Bem-Vindos |
Se entrar na freguesia de Malcata, encontrará umas placas a assinalar que está a chegar. A ideia foi boa e quem não conhece a aldeia, fica a saber o que nela existe de maior relevância.
José Nunes Martins
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Uma fonte que está cada vez mais descaracterizada. |
Na nossa aldeia, ainda vão existindo alguns
lugares que em tempos idos testemunharam a vida diária dos que habitavam a
freguesia ou a visitavam.
Ainda nos nossos dias são locais
importantes e mesmo que estejam quase sem vida, é urgente conservá-los e
transformá-los em sítios de interesse e fazer com que o povo continue a sentir
que fazem parte do viver e do sentir da nossa aldeia.
Um exemplo do que acabo de afirmar é o
fontanário das duas bicas, mais conhecido pelo nome da “Fonte da Torrinha”, a
Torre do Relógio, a Fonte de Chafurdo, a Fonte Velha, toda a Praça do Rossio, antigas escolas e respectivos espaços de recreio…isto é, dar a importância
devida ao nosso território e ao património.
Estes exemplos que referi são apenas
alguns das estruturas públicas que há na nossa aldeia. E cada um desses lugares
ou edifício devem servir e estar ao serviço da comunidade. Cabe a cada um de
nós estar sensibilizado e atento e valorizar, desenvolver e fazer com que toda
a gente viva feliz.
E neste nosso mundo da aldeia é
necessário e faz falta, na minha opinião, as pessoas viverem com liberdade, com
“à vontade” de falar e criticar ideias, obras, que se vão, ou não, executando
na freguesia. Dar sugestões, ideias audazes, positivas e destinadas ao bem
comum. É isto que eu desejo!
Aqui falta qualquer coisa importante! |
Há muito que aqui não deviam estar! |
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Uma praça vazia de quase tudo! |
Malcata-antiga escola primária |
Quando estou na aldeia gosto de calcorrear os caminhos e os recantos da freguesia. Trago sempre comigo a câmara fotográfica e vou fotografando paisagens, lugares e objectos que vou encontrando, já que fotografar pessoas, parece ser uma espécie de crime cometido pela minha pessoa e sempre com más intenções! Então porque todos publicam fotografias nas redes sociais e nunca as pessoas fotografadas reagiram da mesma forma quando sou eu a divulgar precisamente os mesmos cenários? Será que a minha máquina dispara alguma bala assassina? A recente festa da carqueja fez-me recordar aquele triste e lamentável episódio que aconteceu numa festa da carqueja. Lembram-se? Talvez já se tenham esquecido, mas eu não e lembro-me bem das ameaças que recebi e só não fui agredido fisicamente porque o agressor foi maniatado por quem estava perto. Toda a briga aconteceu por eu estar a fotografar o evento que estava a decorrer no Espigal e nem sequer era minha ideia fotografar determinado fulano que se encontrava a encher o copo com água da fonte. O meu foco era um ramo de carqueja, portanto, bem diferente de estar a focar essa dita pessoa, que depois me pareceu estar mesmo fora de si mesmo, com reacções violentas sobre a minha pessoa e ao mesmo tempo que vociferava ameaças provocou risotas em alguns dos presentes.
Por estas razões e por respeito aos malcatenhos de bom coração, este ano apesar de estar a passar uns dias na aldeia, por minha decisão, não participei nesse grande evento que o malcatenho parece continuar a festejar e a celebrar. Daí não existir qualquer fotografia sobre a festa da carqueja deste ano, porque não estive lá! Sim, alguém fotografou quem foi ao Espigal e ninguém se indignou e nem terá havido aborrecimentos por se terem divulgado nas redes sociais. Quem fica a perder não sou eu, quem perde é Malcata porque deixa de ser divulgada pela pessoa que mais tem espalhado o nome da aldeia pelo Mundo. A google já me enviou os agradecimentos e os parabéns por ter alcançado o Top 5 de animador local!Na passada segunda-feira, 24 de Abril de 2023, teve lugar mais uma reunião da Assembleia de Freguesia de Malcata, a segunda deste ano.
Um ar de bem cuidar do património |
A Junta de
Freguesia de Malcata procedeu recentemente à limpeza e pintura da Fonte Velha. Há
bastante tempo que aquele local se encontrava num estado deplorável. Tardou,
mas chegou aquele embelezamento tão simples, mas que faz toda a diferença. Cumpre,
assim, com o seu dever e responsabilidade de cuidar e reparar o património da
freguesia. Que esta acção demonstrativa do respeito pela coisa pública, sirva
de exemplo e seja o início de outras obras de valorização do património
histórico e cultural da freguesia. Esperemos que, em breve, outros locais
também recuperem a sua dignidade e sejam parte da harmonia da paisagem da nossa
aldeia.
José Nunes Martins
O dia 25 de Abril é um dos feriados nacionais
obrigatórios.
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CMS a classificar uma zona balnear sem conhecimento da APA. Uns anos depois, acordaram tarde e foi um "ai meu Deus e agora?" |
Está agendada para o dia 24 Abril uma sessão
ordinária da Assembleia de Freguesia de Malcata.
Eu não sei se é desta vez que os
residentes na nossa freguesia vão querer estar presentes. Sei é que não é
costume, não gostam, dizem que não é com eles, mas com quem está na Junta de
Freguesia e esses é que lhes pertence ir a essas reuniões. Também não sei se
algum malcatenho pensa e reflecte sobre os assuntos da nossa freguesia, mas
acredito que pelo menos alguns já constataram e já pensaram sobre o estado
actual da nossa aldeia. Mas esses(as) não se mostram e têm medo de revelar o
que pensam e ainda menos o dizer nas assembleias de freguesia.
O que mudou na nossa aldeia desde
1974? Muita coisa!
E nestes últimos dez anos? Tem sido
mais do mesmo! A verdade e a democracia está sempre do lado de quem ocupa a
cadeira do poder autárquico, associativo e institucional, desde que se deixem
submeter aos caprichos de quem governa o município. Nestes anos que passaram a
correr pouco se fez para valorizar, para aproximar, defender e respeitar as
diferenças. O slogan de mandato para mandato tem sido “Fazer Melhor” ou “Fazer
Ainda Melhor”, ou ainda “Malcata Primeiro”, nada mudou porque o modo de operar
é o mesmo: silêncio! E o povo consente o
silêncio porque assim também não se incomoda.
Isto é, obviamente, uma reflexão minha, que
na medida do possível, faço a minha parte de cidadania longe da nossa aldeia.
Aceito e compreendo que outros tenham uma visão diferente da minha e eu gostava
de a saber.
Desafio quem mora na freguesia a dar a cara e a avançar para a criação de um
grupo para ser alternativa ao poder. Porque ver, ouvir e ler, não dá para
simplesmente ignorar. E ir à Assembleia de Freguesia da nossa aldeia é indicativo do interesse pelo estado da coisa pública.
José Nunes Martins
Que memórias tenho
da Sexta-feira Santa em Malcata?
As minhas são as de um jovem, nascido
nos anos 60, que até aos 11 anos vivia na comunidade malcatenha.
Nesses tempos, a religião católica é
que determinava e orientava os comportamentos dos aldeões, pessoas
trabalhadoras, respeitadoras das leis da Igreja e dos políticos que mandavam no
nosso país. Quem sabia escrever e ler, por vezes entendia a vida de modos
diferentes da maioria, por eles não saber ler e escrever.
O povo era muito crente e muito
devoto. A igreja, aos domingos e nas festas religiosas, enchia-se de fiéis,
rezavam, cantavam, iam às procissões e às confissões. Eram tempos bem
diferentes!
E na Sexta-Feira Santa, tudo era
escuro e triste. Os adultos cumpriam os preceitos decretados pela Santa Madre
Igreja Católica Apostólica Romana, mesmo os mais ricos, que não se importavam
de pagar a bula e assim ter carne na mesa. Já nessa época, o pobre obedecia e o
rico buscava forma de mostrar quem mandava na vida dele. Eu, nunca entendi essa
diferenciação de religiosidade e de catolicismo.
Nesta Sexta-Feira Santa, entrar na
igreja matriz era como se estivesse a entrar numa catacumba escura e só de ver
o caixão em cima do altar-mor, assustava qualquer um que ali fosse sozinho ao
meio da tarde. Não se via nenhum dos santos dos altares, porque estavam cobertos
com panos escuros, penso que roxos. O enorme caixão preto e os véus rendilhados
de tecido também preto e umas rendinhas brancas, parecia mesmo que estávamos a
participar no enterro de Cristo.
E as mulheres? Lembro a figura da
minha mãe e das outras santas mulheres, vestidas de roupas negras, da cabeça
aos pés, algumas seguravam nas mãos, o seu terço de contas preto e crucifixo prateado,
entravam devagar, paravam junto à pia de água benta e mergulhavam nela os dedos
da mão direita e benziam-se para depois seguir pela coxia central e sentarem-se
no banco.
As cerimónias marcavam ainda mais a
celebração e à medida que a narração da História se ia desenrolando, aumentava o
desconforto emocional dos participantes. E a procissão do enterro? Tudo se
tornava difícil de levar até ao fim. Os homens que levavam o caixão sabiam o
quanto ele era pesado e tinham que parar várias vezes para colocar uns paus que
lhes permitia ganhar fôlego para continuar. Dar voltas à aldeia era doloroso e
a entrada na igreja faziam-no num silêncio sepulcral. As pessoas iam para as
suas casas de cabeça baixa, de cara tapada com o xaile preto, subiam as
escaleras e entravam mudas. Os lavradores ainda passavam pela loja, ver como
estava o ambiente e depois de dar um jeito na cama do gado, despejam um punhado
de feno para a manjedoura e iam descansar para junto da mulher.
Mas que dia este de Sexta Feira Santa!
E hoje, ainda será assim ?
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Capa de Jornal Cinco Quinas e não estávamos no dia das mentiras! |
Ontem foi dia 1 de Abril, o Dias Das Mentiras!
Existem
muitas explicações para esta tradição que, por exemplo, em França também lhe
chamam o Dia dos Bobos.
Segundo os historiadores, até 1564,
festejava-se o Ano Novo a 25 de Março, era o começo das festas de Primavera,
que terminavam com a troca de presentes a 1 de Abril. Até que o Rei Carlos IX
trocou as voltas ao ano quando adoptou o calendário gregoriano obedecendo a uma
exigência manifestada no Concílio de Trento de 1563.
Como não há mudança sem resistência.
Alguns franceses ridicularizaram o acto real com brincadeiras, presentes muito
estranhos e convites para falsas festas. E desde aí, o dia 1 de Abril é
conhecido por se fazerem partidas e mentiras inofensivas a colegas, a amigos,
aos familiares e a comunicação social aproveita para divulgar falsas notícias,
normalmente de cariz humorístico e muito improváveis de serem verdadeiras.
Por isso, o anúncio dos chineses que
querem comprar os terrenos em Malcata, foi a mentira escolhida. Era bom que um
dia se revele como notícia verdadeira, que algo de inovador e importante seja
erguido nos terrenos do tão badalado “Ofélia Club”… Malcata Life !
Lembram-se destas notícias no Jornal Cinco Quinas? Vale a pena ler: