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domingo, 24 de dezembro de 2023
PORQUE É NATAL
BOAS FESTAS
sexta-feira, 15 de dezembro de 2023
VENHA LÁ ESCOLHER A PLACA
QUAL PREFERIR?
(Material de pedra granítica/mármore)
Quantos se preocupam com isto? Alterar algumas situações até são fáceis de resolver. Outras são mais difíceis e para serem alteradas como devem ser, cumprindo os regulamentos em vigor, demoram muito mais tempo, tem que se dar conhecimento público e ouvir os fregueses, levar o assunto a uma Assembleia de Freguesia, discutir, aprovar e enviar para uma comissão que ainda vai analisar o pedido(s) e dizer se é a favor ou contra. Alterar as coisas leva o seu tempo!
Vamos todos defender os nossos sinais, as nossas marcas que nos identificam como malcatenhos?
terça-feira, 12 de dezembro de 2023
ÚLTIMA SESSÃO DA ASSEMBLEIA DE FREGUESIA DE MALCATA
na sede da Junta de Freguesia de Malcata.
Como podemos ler no edital divulgado, vai ser uma reunião bastante interessante, pelo menos em dois pontos da Ordem de Trabalhos. Na Ordem do Dia o ponto nº2 é a apresentação do Plano e Orçamento da Freguesia para o ano de 2024, documento que deve estar votado e aprovado este ano. Saber quais são as ideias e planos que a Junta de Freguesia deseja levar a cabo durante o próximo ano, claro que tudo tem um preço e é importante sabermos com que dinheiro a Freguesia pode contar para investir e gastar.
Vamos depois para a análise do ponto 3 que, verdade se diga, surpreende pelo tema que se vai discutir e votar. A toponímia da nossa aldeia foi um dos temas que eu este ano insisti falar neste espaço da internet. Fico contente por ser a toponímia da nossa aldeia levada a discussão na Assembleia de Freguesia, O ponto três da Ordem de Trabalho refere diz-nos que parece que vai haver alterações na toponímia da aldeia. Neste momento não tenho qualquer informação sobre o que vai ser ou não alterado na toponímia, um assunto que é referente às placas dos nomes das ruas e lugares, identificação de monumentos, informação de serviços e lugares. Portanto este tema é imenso e gostava que até ao dia 18 de Dezembro, antes da realização da dita reunião onde se vai discutir o assunto, a Junta de Freguesia pusesse à disposição dos cidadãos residentes e não residentes (malcatenhos) aquilo que se vai apresentar, discutir e aprovar.
Sabemos todos que a participação do povo nestas reuniões é quase nenhuma,;
considerando a importância do ponto nº1 e 3 para toda a freguesia e cidadãos em geral;
vivendo os malcatenhos espalhados por todo o mundo e ligados à terra, venho sugerir à Junta de Freguesia de Malcata que trabalhe na promoção desta reunião tão importante, chame à sede da Junta de Freguesia, a casa da democracia desse local, todos os que nele habitam e trabalham e divulgue pela internet as suas intenções e planos futuros.
Por Malcata, Naturalmente!
José Nunes Martins
terça-feira, 21 de novembro de 2023
EM MALCATA CONTINUAMOS À ESPERA DAS CABRAS SAPADORAS
Nos baldios da freguesia de Malcata investiram-se 300 mil euros, construiu-se edifício de apoio, vedação, equipamento para a ordenha mecânica, plantações e sementeiras.
Instalações novas desocupadas e nem sinais de pastores e de cabras!
![]() |
AgroRaia 2019 - Apresentação do Rebanho |
Deixo aqui o meu desagrado por não se saber
quase nada sobre a obra que a Junta de Freguesia de Malcata assumiu realizar
nos baldios da nossa aldeia. É para mim preocupante e estranho o facto de não
se saiba o estado actual dessa importante obra.
Todas as vezes que escrevi sobre este projecto, não conheci qualquer opinião, qualquer manifestação a favor ou contra, deixando em mim alguma preocupação e estranheza. Não há fregueses, nem compartes interessados na colocação das cabras nos baldios da nossa freguesia? Será que não é importante saber como está a decorrer esse importante projecto, de tão interesse para a freguesia e também para o concelho?
