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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

LUGARES E RECANTOS DE MALCATA

    
   

Fonte das duas bicas



   Muita água já por elas jorrou e muita dessa água ajudou a encher a albufeira. E com essa água foi uma enxurrada de memórias, de conversas e namoricos. Se as bicas falassem, hoje revelavam as conversas dos rapazes com as raparigas, os namoricos que por vezes resultavam numa boa reprimenda dada pela mãe da moça por ter demorado tanto a chegar da fonte com o cântaro da água. 
   Um lugar como este, conta-nos muito mais do que aquilo que ali vemos,   por isso, precisamos de respeitar, cuidar e olhar com cuidado para este lugar, que tantas recordações vai guardando. 
                                                                                     
José Nunes Martins

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

AOS POLÍTICOS NÃO INTERESSA UM POVO BEM INFORMADO

   

Pão e vinho sobre a mesa, queijo e bola para a frente...basta?


   O povinho de Malcata anda feliz, encantado e quando se lhe dá pão e circo fica a populaça acalmada e satisfeita. Claro que o povo precisa e gosta de conviver, confraternizar, passar uma tarde a jogar cartas ou à petanca, mas é importante não perder o bom senso e a dosagem do que fazemos, mantendo o equilíbrio e não darmos mais atenção ao pão e ao circo. Isto é, se pensarmos nisto em termos políticos e em termos eleitorais, poderá render muitos frutos (votos). É preciso mais, muito mais e fazer melhor que isso. Sim, há mais vida e nem só de pão e vinho vivemos. Alguns eventos só se fazem para iludir as pessoas e com recurso a tradições onde apenas participam quando sentados na mesa farta. E claro, mesmo que nada aconteça, haverá sempre a magia para distrair o povo. 
   Uma aldeia onde a maioria das pessoas está mais interessada em convívios e na diversão, nem se apercebe que está a ser afastada daquilo que realmente é importante. 
   Às vezes questiono a minha consciência até que ponto o povo da minha terra anda mesmo interessado na vida da comunidade que reside na freguesia. Até que ponto as pessoas desejam conhecer e saber do que se passa. Se na verdade andam contentes e felizes, basta periodicamente ser convidado para o convívio, que importa lá a realidade e aquilo que podiam ambicionar alcançar? 
   Os culpados deste estado de coisas, ao contrário do que muitos podem pensar, não é o povo, é sim das sucessivas Juntas de Freguesia, das pessoas que sucessivamente recusam de adoptar políticas que tenham como objectivo, preparar o povo e cada cidadão a interessarem-se cada vez mais no que à vida política diz respeito, despertar neles a vontade de questionar e de participar também nas decisões políticas. Se isto acontecesse, o facto de haver maior conhecimento e informação acerca do trabalho que os políticos andam a fazer, ajudaria a melhorar quem governa a junta. 
   Este é um dos problemas que Malcata tem para resolver. E se nada for feito para alterar as coisas, vai-se assistindo a espectáculos de convívio que os maus políticos tanto gostam, porque assim, têm o povo entretido e a vida deles mais facilitada.
   
   
   

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

MALCATA: CARLOS CLEMENTE, ARRAIANO COM OBRA FEITA

    AOS CINCO ANOS, VIU O SEU PAI EMIGRAR PARA O BRASIL, DEIXANDO A MULHER E TRÊS FILHOS ENTREGUES À SUA SORTE. 
   FOI CONVIDADO PELO DR. ALMEIDA SANTOS (PS) PARA SER CANDIDATO À CÂMARA MUNICIPAL DO SABUGAL; FOI MEMBRO DA COMISSÃO INSTALADORA DA RESERVA DA SERRA DA MALCATA; 
   EM 1993, FOI ELEITO PARA PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA DE MALCATA;
   O LAR PARA IDOSOS EM MALCATA TORNOU-O UMA REALIDADE.
   O blogue ( jornal on line ) Capeia Arraiana, esteve à conversa com este bom homem e cujas palavras aqui transcrevo. Basta clicar neste link e ler com atenção:

   https://capeiaarraiana.pt/2025/02/09/carlos-lopes-clemente-dinamico-arraiano/#more-225548

Um dia que fica na história de Malcata

                         



   

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

TER CARA DE PORCO OU DE CABRITO

      
   


O que acontece na nossa freguesia é tão pouco divulgado que parece nunca ter acontecido. Esta situação deve dar que pensar e reflectir a todos nós, os malcatenhos e quem se interessa pela aldeia.

   Nada disto me surpreende porque de um modo geral o povo sempre foi assim, as coisas são do tamanho que se querem que sejam. E o que as pessoas querem é festa, convívio, farra, música, mesmo debitada por dj’s e minis nas mãos, para empurrar a bifana de porco no espeto, da entremeada saída do grelhador. Sem estes condimentos, ninguém sai de casa, muito menos para se juntar ao monte dos que nunca perdem uma oportunidade assim.
   Na verdade, quem tem visão e quem faz contas ao retorno e ao ganho feito num só dia, está sempre presente e nunca se esquecem de colocar a banca em lugar visível, com o cofre e uns trocos que for preciso fazer. Com entremeadas, fêveras, bifanas e pinga, lá vão caindo umas moedas e notas nos bolsos de uns quantos e nos mesmos que assim mantêm bar cheio.
   Houvesse na freguesia, a visão de uma freguesia toda ela vocacionada para bem servir, surpreender e promover…e deixar de satisfazer o umbigo de alguns e seria um retorno muito maior, com presença de mais gente local, das terras vizinhas e mais distantes, onde a fartura se aliava à qualidade, à única e tão boa carne de cabra e cabrito, criados com o que a natureza oferece, esquecendo de vez os porcos no espeto, exigindo que pagassem o verdadeiro preço. Mas nada disso! Se assim fosse, lá se ia o negócio de quem agora ganha, por estar ali tão próximo e nem precisar de mostrar e provar que tem tanta qualidade como apregoa. Para o bem de alguns e mal de muitos o melhor é continuar na mesma e não ter visões que comprometam e que faça criar mais gente com vontade de comer do mesmo queijo. Por isso, não me surpreende que tudo continue a ser feito no mesmo sítio, com a mesma visão e dimensão e nunca esquecer o que está para chegar lá para os finais deste ano, mais surpresas com certeza irão acontecer. 

                                         
José Nunes Martins

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

MALCATA: A MATANÇA DO PORCO ERA UMA NECESSIDADE

    

A desmancha do porco na família do Ti Zé Martins
era feita com todo o cuidado.

   A matança tradicional do porco está hoje devidamente autorizada pelo despacho nº 14535-A/2013, publicado em 11 de Novembro de 2013 e desde 1 de Janeiro de 2014 que está em vigor. Neste despacho se pode ler que “É autorizada a matança para auto consumo de bovinos, ovinos e caprinos com idade inferior a 12 meses, de suínos, aves de capoeira e coelhos domésticos, desde que as carnes obtidas se destinem exclusivamente ao consumo doméstico do respectivo produtor bem como do seu agregado familiar e sejam respeitadas as seguintes condições (…)”.


   Concluímos daqui que se pode realizar uma matança do porco tal como nos tempos dos nossos avós, proporcionando aos que nela participam um momento único e de recriação histórica.
   E, como diz o regulamento, devem ser respeitadas algumas condições…que eu resumiria que a “matança do porco” obedece a um ritual que nos ajuda a preservar a história, as tradições populares e que vai para lá da organização de um convívio. É assim que se faz uma verdadeira matança.
   Na nossa freguesia o evento da matança tem estado a cargo da Associação Cultural e Desportiva de Malcata e anualmente organiza um convívio, convidando as pessoas da freguesia a saborear e a reviver as manhãs frias e de laburdos diários que antigamente todas as famílias faziam. A matança é uma herança cultural com contornos muito próprios que se identificam com a nossa aldeia e a sua história. A tradição de matar um porco é muito antiga e nós, os malcatenhos, devíamos estar dispostos a preservar a matança à moda de Malcata, com os devidos pedidos às autoridades, respeitando os preceitos legais.
   É todo um ritual que estamos a falar e que os nossos avós cumpriam nestas alturas dos meses frios e guardavam sempre tempo para nestas alturas estarem presentes nas matanças, quer na casa dos familiares, quer na casa dos vizinhos. As matanças eram uma importante ajuda para as famílias, mesmo aquelas de menos posses, um porco por ano tinha de ser criado para matar.
   A tradição pode até nem ser do acordo de todos e temos de estar preparados para ouvir opiniões contrárias à da maioria das pessoas. A tradição de matar o porco sempre dividiu os povos, as sociedades.
Uns defendem que se não deve causar sofrimento aos animais e que hoje há técnicas de fazer de forma diferente. Todos temos direito a ter uma opinião e o respeito mútuo é o toque certo para evitar mal-entendidos. Contudo, a tradicional matança na nossa aldeia, não devia deixar de se fazer nos moldes tradicionais, pois trata-se de respeitar o legado deixado pelos nossos antepassados, que durante séculos o guardaram e lhes permitiu que nós o conhecêssemos e vivêssemos, com necessidades diferentes das que eles viveram, mas tão importantes para nós podermos continuar a transmissão destes sabores e saberes tão característicos da nossa terra.
   Por isto tudo e porque a Associação Cultural e Desportiva de Malcata tem todo o apoio e conhecimento, por querer defender o bom e o melhor da nossa alimentação, da cultura e ainda homenagear quem nos precedeu, quem ainda hoje sabe como se faz uma matança, mesmo que as forças físicas já não lhes dê a força e a pontaria que precisam para consumar o golpe fatal.
                                 
José Nunes Martins

terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

PRESERVAR POR NECESSIDADE OU MAIS UM CONVÍVIO?

    


   Preservar ou matar as tradições?
   O convívio é suficiente para que a tradição continue?
   Afinal, nas aldeias podem-se fazer coisas que na cidade não é lícito fazer. E há coisas que sempre foram feitas na nossa aldeia, houve tempos em que se faziam por necessidade, para garantir o sustento da família durante o ano.
   E mesmo que haja costumes para entreter as pessoas, outros existem cheias de sentido e significado. Ora é estas tradições com sentido que importa preservar e continuar a dar-lhe a importância que merecem.
   A matança do porco, mesmo que seja considerada ultrapassada, bizarra e cruel, não era feita porque se gostava de matar o porco que demorou um ano a alimentar. Noutros tempos, as gentes da aldeia precisavam de carne para a sua alimentação. O porco, o coelho, o frango, os vitelos e os cabritos, as cabras, as vacas, eram bem tratados e respeitados. Nenhum deles se matava por prazer, ninguém gostava que assim fosse.
   A matança do marrano é daquelas tradições que pessoalmente me ficou mais gravada e ainda hoje me lembro das matanças que se faziam todos os dias, durante uma ou duas semanas. O dia da matança parecia um dia de festa, mas na realidade as pessoas chegavam a sentir-se cansadas delas, é que ajudavam-se uns aos outros e às vezes tinham que comparecer a duas por dia.
   Em Malcata era trabalho para os homens e para as mulheres. As crianças eram mantidas um pouco afastadas curral e só regressavam depois do reco deixar de respirar. Eu lembro que a minha mãe não gostava que me aproximasse, pois, uma cena daquelas não era para as crianças assistirem.
   Hoje a tradição da matança está a morrer, deixou de ter um acto necessário e importante para assegurar a carne nas casas dos lavradores. A matança é feita para as pessoas se divertirem, comer carne até pode nem ser do porco, o que mais importa é convívio onde comida e bebida abunde.  E se for mais tarde, lá para a hora do almoço, já com tudo posto na mesa, pão, chouriça do ano anterior, queijo, azeitonas, basta pendurar o casaco nas costas da cadeira e sentar confortavelmente, mesmo que seja num banco corrido de madeira, é dia de festa até às tantas. No fim, todos acreditam que a matança deve continuar a ser preservada, é coisa que deixa as pessoas felizes, alegres e cheias de ouvir e falar das outras matanças, essas que só iam os convidados, primeiro trabalhavam e só depois comiam.
   Já agora, parabéns à Associação Cultural e Desportiva de Malcata, pelo evento que está a preparar para o próximo dia 16 de Fevereiro 2025.
                                                          
 José Nunes Martins


                                           

sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

MALCATA: HÁ TUDO MENOS AS CABRAS SERRANAS



 

Ser pastor é tudo

   Em Malcata faltam cabras, pastores e sem esta matéria prima, há uma pergunta que se impõe fazer:
   O projecto das cabras nos baldios é para avançar ou desistir?
   É urgente que a comunidade de Malcata tome medidas e manifeste o seu descontentamento junto dos senhores da Junta de Freguesia. É tempo de passar à acção e os cidadãos residentes na aldeia têm que exigir mais informação, mais esclarecimentos sobre o que se está a passar em relação a este importante empreendimento.
   Os malcatenhos têm de se deixarem de meiguices e deixar de aceitar que o estado das coisas comuns cheguem a um estado de abandono e desmazelo, deixando os projectos arrastarem-se anos e anos e nada acontece.
   Na construção do cabril andaram depressa. E para que serviu?
   Por causa da construção do edifício de apoio ao rebanho, cortaram-se muitas árvores, já em bom estado de crescimento. Contrataram e pagaram a arquitectos, a construtores e pagaram serviços para sementeiras, trabalhos de montagem de rede ovelheira em redor do edifício e até compraram parte das máquinas necessárias à instalação da sala de ordenha mecânica. 
   Mas onde isso já vai…depois destes “trabalhos” o que foi feito? Mesmo que a Câmara Municipal lhes tenha aceite o pedido feito para custear a colocação dos painéis fotovoltaicos, depois o que andaram a fazer? Chegaram a pagar essa obra dos painéis solares ou estão por colocar? E a água, para dar de beber aos animais, sempre abriram o poço que podia ir até aos 100 metros de profundidade, incluindo a casa para as máquinas? Não sei se as pessoas sabem disto, mas está previsto a abertura de um poço e a respectiva casinha para guardar as partes técnicas…está mencionado na memória descritiva da obra do edifício.
   No Meimão, lá para Março, vão promover a chanfana e estão empolgados com a adesão de muita gente com fome de chanfana da boa.
   No Concelho de Vila Nova de Poiares, existe em funcionamento um capril, numa parceria entre a Junta, Câmara e Baldios, com 120 cabras que asseguram a limpeza de matos e floresta de cerca de 400 hectares de baldios, substituindo as roçadoras. Têm dois pastores que trabalham com paixão e dedicação.
   E em Malcata? 
   Há capril novo, mas vazio; uma queijaria tradicional, fechada por falta de matéria-prima!!! E ainda se diz que o melhor cabrito é o criado em Malcata!!!
   Não sei se ria ou se grite. Dá que pensar...
                                       
                                            José Nunes Martins
   
     


terça-feira, 21 de janeiro de 2025

A CULTURA MAIS POPULAR EM MALCATA

  


   Os provérbios, são uma forma simples e de fácil compreensão. usada pelas pessoas do povo para dizer alguma coisa sem ofender o próximo. Em poucas palavras diz-se muito!
   Ora o mês de Janeiro é rico em ditados populares ou provérbios. Esta forma de comunicação sempre mereceu muita atenção e a mensagem que se pretende enviar continua a ter-se em conta. Noutros tempos, os nossos antepassados arranjavam formas de se organizar, de seguir alguns passos e aplicavam muitos ditados populares nas suas fainas do campo. No mês de Janeiro era costume dizer este ditado popular:
   - A água de Janeiro, vale dinheiro!
   Há muitos provérbios relativos ao primeiro mês do ano:
   - Em Janeiro, um porco ao sol e outro no fumeiro.
  - Janeiro se não tiver trinta geadas, tem de as pedir emprestadas!
   O povo sempre nos brinda com a sua sabedoria popular. É um saber que tem sido passado de geração em geração quase sempre através da palavra falada, mas também da escrita. E como são frases curtas, ficam no nosso ouvido com facilidade.
   Lanço daqui um desafio ao Lar de Malcata para fazer uma recolha de ditados populares que se usavam na nossa aldeia.

                         
  José Nunes Martins


 

sábado, 18 de janeiro de 2025

LAR DE MALCATA: IMAGENS COM HISTÓRIA

1 - Números e palavras que interessam:




2- Visitas Culturais 
AMCF-Segredo dos trapos

1


2


Em memória do Ti Cidades

Homenagem merecida

Quando a obra começa nunca sabemos quando e como vai terminar.
O momento do início é histórico e hoje, 30 anos depois,
ainda não conheço obra com tamanha ambição.

O QUE VOS DIZEM ESTAS IMAGENS?


José Nunes Martins








 

LAR DE MALCATA: FAZER O BEM SEM OLHAR A QUEM

   

Um destes quatro malcatenhos doou o terreno 
para a construção do Lar da Freguesia-Pólo I

   Como é bom vermos a nossa aldeia em destaque! 
   O lar, é uma das instituições que tem conseguido responder aos pedidos de apoio, das famílias e dos idosos, da freguesia e também de terras vizinhas.

   Durante anos, a Associação de Solidariedade Social de Malcata, construiu uma rede de apoio como não se via no concelho do Sabugal. A história da ASSM, mostra a capacidade e as obras que se fizeram logo no imediato e a resposta que foi dando às novas necessidades que iam surgindo. Atrevo-me a dizer que, foi graças à visão, à determinação de um pequeno grupo de malcatenhos, liderados pelo Carlos Clemente, sempre apoiado pela sua esposa, Graciete Clemente, ele, foi a pessoa visionária e com resiliência q.b., para abraçar grandes projectos, transmitindo a segurança e a confiança a toda a equipa e ao povo que desejava ter um lar, mas não tinham a bagagem nem os necessários conhecimentos, nem os passos a dar, assegurando  às entidades governamentais responsáveis pela área social, nomeadamente as IPSS’S, um controlo eficaz e responsável do que ia ser o lar de Malcata.
   Assim, o que posso eu dizer a estes valentes malcatenhos? Perdoem-me por não saber todos os nomes do grupo inicial.  Eu sei que desde a primeira hora aceitaram fazer parte dos impulsionadores para a construção do lar: o Ti Manuel Cidades, que ofereceu o terreno e apenas colocou uma condição, que cuidassem dele; o Ti Libânio e o Ti Armando Teresa.       Cada um deles fez o que melhor sabia e o tempo que foi preciso para terminar a obra.

   Todos os malcatenhos temos de fazer mais e melhor. Sim, isso mesmo que acabou de ler, todos os malcatenhos temos de dar mais de nós, para que a vida em Malcata, tenha
sentido, porque, o que aí vem, serão dias difíceis. E está nas mãos de cada um de nós o futuro da nossa aldeia, encontrar nas dificuldades, oportunidades, nos momentos de dúvidas, certezas, nos diferentes pontos de vista, a cooperação e a união de todos aqueles que ainda acreditam que Malcata é um lugar de todos, para todos realizarem os seus sonhos.
    Neste ano de 2025, que agora se iniciou, vamos encontrar factores impactantes na vida da nossa comunidade. Há pelo menos um factor que ditará o que vai ser a freguesia no futuro imediato, ao ponto de poder vir a ter consequências extremamente desagradáveis, na dinâmica e no futuro da nossa aldeia, das suas instituições  e claro, na própria Junta de Freguesia. Estou a referir-me às próximas eleições autárquicas, que devem decorrer lá para o 2º semestre deste ano e a mais uma guerra prestes a rebentar.
   Apesar de tudo o que tem acontecido, apelo aos malcatenhos de bom coração, que tenham confiança, pois vão conseguir encontrar alternativas para ultrapassar todas as dificuldades que apareçam no caminho. Algumas dessas dificuldades até podiam ser vencidas com bom senso, diálogo, porque estão em causa migalhas, tendo em conta o que já foi feito e se calhar de resolução rápida e justa, bastava deixar cair a arrogância e a teimosia e encontrarem entre as partes, uma justa e igual responsabilidade, evitando andar nos corredores da justiça, que como é sabido, anda devagar, pode não matar mas mói,  que meia dúzia de patacos não merecem tanto barulho.
  Tomar decisões precipitadas, alimentadas por birras e demonstração de poder, impede e impossibilita a formalização de acordos, evitando algum tipo de mal-estar, que se for prolongado no tempo, haverá danos colaterais também nas instituições da nossa freguesia, que diga-se, não merecem ser mal tratadas.
   E uma coisa é verdade: ninguém duvida dos benefícios que uma Associação de Solidariedade Social oferece às famílias, aos utentes e ao pessoal que nela trabalha.
   Ninguém ganha nada com estas guerrinhas. E isto, não começou ontem,  já vem de trás e parece não ter fim à vista. É um problema que ainda não se resolveu, porque alguém faz exactamente o contrário, não quer chegar a um entendimento e ainda enxovalha cidadãos íntegros e de trato fácil.
                                     
   José Nunes Martins