8.10.15

MEMÓRIAS DA NOSSA HISTÓRIA

 

A obra "As Memórias Paroquiais de 1758" tem uma parte referente às freguesias dos concelhos do Distrito da Guarda. Foram 257 anos dificeis, com guerras pelo meio com vários anos de turbulências sociais, políticas, económicas e ambientais. Ora as guerras acabaram por condicionar o desenvolvimento deste terrritório, obrigando as pessoas a abandonar as suas terras e quem ficou, foi sobrevivendo. Depois das guerras de 1640-1668 ( 28 anos de guerra ) e 1702-1714, restaram ruínas, campos abandonados, casas vazias, castelos e fortalezas a desmoronarem-se, o comércio quase inexistente e pouco rentável.
   E hoje como esão as freguesias dos concelhos do Distrito da Guarda?
   Quais são as queixas que ouvimos na rua e nos cafés?
   As mesmas de há 257 anos: despovoamento, terrenos ao abandono, agricultura de subsistência, fraca economia...ou seja, continuamos a queixar-nos dos mesmos problemas de antigamente, o problema afinal não é de agora e não é tão recente como às vezes nos dizem.
   A pobreza e a miséria entranhou-se tão fortemente na vida das pessoas que vivem no interior que continuamos a sentir, hoje, dificuldades para a implementação de qualquer espécie de projecto inovador que possa dar a volta à este estado de coisas.
   A fartura de tanta água que hoje vemos na albufeira da barragem do Sabugal faz esquecer que, segundo está escrito nas  Memórias Paroquiais de 1758, nos anos 1753 e 1754, o Rio Côa secou completamente e em Quadrazais, até se passava o rio a pé enxuto.
   As terras junto às margens do Rio Côa foram sempre aproveitadas para o cultivo de boas batatas, feijão, linho, centeio, milho...de tão ferteis que eram.
   Coube ao padre Apolinário José Silva Rebelho, pároco de Malcata, redigir as Memórias Paroquiais de 1758.
   Nessas Memórias Paroquiais a certa altura, o pároco do Sabugal escreveu:
  "Muito se poderia produzir na terra
    se os moradores a trabalhassem, deixando de haver tanta gente ociosa,
    povoando as tabernas".
 
   Vale a pena pensar nisto!

7.10.15

E SE MALCATA TIVESSE MELHORES PLANOS PARA O FUTURO?

 O nosso mundo é feito de mudanças. Compreendo que há formas de pensar, hábitos e modos de viver que fazem com que não seja fácil fazer mudanças rapidamente. Mas isso não quer dizer que não devemos tentar, que não tentemos fazer melhor. O envelhecimento, a emigração e migração, o desinteresse ou esquecimento por parte do Estado pelos territórios do nosso Interior são um problema que já é velho e não é assim tão recente como muitos pensam. A Europa sofre deste mesmo problema, logo o concelho do Sabugal, também.
   A boa notícia é que estamos vivos, graças a Deus e há financiamentos disponíveis da União Europeia e do Estado Português para ajudar.
   Deixem-me colocar o assunto desta forma: sempre que entramos numa igreja e assistimos à missa, ouvimos o padre dizer-nos para não pecar, para sermos boas pessoas, para vivermos em paz e harmonia. Ora, todos já sabemos, por experiência própria, que isso é difícil de levar à prática e de concretizar. Mas, apesar disso, precisamos de saber para onde vamos e como fazer para lá chegar. Compreendo que não é fácil fazer o que está certo, mas é bom saber como fazer o que está certo, mas é bom saber como fazer melhor e trabalhar para isso.
   Tudo isto precisa de tempo, não vamos mudar a situação actual, de hoje para amanhã, só porque estamos aqui reunidos. Tudo tem o seu tempo, mas com um bom planeamento e trabalho os resultados aparecerão. As pessoas têm que entender que se não fizerem nada de diferente do que foi feito até hoje, nada vai mudar no futuro.
   É muito importante e necessário que a comunidade perceba a importância do planeamento, seja ele a curto, médio ou longo prazo. Planear é uma forma importante para resolver os problemas que hoje estamos a viver. É responsabilidade das instituições públicas e privadas, de cada membro da comunidade garantir que coisas más não aconteçam. As pessoas reagem e o normal é que isso aconteça sempre que há decisões a tomar.
   Malcata é uma comunidade notável. Muitas coisas já se fizeram ao longo dos anos. Muitas outras coisas precisam de ser feitas e queremos e devemos lutar para que sejam feitas. O trabalho das várias Juntas de Freguesia está à vista de todos e há que lhes reconhecer o trabalho realizado, os projectos que não realizaram e ajudar a actual Junta de Freguesia naquilo que for preciso para o bem da comunidade.
   Eu sempre fui uma pessoa positiva e optimista. Malcata tem que continuar a criar condições para que as pessoas possam viver uma vida tranquila, com mais independência económica e com mais esperança.
   As coisas estão a melhorar e mesmo vivendo fora da aldeia, olho para ela e para esta comunidade com muito entusiasmo quanto ao seu futuro.
   Dia 17 de Outubro é um dia importante para toda a comunidade de Malcata.
   Lá estaremos para afirmar que a união faz a força!
                   “TEMOS QUE COMEÇAR A ENSINAR AS PESSOAS
                      PARA UM FUTURO QUE VAI MUDAR” escreveu Richard de Neufville
                    

