![]() |
Foto de António F. Rato |
Pesquisar neste blogue
quinta-feira, 14 de julho de 2022
segunda-feira, 4 de julho de 2022
ELES SABEM O QUE FAZEM, MAS O POVO NÃO!
Uma junta de
freguesia que trabalha com transparência em tudo o que faz, divulga e dá a
conhecer o que anda a fazer. Ora bem, o
historial da nossa junta de freguesia é precisamente esconder o máximo de
informação, mesmo quando se trata de assuntos do interesse dos malcatenhos.
Quantas actas das reuniões da junta de
freguesia estão publicadas na página oficial da freguesia de Malcata na
internet?
Alguma vez o executivo publicou
informação sobre as obras que vai fazer?
Já informou alguma vez o ponto da
situação da obra da construção das instalações para as cabras sapadoras?
A resposta é “não” a todas estas
perguntas. Este estado de coisas é revelador da falta de transparência que
reina na junta de freguesia. Por muito que se pergunte, ninguém dá qualquer
explicação. Em Malcata, a democracia fica terminada no dia seguinte às
eleições. Será que os malcatenhos não podem saber o que é discutido e decidido
nas reuniões da junta?
E o que se passa com a junta de
freguesia, para nossa desilusão, também se passa com as reuniões da Assembleia
de Freguesia.
Mas alguém em Malcata ou noutro canto
deste planeta se preocupa com merdices destas? Gostam de viver numa aldeia que
é governada como se de uma república das bananas se tratasse. Na nossa terra,
quem tem um olho, é rei e senhor dos seus súbditos.
Continuem assim a “dormir na forma” e
a bater palmadinhas, mas depois não se queixem ou me enviem mensagens a pedir
socorro. Já me bastou o caso da antena dos telemóveis!
quinta-feira, 16 de junho de 2022
TEM ESTÁTUA, TEM MURAL, TEM CENTRO DE INTERPRETAÇÃO, AGORA VENHA O LINCE !!!
Centro de Interpretação
do Lince Ibérico - Malcata
Malcata, Sabugal
O edifício do antigo
posto da Guarda Fiscal, património de referência na aldeia de Malcata, no
concelho do Sabugal, foi recuperado há já alguns anos, sendo um espaço onde são
desenvolvidas atividades culturais e de apoio à prática desportiva. Todavia,
era pretensão da Junta de Freguesia dar maior visibilidade ao espaço, proporcionando
mais uma atratividade aos turistas que visitam a região.
![]() |
Lince ibérico vindo daqui: https://www.minhaterra.pt/centro-interpretativo-do-lince-iberico-da-malcata.T13958.php porque as coisas são como são! |
Para concretizar esse objetivo, a Junta de Freguesia decidiu recorrer ao GAL PRÓ-RAIA, para, através de uma candidatura no âmbito da operação” Renovação de Aldeias” da medida LEADER do PDR2020, poder adaptar uma das salas do edifício, de forma a poder albergar o Centro de Interpretação do Lince Ibérico, animal que até há poucas décadas habitava na Serra da Malcata, hoje e por causa do lince, tem o estatuto de Reserva Natural da Serra da Malcata sendo partilhada pelos concelhos do Sabugal e de Penamacor.
A Junta de Freguesia,
com o patrocínio da Câmara Municipal do Sabugal, apresenta assim um espaço que
serve de divulgação, mostra, estudo e documentação sobre o Lince Ibérico, cuja
sua presença já não é real, apenas existem ainda algumas memórias e a Junta de
Freguesia achou por bem avançar para este centro de interpretação, nos modos
seguintes:
Operação: 10.2.1.6 – Renovação de Aldeias do PDR2020
Promotor: Junta de Freguesia de Malcata
Localização: Malcata, Sbugal
Investimento total elegível: 58.854,27 €
Despesa pública: 29.427,14 €
Postos de trabalho: - !!!!!!!
