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A apresentar mensagens correspondentes à consulta fonte da torrinha ordenadas por data. Ordenar por relevância Mostrar todas as mensagens
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terça-feira, 22 de abril de 2025

AVISO: ÁGUA DA FONTE DA TORRINHA ESTÁ IMPRÓPRIA PARA CONSUMO

 

 


      

Uma imagem com edifício, texto, ar livre, parede
Fonte das Bicas em Malcata em Abril 2025



          

   O cenário está a repetir-se? 
   Porquê imprópria para consumo?
   As mesmas razões do sucedido em 2022?
   Uma das respostas é que nem sempre a água que sai das bicas/torneiras está nas melhores condições, como prova esta imagem obtida nestes dias de Abril, conforme nos alerta o aviso.
A água desta fonte é pública há muitos anos. Periodicamente vêm fazer análises à água e os resultados são afixados no local para consulta pública. A contaminação das águas desta fonte vêm acontecendo e já em 2022 aconteceu uma situação parecida e a Junta de Freguesia colocou o aviso no local.
   Ver aqui:  https://aldeiademalcata.blogspot.com/2022/08/malcata-agua-da-fonte-das-bicas-so-para.html
   Desta vez, até ao momento, a Junta de Freguesia, ainda não divulgou nas suas páginas da internet, as causas deste aviso. O que o aviso informa é que água da fonte da Torrinha não se apresenta em condições de ser consumida e mais não é avisado. A água desta fonte deve continuar disponível às pessoas e para isso há que garantir a qualidade da mesma. Alguma coisa tem de ser feito, pois a água sempre tem sido boa, só que ultimamente acontecem situações estranhas que alteram a qualidade da água da fonte que é pública e ganhou muitos consumidores.
  É da competência da Junta de Freguesia conservar e reparar o que está mal. E não é desculpa dizer que conhecem o problema ou que não há dinheiro para pagar. Esta fonte está à responsabilidade da autarquia de Malcata e  não pode deixar de correr nas bicas. A nascente tem água, à fonte também lá chega, se não chega em abundância ou se é periodicamente o caudal diminui,  há que saber as razões e decidir intervir e se há dinheiro para coisas menos importantes, também aparecerá dinheiro para se encontrar uma solução ao problema e garantir que aquela água continue a saciar os que dela se aproximarem para beber ou encher o cantil e levar para a caminhada. 
                                                                José Nunes Martins
   

domingo, 10 de março de 2024

O FUTURO DA ÁGUA EM MALCATA

Há que fazer alguma coisa para a água vir à tona
                         

   A forma de utilizarmos a água na nossa aldeia vai ter que mudar e deve ser uma das prioridades da autarquia melhorar o abastecimento de água para consumo humano à nossa freguesia, bem como a sua utilização na agricultura e nos espaços verdes da freguesia.
   Na nossa aldeia estamos acostumados à abundância deste recurso natural, mesmo durante os meses de mais calor não tem havido constrangimentos para ninguém.
   Mas os tempos são outros e o clima está a mudar. No que diz respeito à água para consumo humano, é do conhecimento de todos que os bombeiros voluntários têm transportado a água num camião-cisterna para encher o reservatório de água para a rede de abastecimento público
da nossa terra. Houve já necessidade de efectuar esse reforço duas vezes por semana. As causas da escassez da água estão relacionadas com as altas temperaturas e a falta de chuva que estão a secar as nascentes naturais.
   Na nossa freguesia há falta de planos para reaproveitar a água, para armazenar os milhões de litros que saem nas duas bicas da fonte, deixando fugir a água ruas abaixo. Podem dizer que não tem havido desperdício, que a água vai acabar por chegar à albufeira. Eu pergunto aos malcatenhos porque deixamos a água correr para a barragem em vez de a armazenarmos em reservatórios para futura utilização pela freguesia, pelos que necessitam dela para as regas?
   Já bastou a obra da barragem do Sabugal que sem dó nem piedade nos deixaram sem rio Côa!
   Não há nada que nos pague esse bem e esse recurso, como era o rio e as terras que o acompanhavam. Lembrem-se que na nossa região só existe água doce e investimentos para aproveitar a água do mar está fora de questão. Ora isso dá-nos argumentos para olharmos para a água que até é natural, de nascentes e também merecemos ajudas financeiras para manter
este recurso tão importante.
   Estes dias li que o concelho do Sabugal fazia parte dos municípios que mais desperdiçava água nas redes de abastecimento público. Os números estão escritos num relatório da entidade que regula a água em Portugal. Chama-se ERSAR e neste documento relatório da ERSAR ficamos a saber que o concelho do Sabugal desperdiçava, em 2022, 70,2% da água. Trata-se de água que existe e que não chega ao consumidor e por diversas razões: rupturas, avarias e desvios. Ora se há dois anos mais de metade da água era desaproveitada, logo não rendia um cêntimo, diz-nos que há muito trabalho a realizar.
   Então como será o futuro da água em Malcata?
   Será que a APAL-SIM (Águas Públicas em Altitude – Serviços Intermunicipalizados) vai resolver os problemas no concelho do Sabugal?
   Deixar de fazer alguma coisa não é opção! Pagar e continuar a pagar a água que se utiliza na rega? É uma possibilidade e sabemos que quem rega com a água dos tanques da Fonte da Torrinha, paga-se uma taxa por cada vez que se esvazia o tanque grande. E está certo que assim seja, pois eu não acredito que haja alguém que se recuse a pagar. Com certeza que na nossa freguesia não vamos brincar aos transvases para outras terras. Por curiosidade, li que os agricultores da Cova da Beira, que regam com a água da barragem do Sabugal, vão este ano pagar mais caro a água para rega! E em Fevereiro houve escaramuças e tubos cortados por desentendimentos por causa da água.
    Deixo aqui um alerta: olhem para as vossas próximas facturas da água e vejam o volume de água consumido e leiam também a segunda página. Digam o que viram e o que pensam.
   Obrigado


