1.6.09
O LINCE IBÉRICO COMPENSADO
31.5.09
MONUMENTO AO CAMÕES
O espaço que rodeia o Busto de Camões já está diferente, disso ninguém duvida, pois, as fotografias mostram que de facto a Junta de Freguesia melhorou a apresentação do monumento. Contudo, penso que as obras ainda não estão acabadas. Para que a obra fique mais perfeita, no meu entender, é necessário repôr as letras que estão em falta no texto que está inscrito na placa. E porque não retirar dali o masmarracho da paragem das camionetas?
Uma sugestão: Deitar abaixo o abrigo e construí-lo no Largo da Fonte Velha.
Haja vontade e coragem para engrandecer o Camões e valorizar o património da aldeia. Tenho a certeza que a Filomena ( senhora) também apoia esta sugestão.
MALCATA: JARDIM É NOTÍCIA
Um espaço que recebe bem quem visita Malcata.O espaço não é novo, mas
destaca-se pela forma como se apresenta: muito bem cuidado. Saiba mais aqui:
http://www.novaguarda.pt/noticia.asp?idEdicao=182&id=12071&idSeccao=2480&Action=noticia
E para complementar a notícia do jornal Nova Guarda aqui vos deixo um pequeno vídeo produzido ontem, 29 de Maio, ao fim da tarde.
25.5.09
MALCATA: 19ª FESTA DA CARQUEJA
Ainda não foi este ano que participei na Festa da Carqueja, realizada pela ACDM (Associação Cultural e Desportiva de Malcata), que há 19 anos se encarrega de organizar um dia passado na Serra da Malcata, promovendo a carqueja e o fortalecimento das relações humanas entre todos os participantes. Segundo escreve LRC no Jornal Cinco Quinas, a festa começou logo cedo e cerca de 200 pessoas deslocaram-se até ao Espigal, mesmo lá no alto da Serra da Malcata, para de lá observarem a albufeira da barragem e procurarem cada um a sua casa, a sua rua.
Aqui vos deixo o link para verem as fotografias que o Jornal Cinco Quinas publicou:
http://www.cincoquinas.com/index.php?progoption=news&do=shownew&topic=3&newid=1467
20.5.09
A "GRIPE ESPANHOLA" EM PORTUGAL
«Quando a Guerra terminou surgiu uma epidemia em Portugal chamada gripe pneumónica ou “gripe espanhola”. Esta gripe matou mais de 50.000 portugueses, num curto espaço de tempo.
A nível mundial consta que este surto epidémico tenha feito perder a vida a entre 20 e 40 milhões de pessoas.
Esta gripe estava, intimamente relacionada com a Guerra, a pobreza e a falta de higiene, então existentes no nosso país.
Em Lisboa, os hospitais não conseguiam dar resposta às necessidades dos doentes. Certos edifícios tiveram que ser transformados em hospitais. Foi o que aconteceu com o Convento das Bernardas, onde foram instaladas 300 camas.
No Soito a gripe pneumónica provocou, também, várias vítimas. Um dia houve um funeral com cinco pessoas, todas vítimas dessa terrível doença.
O próprio pároco da freguesia do Soito, Padre António, faleceu vítima da gripe pneumónica, nesta época».
Hoje o mundo luta contra a "gripe mexicana". O nome desta gripe deve-se a ela ter tido início no México. Tal como nos anos da Gripe Espenhola, também esta gripe está intimamente relacionada com a pobreza, a falta de higiene das populações que habitam junto das grandes explorações criação de porcos, destacando-se uma das maiores multinacionais do ramo.
Será que a História se vai repetir em Portugal? É urgente e importante que as autoridades sanitárias nacionais visitem as várias explorações de porcos instaladas no nosso país e verificarem as condições em que estas trabalham. Prevenção e informação podem ajudar a diminuir o aparecimento de pandemias como a da gripe suína.
19.5.09
OS CONFRADES DO BUCHO RAIANO
Foi formalmente constituída, por escritura pública, no início deste mês de Maio, a Confraria do Bucho Raiano que tem como objectivo divulgar o bucho da zona raiana do Sabugal.
Confraria do Bucho Raiano:
Paulo Leitão Batista, do Sabugal,
José Carlos Lages, de Ruivós,
Paulo Terras Saraiva, da Castanheira,
António Chorão, de Aldeia da Ponte,
José Carvalho Morgado, do Soito,
Horácio Caramelo Pereira, do Sabugal.
Ler mais aqui:
http://www.novaguarda.pt/noticia.asp?idEdicao=180&id=11838&idSeccao=2445&Action=noticia
Saber mais:
Confraria é uma reunião de frades, do latim Fratres, significando irmão. É uma irmandade. Portanto, "confraria do bucho" é um grupo de amigos que se reúnem dentro de um relacionamento fraterno para degustarem, estudarem, comentarem, enfim, apreciarem o bucho, neste caso, o bucho raiano.
Não deve ter sido difícil criar a confraria do bucho. Os confrades já eram amigos e todos gostavam do bucho raiano e a ideia da confraria nasceu.
