aldeia bem portuguesa e as pessoas que nela vivem, ainda acreditam num futuro melhor.
Muitos de nós recordamos aqueles tempos, não muito longínquos, em que se ia à Fonte da Torrinha ou à Fonte Velha com os cântaros de barro buscar a água para cozinhar, para lavar o corpo, para beber e claro, também para o gado.
Agora a aldeia tem saneamento básico e água nas torneiras, as curvas perigosas da velha estrada para o Sabugal desapareceram e a viagem faz-se com mais segurança e conforto, graças às obras de requalificação da via. Com a construção da barragem, surgiu uma enorme albufeira que até agora só tem servido os agricultores da Cova da Beira e leva a água às casas de muita gente. Os Caminhos Rurais de Malcata para o Meimão e de Malcata para Quadrazais foram arranjados e permitem uma ligação bem melhor. Também as comunicações telefónicas e a internet são agora uma melhoria sentida por aqueles que quiseram ligar-se ao mundo. Mas apesar de ser uma ajuda para vencer distâncias, por si só, não estão a ser capazes os custos da interioridade manifestada num êxodo das suas gentes e que levou ao encerramento da creche-infantário, da escola primária, de comércios, da queijaria e agora o desemprego está a atingir quem trabalhava na construção civil. 




 Cemitério de Malcata(ampliação)


Lar da Assm-pólo a ser inaugurado brevemente


A triste sina de Malcata é assistirmos às obras de ampliação do cemitério e do Lar de idosos. As consequências desta realidade estão à vista: as crianças e os jovens são obrigados a sair da aldeia e acabam por ficar pelas cidades que lhes proporcionam um melhor futuro. Com a escola está desactivada e servindo agora para outros fins,  os pais das crianças têm que deixar levar os seus filhos para outras escolas abertas noutra terra e acabam por lá ficarem todo o tempo da escolaridade obrigatória, que são muitos anos, levando-as inconscientemente a optar por “esquecer” a sua aldeia e viver a sua vida em qualquer outro lugar que lhes ofereça melhores empregos e um futuro  mais risonho.
Perante tantas dúvidas e tantas incertezas pergunto:
 Malcata tem futuro?
O passado de Malcata é ou não importante para compreender o presente e projectar o futuro?

14.6.14

MALCATA E A SERRA

Assm, novo lar de Malcata


MALCATA E A SERRA

Passado Presente com Futuro

Malcata é uma terra cada vez mais conhecida e o seu nome vem quase sempre ligada à serra com o mesmo nome, Serra da Malcata.
As recentes mudanças e melhorias ocorridas na pacata aldeia do interior têm contribuído enormemente para manter viva uma aldeia bem portuguesa e as pessoas que nela vivem ainda acreditam num futuro melhor.
Muitos de nós recordamos aqueles tempos, não muito longínquos, em que se ia à Fonte da Torrinha ou à Fonte Velha com os cântaros de barro buscar a água para cozinhar, para lavar o corpo, para beber e claro, também para o gado.
Agora a aldeia tem saneamento básico e água nas torneiras, as curvas perigosas da velha estrada para o Sabugal desapareceram e a viagem faz-se com mais segurança e conforto, graças às obras de requalificação da via. Também as comunicações telefónicas e a internet  são agora uma melhoria sentida por aqueles que quiseram ligar-se ao mundo. Mas apesar de ser uma ajuda para vencer distâncias, por si só, não estão a ser capazes os custos da interioridade manifestada num êxodo das suas  e que levou ao encerramento da creche-infantário, da escola primária, de comércios, da queijaria e agora o desemprego está a atingir quem trabalhava na construção civil. A triste sina de Malcata é assistirmos às obras de ampliação do cemitério e do Lar de idosos. As consequências desta realidade estão à vista: as crianças e os jovens são obrigados a sair da aldeia e acabam por ficar pelas cidades que lhes proporcionam um melhor  futuro.
Perante tantas dúvidas e tantas incertezas pergunto:  Malcata tem futuro? O passado de Malcata é ou não importante para compreender o presente e projectar o futuro?