    

De 1937-2024 sem parar de deitar água





Ler a factura da água segundo a Deco
      

   

Trabalhos na nascente em Malcata 


                                        
                   Foto CMGuarda -Assinatura da constituição da Apal-Sim

    Saiba mais sobre a nova entidade das águas e saneamento:

   https://capeiaarraiana.pt/2024/02/19/sabugal-integra-sistema-intermunicipal-de-gestao-da-agua/


sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

MALCATA, QUE TE ESTÁ A ACONTECER?

 




                            M 1937 - Fonte das duas bicas ( Torrinha) na aldeia de Malcata há 87 anos


                                                                                  ++++++++++


      Na praça principal da freguesia existe a melhor fonte de água da aldeia. É paragem obrigatória para quem visita a terra e para os que nela vivem. Durante muitos anos foi considerada a fonte dos namoros, dos encontros ao fim do dia para encher os cântaros e as bilhas de barro. O seu aspecto foi sofrendo pequenos remendos e poucos benefícios teve desde 1937 aos nossos dias de hoje. Todos os melhoramentos que ali foram feitos não trouxeram mais fama à fonte. Sim foi importante terem substituído os antigos canos por outros novos. E sim, têm sido importantes as pequenas obras na manutenção da fonte e dos tanques, assim lá se vai mantendo a coisa a funcionar. Sejamos francos e sinceros quando falarmos da fonte da Torrinha, nome que mais é conhecida dos malcatenhos. É que quando olho para esta fonte fico um pouco nostálgico e triste. O seu aspecto actual contrasta bem com o que via há uns anos, quando ali toda a gente ia encher os cântaros de água para consumir em casa. A água nessa altura saía bem mais viva, as duas bicas tinham a sua graça mesmo com toda a simplicidade dos canos. Toda a gente bebia daquela água com toda a confiança e certeza que ficava saciada e bem alimentada, sem receio algum de “passar pelas passas do Algarve” ou soltar o desabafo “que mal fiz eu a Deus, se só bebi água da fonte”! Apesar desses indesejados sintomas de mal-estar e desarranjo intestinal se vem verificando nos meses de mais calor, muitas são as pessoas que continuam a consumir da água desta fonte. E muita gente continua a dizer que aquela água mata a sede a quantos dela beberem, seja Inverno ou Verão, mas eu já não acredito nessa verdade porque o mal-estar é muito difícil de aguentar.

