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domingo, 6 de julho de 2025

MALCATA: ANDAMOS AO CONTRÁRIO, NATURALMENTE!

 

                               ZONA DE LAZER DE MALCATA COM BAR ABERTO
         


"Amanhã estamos de volta..." foi assim anunciado a abertura do Bar e Esplanada 
na Zona de Lazer de Malcata, cuja entidade proprietária é a Junta de Freguesia de Malcata.
   O insólito é que a notícia foi publicada nas redes sociais e não há qualquer documento divulgado pela autarquia da abertura do respectivo concurso de concessão daquela estrutura pública.


   






   Entre esplanada, sombras e sombreros, quantos euros os frequentadores da Zona de Lazer deixam na economia da freguesia?
   Esta é a pergunta que ainda não foi respondida, porque também ninguém a fez!
   Eu não percebo estas coisas de concessões e explorações! E eu que já pensava que as coisas tinham começado a seguir o seu rumo normal e ao que sei, piorou e quem estivesse à espera de inovar, fazer diferente e também do agrado de toda a gente, a oportunidade não apareceu sabe-se lá porquê!
   O que é que a autarquia, proprietária do espaço, o que pretende fazer com ele?
   Continuar a fazer o mesmo que tem feito e ficar satisfeito por ter bar/esplanada a funcionar durante três meses na Zona de Lazer e quem lucra são sempre os mesmos?
   Não, não acredito que a autarquia queira gerir o bar/esplanada! Já lhe basta o alojamento local, o rebanho e os sapadores.
   E então como vamos de estratégias para dinamizar a freguesia, para promover os negócios locais, o artesanato, o património imaterial, o museu e a Reserva Natural da Serra da Malcata?
    Há a convicção na nossa freguesia, que a Zona de Lazer, é a mais bonita e das que tem paisagens de encher o olho. Esquecem-se que nas freguesias vizinhas há espaços fluviais, que receberam o reconhecimento de espaços de qualidade “ouro”e orgulham-se da bandeira que assinala essa mais-valia. Alguma coisa de diferente Quadrazais e Meimão têm andado a fazer nestes anos e designadamente nas vertentes da estratégia do turismo, do desenvolvimento sustentável, ano após ano sempre melhor e maior ousadia e audácia.
   O potencial turístico que existe em Malcata é enorme e até agora não está a desenvolver a freguesia por igual, porque as soluções que se têm encontrado são mais do mesmo e pouco inovadoras e completamente voltadas para aquele espaço.
   Lamento e entristece-me esta forma de estar, este modo de tomar decisões públicas, pois numa aldeia como a nossa, com tantos desafios e esperanças, as pessoas vivem e sobrevivem como podem e conformados com o que acontece à vista de todos.

                                                       José Nunes Martins

sábado, 5 de julho de 2025

MALCATA: A HISTÓRIA NÃO SE APAGA!

 