Os 233,000,00 euros gastos nos edifícios, mais os 33,000,00 euros na vedação, a que se somam mais 23,000,00 euros em equipamento de ordenha mecânica, 13,000,00 euros em pastagens, mais ainda o que está em falta, as cabras, os pastores, a água…não desperta nenhuma curiosidade nas pessoas? E os prazos, os compromissos assumidos, as responsabilidades assumidas no controlo do andamento do projecto e sabe-se mais não sei quantas decisões que têm de ser tomadas? Estes valores que aqui refiro são aproximados e não pensem que são precisamente assim. Uma certeza eu tenho, que qualquer pessoa pode confirmar que estes números pecam por defeito e não por excesso, facilmente confirmados na página dos ajustes directos já assumidos pela Freguesia de Malcata. Pode consultar aqui: https://www.base.gov.pt/.
Todos sabemos que os Baldios da Freguesia de Malcata são propriedade da Assembleia de Compartes, com a gestão entregue à Junta de Freguesia, que assume o Conselho Directivo dos mesmos. Contudo, as contas da Junta de Freguesia estão separadas das contas dos baldios. E da mesma forma que a Junta de Freguesia tem a preocupação de honrar os compromissos que o executivo assume, também o mesmo deve ter em conta quanto aos compromissos que assumiu em nome do Conselho Directivo dos Baldios. Quando a situação é deixada arrastar, ainda que haja protocolos assinados e assumidos, está muito dinheiro em causa. O actual executivo, que decidiu dar continuidade ao projecto, e bem, não pode simplesmente deixar correr o tempo e chegar ao fim deste mandato e deixar um “elefante branco” na serra. O “animal” existe e toda a gente sabe disso, ou seja, há obra feita e muitos continuam a acreditar que é um investimento de interesse para a freguesia.
Sendo eu um dos entusiastas deste projecto, também na qualidade de comparte, sabendo que é uma obra importante, quero deixar bem claro que faz falta mais informação aos compartes, aos malcatenhos, para desse modo este sonho não se transforme num pesadelo ou num naufrágio a poucos metros da praia.
EXPRESSO DE PASSAGEIROS DO SABUGAL A LISBOA
REDE EXPRESSOS VAI LIGAR DIARIAMENTE
O SABUGAL A LISBOA A PARTIR DE 30 DE NOVEMBRO DE 2023 A cidade do Sabugal
passa a ter, a partir de 30 de Novembro, uma ligação diária e directa, à cidade
de Lisboa, de autocarro/expresso. Esta informação está a ser divulgada pela
empresa de transporte de passageiros Viúva Monteiro,Lda. Esta empresa
sabugalense e a Rede Nacional de Expressos (RNE) estabeleceram uma parceria, no
que diz respeito ao transporte de passageiros, e a partir do próximo dia 30 de
Novembro, as duas cidades passarão a estar diariamente servidas e ao mesmo
tempo, também ligadas a toda a rede nacional.
Uma excelente notícia para as pessoas
do concelho do Sabugal, tanto para quem vive na nossa região, como também para
os que residem e/ou trabalham na área de Lisboa e arredores.
As duas empresas de transporte de
passageiros estão esperançadas no sucesso desta parceria e têm consciência do
enorme desafio que vão enfrentar. São mais de seis milhões de passageiros que
anualmente utilizam a rede nacional de expressos, reforçada com a entrada da
Viúva Monteiro e que investiu mais de 2,5 milhões de euros em novos autocarros.
A concorrência no nosso país é muita, pois existem mais empresas a assegurar a
mobilidade das pessoas de norte a sul do país, algumas são das mais fortes no
mercado europeu.
A Viúva Monteiro, Ldª. Passa assim a
oferecer aos seus utentes, uma significativa melhoria de qualidade na
mobilidade por todo o nosso país. A Central de Camionagem no Sabugal vai ganhar
mais animação, pois esta possibilidade de uma pessoa viajar mais rápido, mais
fiável que os comboios e em maior segurança e conforto, tem tudo o que é
necessário para triunfar.
Viaturas novas
(Foto Viúva Monteiro)
domingo, 19 de novembro de 2023
MALCATA: HÁ COGUMELOS QUE SÓ SE COMEM UMA VEZ!
Chefe Valdir Lubave, aprendeu e ensinou a apreciar cogumelos silvestres. |
Estamos no tempo das castanhas e dos cogumelos
silvestres, dois sabores característicos do mundo rural e da nossa aldeia
também. E porque é importante transmitir e divulgar o nosso comum, as tradições
e os saberes dos nossos antepassados, venho chamar a atenção dos malcatenhos
para a riqueza que são estes e outros produtos, como o mel e a batata e que ainda se vão encontrando na freguesia.
A nossa aldeia é igual às outras
terras vizinhas e há muitas coisas em comum, são saberes e costumes que foram
transmitidos de geração em geração. Somos aldeias beirãs e as pessoas mantêm
boas relações humanas e que se fortaleceram através dos casamentos e dos
convívios ocasionais.
Muitos costumes e tradições estão a desaparecer e não
existem registos desse património, pois quando a pessoa morre leva com ela
esses segredos. E é pena que se perca esta riqueza natural e tradicional, por não existir nenhum projecto que os preserve e guarde.
A nossa freguesia devia fazer e ainda não fez o que já se falou em encontros e reuniões. Dar mais atenção a estes dois produtos deve ser uma das prioridades a ter em conta. Com a castanha e os cogumelos silvestres e alguma imaginação e visão a longo prazo, podemos trazer mais desenvolvimento, mais negócios, mais bem-estar aos que vivem na freguesia. Com um pouco de imaginação e muita vontade, por exemplo, promover os percursos pedestres que existem na nossa aldeia, associar um grupo de pessoas e abrir uma espécie de cooperativa, com. as caminhadas e os passeios pelos castanheiros e pinhais e levar as pessoas à descoberta da castanha e do míscaro ou boleto. Tantas outras actividades que se podem organizar! Podem ser aqueles projectos que há muito se fala e que ajudarão a melhorar as condições de vida, contribuindo para a manutenção e fixação de gente jovem e activa na região.
Lembro-me do meu tempo de criança que as pessoas se preocupavam com limpar os pinhais e as carvalheiras. Juntavam a caruma e a folha e levavam este material para os campos e substituíam os adubos e serviam para fazer a “cama” aos animais. E os míscaros, quando se via a terra gretada, a minha mãe espetava um pau aguçado na ponta e lá saltavam inteiros. Esta espécie de cogumelos são muito saborosos e bem cozinhados, a minha mãe dizia que sabiam bem melhor que alguma carne! São mesmo deliciosos!
E se pensam que os cogumelos e as castanhas são dois produtos normais, pouco apreciados, ou que não existe pessoas que procuram estas iguarias gastronómicas, digo-lhes que por falta de conhecimento e informação, não sabem os sacrifícios que essa gente está disposta a passar! Alguns viajam centenas de quilómetros e vão de GPS ligado até aquele pequeno lugar, meio escondido, numa rua estreita e só a pé lá se entra, empurradas pelos aromas vindos da cozinha da casa lá do canto, sorrindo umas para as outras por não se terem perdido no caminho e desejam experimentar o famoso "arroz de míscaros" da Avó Bi - Sabores de Malcata"!
Esta riqueza oferecida de forma quase gratuita pela Natureza, pode e deve merecer muito mais atenção e como todas as outras riquezas naturais, necessitam de ser cuidadas, respeitando o seu ciclo normal de vida. Por isso é importante aprender a conhecer e a respeitar o seu habitat, o seu mundo.
E para que os recursos naturais, mesmo aqueles que crescem no campo, nos montes e florestas, onde não há poluição industrial ou lá despejada por homens, não sejam culpados e riscados da nossa alimentação, deixo aqui um conselho em forma de AVISO sério que as autoridades de saúde há muito que não se cansam de divulgar. É importante ler e seguir estes conselhos:
quarta-feira, 15 de novembro de 2023
MALCATA: UM MAGUSTO TRADICIONAL PRECISA DE CARUMA SECA
Castanhas assadas sobre a mesa |
Como se preservam as tradições e ao mesmo tempo se defende e fortalece a identidade cultural de uma comunidade, de uma freguesia rural?
E que importância têm as tradições e costumes que essa mesma comunidade teima em realizar?
O reconhecimento da importância das tradições e o continuar com elas, para salvaguardar as tradições do passado e com isso fortalecer a identidade
cultural dos malcatenhos, já é um passo certo no sentido de preservar o património
imaterial da nossa comunidade. E o património imaterial, vai para além do património material, como é o caso dos monumentos, concretamente,
a torre do relógio, as fontes, a igreja matriz, as ruas... Esse é o que chamamos património material, porque são bem visíveis e estão à vista de todos. Mas o modo de ser, sentir, celebrar os costumes, as tradições, as festas pagãs e cristãs, a oralidade e
expressões que as pessoas recorrem no dia a dia e durante muitas gerações, funcionam como bilhete de identidade da comunidade deste lugar de Malcata. É o conjunto destas expressões e rituais, transmitidas de geração em
geração e que permanecem que valorizam importante todo o património material e imaterial. Por isso, sempre
que se realizam eventos na aldeia, é uma oportunidade para os malcatenhos
conhecer a relação que temos com a nossa história como povo, sendo por isso importante cimentar as relações entre as
pessoas e o fortalecimento do sentimento de pertencer a este povo.