   Tenho pena que nestes últimos anos se repitam perturbações  e outros sintomas graves por que sentem as pessoas logo após dois ou três dias de permanência na aldeia, sendo os meses de Verão as épocas de maior número dos casos deste tipo de ocorrências. E embora não haja provas concretas da origem do mal-estar das pessoas, muitos apontam sem duvidar, que se sentiram pessimamente depois de ingerir a água da fonte das duas bicas na Praça da Torrinha.
   Todos ou quase todos nos lembramos da ocupação do solo no lugar das Eiras, onde até há poucas décadas, eram solos exclusivamente agrícolas, sem qualquer casa de habitação. E também não me lembro da existência de avisos a informar que a água se encontrava imprópria para consumo humano!
   Hoje a nascente que fornece a água à fonte das bicas está envolta de muitas habitações e a ocupação do solo está alterada. A povoação cresceu à volta da mina das Eiras e nunca ninguém se preocupou com o futuro e da qualidade das águas subterrâneas, mesmo sabendo toda a gente e as autarquias da necessidade de se cuidar da água.
   Já lá vão 87 anos e a fonte lá continua, graças à influência e determinação das pessoas como o senhor António Nita, pessoa importante e que depois de viver fora da terra a ela regressou e presidiu à Junta de Freguesia, com coragem e persistência conseguiu obter os  gratuita, sem taxas escondidas. Infelizmente ele e outros como ele já partiram e eu interrogo-me: Malcata, que te está a acontecer?
   Sei que esta gente de antigamente eram notáveis e influentes. O que não entendo é porque os que estão no presente não conseguem suster e manter o legado que nos deixaram e, aos poucos a freguesia vai sendo privada de tudo o que resta de útil às pessoas que nela vivem.
   Enfim, oxalá que o futuro comece a ser menos ingrato para os mais novos e despertem a tempo de lembrar aos autarcas as promessas feitas quando precisaram de ser eleitos.

    Seguem-se umas imagens da Fonte das Bicas/Torrinha ao longo do tempo:

    

  


Sempre se fez assim e nunca se perguntam da razão deste procedimento, 
nem há vontade de experimentar outras soluções para obter resultados diferentes!



Um legado com 87 anos que merecia ser mais cuidado.





domingo, 14 de maio de 2023

RECUPERAR PARA BEM SERVIR



Uma fonte que está cada vez mais descaracterizada.


   Na nossa aldeia, ainda vão existindo alguns lugares que em tempos idos testemunharam a vida diária dos que habitavam a freguesia ou a visitavam.
   Ainda nos nossos dias são locais importantes e mesmo que estejam quase sem vida, é urgente conservá-los e transformá-los em sítios de interesse e fazer com que o povo continue a sentir que fazem parte do viver e do sentir da nossa aldeia.
   Um exemplo do que acabo de afirmar é o fontanário das duas bicas, mais conhecido pelo nome da “Fonte da Torrinha”, a Torre do Relógio, a Fonte de Chafurdo, a Fonte Velha, toda a Praça do Rossio, antigas escolas e respectivos espaços de recreio…isto é, dar a importância devida ao nosso território e ao património.
   Estes exemplos que referi são apenas alguns das estruturas públicas que há na nossa aldeia. E cada um desses lugares ou edifício devem servir e estar ao serviço da comunidade. Cabe a cada um de nós estar sensibilizado e atento e valorizar, desenvolver e fazer com que toda a gente viva feliz.
   E neste nosso mundo da aldeia é necessário e faz falta, na minha opinião, as pessoas viverem com liberdade, com “à vontade” de falar e criticar ideias, obras, que se vão, ou não, executando na freguesia. Dar sugestões, ideias audazes, positivas e destinadas ao bem comum. É isto que eu desejo!


Aqui falta qualquer coisa importante!
                                                     

                                                      

Há muito que aqui não deviam estar!



 

Uma praça vazia de quase tudo!


quarta-feira, 10 de agosto de 2022

MALCATA: ÁGUA DA FONTE DAS BICAS, SÓ PARA REGAR E APAGAR INCÊNDIOS !


    

      A Junta de Freguesia de Malcata, no dia 8 de Agosto de 2022, pelas 21:57 horas, colocou um aviso na sua página das redes sociais, informando que mandou efectuar a análise microbiológica e físico-química à água da Fonte das Bicas (Fonte da Torrinha). A análise efectuada deu como relatório que a água se encontra imprópria para consumo humano.
   A autarquia aconselha e alerta a população e visitantes para restringirem ao máximo a utilização da água que ainda brota na bica do fontanário.