   A História faz parte da identidade do nosso território, da nossa identidade. Os factos que aconteceram não se podem apagar. A única coisa que podemos apagar diz respeito ao nome das coisas, ou seja, o nome pelo qual as conhecemos.
   Há uma década, na Assembleia de Freguesia de Malcata foi aprovada uma proposta que alterava o nome de duas ruas da nossa aldeia: Rua de Baixo e Bêco da Corela. A dita proposta foi enviada para a Comissão de Toponímia Municipal do Concelho do Sabugal que após uma análise ao assunto, foi rejeitada. 
   O assunto morreu ali e nunca mais se ouviu falar dessas coisas de mudar-lhes o nome.
   As ruas continuam na nossa freguesia estão a precisar de mais atenção, designadamente as placas toponímicas. Ao contrário do que se pode pensar, as placas
das ruas têm muita importância na organização da freguesia. E na nossa aldeia é urgente fazer uma revisão séria a todas estas coisas ligadas à toponímia.
   A freguesia cresceu, mudou o seu aspecto, surgiram novas ruas, novas casas e houve benefícios em algumas dessas ruas. É triste viver numa rua sem a placa com o seu nome, afixada no início e no fim da via.   Quem tem competência para aprovar o nome de uma rua, de uma praça ou largo em Malcata é a Comissão Municipal de Toponímia do Concelho do Sabugal. Esta comissão foi criada para apreciar as propostas que lhe forem apresentadas. Depois de analisada a proposta e tomada uma decisão, enviam essa mesma proposta para a Câmara Municipal do Sabugal a fim desta poder deliberar e decidir o que fazer. A Comissão de Toponímia é constituída por pessoas com conhecimentos alargados, com memórias sobre o território do Sabugal e que se reúnem para reflectir sobre a atribuição dos topónimos no concelho.
   Reconhecer a qualidade da Comissão de Toponímia é confiar nas decisões que tomam.    A atribuição de um nome a uma rua, a uma praça ou a outra coisa, significa que existe um reconhecimento público do nome que se está a analisar, que esse nome se identifica com a cultura das pessoas, da história do lugar. Quando está em análise a atribuição do nome de uma pessoa os pressupostos são os mesmos, ou seja, tem de ser uma pessoa reconhecida por todos como digna de lhe ser atribuída a placa toponímica porque a sua cultura, a sua vida, a sua história e os seus actos assumidos durante a sua vida, contribui com o seu bom exemplo e trabalho, para a construção do presente da terra. É também
uma das formas que um povo tem nas suas mãos para reconhecer publicamente todo o trabalho que essa pessoa realizou para o bem comum.
   Todas as ruas, bêcos, vielas, largos e praças, são parte integrante da freguesia, são como que uma espécie de veias por onde caminha a gente que dá vida à aldeia. E aqui incluo o carteiro, o vendedor ambulante, os bombeiros, as ambulâncias de socorro, os visitantes…
   Cuidar do nome das coisas é cuidar da aldeia e da vida dos que nela vivem.  
   Perguntar e alertar as pessoas que residem na freguesia sobre a mudança das placas e da toponímia é necessário envolver o povo, promover e defender a preservação da aldeia. 
   Vamos deixar apagar a história da aldeia de Malcata? As mudanças de nomes, o aparecimento de outros, alguns sem sentido e lógica, desrespeitando até o nome antigo dado pelos nossos avós e bisavós, sem primeiro consultar a população, estamos a assistir ao esquecimento da história comum. 
   Concordam com o que a Junta de Freguesia de Malcata andou a fazer quando substitui as placas toponímicas por outras novas? Acham justo que este tipo de decisões sejam tomadas sem envolver a população, sem ter promovido uma reunião pública para esclarecer e ajudar a compreender as intenções da Junta de Freguesia ( que são pensadas com boa intenção)?  
   E vós malcatenhos, o que dizeis?
                                                                            José Nunes Martins

sexta-feira, 27 de junho de 2025

FESTAS DA CÂMARA MUNICIPAL DO SABUGAL não há igual!




   Quem afirma que pagar festas é “investimento” devia esclarecer o povo e sem rodeios,
apresentar os valores “investidos” nas festas. Todos os valores e não parte deles!
   Aquela justificação que se ouve é que “não havia mordomos para a fazer” …”o São João desaparecia” …ou outras desculpas parecidas, levam-me a pensar que essas são as razões e a realidade da maioria das festas das freguesias do concelho do Sabugal…
se salva as festas da cidade, também deve salvar todas as outras festas?
  