Nota: a informação aqui reproduzida está baseada em pesquisas por mim realizadas, principalmente no sítio referido acima.
quarta-feira, 15 de junho de 2022
MALCATA : ABRE NOVO CENTRO DO LINCE IBÉRICO
![]() |
No dia 18 de Junho, este sábado, em Malcata, pode experimentar uma nova forma de conhecer o lince ibérico, que foi reintroduzido no Algarve, continuando vazia a Reserva Natural da Serra da Malcata! |
A inauguração do Centro Interpretativo do Lince-Malcata,
na freguesia de Malcata, concelho do Sabugal, está agendado para o próximo
sábado, 18 de Junho, no edifício do antigo quartel da Guarda Fiscal, situado na
Rua do Cabeço. É mais um centro dedicado a divulgar a história do lince ibérico,
o seu passado, as ameaças a que está sujeito, a sua biologia e ecologia, bem
como o processo de recuperação desta espécie em Portugal.
Por isso, a partir do dia 18 de Junho, Malcata
dispõe de nova forma de dar a conhecer o lince ibérico.
Esta obra foi adjudicada pela Freguesia de
Malcata, em parceria com a Câmara do Sabugal, à Glory-Box, tendo sido divulgado
no Portal Base do Governo em 17 de Dezembro de 2019, pelo valor de 46.894,00
euros, mais Iva, com um prazo de execução de 180 dias (seis meses). Desconheço
a distribuição das despesas alusivas a esta empreitada, tanto no seu custo
total como na repartição desses valores pelas duas entidades autárquicas.
Lembro que a obra sofreu significativo atraso, devido aos constrangimentos
vividos no nosso país no combate à pandemia. Mesmo com a justificação da
pandemia, um atraso de tantos anos, será que o valor da obra se manteve
inalterado?
A decisão de avançar com o Centro Interpretativo, foi tomada pela Junta
de Freguesia, na reunião de 23 de Novembro de 2019, tendo que escolher de entre
três, a empresa vencedora. Nunca antes da publicação do contrato a obra foi
alvo de apresentação pública ou de algum processo de recolha de sugestões,
ideias, estudos prévios, etc. E sendo um tema tão importante e tão abrangente
para a região dos dois concelhos que integram a Reserva Natural da Serra da
Malcata, é no mínimo, incompreensível estes investimentos acontecerem sem
previamente serem efectuados trabalhos preparatórios, que possam valorizar e
criar oportunidades de apresentar maiores ambições. Oxalá eu esteja errado e as
instalações, cedidas pela Junta de Freguesia de Malcata, para ali exibir o
Centro Interpretativo do Lince, em Malcata, correspondam ao que merece que se
faça em divulgar, promover, preservar e ser local de muitas visitas ao lince de
carne e osso. Sabemos todos que os recursos financeiros são escassos. Tendo em
conta os custos da estátua ao lince no Largo da Fonte, na cidade do Sabugal, a
que juntamos o Centro Interpretativo do Lince, em Malcata, estaremos a falar de
custos na ordem dos 100.000€ a 150.000 euros, concordam? Seria interessante
fazer uma comparação do Centro Interpretativo do Lince, em Malcata e o outros
Centro de Interpretação e Observação do Lince Ibérico, em São João dos
Caldeireiros.
José Nunes Martins
sexta-feira, 3 de junho de 2022
MALCATA: A ÁGUA QUE PODE SER COMO O PETRÓLEO
quinta-feira, 2 de junho de 2022
FONTE DA TORRINHA EM PERIGO?
![]() |
Fonte da Torrinha(foto de 24-02-2019) |
Na nossa aldeia existem memórias que correm
o sério risco de serem destruídas, alteradas e que merecem ser alvo de maior
cuidado. Estas memórias são-nos oferecidas pelos testemunhos vivos que existem
na freguesia e como são públicos, encontram-se em espaços públicos, mais ou
menos resguardados, estando alguns ainda ao serviço de todos. E o estatuto de
público significa que é usado por todos e está ao serviço de todos. Ora esta
posse tão ampla vem conferir-lhes uma importância ainda maior para que se
cuidem bem deles.