A tarefa de preservar o nosso
património deve ser assumida por todos e não apenas pelas associações ou pela
Junta de Freguesia. Cada um de nós deve preocupar-se por olhar para o património
como seu e que o deve manter e preservar, divulgar a quem deseja conhecer. Contudo, cabe às instituições públicas o dever de fazer um esforço maior e preservar esses tesouros e contribuir para uma melhor compreensão e um maior interesse em
preservar a história, a tradição e costumes, um legado que nos deixaram aqueles que nos antecederam.
O facto de se organizarem eventos como
os magustos, que anualmente se organizam, não significa imediatamente que estamos a preservar uma tradição ou os costumes da nossa aldeia.
Preservar uma tradição exige muito mais que um mero convívio durante uma tarde. A envolvência da comunidade, a utilização das ferramentas e dos métodos tradicionais e não trocar esses rituais por modas novas, ou outras ferramentas, mais rápidas e
práticas, como é a utilização do assador que veio substituir o monte de caruma e todos os passos necessários a promover um magusto tradicional, deve ser tido em conta. A verdadeira tradição e um magusto tradicional é ir aos pinhais buscar caruma seca, fazer o monte e nele
deitar as castanhas e esperar que o fogo as asse, no ritmo próprio e não
apressado. O assador tem vantagem em relação ao monte de caruma, sem dúvida, desde a maior quantidade
de castanhas que se podem assar ao mesmo tempo, á rapidez em que é feito e com menos trabalho.
E a tradição
esquece-se? O magusto está a ser tomado pela modernice deste assador e que mais
não é do que uma réplica do assador de outra aldeia vizinha. Com a introdução
deste super assador de castanhas, a tradição de as assar no monte da caruma, num largo ou numa rua, está a esfumar-se das memórias e vivências dos mais jovens e a tradição deixa de existir. Os cheiros e os fumos da caruma a arder e castanhas a assar, são rituais que não se podem substituir pelo uso de grandes assadores. Estes grandes e super assadores são mais indicados para assar carnes e até castanha, mas nunca para celebrar e preservar o magusto tradicional.
O facto de conviver e comer castanha assada, não significa que se trata de um magusto tradicional, é apenas uma tentativa de recriar a tradição popular, tão banal como ligar um forno lá de casa.
Quando as pessoas se reúnem para celebrar a tradição do magusto, respeitar a forma tradicional de assar castanhas é fundamental. Isto é, se o objectivo for reviver um magusto à antiga! E se a estes cuidados de respeitar as tradições, seja do magusto ou da matança, juntarmos a participação de pessoas vindas de fora, visitantes que buscam experiências genuínas e rurais, que procuram sabores diferentes e só existentes no campo, estamos a criar valor acrescentado e a promover o desenvolvimento sustentável da nossa aldeia e das nossas gentes. Porque organizar convívios na nossa aldeia até tem sido muito fácil e há sempre quem apareça. Agora organizar eventos com o objectivo de preservar e mostrar o valor das tradições e vivências rurais, respeitando a história, as pessoas ainda vivas, as tradições, já é coisa bem diferente e necessita de mais cuidados na sua realização.
Há ainda um trabalho por realizar no que toca ao nosso património imaterial que se quer preservar e através disso, ter em mente o desenvolvimento sustentável da nossa freguesia e do modo de vida dos que vivem todo o ano nela. Cativar as pessoas de fora para conhecer a aldeia, as pessoas, os monumentos, os recursos naturais únicos e raros, cuja qualidade e riqueza da experiência levam as pessoas a percorrer centenas de quilómetros para vivenciar dias diferentes. O hábito de organizar eventos que apenas se dirigem aos malcatenhos, é não acreditar no valor do que temos na freguesia. Organizar também estes convívios para as pessoas de fora pode funcionar como alavanca de desenvolvimento dos negócios locais. É uma das estratégias que devemos adoptar na nossa aldeia para a dinamizar. E com tantos dias que tem o ano, com tantas tradições que merecem ser promovidas, haverá sempre convívios voltados para aqueles que vivem sempre neste paraíso malcatenho.
José Nunes Martins
quinta-feira, 2 de novembro de 2023
BEBER ÁGUA DA BARRAGEM SEM MEDO
Albufeira da barragem do Sabugal |
Na freguesia de Malcata
houve uma época em que se vivia numa luta por causa da água destinada às regas.
A população para ter água potável em suas casas, tinha de ir encher os cântaros
de barro às fontes da aldeia. Uma dessas fontes era abastecida da água que
nascia na mina, que foi aberta no sítio das Eiras e custou grandes sacrifícios à população, principalmente aos homens que lá tiveram de trabalhar.
Uns bons anos depois, o Município do
Sabugal construiu a Rede de Abastecimento Público de Água ao domicílio e
o saneamento básico. Com a entrada em funcionamento dessa rede de abastecimento, todos
os habitantes passaram a ter água própria para consumo humano nas suas casas.
Para que isso fosse possível a Junta de Freguesia em exercício nessa altura
chegou a um acordo com a Câmara Municipal para que a aldeia passasse a ser
abastecida com água proveniente do furo a construir no sítio do Vazão e
bombeada para o depósito existente na Rasa. A Junta de Freguesia apresentou as
suas razões e o povo aprovou, ou pelo menos consentiu que a nossa água não
viria da albufeira da barragem, pois na aldeia havia boas e fartas nascentes,
com água em abundância e muito melhor que a da barragem.
Durante muitos anos Malcata foi uma
terra onde não faltava a água. O aumento da população na aldeia, o aumento das
épocas de calor, a água passou a faltar nas torneiras lá de casa. Os bombeiros
eram chamados para abastecer de água o depósito da aldeia, chegando a fazê-lo
duas vezes por semana. A rede de
abastecimento de água de Malcata nem sempre funcionava de igual forma para
todas as zonas da freguesia. Algumas pessoas, que vivem em lugares mais altos, passaram anos sem uma gota de água nas torneiras e não tinham ligação ao saneamento básico. A Câmara Municipal justificou esta situação irregular porque os proprietários tinham assinado um documento. Para que o sistema funcionasse na perfeição também foi necessário construir uma ETAR ( Estação de Tratamento para as Águas Residuais) tendo sido escolhido o lugar do Vazão.
Desde que a Rede de Abastecimento de
Água Pública foi aberta, já passaram passaram alguns anos. Desde que isso aconteceu, já se
registaram algumas faltas de água e uma das maiores operações de melhorias no
abastecimento foi realizada em 2021, com a entrada em funcionamento de dois
grupos de bombas que estão a garantir uma pressão mais precisa e que veio
melhorar a circulação da água e finalmente todos têm água em casa.
Há dois dias, com data de 31 de
Outubro, li um aviso do Município, dirigido aos cidadãos residentes em Malcata,
alertando-os para redobrar os cuidados na utilização da água fornecida pela
Câmara Municipal. E nos meus ouvidos soaram alguns alarmes e que pensei úteis
num futuro próximo. É mais que sabido que a nossa aldeia tem direito a um serviço
de abastecimento público de água própria e segura para consumo humano.
A pergunta que tenho para fazer é esta;
Porque Malcata ainda é abastecida com
recurso a um furo e a um depósito em vez de ser fornecida água de qualidade com
origem na albufeira da Barragem do Sabugal?
A freguesia esteve tantos anos à
espera da rede de abastecimento e quando chegou em 2008, eu acreditei que seria um
benefício para todos poder ter tanta água, que depois de tantos incómodos e
sacrifícios passados, que a aldeia teve de passar, o mínimo era passar a
receber água com qualidade, tratada
devidamente, respeitando todos os parâmetros
que a lei exige e poder beber com confiança, era mesmo a cereja no topo do bolo
da festa. Infelizmente esse meu pensamento estava enganado e a notícia que divulguei aqui https://aldeiademalcata.blogspot.com/2007/12/qual-melhor-gua.html
vinha a confirmar isso mesmo.
Hoje ainda estou à
espera de colocar a deliciosa cereja no bolo e celebrar com os malcatenhos a
ligação da Rede de Abastecimento Público de Água de Malcata à Rede Pública de
Abastecimento de Água ao concelho do Sabugal e a outros concelhos vizinhos. Seria
a melhor cura para todos. Quem se atreve a responder à pergunta que fiz?