   Os políticos quando são eleitos é para fazerem obra. Seja no Governo do país, na Câmara Municipal ou na Junta de Freguesia. Portanto, quando fazem obra com o dinheiro dos impostos ou de outras proveniências públicas, estão a usar o dinheiro dos cidadãos, logo, não devem ficar à espera de palmas e agradecimentos dos que até lhes pagam para fazer as obras.
   Terminaram as Festas da Cidade do Sabugal-São João 2025. Será que daqui a uns dias
a “comissão organizadora” municipal nos vai apresentar as contas?
   Quando a Câmara Municipal é responsável pelas festas da cidade, ela também tem a obrigação de apresentar as contas referentes a esses eventos. A câmara municipal do Sabugal, como órgão público, deve prestar contas das suas atividades financeiras, incluindo as despesas e receitas relacionadas com a organização de festas municipais, conforme diz na lei de finanças locais e nos princípios da gestão pública transparente.
   Como todos sabemos, quando a Câmara Municipal assumiu a organização das Festas da Cidade e também de outros eventos, essas decisões implicam o uso de dinheiro público e como tal, devem ser aplicados os princípios de boa gestão económica e a prestação de contas.
   Agora que a cidade voltou à normalidade, já que os orçamentos para as festas raramente são tornados públicos, resta esperar pelo relatório detalhado e que explique ao zé povinho os cinco dias de festa, ou seja, o deve e o haver, como sempre fazia a comissão das festas São João da Vila e cidade Sabugal. Portanto, a apresentação de contas e se for até sexta-feira, era bom.   Isso é estar a pedir demais!

                                ALGUMAS  CURIOSIDADES  DAS  FESTAS  SÃO  JOÃO  2025:




 




         

 

                                


                                  Há mais curiosidades!          

terça-feira, 24 de junho de 2025

AVISO IMPORTANTE AOS RESIDENTES NO CONCELHO DO SABUGAL


    AVISO + AVISO + AVISO + AVISO + AVISO + AVISO + AVISO + AVISO + AVISO +AVISO

    

APAL-SIM – Águas Públicas em Altitude
(Empresa que agora é responsável pelas Redes de Abastecimento de Água ao Concelho do Sabugal)


   Foram detetadas tentativas de fraude por parte de indivíduos que se fazem passar por colaboradores dos APAL-SIM – Água Públicas em Altitude  serviços para agendar falsas colheitas de água em residências.


 APAL-SIM – Água Públicas em Altitude, INFORMAM QUE:
 " não agendam visitas sem aviso prévio pelos canais oficiais (telefone oficial, email institucional ou carta);
- Nenhum colaborador está autorizado a entrar nas residências sem identificação visível e motivo justificado;
   Avisam-se as pessoas para :
Ter cuidado com qualquer contacto suspeito e em caso de dúvida, não forneça qualquer informação e contacte de imediato 271 232 740 ou email geral@apal-sim.pt.

   QUEM AVISA...AMIGO É !

Saber mais aqui:


https://apal-sim.pt/


sexta-feira, 20 de junho de 2025

RUAS, BECOS E TRAVESSAS DESCONHECIDAS

 


   O que é uma placa toponímica?
   É uma placa que indica o nome de lugares públicos, como ruas, becos, travessas, parques, praças, entre outros. É, portanto, uma peça importante para orientação destes lugares para quem passa a pé ou de outro meio de transporte.
            (Foto de exemplo)
   Na nossa freguesia já é comum vermos este tipo de sinais e recentemente a Junta de Freguesia procedeu à substituição das velhas placas por outras novas. Durante muitos anos em Malcata este tipo de sinalização tem sido negligenciada e ignorada pelas várias Juntas de Freguesia. E se alguém pensa que está um trabalho bem pensado e executado,
não está a ser verdadeiro. Isto de trocar uma placa por outra, com a mesma informação, todos nós estamos de acordo. Podemos não gostar do formato da placa, da sua matéria e cor, do seu tamanho ou até da sua afixação. Isto até se pode considerar de menos importante e como cada cabeça sua sentença…aceita-se opiniões variadas. Agora, o que está mal pensado e executado é mudar a placa e mudar o texto, o nome que a placa velha sinalizava, ou pior, afixar novas placas com topónimos novos, desconhecidos e/ou sem que anteriormente se tenham acautelado, respeitado, discutido e aprovado esses novos nomes. E aqui está-se perante a violação das leis relativas às autarquias locais. Em todos os concelhos de Portugal, pelo menos a lei a isso obriga, existe um Regulamento Municipal da Toponímia.    E o concelho do Sabugal tem esse dito regulamento aprovado e
pode ser consultado aqui:
https://www.cm-sabugal.pt/wp-content/uploads/regulamento-municipal-reg_urbanizacao_e_edificacao_concelho_sabugal.pdf .
   Aconselho a todos os malcatenhos uma leitura deste documento. Depois, talvez compreendam melhor o que está a acontecer na nossa freguesia.
   A afixação e manutenção das placas com o nome das ruas e afins, é responsabilidade da Junta de Freguesia. Mas isso não lhes dá poder e direito de acrescentar ou mudar o mapa toponímico da freguesia. Nos dias que estive na aldeia não vi qualquer informação pública sobre este assunto, nem existe qualquer informação nas páginas da internet sob responsabilidade do executivo da nossa freguesia. Todos sabem que as mudanças de nomes das ruas podem trazer problemas sérios às pessoas, que, coitadas, não podem ser depois responsabilizadas pelo que de mal possa acontecer.
   Estas pequenas coisas merecem ser feitas com critérios e respeitando as pessoas, as leis e a história dos lugares. O cidadão comum pode até não conhecer as regras, mas a uma autarquia exige-se que conheça e execute em conformidade.
   Este assunto é importante, por isso voltarei a ele.

  









   Exemplos de topónimos novos e desconhecidos os procedimentos para se terem afixado estes e não outros! Há explicações por fazer!

quinta-feira, 19 de junho de 2025

SÃO JOÃO NA CIDADE DO SABUGAL

 

                                                                     Obrigado a todos, todos todos.
                                                                           (Foto da internet)

      À medida que a cidade é transformada pelo homem que dá as ordens para executar as obras, sentimos que esquecem as tradições e o passado. E as Festas Populares, que também fazem parte da vida da cidade, não se reduzem à notoriedade dos grupos de bandas musicais ao tamanho do recinto onde tudo se desenrola. Ou seja, as Festas da Cidade do Sabugal estão cada vez mais animadas, mais promovidas fora do concelho e até já chegou aos espanhóis do outro lado da fronteira. Tudo está bonito e eu próprio vi o trabalho dos homens que, numa tarde escaldante de domingo, espalhavam passadas de areia sobre a terra e cobriam com “relvite” verde. É preciso muito amor à “camisola” e dedicação aos Santos Populares para alguém trabalhar naquelas condições. Esta foi a imagem que eu guardo das festas e do tão anunciado investimento do município que só acontece porque quem comanda os destinos do território sabugalense se esforça, pensa e planeia para outros executarem conforme manda quem pode.

   Se ao “investimento” deste ano, juntarmos os outros “investimentos” como o do Largo da Fonte, o que fizeram na Rua Cinco de Outubro, da Praia das Devesas, a Via pedonal (!!) lá para cima, o que podemos dizer é isto: vestimos a cidade e mandamos as pessoas festejar fora das suas muralhas. A festa passou para as mãos de quem se acha dono de todo o reino, quem tem vida na urbe antiga que apanhe o comboio da modernização…
   Umas Festas da Cidade tão compactadas e de costas voltadas para o passado, por mais dias que lhe acrescentem e nomes sonantes paguem para nela participar, por mais palavras bonitas de transformação da temática das festas populares, nem sequer aos calcanhares dos Açores e da Madeira nós chegamos. Até as cidades de Lisboa, Porto, Braga…perceberam que as Festas da Cidade são para ser feitas por toda a cidade! E chamar investimentos no concelho, é afirmar e querer convencer o eleitor que aprenderam a investir na promoção do território organizando as Festas da Cidade, que são 4 a 5 dias pagos a preço de ouro, sem controlo e sem contabilizar o retorno. Isso já não é importante, o povo vai de barriga cheia e alegre, nem se importa de onde veio e para onde vai. Nos arquipélagos gasta-se dinheiro na promoção do território, da sua história, gastronomia, paisagem, festas, investem criando nos visitantes a necessidade de ir conhecer e ficar uns dias a dormir, a passear, a comer, a apanhar flores ou sol ou saborear um cozido especial…sim é retorno financeiro que fica graças também às festas
espalhadas por todo o território.
   A Festa da Cidade do Sabugal – São João 2025 já começou. Os sabugalenses que vivem no concelho são os primeiros a desejar festejar. Também são eles que diariamente sentem as necessidades de que precisam e são eles que mandam nas suas próprias vidas e terras. Vivemos em democracia e estamos conversados. Isto não vai para lá do desabafo de quem também se sente sabugalense mesmo não residindo junto de vós.
   Viva o Sabugal e todos os que vão por bem.