Esta é a primeira confraria gastronómica no concelho do Sabugal. Nada impede que possa haver outras confrarias, clubes ou associações. É que nem todos cabem numa confraria e no concelho existem outros petiscos gastronómicos que necessitam de serem preservados, por isso, basta outros amigos se juntarem e criarem outras confrarias e entre amigos e copos, estudos, eventos e festivais desenvolve-se a nossa região. Eu lanço algumas confrarias possíveis: Confraria da Truta, Confraria das Milharas, Confraria das Filhós, Confraria do Cabrito da Malcata, Confraria do Queijo de Cabra, Confraria da Castanha.
Todas estas possíveis confrarias podem proporcionar inúmeros benefícios, além de reunir amigos, dá-se a conhecer o melhor do Concelho do Sabugal.
16.5.09
A ÁGUA E O POÇO
Os poços sempre estiveram presentes no dia a dia das pessoas da aldeia de Malcata. A água foi sempre um recurso abundante no subsolo dos terrenos da nossa aldeia. E para que a água pudesse ser utilizada as pessoas abriam poços e minas. A água das minas era fácil ficar armazenada numa presa, pois, bastava que houvesse um rego limpo que o desnível do terreno fazia o resto. O mesmo não se passou com a água que brotava no fundo dos poços. As pessoas engendraram dois métodos para esvaziar os poços: a burra e a nora. Geralmente, os poços eram abertos na parte mais elevada do campo, o que facilitava a rega do campo.Claro que não foram os malcatenses os inventores das Burras ( há quem lhes chame Cegonhas ) e as Noras.
A Burra era um engenho de tirar água a pouca profundidade. Eram feitos de madeira e basicamente eram constituídos por dois troncos articulados. Um deles era fixo na vertical e em cima tinha a forma de um V. Nesta extremidade era colocado um ferro que fazia de eixo em torno do qual rodava o outro tronco que era furado a meio para poder ser trespassado
Junto aos poços faziam uma pequena presa onde despejavam o caldeiro de água para depois seguir pelo rêgo e assim poder regar o terreno.
No Vale da Fonte havia muitas burras ao longo da barroca que levava a água vinda da Fonte Velha. As hortas que ali existiam eram regadas com as burras ou com a água da fonte. As que ficavam situadas do lado direito tinham que utilizar a burra, dado que ficavam a um nível mais alto que a água vinda da fonte. As hortas e campos situados à esquerda da barroca, aproveitavam o desnível dos terrenos e armazenavam a águas nas presas entretanto construídas.
Normalmente nas hortas regava-se ao rêgo. Eram cavados vários rêgos na parcela de terra a regar. Cavava-se um principal e vários secundários que eram abertos ou fechados com terra, conduzindo assim a água, com a ajuda de um sacho. Chamava-se a isto virar o rêgo.
Água, bom terreno, bem estrumado e amanhado com muito carinho, as alfaces, as “tomatas”, as cebolas e as “cenoiras”, os alhos e os pimentos eram um manjar divino a que nenhum tomate ou pimento espanhol ainda não conseguiu alcançar. Os legumes cresciam nas hortas e quando eram levados para casa, ninguém resistia a uma deliciosa salada a acompanhar o jantar ou a ceia. Ainda hoje a qualidade das alfaces é notória e para demonstrá-lo basta guardar no frigorífico um pé de alface comprado num qualquer super ou hiper e ao lado colocar um pé de alface da horta que o meu pai tem no Vale da Fonte. O resultado é que ao fim de uma semana o bonito exemplar comprado no melhor super dos frescos, apresenta-se com folhas negras, parecem podres e impróprias para consumir e acaba por ir para o caixote do lixo. O mesmo não acontece com o pé de alface cultivado na horta do meu pai. Está sã, faz-se uma saladinha e ainda aguenta mais uns dias para uma boa e apetitosa salada. Não acreditam? Perguntem às pessoas que ainda amanham as suas hortas no Vale da Fonte.
A Burra que resta
Hoje, os hábitos estão a mudar e a agricultura está a sofrer com essa mudança. No meu entender, estas hortas e este tipo de agricultura familiar devia continuar a ser apoiada e até penso que os senhores das cadeias de distribuição alimentar têm aqui a oportunidade de dispôr no seu supermercado uns legumes de excelente sabor e qualidade. Tenho pena que não olhem para estas hortas e esta maneira de cultivar com visão de quem prefere vender produtos realmente de qualidade. Ganhavam todos aqueles que interviessem na cadeia e com certeza as hortas em Malcata seriam uma boa fonte de rendimento.
Como vêem, uma pessoa começa a escrever sobre burras ou cegonhas para tirar a água do poço e acabo a sonhar com os malcatenses a ganhar dinheiro com as alfaces e os tomates da horta.
Como, por agora, sonhar não paga qualquer taxa ou imposto, às vezes escrevo com as letras do alfabeto alguns sonhos que tenho quando daqui do Porto me foco na aldeia de Malcata. São apenas sonhos. Quem sabe se alguém os torna um dia em realidade! Afinal, todas as coisas começam com um sonho…
Nota: Faço um apelo ao dono da "burra" aqui mostrada que a mantenha como foi concebida.Um bom pau não apodrece e o ferro acaba ferrujento e desvirtua o monumento.