José Nunes Martins
sábado, 14 de outubro de 2023
CEGOS, SURDOS E MUDOS
A aldeia de Malcata à medida que cresceu as casas foram-se
espalhando por cabeços, moitas, tapadas e barreirinhas? Se virmos a aldeia do
alto ficamos com essa sensação. As pessoas quando se casavam, procuravam arranjar
casa. Os primeiros habitantes começaram por ocupar os espaços mais próximos uns
dos outros e com o crescimento do número de pessoas, as ruas começaram a
ligar-se umas às outras, mantendo o nome que já lhes chamavam a esses sítios. A
rua da Ladeirinha, rua da Moita, rua do Cabeço, Rua da Barreirinha, Rua da
Tapadinha, Rua do Carvalhão. Todos estes nomes são os próprios topónimos pelos
quais o povo os conheceu e conhece hoje? Tudo leva a crer que assim foi e
manteve-se durante muitos anos.
Geralmente as igrejas das aldeias
portuguesas desenvolvem-se em volta da Igreja Paroquial ou alguma capela. No
caso da aldeia de Malcata isso não aconteceu e continua a não aumentar a
edificação à volta da igreja Matriz, nomeadamente nos terrenos que se situam
atrás da sacristia. Eu só encontro uma explicação para esta singularidade da
nossa aldeia, que muito cresceu e em contraposição aos costumes das outras
terras, não se constrói nos campos que estão ali ao lado. Esses terrenos, chãos
e lameiros, eram de boa terra para a agricultura e para o pasto dos animais.
Por ali me lembro de ver bons campos de batatas, de milho, de centeio e
verdejantes pastagens, lameiros como lhe chamamos na nossa aldeia. Esta
característica relacionada com a qualidade das terras e o tipo de ocupação, terá
sido tão forte que ninguém ousou construir por ali uma casa para morar? É uma
particularidade que se pode constatar quando por ali alguém passar, à esquerda
e à direita um vale extenso e plano, subdividido em campos delimitados por
muros e arvoredo.
Outra estranheza e particularidade da malha
urbana da nossa aldeia e no que respeita ao nome das ruas, estranhamente, não
existe uma rua com o nome de rua da igreja ou rua do cemitério. Mais um motivo
para pesquisar as ruas da aldeia, que infelizmente,
a cada ano que passa, aumenta o número de casas vazias, acabando por ir caindo
aos poucos. Algumas já foram recuperadas e outras ainda estão a ser.
Aqui há que fazer uma pausa e
perguntar se aquilo que não vemos ou não ouvimos falar não existe? Muitos dos
habitantes da aldeia passam todos, ou quase todos os dias, numa determinada rua
ou beco. Caminham lestos ou devagar e só olham para a frente e nada de
distrações. Eu sempre que caminho pelas mesmas ruas e becos, olho em todas as
direcções e por vezes, vejo cada fenómeno! Desde mamarrachos, telhados que já
não abrigam nada, paredes “grávidas” e outras sem barro e com pedras soltas,
uma casa vazia, com portas e janelas entreabertas e a cair de podridão, muros
de cimento colados às paredes de pedra de xisto, outros muros pequenos, que não
descansaram até se encostar às pedras de granito trabalhado e que passaram de
elemento principal a pedras vulgares, sem importância nenhuma, esquecendo que
antes do muro e do cimento, já elas, as pedras, embelezaram o sítio. Quem as
abandonou e as despromoveu continua a não se interessar por lhes dar uso, devolvendo
a importância e o respeito que elas merecem e o património comum exige.
Acreditem, se houvesse o prometido
orçamento participativo, uma das ideias que eu sugeria seria a compra de alguns
pares de óculos para os autarcas da nossa freguesia e fazer aprovar uma regra
de obrigatoriedade do uso desses óculos, no mínimo, uma vez por mês, quando o
trio fazia a verificação atenta do estado da coisa comum em Malcata.
PS: Esta é uma opinião pessoal. Qualquer situação aqui retratada é pura imaginação minha e se alguém pensar que lhe diz respeito, é uma simples coincidência.
José Nunes Martins
quarta-feira, 11 de outubro de 2023
A ENERTECH - Sabugal 2023 - PORQUÊ ?
https://www.facebook.com/sabugal.concelho
... e da AMCF: