17.11.21
HOMENAGEAR OS NOSSOS
A todos os que nasceram na nossa freguesia ou que a ela se encontram ligados por vários tipos de afinidade, lanço um desafio. Com certeza que nomes não faltam e o desafio sendo só um, as respostas poderão ser muitas e todas importantes e a ter em conta. Há aquelas pessoas que conhecemos ou ouvimos falar e por elas passou a vida de muitos de nós, desde um quilo de arroz, um litro de petróleo ou de leite, a um cântaro cheio de água fresca, a um registo de nascimento ou até uma cura e a uma simples injecção, que ajudou a salvar vidas. É tempo de pôr a mão na consciência e acabar com o medo de escrever a nossa história verdadeira e lembrar quem nela participou e deixou marcas. É tempo de homenagear os nossos heróis e pessoas com valor na nossa aldeia.
Pergunto eu:
Quem são os malcatenhos merecedores de uma homenagem pública ?
27.10.21
QUANDO A LUZ SE VAI, CHEGA A ESCURIDÃO
A IMPORTÂNCIA DA LUZ
O Nicho da Senhora dos Caminhos está
a pouco mais de um quilómetro da povoação. Por ali passa muita gente de dia e
também de noite, esteja o tempo como estiver. Desde 2004, que foi o ano da
inauguração daquele novo lugar, tornou-se num espaço ajardinado, algumas
árvores dão sombra aos bancos e o chafariz até lá se enquadra e quando a sede
aperta é só abrir a torneira. Durante a luz do dia é um lugar tranquilo e calmo
e há pessoas que vão até lá para descansar, ler, rezar...ouvir e ver aquelas
andorinhas que se apaixonaram pela ponte e ali vivem.
Acontece que, durante o dia, quem por
ali passa de automóvel ou a pé, reconhece a beleza daquele espaço e gosta do
que lá está. Quando vem o entardecer vai-se a luz e chega a noite e tudo parece
que se esfuma, com toda a serenidade quem ali está fica envolto juntamente com
a noite. Ora se é de noite, o normal é ficar escuro à nossa volta! É o mais
natural que acontece em qualquer lugar deste mundo, a não ser, e lá vem a
excepção, haja luz que ilumine o lugar e o caminho.
Quer isto dizer que aquele espaço fica
escondido durante a noite e também dificulta a passagem dos que, a caminhar,
por ali passam. E sendo um sítio de ida e passagem, as pessoas que têm o
saudável hábito de fazer uma caminhada ao fim da tarde, assim que vai a luz e
chega a noite, ou ligam o botão da lanterna e continuam a ver por onde caminham,
ou então continuam mais devagar, colocando pé ante pé, até passar a Senhora dos
Caminhos às escuras.
Eu sei que alguns de vós estais a
murmurar, mas também sei que outras pessoas pensaram na necessidade de alumiar
aquele lugar e a Senhora dos Caminhos.
A coisa até nem parece que seja assim
tão dispendiosa e se todos pensarmos um pouco, com certeza que encontraremos
outras razões, também elas importantes, para que se ilumine aquele lugar
durante as noites de Verão e de Inverno.
Josnumar
(José Nunes Martins)
(Fotos de Maria Lourenço, in internet )Antigo Nicho da Senhora dos Caminhos, Malcata
24.10.21
OS ESPAÇOS PÚBLICOS NA ALDEIA DE MALCATA
MAIS LIMPEZA É PRECISA
A Praça do
Rossio, que é composta pelo Rossio e Largo da Torrinha, é a “sala de visitas”
da nossa freguesia, espaço de que muitos nos orgulhamos.
Pena é que nem sempre o aspecto do
espaço se apresenta nas melhores condições. Já é tempo de olharmos com mais
cuidado e atenção e por exemplo, já era tempo de se retirarem definitivamente
os contentores metálicos onde se deposita o lixo doméstico e outros objectos de
maior dimensão ali encostados à parede ou ao próprio contentor. Muitas vezes o chão
do Rossio está inundado de lixos diversos, a sua maioria empurrada pelos
ventos. Também o abrigo da paragem dos transportes públicos se apresenta muitas
vezes num abrigo de aranhas e outros lixos que o vento e as pessoas para ali
empurram.
É deveras desolador, pelo menos para
os que apreciam a nossa aldeia, o aspecto que nos oferece esta praça, pela
falta de limpeza e aprimoramento. Impõe-se que os habitantes da nossa aldeia, exijam
da autarquia e de cada cidadão, um pouco mais de brio e que aquele amor à
freguesia os leve a verificar que o desleixo e o abandono dos espaços públicos
em nada contribuem para o bom nome da terra.
Exige-se o bom nome da aldeia e dos
espaços públicos.
José Nunes Martins
Este foi o cenário que encontrei no interior da paragem das camionetas que está na Praça do Rossio ( Torrinha ). Perante aquilo que se observa, lá se arranjam formas de afixar informação oficial da autarquia sem perturbar quem ali faz de lar!
Nota: Caso alguma pessoa se sinta ofendida ou que esta "achega" é dirigida para ela
ou qualquer outra, é pura coincidência, pois limitei-me a fotografar e a escrever
sobre o que observei e que é necessário dar uma solução melhor. Se isso acontecer, ganha a freguesia e ganham os residentes na nossa aldeia e agrada a quem nos vem visitar e deseja ter vontade de repetir.
Josnumar
( José Nunes Martins)
30.9.21
MALCATA: O MARASMO VAI CONTINUAR!
As eleições autárquicas
já são um acontecimento passado e agora é tempo de pensar, reflectir e tentar
encontrar explicações para as opções que havia e as razões de assim ter
acontecido.
Vamos continuar sem oposição e vamos continuar
a assistir à tomada de decisões, mesmo aquelas que são de publicação
obrigatória, mas que não chegam ao conhecimento de toda a população de Malcata.
E nos próximos quatro anos, sem a oposição presente nas assembleias de
freguesia, parece não existir ninguém com vontade de fazer o que quer que fosse
para que estas situações fossem mudadas. Depois, vêm queixar-se e lamentar-se
quando as medidas tomadas ou a forma de as implementar, só servem os interesses
dos detentores do poder local.
O pior disto e até incompreensível, os
resultados destas eleições não foram fruto do trabalho político e das obras
feitas ao longo dos quatro anos de mandato. As outras forças políticas parece
que estiveram ausentes nestes quatro anos e nem se empenharam na procura de
alternativas e desistiram pelo caminho.
Podem dizer o que entenderem. A
verdade é que se continuarmos assim, jamais Malcata conseguirá sair do marasmo
em que se encontra.
5.8.21
ALGUÉM SABE ALGUMA COISA?
Não foi hoje, nem no ano passado ou nem sequer em 2013, que mantenho este blog sobre a terra onde um dia nasci. Aqui tenho expressado o que é para mim a freguesia de Malcata. Sei que são muitos os malcatenhos e pessoas amigas, outras nem tanto, que me visitam periodicamente e eu reconheço não ser o único malcatenho a gostar desta terra beirã. Há com certeza muita gente que gosta da aldeia tanto quanto eu, ou até mais, pelo menos assim pensam! Contudo, sendo malcatenho por direito e não por “geminação”, tenho esse privilégio e até o dever de olhar para esta terra à minha maneira, que tanto pode ser igual como ser bastante diferente da de outras pessoas. Chegados aqui, a Agosto de 2021, tenho o direito, como malcatenho, de perguntar aos malcatenhos se, já sabem alguma coisa acerca das próximas eleições para a Assembleia de Freguesia de Malcata?
José Nunes Martins
6.2.21
O QUE MUDOU COM A VACINA NO LAR DE MALCATA?
O que mudou?
O dia 15 de Janeiro de 2021 ficará marcado para sempre na história desta
instituição.
A segunda toma da vacina contra a Covid 19 está para acontecer e
esperamos todos que corra tão bem como a primeira.
Esta vacina foi a melhor notícia deste ano e é nas vacinas que todos nós
estamos a depositar muitas esperanças.
Contudo, mesmo depois de vacinados, todos temos de ser responsáveis e respeitar
as indicações dadas pela Direcção Geral de Saúde e seus profissionais habilitados
para esta tarefa.
O que mudou com a vacinação dos idosos no lar de Malcata?
4.2.21
COMO EU VEJO MALCATA?
A minha Canon tem sido uma companhia insubstituível. E é raro o dia em que saio de casa sem ela. É que encontro sempre alguma coisa que me chama a atenção e aquela ideia de registar momentos, memórias, histórias, pormenores que me deixam feliz.
Por exemplo, a aldeia de Malcata tem
muito mais que as suas ruas, as suas casas ou o seu forno. Malcata tem pessoas,
costumes, tradições, as suas festas e é a terra onde eu e muitos de vós,
nascemos.
O despovoamento tem aumentado e a
nossa aldeia teima em manter as suas tradições, os seus usos e costumes. É uma
aldeia pequena, com muitas ruas e muitas casas, alguns recantos belos e tranquilos,
que convém não deixar morrer. É por estas razões que gosto de descobrir a nossa
aldeia e através da fotografia procuro dar a conhecer. Às vezes são apenas
registos de acontecimentos e que ao fotografá-los os guardarei como elementos
representativos da história da aldeia e da memória colectiva.
Malcata é como é, ou é como eu a vejo
através da fotografia? É em busca da aldeia que eu vejo que me leva a
fotografar para dar a conhecer a mesma aldeia vista todos os dias por quem nela
vive e que é diferente da minha visão. Duvidam do que acabei de dizer? Então
para acabar com as vossas dúvidas, aconselho-os a olhar para as fotografias,
não para acabar com as vossas duvidas mas para ficarem com dúvidas diferentes
das que tinham...
José Nunes Martins
14.10.20
MALCATA: NATAL SEM PINHEIRO
Fui apanhado de surpresa pelo ruído das motoserras que naquela manhã de sábado se ouviam na freguesia. Uma pessoa amiga disse-me que estavam a cortar o pinheiro existente no jardim da junta. Também me contou que a Junta de Freguesia estava a cortar a árvore por causa dos estragos que está a causar ao “muro e aos canos da rua”.
Sou contra o abate de árvores e a favor da floresta, dos espaços verdes e das relações sensatas entre o homem e o arvoredo em geral.
O pinheiro manso começou por ser uma das árvores daquele espaço e hoje parece que se transformou num problema. Naquele tempo em que ali foi plantada, com as crianças a ajudar, todos pensaram na sombra e na beleza que a árvore iria oferecer.
Por muito boa intenção e vontade que eu possa ter, não devo plantar ou mandar plantar uma árvore em espaços públicos. Esta acção requer algum cuidado e o respeito pelas leis em vigor. É que nem todas as árvores são as adequadas para serem plantadas nos espaços urbanos, as distâncias têm regras e devem ser respeitadas para proporcionar um correcto desenvolvimento e também para evitar situações de perigo.
E o pinheiro manso é uma das árvores que não deve ser plantada sem ter os devidos cuidados.
O pinheiro em causa estava mesmo a pôr em causa a segurança das pessoas, dos moradores, do muro e dos canos?
A árvore abatida vai ser substituída?
Será que o pinheiro manso não contava para nada?
Não conhecendo bem toda a história deste pinho, como cidadão e malcatenho que se interessa pelo que acontece na nossa aldeia, vou dar a minha modesta opinião acerca deste abate que me coloca algumas perguntas às quais eu vou tentar responder.
Começo por perguntar as razões do silêncio e da falta de informação da autarquia à Assembleia de Freguesia e ao povo? É que para além dos sinais de trânsito que colocaram na rua, ninguém sabia de mais nada! Será que o povo não merece um AVISO, uma publicação nas redes sociais, espaço que a autarquia muito recorre para colocar informações relativas a acções recreativas e gastronómicas?
Aquele espaço há muito tempo que anda esquecido e tendo em conta os cuidados que a autarquia lhe tem dado, recordo-me de outra árvore que existia ao lado das escadas e teve o mesmo fim do pinheiro manso. A continuar assim, quando chegarmos a Outubro de 2021, restará a “capoeira em rede verde” porque não têm meios para retirar a pesada sapata cinzenta de cimento.
Lembro que a Junta de Freguesia tem o direito e o dever de fazer obra, obras necessárias para a freguesia. Isso não lhe dá o direito e não lhe foi passado cheque em branco para fazer tudo e mais qualquer coisa, sem ter de informar quem de direito.
Eu tive a oportunidade de registar, para memória futura, algumas imagens que ilustram o abate do pinheiro manso. Observando o tronco, verifico que estava de boa saúde, o muro não me pareceu em iminência de cair e a calçada também me pareceu normal. A árvore não estava doente e isso parece ser um facto. Estava muito crescido, com uma copa muito alta e apreciável. Então porque abatê-lo já? Eu olhava para aquele pinheiro e admirava-lhe a sua copa e a sombra que ás vezes me refrescava em dias de mais calor. Pelos vistos, outras pessoas olhavam para a mesma árvore e viam um grande estorvo.
Democracia participativa, já ouviram falar em Malcata?
José Nunes Martins
Fotos:
27.5.20
MALCATA: MUDOU OU ESTÁ TUDO COMO DANTES ?
Estamos a viver uma fase de desconfinamento progressivo. Março e Abril já pertence ao nosso passado e o mês dos Santos Populares está aí à espreita, porque Maio está a viver os seus últimos dias. Na nossa freguesia, os cafés já abriram e respeitadas as regras de afastamento social, damo-nos conta que dentro e fora espaço não é problema. Haja clientes e saúde e lentamente, com cuidados redobrados, estes estabelecimentos estão a adaptar o seu negócio aos tempos que estamos a passar.
O que mudou na fita do tempo deste ano 2020?
Mudou alguma coisa na nossa freguesia ou continuamos na mesma?
A História regista que a freguesia de Malcata já mudou algumas vezes e foram mudanças que marcaram a vida da nossa comunidade, tanto aqueles que cá vivem como todos os outros espalhados pelo nosso planeta. De repente recordo-me de meia dúzia de momentos históricos que marcaram e mudaram a nossa aldeia. Não vou enumerar todos os acontecimentos, mas há três que merecem ser destacados. O primeiro acontecimento inscreveu a nossa freguesia no restrito grupo de outras localidades que se orgulham de ter uma estátua dedicada ao poeta Luís de Camões. Ainda hoje vivem algumas das pessoas que aplaudiram o senhor José Corceiro e esposa enquanto cortavam a fita no dia da inauguração do Busto de Camões na nossa aldeia. A partir daí o lugar de terra e castanheiros mudou e o Largo de Camões ainda hoje é um lugar bem conhecido de todos. Um homem que abalou para a Argentina em busca de melhor vida para a sua família e nunca esqueceu o berço onde começou a sua vida. É um marco e uma homenagem à sua esposa e a todos os emigrantes malcatenhos espalhados pelo mundo. O segundo acontecimento que contribuiu para mudanças em Malcata, foi a chegada da electricidade. Arrumadas as candeias e os candeeiros as pessoas espantavam-se cada vez que ligavam o botão do interruptor e imediatamente se acendia uma lâmpada de cor amarelada. As arcas salgadeiras foram substituídas pelos frigoríficos e as televisões começaram a concorrer com os serões e o sacristão ficou mais descansado e o apagar das velas deixou de ser necessário a ajuda da cana. A electricidade foi uma das mudanças que mais fizeram mudar a nossa aldeia. E o e não menos importante factor de mudanças na nossa freguesia, foi a rede de distribuição de água ao domicílio e a rede de saneamento. Também foi uma obra que mudou e marcou a gente da terra. A água na nossa freguesia é um recurso natural que existe em abundância. A aldeia está rodeada de boas veias de água e por isso as fontes e fontinhas são muitas.
E a abundância é também carregada de frescura, transparência e do agrado de muita gente. Ainda hoje, algumas pessoas de Malcata e fora dela, saciam a sua sede bebendo água da fonte mais conhecida da aldeia, a Fonte das Bicas, mais conhecida pelo nome da Fonte da Torrinha.
E de repente, o covid-19 apareceu. Parou tudo e o nosso país ficou em casa à espera e alerta para impedir que vírus entrasse onde não desejávamos.
E agora?
Mudou alguma coisa na nossa freguesia como o fizeram os nossos antepassados?
O Luís de Camões nem se mexeu do seu pedestal, a electricidade continua a iluminar as nossas casas, a fazer funcionar os nossos frigoríficos, ferros de engomar, televisões, computadores, etc…e quanto á água, estamos tão afogados que não lhe damos o merecido e importante valor. Não deixa de ser irónico o que está a acontecer na nossa freguesia, no respeitante á água. Incompreensível o que se passa em Malcata. Tanta água e algumas casas da freguesia nunca foram servidas pela rede de distribuição. E o mesmo sucede com o escoamento das águas sanitárias, pois ainda hoje há habitações, com licença de habitabilidade aprovada, sem água e sem saneamento público.
Preocupante é que os responsáveis autárquicos vão empurrando e passando a batata quente aos seus sucessores, continuando tudo na mesma. Uma das justificações e que escutei da boca de um responsável autárquico concelhio, proferida na nossa freguesia com a sala cheia de munícipes e toda aquela gente política, foi que as pessoas “assinaram um documento” e puderam assim, habitar sem água e sem saneamento ligado aos serviços públicos. Pois…e parece que o mesmo terá sucedido com a opção da aldeia ser abastecida com água de furo e não da albufeira.
E que dizer dos milhões de litros ou metros cúbicos de água a correr dos tanques para não sei onde? Ou investir e promover zonas de lazer instaladas em sítios tranquilos, de paisagens fantásticas, mas vítimas de contraordenações porque estão onde o Plano de Ordenamento da Albufeira proíbe?
Vamos continuar a arriscar e pisar o risco ou mudamos?
Ficamos como até aqui, como dantes do covid-19, ou continuamos até às próximas eleições?
20.1.20
MALCATA INTEGRA A UO7 DO PDM
Plano Director Municipal a necessitar de mudanças |
Acalmem-se e relaxem, tenho quase a certeza de que as pessoas das outras nove aldeias que fazem parte da nossa UO7 também desconhecem este documento. É um documento importante e orientador do que podemos e devemos fazer, ou não fazer, ao nosso território, aos recursos que nele existem e às potencialidades que ele oferece, dando-lhes bom uso, sem acabar com eles, com a consciência de deixarmos uma aldeia melhor para as gerações futuras.
José Nunes Martins
18.1.20
PROGRAMA 2030 JÁ COMEÇOU
O futuro pode trazer novas esperanças mesmo que os desafios sejam grandes. Por isso, ao longo destes dez anos muitas oportunidades irão surgir e temos de saber aproveitá-las bem, ou seja, vamos ter de fazer escolhas acertadas.
José Nunes Martins
6.1.20
CANTAR AS JANEIRAS AQUECIA A VOZ E O CORPO
Cantar as Janeiras em Malcata |
No final da volta às ruas, juntavam tudo o que conseguiram angariar e faziam uma agradável petiscada, regada com vinho e muita alegria.
Outros tempos, outros costumes e tradições. Hoje tudo parece mais difícil de acontecer. Cantar as Janeiras era uma tradição simples, muitas vezes percorriam as ruas às escuras, guiando-se pela luz da lua ou pela luz das candeias a petróleo, não havia televisão e jogavas-se às cartas, a conversar junto ao lume da lareira e assim era a cena mais natural e mais habitual.
Durante alguns anos, a Associação Cultural e Desportiva da aldeia retomou essa tradição e
renasceu esse bom e alegre costume, que mais não era que o avivar das memórias dos nossos antepassados e nessa noite ou noites, soltar a alegria e a confraternização sadia entre todos era o mais importante.
Será que o vento tudo levou? Ainda tenho esperança que tenha ficado alguma brisa, alguma nuvem passageira que com o vento regresse.
5.1.20
NOVO ANO - NOVA DÉCADA
Que esta nova década nos reserve coisas boas, bem melhores e nos conceda a força e a coragem para sermos melhores pessoas, mais verdadeiros e mais felizes. A vida está nas nossas mãos e Deus dá-nos a capacidade e a liberdade para fazer desta década, de cada um destes dias o que quisermos. O pássaro está nas nossas mãos! Viver e deixar viver em liberdade, depende das nossas decisões, das nossas acções. Um simples abrir da mão dará a oportunidade ao pássaro se ver livre e voar, voar até o infinito.
Está nas nossas mãos viver felizes e livres!
Bom Ano.
25.11.19
O BOM FREGUÊS
Há feridas que é preciso sarar e até que isso aconteça, temos que ter a coragem de procurar os remédios para a curarmos. Colocar as mãos na ferida e com ajuda e cuidados necessários, um dia ficará curada.
Se olharmos para o tempo que já passou, o que podemos ver e o que somos levados a pensar? O que foi feito até aqui? Sabemos que há projectos por fazer, outros por acabar e ainda aqueles que se pensam um dia fazer.
E o que nos diz ou transmite o poder local? Pouca informação, quase nada, para não dizer mesmo nada. Como vão as coisas? Vão bem, vai tudo bem e tudo como dantes em Abrantes. É o que me apetece dizer, pois parece que quanto menos perguntas forem feitas, tanto melhor.
O boca a boca de hoje já deixou de ser exclusivo dos residentes na nossa freguesia. Com o uso das novas ferramentas tecnológicas de informação e comunicação, mesmo não estando presente e a residir na aldeia, rapidamente sabemos o que se diz, se espalha. Já não há como fugir e aqueles que continuam a negar a importância da utilização da internet e das suas capacidades de informação e divulgação é porque ainda não estão preparados para aceitar viver numa democracia participativa para além do colocar a cruzinha no voto sempre que há eleições.