Abertura das Festas da Cidade Sabugal 2025
(Foto da internet)


  

segunda-feira, 9 de junho de 2025

MALCATA: CONHECER A HISTÓRIA

 


      MALCATA  FOI NOTÍCIA HÁ 57 ANOS!



1- “Vai bastante adiantada a construção do nicho de Nossa Senhora dos Caminhos”
   A iniciativa veio das professoras D. Maria do Carmo Corrais, D. Isabel Borges Alexandrino. Um mês depois, a 7 de Julho do mesmo ano, foi solenemente inaugurado.

   Generosidade do sr. Joaquim Vieira, construtor e que desde 1964 vive na aldeia, oferecendo a direcção e a mão de obra do nicho e anexos.
  
   in Amigo do Sabugal, ano 7, nº23 de 09-06-1968


   O primeiro nicho construído na nossa freguesia era uma obra simples e ao mesmo tempo, rara de encontrar igual. E a sua primeira localização, à saída da aldeia e junto à estrada antiga, a uns 20 metros da ponte velha foi inaugurado em 1968.
   De acordo com o jornal “Amigo do Sabugal”, de Junho de 1968, que pode ser consultado na Biblioteca do Sabugal, a sua construção foi uma iniciativa das no âmbito professoras primárias, que com o apoio e o espírito da Mocidade Portuguesa propagandeava uma campanha nacional para construir nichos dedicados à Nossa Senhora dos Caminhos. Ainda, de acordo com o “Amigo do Sabugal”, a inauguração solene aconteceu a 7 de Julho de 1968.
   E a história vai continuar…estejam atentos! Houve muita colaboração do povo e algumas histórias após a inauguração...
   

Nicho dedicado a Nª Senhora dos Caminhos
na antiga estrada da aldeia de Malcata. 
  

Fotos de Maria Lourenço )

A ALDEIA JÁ FOI ASSIM


 

Escola Primária da aldeia encerrada!

   Nasci numa aldeia e lá passei toda a minha infância. Andei pelas ruas a brincar e a respirar os aromas campestres. Na casa dos meus pais aprendi o que era trabalhar a terra, a importância dos animais, como o burro e as vacas, as cabras, coelhos, galinhas e porcos. Foi na Escola Primária que havia na aldeia que aprendi a ler e a escrever. Depois do exame da 4ª Classe, para continuar a poder estudar, tive de sair e fui parar bem longe. Nas férias, voltava à aldeia porque ali viviam os meus pais, a minha família e os meus amigos de infância. Que bem me fazia aquele regresso!
   A aldeia era pequena e tinha sempre saudades e vontade de estar uns dias naquele paraíso, com pessoas a ir e a vir, uns carregavam coisas e outros carregavam os carros de vacas e os burros com tudo e mais alguma coisa, até acharem que estava com a carga completa. A aldeia tinha vida de dia e de noite. Começava a fervilhar ao nascer do sol e sossegava ao fim da noite. Moravam muitas pessoas e pareciam felizes, mesmo com pouco, não havia muita coisa, portanto, não fazia falta nenhuma, logo chegariam dias melhores e vida mais desafogada era bem-vinda.
   Hoje, ainda há gente à espera que algo de diferente aconteça!




                                                       NOUTROS TEMPOS...



A ponte era uma passagem
Igreja de São Barnabé

sexta-feira, 30 de maio de 2025

BEM VINDOS A MALCATA

 

Rio Côa



   Ainda não passou muito tempo em que muitos dos nossos avós e pais eram analfabetos. Mesmo depois de haver escola em Malcata, havia muitas crianças que não frequentavam a escola e viveram a sua vida até ao último dia, sem saber ler e escrever.
   Isto justifica ainda hoje o estado cultural e económico do nosso povo. A subordinação dos mais fracos pelos mais fortes, poderosos e que sabiam ler e escrever, que ao longo do tempo construíram barreiras invisíveis, mas permanentes. 
   Alguns destes erros foram corrigidos outros não tiveram remédio e também permaneceram durante muitos anos.
   A aldeia de Malcata tinha uma única estrada para entrar e para sair. O rio Côa era mais uma barreira e não unia os de cá com os de lá. As pontes não existiam, só os pontões e poldras. Nenhuma destas ligações permitia a circulação de automóveis ou mesmo carros puxados por uma junta de vacas. Quando os lavradores se afoitavam a atravessar o rio para a outra margem, faziam-no nos sítios de menor caudal de água e
com maior segurança nas épocas de maior calor.
    E o povo de Malcata aguentou o isolamento, uma única estrada e uma única ponte que unia as duas margens da ribeira que passava pelas terras do Bradará, em direcção ao Rio Côa. Foi assim que a nossa aldeia saiu do beco em que estava, porque as saídas que havia para Quadrazais e Meimão, eram caminhos de passagem para as terras de cultivo e só iam até certo ponto, seguindo depois pelos carreiros que os animais de carga serpenteavam até chegar às duas povoações vizinhas de Malcata.
   A abertura da estrada florestal, conhecida também pelo nome de Caminho Rural, que liga Malcata ao Meimão e a Quadrazais, acabou com o beco sem saída. Duas novas saídas que resolveriam as dificuldades (na opinião geral), o isolamento, a vinda de pessoas de outras terras, mais negócios e mais entreajuda, não passou de uma miragem.
   Os tempos estão a mudar e agora quem não for de Malcata e desejar casar com uma moça malcatenha, está livre de pagar o dote de outros tempos. Não há fronteiras, nem portas fechadas com trancas e qualquer pessoa que, venha a Malcata, se vier por bem,
venha ela e mais cinco dos seus amigos.


Caminho Rural para Quadrazais

terça-feira, 27 de maio de 2025

A PISCINA DE MALCATA

 

No princípio foi assim em Malcata
                                                                         

   O caso que vos trago aqui é o que diz respeito à praia fluvial. Sim, e bem, a Junta de Freguesia teve a ideia de construir uma praia fluvial. Então porque se deixou a ideia de “praia fluvial” e ser Zona de Lazer? O que falhou? A piscina flutuante foi saudada por toda a gente e até 2019 era a estrela da “praia fluvial de Malcata”.
Deve ter acontecido coisa muito gravosa para desde a pandemia não regressar às águas da albufeira. Aconteceu o que aconteceu e daquilo que eu conheço, ou seja as pessoas da aldeia, lamentam, e com razão, já que a piscina foi abandonada à sua sorte, como as imagens mostram. Ora o que se passa é que, de uma forma resumida aquilo não se trata de uma praia fluvial, mas sim de uma Zona de Lazer, porque o Plano de Ordenamento da Albufeira do Sabugal não permite estruturas sobre as águas naquela área próxima da ponte porque é uma área de protecção
às estruturas e à segurança das pessoas.
   Infelizmente, os habitantes da nossa aldeia não se interessam e delegam todas as decisões e discussões na Junta de Freguesia. Há muitos anos que esta regra está estabelecida na freguesia e ninguém parece preocupar-se, nem sequer se manifestam publicamente do seu descontentamento sobre a forma de trabalhar dos senhores da Câmara e da Junta. Até hoje, todas as minhas análises e todos os alertas que lancei, não deram em nada e não mudou para melhor. E sendo um espaço maravilhoso, que todos elogiam, tudo podia ser diferente com a construção do tão falado e já prometido paredão. Com essa obra feita com responsabilidade,
Malcata passava a desfrutar de um lago com água permanente, as estruturas de segurança da barragem ficariam fora desse lago, logo desapareceriam as restrições e a piscina flutuante podia ser instalada de novo.
   Termino com a publicação de uma das promessas que foi feita publicamente aos malcatenhos em 2021. Leiam devagar e tirem as conclusões.

Promessa de Vítor Proença em 2021