E por falar em memórias e testemunhos,
vou continuar a contar um pouco da história da Fonte da Torrinha, ou a Fonte
das Bicas. Já sabemos que a sua água era a melhor água de todas as fontes que
havia dentro do povo. Também já sabemos que a sua construção deu muitas dores
de cabeça ao presidente da junta de freguesia. O senhor António Nita não tinha
panos quentes para aparar as nicas da Câmara do Sabugal! Defendia os interesses
da freguesia com todas as forças e estratagemas que criava, pois, só lhe satisfazia
ver o povo bem servido e com os mesmos direitos que as outras terras gozavam.
Mesmo o facto de à sua frente estar um presidente de Câmara, um engenheiro de
obras e responsável por muitas canalizações, mesmo sendo pressionado por
comandantes da Guarda Fiscal, as obras de abastecimento ao novo quartel, canos
que ligavam os tubos vindos da mina para a fonte e que a Guarda Fiscal também
queria receber, foram mandadas parar. O problema ficou resolvido uns tempos
depois e depois de as partes assinarem um documento com as condições impostas
pela Junta de Freguesia.
A história da Fonte da Torrinha não
fica toda contada. Esta é uma ínfima parte e tratou-se de avivar as nossas
memórias. A história deste monumento e de outros que há na nossa aldeia, a sua
importância na história do povo e de muitas pessoas que ali iam diariamente,
são motivos suficientes para conservar a todo o custo estes testemunhos ainda
visíveis.
Nota: sendo eu malcatenho, defendo a
freguesia sempre que há necessidade. Há situações
que pela sua interferência
no espaço público, à vista de toda a gente, mesmo que os
intervenientes não tenham
más intenções, sujeitam-se ao julgamento público.
E na última vez que estive
em Malcata, vi o que muitos também viram e o pequeno
muro foi o tema mais
falado nos bancos da Torrinha. Cada pessoa e cada uma das
que vive em Malcata tem uma opinião,
uma sugestão, um apontamento a escrever
e depois esclarecer ou
simplesmente não querer ver, não falar e remeter ao silêncio
porque se fosse ele,
fazia o mesmo ou até pior...
Vivemos em democracia, não
é verdade? Se a democracia nos dá a liberdade de cada
um comentar, aqui vos
deixo espaço para tornar pública a vossa opinião.
quinta-feira, 26 de maio de 2022
OLHAR E IMAGINAR MALCATA MELHOR
Logradouro da antiga escola primária, em Malcata |
Eu acredito que aqui é possível criar um espaço de vivência e de utilização pelas pessoas da freguesia e quem nos visita. Por exemplo, criar naquele lugar sobranceiro à aldeia, de onde se tem uma vista fantástica da freguesia e da serra, um miradouro, um jardim bonito, com uns bancos e passeios, uma espécie de ramada apoiada numa pérgula, criando um lugar de repouso e contemplação.
Há quantos anos o logradouro está assim? Aquele terreno e naquele lugar, tem muita utilidade e não deve ser apenas o depósito ou armazém da junta, como tem sido, desde que a escola primária encerrou. Eu tenho outras ideias para aquele espaço, contudo vou deixar em banho-maria e esperar os vossos comentários e desejos para o mesmo espaço que é o antigo recreio da escola primária.
Algumas imagens do logradouro que estou a referir atrás:
Entrada para o recreio |
Coberto a servir de armazém |
José Nunes Martins
sábado, 21 de maio de 2022
OUVIR, ASSINAR E CALAR ?
QUEM ESTÁ A SALTAR À CORDA?
Todos os Municípios assinam contratos interadministrativos
com as freguesias e Uniões de freguesias que integram o respectivo concelho.
Encontro Câmaras Municipais que seguem estes passos:
Foto 1 |
Também encontro Municípios que também assinam Contratos Interadministrativos com as suas respectivas Juntas e Uniões de Juntas de Freguesia. A diferença, não estão nas cláusulas do contrato.
O caminho para chegar a um acordo e ser assinado é que é bem diferente!
Foto 2 |
As perguntas que aqui deixo são estas:
1- Há uma leitura errada da minha parte?
2- Qual dos dois municípios está a respeitar mais a lei ?
quinta-feira, 19 de maio de 2022
É PRECISO MAIS DO QUE A BELEZA NATURAL
Ainda me passou pela minha cabeça que, com a mudança de equipa na autarquia, a chegada de gente jovem, as coisas começassem a levar-nos para um futuro diferente. A realidade está à vista de todos e ainda nos falta muita informação sobre o que não está assim tão perto. Daí que...
Uma caminhada em passo lento pelas ruas da nossa aldeia ou por becos e travessas
dá para observar muitas coisas e fico com vontade de escrever sobre aquilo que
vejo.
E o que mais predomina é um silêncio
longo, apenas perturbado pelos voos rasantes e livres das andorinhas. E junto
com os silêncios e as andorinhas vejo paredes de antigas casas em derrocada
desregulada, talvez forçada pelas raízes dos sabugueiros e carvalhos que ali
vivem e se ocupam das manjedouras de outros animais.
Na rua principal da aldeia abundam
abusos e o cimento agora já não consegue disfarçar o abandono a que isto chegou.
Se numas paredes era preciso para dar um ar de habitação cuidada e habitada,
sobram colheradas em escadas e paredes que já tiveram escaleras. Bem, ao menos
este mês deu-lhes para lavar a cara e a sede da nossa freguesia que bem fica
vestida novamente de branco! Oxalá a Fonte Velha seja a próxima a beneficiar
obras de restauro, porque a cara tem mesmo que ser mais bem cuidada. Por muito
bonito que aquele lugar é, como ele se encontra, nem as andorinhas ali vão
beber da água. E mesmo com árvores e copos que com todo o gosto as recebem,
tanto desleixo é sinal de desinteresse e sendo assim, os beirais são mais
práticos para criar família. São as andorinhas e sou eu que esperamos um dia, dentar
no banco e à sombra da pérgula descansar, mesmo que por breves momentos, as
pernas e a cabeça. Mesmo com a Fonte de Mergulho ali ao lado, não convida a
descer aquela catacumba moderna e cinzenta, não é natural e à vista de toda a
gente é que ela gostava de estar. Lá onde ficou, foi onde se criou, mas os seus
anos fizeram sentido enquanto esteve descoberta, todos a viam e dela se serviam,
gostavam de lá ir encher os cântaros, até as vacas, os burros que de nabos não
tinham nada, só de nome e tanto eles trabalharam, puxaram mais cargas de milho
e aguentaram a vagarosa vaca leiteira, sem nunca deixarem de ser burros.
Eu não conheci a fonte de chafurdo, que à
fonte de mergulho também lhe chamavam fonte de chafurdo! Alguém que tenha
paciência e quem sabe venha aqui explicar a origem e as razões de lhe chamarem
a esta fonte, a Fonte de Chafurdo!
E já que está com as mãos na massa, pode também, se souber é claro, contar-nos
a história desta fonte.
E como as crises vêm, na Fonte Velha
tenho saudades do Minimercado a Fonte e de ser sempre bem servido. Ainda hoje gosto
de usar aquelas facas pequenas que lá comprei. Foi um sonho e cá para mim, aquela
história que venderam e que muitos acreditaram vir a ganhar com o futuro
hospital, provocou alguns danos colaterais neste e noutros negócios. Mas isto
são contas de outro rosário. Ainda não foi bem rezado, mas a fé é inabalável e
a sua história um dia será do conhecimento de todos.
E como a estrada me apareceu limpa,
sem regos e altinhos de cimento para desviar a água das chuvas, ao caminhar em
direcção ao poeta da pala num dos olhos, aquele olhar do lince quase me faz
cair. Mas à medida que me aproximo cada vez mais do poeta e do bicho gato, fico
tranquilo porque vejo que um é cego e o outro tem um cadeado que o prende da
boca à pedra de cantaria que ali espetaram. Agora a aldeia também pode exibir a
sua arte urbana. A terra que tem a serra com o mesmo nome, passou a estar
presente na rota da arte urbana e dizem que é mais um ponto a favor da aldeia e
mais um motivo para as pessoas visitarem a nossa aldeia. Poesia e pintura é
arte, é cultura e quem não gosta, tem bom remédio, deixa na borda do seu prato.
Olha o que eu agora me lembrei de escrever, mas eu estava só a fazer uma
caminhada pela rua principal da nossa aldeia. Bem, vou terminar neste ponto e
um dia destes continuo a caminhada. Preciso de parar para descansar os pés. Vou
sentar-me numa das cadeiras da esplanada do Café Camões, ser bem servido e saborear
um bom café. Entretanto, vão olhando para estas imagens e quem sabe tenham alguma ideia de mudar a situação!
José Nunes Martins
terça-feira, 17 de maio de 2022
MALCATA : A MINA
Pá, picareta e muita força de braços foram necessários
para levar a água até à Torrinha!
Fonte da Torrinha |
Em 1935, as pessoas que viviam em Malcata, iam até à Fonte de Mergulho e aí enchiam as vasilhas de água para o sustento da família e do gado. Entre 1935 e 1937, a água escasseava e a população ia aumentando. Com a escassez de água potável, a população mobilizou-se e em conjunto com a Junta de Freguesia de Malcata, presidida na altura pelo senhor António Nita, arregaçaram as mangas e construíram manualmente uma mina e o respectivo canal para o transporte da água até ao povo. Viviam-se tempos difíceis, a aldeia ainda não tinha rede de electricidade, não havia rede de esgotos, criavam-se muitos animais. A água era indispensável para a vida de todos e as culturas necessitavam dela para se desenvolver. Portanto, a água dentro da povoação existia, mas não estava devidamente aproveitada. Havia poucos poços e a água servia mais para regar a horta ou as culturas como as batatas, o milho, os feijoeiros, precisando de burras (picotas), noras e mais tarde, motores a petróleo. Daí a importância de a água na povoação ser tão necessário a construção de fontes.
Amigo da Verdade - Malcata
António Nabais da Cruz ( Ti António Nita ) e a história da fonte
A construção de chafarizes e fontes foi uma das apostas do Estado Novo nos anos 40. O abastecimento de água fazia parte das obras importantes e era normal e vulgar a presença de gente do governo na inauguração de uma fonte numa das aldeias do nosso concelho. Nessa altura, o Sabugal foi daqueles que maior número de inaugurações fez no que respeita a chafarizes e fontanários. Entre 1930 e 1940 muitas foram as aldeias que ficaram com abastecimento público de água assegurado por fontes e chafarizes. A Câmara do Sabugal, sempre que podia, aproveitava a vinda das equipas de engenheiros e de técnicos a uma freguesia para executarem medidas, estudos, medidas e visitavam todas as obras, bem como a compra de materiais necessários, poupando em dinheiro e em tempo.
O caso das obras do abastecimento de água à
nossa freguesia tem alguns contornos que não são conhecidos de todos vós. A
construção da mina demorou e todo o trabalho foi feito à pá e picareta.
Contaram-me que quando surgiu a água, foi uma alegria e alguns pensavam que o
trabalho tinha terminado. Mas isso não foi o que o senhor António Nita pensou e
ainda quis continuar os trabalhos com a ideia de aumentar ainda mais o volume
de água a jorrar da nascente. Não foi fácil fazê-lo parar e avançar para a abertura
da vala para conduzir a água até ao povo. A distância que vai das Eiras à
Torrinha não é mais do que uns 3000 metros, mas sendo o trabalho todo feito à
mão, os homens tiveram que organizar-se em equipas. A forma encontrada pelo
presidente da junta foi a de ir uma equipa por cada rua e durante uma semana de
trabalho.
Foram semanas duras de muito trabalho,
muita terra, pedras e lama até chegar à Torrinha. A data “1937” que hoje se
pode ler numa das pedras da fonte, confirma que pelo menos a Junta de Freguesia
trabalhou há volta de dois anos até a obra ficar pronta. O velado (túnel) foi
com certeza a parte mais difícil de construir. A fonte, feita toda em cantaria,
foi desenhada com muita simplicidade, mas satisfazia as necessidades de fornecimento
de água potável a toda a freguesia. A fonte é um dos ex-libris da nossa aldeia,
que nem sempre tem sido bem cuidado. Foi um lugar importante durante muitos
anos, um lugar que guarda inúmeras histórias de namoro, de lutas pela água do
tanque, de algumas indisposições nos dias de muito calor, etc.
(continua...)
José Nunes Martins