É ou não importante que o cidadão comum participe nas acções do poder local?
É às juntas de freguesia que compete o Estado bem próximo. E o que sabem os cidadãos sobre a sua junta de freguesia, os trabalhos que fizeram, os que estão a fazer, as dificuldades e as demoras num determinado projecto ou obra? Há quem entre na sede da junta de freguesia quando lhe falta alguma coisa, quando rebenta o contador da água, quando falha a luz eléctrica e algumas vezes são capazes de sair de lá sem resposta, sem nada nas mãos. Sabemos que a junta de freguesia deve responder aos pedidos do cidadão, quer se trate de uma reclamação, um pedido de ajuda e fazê-lo com eficácia e rapidez.
Aqui chegados, a utilização das novas ferramentas da comunicação têm que ser incentivadas na sua utilização para servir melhor o cidadão. E o que tem feito a nossa junta de freguesia a este respeito é muito pouco, apesar de estar a pagar por serviços e ferramentas que podiam contribuir para aumentar as relações do poder local com o cidadão e este se sentir mais participativo na vida da comunidade. E que dizer dos malcatenhos espalhados um pouco por todo este mundo? Hoje, com a ajuda da internet, há a possibilidade de resolver muitos assuntos importantes sem que haja necessidade de aguardar até ao mês de Agosto para se dirigir à junta de freguesia a fim de ficar resolvido um qualquer problema ou documento necessário para o cidadão.
O que nos define como uma aldeia desenvolvida, é o empenho e a capacidade de cada malcatenho se responsabilizar pelos seus actos e cumprir os cumpromissos assumidos em determinada data.
José Nunes Martins
22.11.19
OBRAS PÚBLICAS OU PRIVADAS?
Foto do Google Maps |
Como se processava a coisa? Primeiro, dizia o jornalista, “eram feitas as obras, apenas com o compromisso de boca dos autarcas. Depois, mais tarde, eram forjados os procedimentos de contratação pública destinados aos pagamentos”.
A notícia do jornal referia-se aos autarcas de um concelho que não é o do Sabugal. Mas esta forma de proceder faz-me lembrar as obras de calcetamento, sem especificar os nomes das ruas e as localidades, foram adjudicadas pela Câmara Municipal por ajuste directo. Lembro-me da intervenção de um presidente de junta numa das Assembleias Municipais, interpelar o senhor presidente do município as razões de tais procedimentos, pois, para esse autarca, o anunciar e adjudicar obras em grupo, ou seja, o arranjo de calçadas, era pouco esclarecedor e ninguém tinha como saber a que obra concreta se referia o ajuste directo. Daí que este autarca solicitava à Câmara para ser mais transparente e publicitasse com mais clareza essas obras e outras do género.
Em 2017, uns meses antes das eleições autárquicas, na nossa aldeia foram realizadas obras de arranjos e calcetamento que suscitaram alguma agitação e foi contestada por alguns cidadãos. Tratou-se de satisfazer um compromisso pessoal com um morador a quem a autarquia garantiu calcetar o acesso à sua casa e em troca garantir o apoio político? A obra foi feita por um empreiteiro e ninguém tem conhecimento dos custos e em que adjudicação está incluída.
Esta foi uma obra que foi contestada naquela mesma altura em que estava a ser feita. Infelizmente, parece não ser uma situação de excepção, dizem que já aconteceu mais vezes, noutras ocasiões e campanhas eleitorais. Tem sido, ao que parece, um dos esquemas utilizados pelos políticos que permite satisfazer os pedidos feitos por particulares, em contrapartida de apoios políticos. Se esta maneira de proceder assim é, somos levados a pensar que para além das juntas de freguesia, também o município e o seu departamento de obras estão em incumprimentos.
Só assim é que se pode entender algumas obras de calçadas nas nossas aldeias. E se a lei é igual para todos, eu pergunto porque é que a autarquia paga as obras de calcetamento, justificando-se, que pelo facto de possuir saneamento básico, aquilo que foi espaço privado durante anos, se transforma em via pública e toma decisão contrária numa outra obra da mesma freguesia e também com saneamento básico, hoje com calçada, mas paga pelos moradores desse lugar?
José Nunes Martins