  

Freguesia de Malcata

 · 8 de agosto às 21:57  · 

AVISO À POPULAÇÃO

O mais recente relatório de ensaio à água do fontanário público situado na Praça do Rossio - Malcata foi considerada como "água microbiologicamente imprópria para consumo humano".

Desta forma alertamos toda a população para a não utilização desta.

A Freguesia irá reforçar a realização das análises e qualquer alteração será comunicada à população.

Freguesia de Malcata

+++

Uma nota pessoal: 
Aos que estejam interessados em conhecer e a saber mais informação sobre este fontanário,
basta clicar no link a seguir:

https://aldeiademalcata.blogspot.com/search?q=fonte+da+torrinha

                                                                         José Nunes Martins



  

                                               

quinta-feira, 2 de junho de 2022

FONTE DA TORRINHA EM PERIGO?

                    

Fonte da Torrinha(foto de 24-02-2019)

   Na nossa aldeia existem memórias que correm o sério risco de serem destruídas, alteradas e que merecem ser alvo de maior cuidado. Estas memórias são-nos oferecidas pelos testemunhos vivos que existem na freguesia e como são públicos, encontram-se em espaços públicos, mais ou menos resguardados, estando alguns ainda ao serviço de todos. E o estatuto de público significa que é usado por todos e está ao serviço de todos. Ora esta posse tão ampla vem conferir-lhes uma importância ainda maior para que se cuidem bem deles.
   E por falar em memórias e testemunhos, vou continuar a contar um pouco da história da Fonte da Torrinha, ou a Fonte das Bicas. Já sabemos que a sua água era a melhor água de todas as fontes que havia dentro do povo. Também já sabemos que a sua construção deu muitas dores de cabeça ao presidente da junta de freguesia. O senhor António Nita não tinha panos quentes para aparar as nicas da Câmara do Sabugal! Defendia os interesses da freguesia com todas as forças e estratagemas que criava, pois, só lhe satisfazia ver o povo bem servido e com os mesmos direitos que as outras terras gozavam. Mesmo o facto de à sua frente estar um presidente de Câmara, um engenheiro de obras e responsável por muitas canalizações, mesmo sendo pressionado por comandantes da Guarda Fiscal, as obras de abastecimento ao novo quartel, canos que ligavam os tubos vindos da mina para a fonte e que a Guarda Fiscal também queria receber, foram mandadas parar. O problema ficou resolvido uns tempos depois e depois de as partes assinarem um documento com as condições impostas pela Junta de Freguesia.
   A história da Fonte da Torrinha não fica toda contada. Esta é uma ínfima parte e tratou-se de avivar as nossas memórias. A história deste monumento e de outros que há na nossa aldeia, a sua importância na história do povo e de muitas pessoas que ali iam diariamente, são motivos suficientes para conservar a todo o custo estes testemunhos ainda visíveis.
  
   Nota: sendo eu malcatenho, defendo a freguesia sempre que há necessidade. Há situações
               que pela sua interferência no espaço público, à vista de toda a gente, mesmo que os
                intervenientes não tenham más intenções, sujeitam-se ao julgamento público.
                E na última vez que estive em Malcata, vi o que muitos também viram e o pequeno
                muro foi o tema mais falado nos bancos da Torrinha. Cada pessoa e cada uma das
                que vive em Malcata tem uma opinião, uma sugestão, um apontamento a escrever
                e depois esclarecer ou simplesmente não querer ver, não falar e remeter ao silêncio
                porque se fosse ele, fazia o mesmo ou até pior...
                 Vivemos em democracia, não é verdade? Se a democracia nos dá a liberdade de cada
                 um comentar, aqui vos deixo espaço para tornar pública a vossa opinião.               

terça-feira, 17 de maio de 2022

MALCATA : A MINA

         Pá, picareta e muita força de braços foram necessários 
        para levar a água até à Torrinha!

Fonte da Torrinha 


   

 
 Em 1935, as pessoas que viviam em Malcata, iam até à Fonte de Mergulho e aí enchiam as vasilhas de água para o sustento da família e do gado. Entre 1935 e 1937, a água escasseava e a população ia aumentando. Com a escassez de água potável, a população mobilizou-se e em conjunto com a Junta de Freguesia de Malcata, presidida na altura pelo senhor António Nita, arregaçaram as mangas e construíram manualmente uma mina e o respectivo canal para o transporte da água até ao povo. Viviam-se tempos difíceis, a aldeia ainda não tinha rede de electricidade, não havia rede de esgotos, criavam-se muitos animais. A água era indispensável para a vida de todos e as culturas necessitavam dela para se desenvolver. Portanto, a água dentro da povoação existia, mas não estava devidamente aproveitada. Havia poucos poços e a água servia mais para regar a horta ou as culturas como as batatas, o milho, os feijoeiros, precisando de burras (picotas), noras e mais tarde, motores a petróleo. Daí a importância de a água na povoação ser tão necessário a construção de fontes.
   

                                                                  Amigo da Verdade - Malcata
                                         António Nabais da Cruz ( Ti António Nita ) e a história da fonte

      A construção de chafarizes e fontes foi uma das apostas do Estado Novo nos anos 40. O abastecimento de água fazia parte das obras importantes e era normal e vulgar a presença de gente do governo na inauguração de uma fonte numa das aldeias do nosso concelho. Nessa altura, o Sabugal foi daqueles que maior número de inaugurações fez no que respeita a chafarizes e fontanários. Entre 1930 e 1940 muitas foram as aldeias que ficaram com abastecimento público de água assegurado por fontes e chafarizes. A Câmara do Sabugal, sempre que podia, aproveitava a vinda das equipas de engenheiros e de técnicos a uma freguesia para executarem medidas, estudos, medidas e visitavam todas as obras, bem como a compra de materiais necessários, poupando em dinheiro e em tempo.

    O caso das obras do abastecimento de água à nossa freguesia tem alguns contornos que não são conhecidos de todos vós. A construção da mina demorou e todo o trabalho foi feito à pá e picareta. Contaram-me que quando surgiu a água, foi uma alegria e alguns pensavam que o trabalho tinha terminado. Mas isso não foi o que o senhor António Nita pensou e ainda quis continuar os trabalhos com a ideia de aumentar ainda mais o volume de água a jorrar da nascente. Não foi fácil fazê-lo parar e avançar para a abertura da vala para conduzir a água até ao povo. A distância que vai das Eiras à Torrinha não é mais do que uns 3000 metros, mas sendo o trabalho todo feito à mão, os homens tiveram que organizar-se em equipas. A forma encontrada pelo presidente da junta foi a de ir uma equipa por cada rua e durante uma semana de trabalho.
   Foram semanas duras de muito trabalho, muita terra, pedras e lama até chegar à Torrinha. A data “1937” que hoje se pode ler numa das pedras da fonte, confirma que pelo menos a Junta de Freguesia trabalhou há volta de dois anos até a obra ficar pronta. O velado (túnel) foi com certeza a parte mais difícil de construir. A fonte, feita toda em cantaria, foi desenhada com muita simplicidade, mas satisfazia as necessidades de fornecimento de água potável a toda a freguesia. A fonte é um dos ex-libris da nossa aldeia, que nem sempre tem sido bem cuidado. Foi um lugar importante durante muitos anos, um lugar que guarda inúmeras histórias de namoro, de lutas pela água do tanque, de algumas indisposições nos dias de muito calor, etc.
(continua...)

                                                     José Nunes Martins
 





quarta-feira, 11 de maio de 2022

MALCATA: CONTRIBUTO PARA A SUA HISTÓRIA

 


Data das obras levadas a cabo
pela Câmara Municipal do Sabugal, em Malcata



       A Fonte da Torrinha (das Bicas)


   Poucos serão (infelizmente) aqueles que, não sendo naturais ou não residam em Malcata, conheçam a Fonte da Torrinha (Fonte das Bicas ).
   É uma fonte que merece ser visitada e conhecer um pouco a sua história, que começou antes de 1937.
   Como curiosidade, e para a história desta fonte, existem documentos em arquivo que registam que esta fonte foi assunto discutido em várias reuniões da Comissão Administrativa da Câmara Municipal do Concelho do Sabugal, realizadas em 1935, 1936 e 1937.
   A inscrição “1937” que ostenta um das pedras de granito  é, no meu entender, referente ao ano civil de início da entrada em serviço de abastecimento público de água potável à freguesia, isto tendo presente que, a obra da fonte fez parte dos assuntos tratados em anos anteriores pela Comissão Administrativa da Câmara Municipal do Sabugal, que nos dá alguma informação do decorrer da obra. Ver cópia da acta de 1935:
   




Livro de actas da CMS em 1935
                                                                                +++
+
       As fontes noutros tempos tinham enorme importância na vida quotidiana das pessoas, particularmente as populações das nossas aldeias. E em Malcata essa forma de olhar para uma fonte grande ou fontinha bem mais pequena, permitiram garantir o abastecimento de água às pessoas e aos animais que com eles trabalhavam. 
       Na nossa freguesia a água é tão importante como ter boa saúde. E apesar desta importância que têm por este recurso natural, permanecem alguns maus hábitos no seu uso, caindo algumas vezes em atitudes contrárias ao respeito que este escasso recurso merece.
       Porque a água é indispensável, cada vez mais escassa, devemos ver  nas fontes, nas torneiras e nas diversas estruturas que conduzem a água até onde precisamos dela, bem como aqueles locais emblemáticos e tão característicos da nossa aldeia, onde sabe bem beber um copo de água fresca e limpa, com respeito e tudo fazer para os manter e preservar, procurando dessa forma dar continuidade às coisas boas que nos legaram aqueles que nos antecederam e que, por necessidade e amor à coisa pública, tanto trabalharam gratuitamente.
PS: Tema a continuar com ... António Nita e a sua luta pela água ao povo!
        Não deixe de ler!

  

Quem tiver mais informações que o diga!
   

                                                      José Nunes Martins


terça-feira, 12 de outubro de 2021

MALCATA: NÃO, NÃO FICOU TUDO IGUAL COMO ESTAVA!

   


   


Começo por falar sobre as últimas eleições, aquelas em que fui delegado pela primeira vez.

   Foram muitos os que votaram e muitos nem sequer documento de identificação apresentaram. Para esses é normal e costume não apresentar o bilhete de identidade, ou cartão de cidadão, muito menos a carta de condução. Como é uma aldeia, toda a gente se conhece e nem é preciso nada destes documentos. E como a Lei diz que se pode votar sem qualquer documento de identificação, basta que as pessoas presentes na mesa da assembleia a reconheçam como eleitor, sem confirmar nome e número de cidadão, de carta de condução ou outro...mesmo que se confunda algum nome, tudo é normal e está-se a cumprir a lei. O problema e a confusão surgem, mas sob protecção legal, logo nada atrapalha.
   A realidade que vivi é gritante e reveladora de um total desrespeito e aceitação da excepção como regra e nunca o contrário.
   Pela primeira vez participei numas eleições no papel de delegado de uma candidatura. Foi uma experiência que me enriqueceu e me fez compreender muitas situações vividas nos meios rurais. Só vos digo que foi cansativo e passei o dia a tomar notas. Descobri, ao fim de tantas eleições, que para votar basta entrar e tudo se resolve, mesmo aos que perante o pedido de identificação, respondem não ser preciso, aqueles que agarram nos boletins de voto e vão perguntar aos autarcas como fazer a cruzinha, outros que ficam zangados porque são avisados para sair depois de votar, mesmo que se trate de assuntos que têm a ver com saúde, perguntar por fulano e cicrano, etc.
   Vi muita cara conhecida por trás da máscara e sei que muitos não conheci e nem eles a mim. Outros sabiam que desta vez não podiam falar, estava lá eu para fiscalizar e as regras eram para cumprir.
   Foi uma experiência à qual voltarei a falar sobre ela. Até porque vi alguns boletins com bonecos, mensagens, recados para a assembleia de freguesia, até daqueles símbolos das Caldas havia e até com a cruz no partido que nem sequer candidatura havia, mas o eleitor acrescentou com a lapiseira e fez o quadradinho para a cruzinha no seu partido.
   
   Dos 388 inscritos no caderno eleitoral, votaram 187, ou seja, menos 50 pessoas que nas eleições autárquicas de 2017. Dos 187 eleitores que votaram nestas últimas eleições autárquicas ficaram assim distribuídos: 28 votos em branco e 17 votos nulos. Há a registar que a maior parte dos votos nulos continham “recados” que revelaram o descontentamento dos que assim votaram.