28.2.12

MALCATA E O FUTURO

"MALCATA LIFE VILLAGE" Um modelo de empreendedorismo turístico e social defendido como Tese de Mestrado em Gestão de Empresas do IPCB/ Escola Superior de Gestão de Idanha-a-Nova,realizado pelo Dr. Luís Manuel do Carmo Farinha, que no recente dia 8 de Fevereiro defendeu perante um júri.
 

Dr.Luís Manuel do Carmo Farinha

  
  Foi para mim uma boa surpresa esta descoberta estes dias através da internet. Desconhecia a existência deste economista e não sabia que Malcata estava tão ligada ao seu trabalho científico. O Dr.Luís Manuel do Carmo Farinha deseja com este seu trabalho " contribuir para o desenvolvimento de regiões mais deprimidas do nosso país, onde se inserem o interior centro e a zona da raia central".
  Ao passar os olhos pelo documento rapidamente nos apercebemos que tem muito a ver com o tão falado empreendimento médico-turístico baptizado pelos malcatanhos de "Hospital de Malcata" e que um investidor descendente do nosso concelho se comprometeu a construir nos terrenos de Malcata e que é conhecido como "Ofélia-Club". 
   Estas imagens que se seguem são as "janelas" que o investidor abre no seu sítio da internet para dar continuidade ao empreendimento que o Dr.Luís Manuel do Carmo Farinha veio agora defender na sua tese de Mestrado. Este projecto já se fala desde 2008 e ainda não passou da 1ªFase, faltando mais 4 fases para que o modelo de negócio defendido pelo economista seja uma realidade. E será que este projecto ficará assim um dia? Ora vamos lá viajar até 2015 e vamos até à Rasa e arredores:
   





                                                  Estas fotografias foram copiadas daqui:
                          http://www.ofeliaclub.com.pt/empreendimentos/?title=Empreendimentos&idioma=pt

   Malcata só tem a ganhar com a realização deste investimento. Fiquei a saber que foi este modelo de negócio que  foi apresentado a um grupo investidor francês com negócios concretizados na área da geriatria, residências assistidas e clínicas de psiquiatria. Terá sido apresentado à EXISTENCE,S.A., a empresa francesa que é representada em Portugal pelo senhor António Reis e que apresentou o projecto "Ofélia Club" de Malcata à Câmara Municipal do Sabugal e que caiu no concelho como uma BOMBA, cujos efeitos desse rebentamento ainda hoje  são sentidos pelas pessoas de Malcata? Tudo indica que assim seja. Aos malcatanhos pede-se que mantenham a esperança e aos investidores exige-se mais esclarecimentos. O futuro de Malcata não depende deste empreendimento, mas que a sua realização contribuiria para o seu desenvolvimento disso ninguém tem dúvidas.












17.12.11

MALCATA E O FUTURO


                             O futuro da aldeia de Malcata...o futuro é uma porta que está por abrir!

17.12.10

MALCATA: Self-Prevention

Foto "Cinco Quinas"

   Decorreu na passada terça-feira, 7 de Dezembro, na Câmara Municipal do Sabugal, uma reunião da AECT-Duero/Douro e as Juntas de Freguesia que integram esta associação. A aldeia de Malcata esteve bem representada pelo seu presidente, senhor Vitor Fernandes. O projecto "Self-Prevention" foi um dos temas tratados, bem como outros assuntos de interesse para todos.
   A AECT-Duero/Douro  possui um Gabinete de apoio nos Fóios, no Centro Cívico, onde as pessoas interessadas poderão obter informações mais detalhadas. Também o poderão fazer através daqui:

31.7.10

MALCATA: NASCEM MAIS EÓLICAS E MENOS CRIANÇAS



Há dias, o Parlamento da Catalunha, aprovou uma proposta assinada por 180 mil pessoas que proíbe as touradas naquela região a partir de Janeiro de 2012. Touradas em Espanha são uma tradição secular, mas que aos poucos vai tendo gente que pensa de forma diferente.  E a votação do Parlamento foi o resultado de uma petição levada ao Parlamento por um grupo de cidadãos liderados pela plataforma Prou. A principal praça de touros de Barcelona, uma das mais antigas de Espanha, vai ficar vazia, uma vez que o apoio à petição ganhou tanta força que marcou a diferença. O movimento de cidadania ( não de pessoas irresponsáveis ), foi determinante na mudança da lei, como o também podia ser o movimento "Vamos Salvar Sortelha" caso houvesse mais vontade das autoridades em aceitar que por vezes erram nas suas decisões.
Esta decisão tomada pelo Parlamento da Catalunha é um exemplo para que "todos os cidadãos que acreditam e lutam que vale a pena exercer o direito de apresentar, individual ou colectivamente, aos  orgãos  de soberania. aos orgãos da nossa região ou a quaisquer outras autoridades petições, representações, reclamações ou queixas para a defesa dos seus direitos, da Constituição, das leis ou do interesse geral e, bem assim, o direito de serem informados, em prazo razoável, sobre o resultado da respectiva apreciação".-Artº52º(Direito de Petição e Direito de acção popular).
O movimento cívico "Vamos Salvar Sortelha" continua com uma petição online, tendo até este momento recolhido 1122 assinaturas, todas com o intuito de impedir a destruição da envolvente paisagística e histórica de Sortelha. As obras do parque eólico nas imediações da Aldeia Histórica de Sortelha estão a avançar a um ritmo assustador e têm recorrido ao uso de explosivos para destruir o meio ambiente, mesmo que de rochas se tratem. Não é uma obra no litoral algarvio, porque aí todos os lobbys do turismo sairiam em defesa dos seus hotéis, condomínios luxuosos ou montes paradisíacos dado que iriam afastar os turistas. Mas, Sortelha fica no interior, não há interesses a defender e fiados nas ilusões dos investidores baixam os braços e aceitam umas notas de euros para que os terrenos rendam já que o trabalho dá muita canseira.
Em Sortelha, pelos caminhos que servem as eólicas, o Presidente da Câmara do Sabugal, engenheiro, já rabiscou um projecto de por exemplo, cito frase da entrevista dada ao Capeiaarraiana:"para um centro interpretativo da energia ao longo da história".Fim de citação.

E que pensa fazer com os outros caminhos dos outros parques eólicos de Malcata, Aldeia Velha, Fóios...as aldeias estão a entrar num autêntico campeonato para ver quem consegue exibir mais torres eólicas!!! Nestes últimos tempos tenho visto nascer à volta das serras do concelho do Sabugal mais torres eólicas do que crianças nas maternidades da região. É duro, é triste, mas a realidade é mesmo esta. E eu não sou contra as energias renováveis. Eu sou contra a forma como estão a aparecer os parques eólicos, escondidos nos sub-parques, fugindo assim, a muitas condicionantes que reprovariam a construção dos mesmos. O pior é que as autoridades sabem destas jogadas e aprovam com pareceres favoráveis. O preço destas irresponsabilidades e destas "engenharias" vai ser muito caro e além do impacto visual e ambiental, a região poucos benefícios directos da energia eólica irá beneficiar. São os consumidores das grandes cidades do litoral, que são os grandes consumidores de energia, que beneficiarão, mas são as pessoas do interior a aguentar e a suportar os estragos. Infelizmente, muitas pessoas do interior, muitas pessoas das nossas aldeias beirãs, continuam a acreditar que o desenvolvimento está em ter barragens, auto-estradas, centros comerciais, parques eólicos. Aqueles que vivem no interior vivem demasiado concentrados a compararem-se com os que vivem no litoral. As pessoas do interior deviam era lutar pela vida, pelo aumento da natalidade, porque sem pessoas de nada serve tudo o que nos rodeia. Deviam lutar pela melhoria das estradas nacionais, por exemplo, a Nac.233(Sabugal-Guarda) e outras, pela coesão do concelho, pelo desenvolvimento das estruturas já existentes. O turismo é uma das alavancas para salvar a nossa região. Apoiar os empresários da nossa região, acarinhar e incentivar aqueles que diariamente trabalham para que as pessoas que nos visitam se sintam bem recebidas, comam e levem as nossas tradições, a nossa cultura e voltem mais vezes, simplesmente porque foram amados.
A região já tem as barragens e os parques eólicos suficientes. Abandonem esse campeonato de ser a aldeia que mais eólicas tem na sua terra. Preservem a paisagem, as culturas, as tradições e a história.
Mas será mesmo isso que todos queremos?

31.1.10

MALCATA: QUE FUTURO?


   O malcatense  tem tanto amor à sua terra que é bem capaz de defender as suas leiras até à morte. Estes últimos anos, principalmente nos meses de Verão, a Repartição de Finanças do Sabugal  fica atulhada com as  pessoas à procura do que lhes pertence.
   A predominância de uma agricultura de minifúndio e as dificuldades de comunicação com os grandes centros do país, forjaram o carácter individualista dos habitantes da aldeia. Ainda hoje, tentam por todos os meios, bastar-se a si próprios e cultivam tudo aquilo que precisam para o seu sustento. O desconhecimento de melhores condições de vida, de cultivar a terra, faz com que se considerem ricos com o pouco que têm. Todos têm casa própria e a regra hoje é cada um ter um tractor e as respectivas alfaias e ferramentas. Já não há juntas de vacas, nem sequer uma vaca leiteira. O tractor substituiu a força animal e na aldeia vêem-se mais tractores do que os necessários para o trabalho. Apesar do regresso de alguns emigrantes, a acelerada diminuição do número de habitantes continua e as terras continuam a ficar abandonadas, podendo observar-se as vinhas e algumas hortas sem ninguém que as trate.
   Na altura das sementeiras e das colheitas, apesar de reformados, têm que trabalhar porque o que a reforma lhes oferece não dá para sobreviver sem umas batatas, umas couves, uns pimentos e uns tomates.
   Os rostos dos malcatenses, mulher ou homem, à medida que avançam os anos, tornam-se enrugados e queimados pelo sol e os dedos das mãos ficam tensos e tortos por tanto trabalharem no campo. Horários é coisa que nunca tiveram, trabalham quando o tempo deixa e até que as forças físicas e a saúde deixar. A partir daí, não demora muito a que as suas vidas se extingam rapidamente.  Férias nunca tiveram, nem sabem lá muito bem o que isso é. Muitos conhecem a cidade do Sabugal, a Senhora da Póvoa ou o Santuário de Fátima. Sabem que o mar existe em Portugal, mas nunca molharam os pés nas praias da nossa costa. As maiores deslocações que fazem são feitas em  ambulância para as consultas médicas, exames ou tratamentos para os quais o Centro de Saúde do Sabugal não tem resposta. E algumas pessoas nunca foram ao cinema ou ao teatro. Os jornais e revistas de informação quase que não existem, havendo quem leia o “Amigo da Verdade”, por assinatura, ou o “Cavaleiro da Imaculada” oferecido aos domingos à saída da missa. Acabam por ver as novelas transmitidas pela televisão e os telejornais que elas difundem. As novas tecnologias não lhes dizem nada, apesar da Junta de Freguesia disponibilizar tempos para, gratuitamente, se afeiçoarem aos computadores e à internet, tendo mesmo instalada uma rede Wirless por toda a aldeia. É que a gente mais velha que frequentou a escola, no seu tempo, estudaram até à 4ªClasse que era o fim da escolaridade obrigatória. Quem nos anos 60, 70 ou parte dos anos 80 queria estudar mais teve que sair para as grandes cidades e por aí ficaram. Os outros que não quiseram estudar mas que sentiam que valiam, emigraram para terras  francesas e agora são os filhos e os netos dos filhos que por lá ficam. Todos eles produzem riqueza que não vai para Malcata, terra que visitam nas férias, mas para onde não querem ir viver.
   Quem fica ocupa-se naquilo que sabe fazer: trabalhar a terra ou nas obras de construção civil. Para lá disto há na aldeia quatro cafés, um mini-mercado, uma queijaria tradicional, uma serrelharia e uma empresa de isolamentos e afins para a construção civil.


   
















 O nível cultural e escolar baixo não ajuda quando é preciso inovar para tornar a agricultura rentável. Com um espírito empreendedor tão baixo, um espírito que não vai muito para além do que se aprendeu pela experiência da escola da vida, o futuro da aldeia revela-se bastante mortífero e arrasador.

10.1.10

A RAIA E AS BOAS PRÁTICAS



A Cáritas Diocesana da Guarda apresentou em Novembro de 2008 um estudo intitulado "A RAIA: REALIDADE PROBLEMÁTICA, FUTURO DE ESPERANÇA".
Trata-se de um estudo levado a cabo pela Cáritas Diocesana da Guarda, de Ciudad Rodrigo e de Salamanca. Contou também com a colaboração da Fundação FINSOA e do Observatório Económico e Social da Universidade da Beira Interior.
O estudo visava alterar a situação raia portuguesa e espanhola e os promotores acreditaram que era possível que algo se mexesse na raia.
O documento foi notícia em muitos meios de comunicação social e também em blogues. Alguns exemplos:









http://aldeiademalcata.blogspot.com/2008_11_01_archive.html

O texto do documento pode ser lido aqui:


Dada a importância deste documento, volto novamente a falar do tema.  Neste estudo são dados a conhecer 9 casos de "Boas Práticas" levadas a cabo em Espanha e em Portugal. Da Zona da Raia Portuguesa são referidos estes casos:

- PISCICULTURA E RESTAURANTE TRUTACÔA
   Freguesia de Quadrazais, concelho do Sabugal
   ( No Sabugal e aldeias é mais conhecido pelo Viveiro das Trutas )


                                                                                                     

                                                                         
   O lago das trutas, foi uma excelente ideia e proporcionou
momentos de alegria, prazer e boa disposição a todos que por lá passam.





  Restaurante Trutalcôa




-EUROMEL
   Concelho de Penamacor
                                                   






-ENAT-ENERGIAS NATURAIS
  Sede em Lisboa, mas com filial no Sabugal











-QUINTA DO CARDO
  Figueira de Castelo Rodrigo



Estes exemplos de "Boas Práticas" mencionadas no estudo, eram apresentadas como exemplo de algo que se estava a fazer bem, que estavam a gerar uma actividade que alcançavam resultados positivos e eram exemplos susceptíveis de ser aplicada noutros locais. De facto, não conheço todos os projectos escolhidos. A Trutalcôa é conhecido por muitas pessoas no concelho do Sabugal. Eu já lá passei uns bons momentos de boa disposição na companhia da minha família e de amigos que me acompanharam. Actualmente, as informações que tenho são bastante cinzentas e o empreendimento está a passar por maus momentos. Oxalá aquilo que já foi considerado uma "Boa Prática", um bom investimento, com características inovadoras, realizáveis e sustentáveis, não caia no esquecimento e no desinteresse dos seus promotores e das entidades que deviam apoiar e ajudar a continuar a ser um projecto com futuro e importante para o concelho do Sabugal.

   O estudo sobre a Raia, foi levado a cabo entre Julho de 2007 e Junho de 2008. A ideia de "não nos resignarmos ao desaparecimento das populações presentes, há séculos, na Raia, e à sua conversão num deserto" esteve subjacente no cerne deste projecto.
   Solicitaram as opiniões de mais de uma centena de pessoas, conhecedoras e responsáveis das povoações de ambos os países, de Salamanca e da Guarda.
   
   Ao então presidente da Junta de Freguesia de Malcata, foi feita esta pergunta:
   "Quais são, na freguesia de Malcata, os projectos reais, possíveis e viáveis, de iniciativa privada ou pública, que possibilitem a criação de empregos"?
    RESPOSTA:-Reserva Natural da Serra da Malcata
                          - Campismo
                          - Criação de gado (cabras)
                          - Produção de doces
                          - Parque eólico
   Principal ideia da conversa com o Presidente da Junta de Freguesia de Malcata:


"Estamos muito isolados, estamos fora de contexto do desenvolvimento programado a nível do litoral, sofremos muito com esta situação porque não há investimentos".
   
ALGUMAS CONCLUSÕES DOS ESTUDIOSOS:
"Julgamos que é necessário falar, escrever, projectar e debater mais, para começar a fazer algo porque, apesar do cansaço de algumas pessoas mais participativas, é necessário criar uma corrente de opinião pública, dentro e fora da Raia, que pressione, estimule ou, inclusivamente, force a tomar decisões e a começar ou a continuar a agir.
Nesta linha, assumimos a nossa responsabilidade e queremos que este esforço não seja inútil, pois, pensamos que os estudos, os congressos, os fóruns, as reuniões e todos os contributos a este nível podem ser benéficos para ajudar a melhorar a situação na Raaia. O pior que poderia acontecer é que ninguém tivesse em conta, nem se falasse nada desta zona e dos seus problemas".


   Amigos, entendem agora a importância das reuniões, congressos, fóruns, associações, blogues, jornais e outras coisas tais?
   Seá que os nossos responsáveis políticos conhecem este estudo? Não lhes fazia mal se o lessem.

   



 

4.1.10

O PRESENTE E O FUTURO DA CIDADE DO SABUGAL




O futuro da cidade do Sabugal passa por pôr a trabalhar as pedras centenárias da sua zona histórica. O castelo e a zona que o envolve não pode ficar adormecido a olhar para o passado. É preciso fazer desse passado um activo, um recurso de desenvolvimento.


   A "Casa do Castelo" e o ciber-bar "O Bardo" são dois fantásticos exemplos da afirmação e valorização da zona histórica da cidade do Sabugal. Tratam-se de dois projectos criados por gente criativa, inovadora e empreendedora. O último exemplo desta criatividade é o compromisso que assumiram com a realização da "Feira Franca" no Largo do Castelo. A iniciativa tem sido um êxito e muitas pessoas têm marcado presença nessas feiras. A valorização do património também se faz com estes eventos e com este tipo de projectos. São a demonstração da força daqueles que, para além do negócio, reconhecem o valor e a riqueza que os nossos antepassados nos legaram.


   O Sabugal necessita de adoptar uma estratégia de desenvolvimento que não passe exclusivamente pela criação de infra-estruturas e equipamentos ( obras físicas ) e que, pelo contrário, invista na captação de "talentos"- pessoas com capacidade e projectos para enriquecer económica e socialmente a cidade e o concelho. Quem defende este pensamento é o investigador de Planeamento Regional, José Mendes, actual reitor da Universidade do Minho.
   "Durante décadas, as cidades portuguesas investiram quase exclusivamente em infra-estruturas. Mas só conseguirão sobreviver. As cidades estão a cair no "vale da morte" e só uma mudança de prioridades e de discurso, no poder local, poderá ajudá-las a ultrapassar essa fase terrível". diz José Mendes numa conversa que teve com o jornalista Paulo Coentrão, publicada neste domingo no jornal "Público".
   "Há vários aspectos que me preocupam: que o discurso autárquico continue centrado nas obras; que tenhamos rede, mas pouca sociedade a trabalhar em rede; que, em suma, cidades onde até existem plataformas de conhecimento - como universidades e politécnicos, mas não só - não consigam transformar o investimento feito nessas áreas em factores de competividade, em algo que as distinga das demais e as torne atractivas num mundo cuja fronteira não é sequer a que separa concelhos vizinhos, porque essa, como na economia, deixou de existir. E, neste cenário, o que devem as cidades atrair? "Talentos". Ou seja, "pessoas que, nas mais diversas áreas, sejam criativas, abertas à inovação e que tenham ideias capazes de enriquecer, económica e socialmente, o espaço onde vivem".
   O investigador continua dizendo que "os autarcas portugueses já deveriam estar a utilizar o dinheiro dísponível no quadro comunitário de apoio menos em obras físicas e mais em iniciativas imateriais que fomentem a qualidade de vida e uma identidade própria; que identifiquem e fixem as pessoas interessantes".
   Interessante a conversa que este investigador teve com o jornalista.
   No mesmo artigo também Fernando Ruivo, coordenador do Observatório de Poderes Locais, da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra,afirma que "a mentalidade do autarca português não está assim tão avançada. A partidarização do sistema político, muito dependente do imediatismo dos resultados eleitorais, somada à fraqueza da própria sociedade civil, dá este resultado".
   Percorram as ruas na cidade do Sabugal e perguntem a cinco cidadãos qual é a visão que os responsáveis da Câmara Municipal têm para a cidade. Qual ou quais são as estratégias para mudar a cidade e transformá-la numa cidade criativa, com qualidade de vida e orgulhosa do seu passado.
   
   
   

28.12.09

O PAÍS DO MÁRIO CRESPO



 O jornalista Mário Crespo escreve no Jornal de Notícias umas crónicas de opinião. E o texto publicado hoje é digno de ser lido e ajuda-nos a compreender melhor o país que é Portugal. De facto, o nosso pequeno território transformou-se num puzzle de dificil construção. Há uns anos passados, o nosso país conseguiu numa noite construir uma das maiores pontes até então construídas ( hoje tem o nome de Ponte 25 de Abril ) e desde esses tempos que temos sido levados para um caminho cada vez mais estreito, cheio de ratoeiras e de obstáculos, com muitos cartazes de promessas e de felicidade...
 Eis a parte que a mim me interessou:

“Portugal tem tido muita gente esquisita a governá-lo”.
“Semi-governante e semi-presidente tornaram-se descartáveis e, dada a urgência, é preciso começar pelo Partido Socialista. A crise no PS com a ausência de resultados desta direcção é muito mais séria para Portugal do que o tumulto no PSD. Porque o PS governa e o PSD não. O PSD morreu. Ressuscitará ao terceiro dia para um mundo diferente. Um mundo em que homens casam com homens e mulheres com mulheres e onde se morre, ou se mata, por uma questão de vontade, requerimento ou decreto. Um mundo cheio de coisas difíceis de descrever. Coisas que precisam de muitas palavras para serem narradas e, mesmo assim, não fazem sentido”.
Até lá é aos Socialistas a quem compete definir alguém para governar. Alguém que quando falar de educação não nos faça recordar a Independente. Alguém que quando discutir grandes investimentos não nos faça associar tudo ao Freeport. Alguém que definitivamente não seja relacionável com nada que tenha faces ocultas e que quando se falar de Parlamento não tenha nada a ver com as misteriosas ambiguidades de Carla Antonelli "a activista transexual espanhola" que, com Sócrates, agora deambula pelos Passos Perdidos em busca do seu "direito à felicidade".

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9.10.09

ABRAM OS OLHOS, PENSEM EM GRANDE

O projecto é interessante e é um bom exemplo de como se combate a desertificação e a interioridade. Conheço o mundo escutista e digo-vos que há milhares de jovens envolvidos e comprometidos com o escutismo. Este projecto que a Junta de Freguesia do Meimão deseja concretizar devia fazer abrir os olhos e a mente dos malcatenhos.Também em Malcata há terrenos, barragem, natureza, montanha e muito por descobrir. Acordem, olhem o futuro com olhos de lince e fixem o vosso olhar nas potencialidades que Malcata hoje tem para colocar ao dispor de todos. Existe um Plano por causa da Reserva Natural da Serra da Malcata e outro por causa da Barragem do Sabugal. Em ambos os planos estão contemplados locais para construir, investir e transformar a aldeia num lugar aprazível para quem nos visitar. Ousem imaginar e sonhar com tudo o que vos der na mente e apresentem as vossas ideias à Junta, à Câmara do Sabugal, à ADES, aos ministros e secretários de Estado, ao Corpo Nacional de Escutas, aos Caravanistas de Portugal, à Federação de Vela, de Motonáutica, de Canoagem, de Pesca e todos os meios de informação. De tudo o que pensarem, algum projecto acabará por ser realidade. Haja vontade e tempo para sonhar. Para já, as ideias não pagam imposto e às vezes as ideias surgem sem nós entendermos como nem porquê. Sonhem e sonhem em grande.

30.8.09

DIA DA FEIRA FRANCA NO SABUGAL

Eu estou aqui e sinceramente,o que eu gostava era estar aí. Não estou aí porque trabalho longe daí, porque hoje tenho que fazer o turno da noite e eu tenho necessidade de descansar durante o dia.

Mas, hoje digo-vos que gostava mesmo de estar por aí, logo pela manhãzinha na esplanada do Bardo a deliciar-me com um café enquanto a minha mente e os olhos se fitavam nas pedras do castelo e claro, para poder retribuir os sorrisos à mulher de armas da Casa do Castelo, a quem os seus pais baptizaram de Natália Bispo.

Eu não vou estar aí, mas vós que por aí viveis e dia a dia sentis as passadas de D.Dinis e D.Isabel, aproveitai bem esta Feira Franca. Essa terra necessita de milagres e de pessoas milagrosas. O perfume das rosas que a Rainha Isabel escondia no regaço ainda não se evaporou por completo, bem como as mudanças que o milagre operou. O Sabugal necessita de milagres e de gente empreendedora e solidária seguindo o exemplo dos nossos antepassados Dinis e Isabel.

Bons negócios francos!