   Com estes números e sem grandes e profundas análises aos resultados, podemos concluir que metade dos malcatenhos optaram por ficar lá por casa ou lá pelas terras onde habitam e passaram a desinteressar-se pelo acto eleitoral, pois só podia haver um vencedor no que toca à Assembleia de Freguesia. E claro. Em vez de irem votar e lutar pela defesa dos seus interesses e os dos seus filhos e primos, tios, madrinhas e padrinhos, deixaram-se ficar quietos.
   Também é graças a estes eleitores de ocasião que Malcata vai continuar nos próximos quatro anos, em direcção a nenhures e rumo ao definhamento.
   Para os 142 malcatenhos está tudo bem e para os restantes também está, porque nem se atreveram a apresentar uma lista alternativa. Assim sendo, os próximos quatro anos vão ser sossegados, sem membros da oposição na assembleia de freguesia para querer saber, reclamar das ruas sujas e com buracos, das faltas de água na fonte da Torrinha ou da piscina que não pode ser utilizada...etc., etc.
    Concluindo...porque carga de água é que, agindo estas pessoas da mesma forma do costume, esperam obter resultados diferentes do costume? 


                                                                                   
                                                                                                  (Josnumar)
                                                                                                  José Nunes Martins

segunda-feira, 4 de outubro de 2021

MALCATA: COMO ESTAMOS DE ÁGUA ?

Fonte da Torrinha em Malcata

    SERÁ VERDADE QUE A ÁGUA DA FONTE DA TORRINHA
    PODE SER UM PERIGO PARA A SAÚDE PÚBLICA ?


   A água da fonte da torrinha, onde praticamente toda a população da nossa aldeia recolhe água para beber, pode estar contaminada e a Junta de Freguesia pode vir a ter que colocar um aviso na fonte a avisar as pessoas da possível contaminação.
   A verdade é que as pessoas da aldeia ignoram os perigos que correm, o papel das análises lá continua à vista de todos e nele se diz que a água é boa para beber, ou seja, as pessoas e quem visita a aldeia e por ali passa, continuam a abastecer-se e a consumir aquela água.
   O consumo da água não causa problemas imediatos, mas com um consumo continuado, pode causar problemas reais de saúde, por exemplo, aumento das quantidades de ferro, lesões em alguns dos órgãos internos, etc. Esta é uma fonte com 84 anos e ao longo de décadas foi a maior fonte de abastecimento da nossa freguesia e de muitas pessoas de outros lugares.
   A água da Fonte da Torrinha sempre foi apreciada por todos, era uma água cristalina, pura e fresca. Ainda agora, depois da instalação da rede de abastecimento público de água ao domicílio, há quem continue todos os dias a vir buscar água para beber.
   Quase ninguém liga aos constantes enchimentos da mina das Eiras com água da rede pública, chegando a ser feito 1 vez por semana. Até parece que fazem um milagre, porque de cada vez que lhe injectam a água com a mangueira, assim que o ar sair (eu diria que quando o poço das Eiras encher) sai água com fartura. Sim, sai tanta água que deixa alegres e felizes os crentes. Eu sabendo da “fórmula milagrosa” para fazer sair água nas bicas, registo e sigo o meu caminho, convencido de que vou ter que continuar a comprar a água para beber.
   Sei que a água é periodicamente analisada e a Junta de Freguesia, e bem, afixa os resultados no espaço destinado a isso. Ora as últimas foram realizadas em Julho de 2021. Não contesto os resultados expressos no papel. Hoje, esses podem não estar certos e as características da água estarem diferentes. Basta ter em conta as vezes que os senhores da Junta de Freguesia já encheram o   das Eiras (mina) com água da rede pública para eu ter receio e deixar de beber dessa água, que deixa de ser água cristalina, pura e fresca, como aquela boa, cristalina e fresca de 1937 e anos seguintes.
   É urgente uma tomada de decisão séria e duradoura, por parte da Junta de Freguesia de Malcata. Saber que, a água que hoje sai daquelas bicas, é ou pode ser, água imprópria para beber ou consumir sem ferver, que me pode originar graves problemas de saúde, porque a consumo há muitos anos, é razão mais que suficiente para as entidades tomem medidas e resolvam de uma vez por todas o problema desta fonte, cuja idade e finalidade de dar de beber a quem tem sede, é a razão de ali continuar a existir, contribuindo para o bem-estar dos fregueses.
   Daqui lanço o alerta para se tomarem medidas urgentes e também para que a população ande atenta a qualquer sinal de alerta.
                                                                   José Martins