5.10.15

MALCATA QUE FUTURO?


  
No próximo dia 17 de Outubro de 2015, realiza-se em Malcata a partir das 14 horas, a primeira audição pública intitulada “Malcata Que Futuro”. 
   O evento tem entrada gratuita e vai ter lugar no  Pavilhão Carlos Clemente, também conhecido como o Salão  multiusos do Lar de Malcata.
   José Escada, presidente da AMCF ( Associação Malcata Com Futuro );
Maria do Carmo Marques Pinto, presidente da Associação para a Economia Cívica de Portugal; Carlos Castanheira, da Afloestrela, entidade gestora da Zif de Malcata;
 Frederico Lucas, director executivo da Associação Portuguesa de Marketing Rural e Agronegócio;
Vitor Cavaleiro, ex-vice-reitor da UBI, Professor do Departamento de Engª Civil e Arquitectura;
ainda com a colaboração de Viitor Andrade, jornalista do Expresso, Câmara Municipal do Sabugal, ASSM de Malcata, ACDM de Malcata, Junta de Freguesia de Malcata e Quadrazais, todos juntos vão participar nesta iniciativa.
   Durante a tarde vai decorrer uma mesa redonda  com debate com  Rui Chamusco a fazer as conclusões da mesma.
   Malcata que futuro?
   Como estamos hoje?
   Onde queremos estar daqui a 10 anos?
   Que fazer para lá chegar?
   Com quem queremos caminhar?
   Esta é uma oportunidade  para cada cidadão, em especial, cada malcatenho, pensar e reflectir sobre o futuro da nossa terra. A iniciativa da Associação Malcata Com Futuro é de louvar e trata-se de reunir boas vontades e através da partilha de experiências e vivências que outras pessoas já viveram e continuam a lutar pelo sucesso das suas actividades, economia cívica e novos povoadores são bons exemplos de que vale a pena olhar para os territórios do interior do nosso país. Malcata tem valor, Malcata tem pessoas e acredito que há mais vida em Malcata e num futuro risonho para todos.
   A audição pública está a chegar e no dia 17 de Outubro os malcatenhos vão poder ouvir,  criticar e sugerir caminhos que levem Malcata ao êxito.
   Um apelo especial aos jovens que vivem em Malcata: participem, serão bem vindos .
   ENTRADA LIVRE
 Comparece e Participa no debate sobre FUTURO da Malcata.

28.9.15

MALCATA COM FUTURO



AMCF nasceu de uma iniciativa de cidadãos livres, desejosos de exercer uma cidadania pró-ativa, fora das lógicas político-partidárias- administrativas habituais....
Aos espíritos receosos queremos frisar e deixar claro que não pretendemos substituir, mas complementar, juntando, cooperando. Não pretendemos constituir uma ameaça, mas antes ser uma oportunidade. Não pretendemos enfraquecer, mas fortalecer. Haja vontade politica e tudo será mais fácil, para todos, a bem da Malcata.
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Na sua primeira reunião alargada a Direção da AMCF, tomou 7 iniciativas:

1
) Para, simbolicamente, contrariar a dinâmica de envelhecimento e desertificação social e económica:
Passar a atribuir, mediante determinadas condições, cheques – brindes a jovens famílias residentes.

2) Para progredir no conhecimento do nosso território e enaltecer o contributo científico de um saudoso malcatenho:
Estabelecer o prémio “José Rei”, para uma tese de mestrado, na Universidade da Beira Interior (UBI), que, partindo dos estudos realizados e traduzidos em livro, por aquele nosso conterrâneo, identifique os potenciais de crescimento e as barreiras ao desenvolvimento do nosso território

3) Para pugnar pela ampliação de valores de cidadania:
Avaliar, anualmente, a possibilidade de atribuição de três menções honrosas, a pessoas que se distinguiram, no nosso território, pela prática de valores sociais, ambientais, económicos, desportivos, etc, sendo uma para uma pessoa singular, outra para grupos de pessoas singulares e a terceira para pessoa coletiva. A decisão será anunciada no início de cada ano e será reportada ao ano anterior. Em cada ano a Direção reserva-se o direito de não atribuir alguma ou todas.

4
) Para valorizar a beleza da nossa aldeia:
Estabelecer um Prémio a atribuir, em finais da Primavera de 2016, a proprietário (a) de casa com o melhor enquadramento floral.
Será uma realização conjunta entre a AMCF e a ACDM (Associação Cultural e Desportiva de Malcata)
5) Para divulgar Malcata:
Lançar um concurso de fotografia em 2016 
Será uma realização conjunta entre a AMCF e a ACDM (Associação Cultural e Desportiva de Malcata)

6) Para apresentar oportunidades de investimento:
Divulgar, desde já, nas redes sociais, e no site da AMCF (www.malcatacomfuturo.pt), o conjunto de projetos que a AMCF se propõe apoiar, estimular e valorizar.
Veja "Oportunidades" no site www.malcatacomfuturo.pt

7) Para envolver a população na preparação do Plano de Atividades 2016:
Efetuar, em meados de Outubro, uma audição pública, centrada no tema: “Como gostaria de ver Malcata daqui a 10 anos?”
 Consultem a página da AMCF aqui:

18.9.15

O PAREDÃO SALVADOR

Planta da albufeira da barragem do Sabugal
 A Barragem do Sabugal foi concluída no ano 2000 e integra o projecto de Regadio da Cova da Beira. A albufeira desta barragem funciona como reservatório de água, permitindo a transferência da água para a albufeira da Barragem da Meimoa, através do túnel de ligação existente entre estas duas barragens.
   A albufeira da Barragem do Sabugal tem capacidade para armazenar 114 milhões de metros cúbicos de água e uma superfície inundável de 732 há, ao nível de pleno enchimento.
   Tratando-se de uma albufeira situada numa zona de protecção ambiental, como é a Reserva Natural da Serra da Malcata e dado que a sua água também é utilizada para abastecimento de populações, foi necessário aprovar o Plano de Ordenamento para a albufeira.
   A 11 de Setembro de 2008 o então Conselho de Ministros aprovou o POAS (Plano de Ordenamento Albufeira Sabugal).
   A 19 de Março de 2015, o Conselho de Ministros aprovou a alteração do Plano de Ordenamento da Albufeira do Sabugal, deliberação que foi recebida com satisfação pelo presidente da câmara que iniciou o processo em Março de 2010. E a Resolução do Conselho de Ministros n.º 17/2015, foi publicada no Diário da República 1.ª série — N.º 66 — 6 de Abril de 2015.
   A decisão foi tomada "de forma a adequar as opções do plano [de ordenamento] para o espaço de recreio e lazer da referida albufeira, mantendo a capacidade de carga estipulada e a área de ocupação delimitada na respectiva planta de síntese", indicava esse comunicado do Conselho de Ministros.
   Também a Câmara Municipal do Sabugal, através da voz do seu Presidente, António Robalo, se congratulou com a decisão tomada e ficou registado como “ um dia feliz. É uma boa nova, porque vai permitir outra capacidade de edificação, outra distribuição espacial do edificado e mais qualidade num projecto de alojamento turístico".
   Então quais foram as alterações ao primeiro POAS da albufeira?
   O Conselho de Ministros resolveu:  1 — Alterar o artigo 21.º do Regulamento do Plano de Ordenamento da Albufeira do Sabugal, aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 172/2008, de 21 de Novembro, que passa a ter a seguinte redacção:
«Artigo 21.º
Espaço de recreio e lazer da albufeira do Sabugal
4 — As novas construções não devem exceder o limite máximo de dois pisos, salvo quando se tratar de estabelecimento hoteleiro, que pode dispor de três pisos, desde que a respectiva construção se revele adaptada às características morfológicas do terreno e tenha uma distância do NPA de, no mínimo, 150 m.
10 — A piscina flutuante admitida nesta área deve localizar-se na zona de recreio balnear e o respectivo projecto deve prever soluções técnicas que se adaptem às variações do plano de água.

Continua....




Albufeira cheia...
mas quando a Cova da Beira precisa de água para
regar...


 ...vem à memória de todos os malcatenhos aquele "paredão" que prometeram construir e que tanta falta faz para alavancar o desenvolvimento da vertente económica e turística da albufeira que rodeia Malcata. Observem as duas fotografias e partilhem o que sentem, o que poderia ser diferente se esse tal "paredão" já estivesse construído.
   É claro que o dito paredão deve ser objecto de projecto e deve ser aprovado pelas entidades competentes. Será para quando? Alguém que nos ouça!

A GRANDE APOSTA PARA MALCATA GANHAR

Envolvida pela Serra da Malcata, pela Reserva Natural da Serra da Malcata, pelo Parque Eólico e pela Albufeira da Barragem do Sabugal, a freguesia de Malcata, com um pouco mais de trezentos habitantes, tem no associativismo uma força que merece ser tida em conta. Veja-se o caso da AMCF (Associação Malcata Com Futuro) que foi criada em Julho de 2015 e tem objectivos bem definidos: desenvolvimento sustentável de Malcata. José Escada, presidente da associação e a sua equipa, querem manter activa a aldeia e acreditam que projectos e ideias não lhes faltam.
   Nos dias de hoje, Malcata é essencialmente caracterizada pela agricultura de subsistência não tendo assim uma fonte forte e específica que gere rendimentos suficientes para que as pessoas possam depender economicamente dela.
   Com os olhos postos no presente e no futuro, os objectivos da Associação Malcata Com Futuro, passam sem dúvida por ajudar a garantir um modo de vida digno aos malcatenhos e a todos os que venham para cá viver.
   Malcata conta já com uma forte força associativa e colectividades como a ASSM (Associação de Solidariedade Social de Malcata), que gere o Centro de Dia, o Lar e Residência para idosos, a ACDM (Associação Cultural e Desportiva de Malcata) que tem organizado diversas actividades culturais e desportivas. São dois exemplos da dinâmica e da participação na vida da comunidade.
   E desde Julho de 2015, a AMCF (Associação Malcata Com Futuro) vem juntar-se e reforçar o movimento associativo em Malcata.
   Sendo o turismo um dos pontos fortes de Malcata, que em boa verdade, não está devidamente aproveitado, com o meio natural que envolve Malcata, não é difícil concluir que o futuro desta terra passa pelo desenvolvimento do turismo sustentável, pelo turismo rural e de natureza. Desta forma, não é difícil para a Associação Malcata Com Futuro afirmar que Malcata tem mesmo um futuro risonho à sua frente.
   Como membro da AMCF quero aqui deixar uma mensagem de esperança nos próximos anos, quero que acreditem nos objectivos e capacidades desta nova associação, deixando também uma mensagem de confiança porque penso que na verdade os malcatenhos vão ser mais pro-activos, mais corajosos e aventureiros.





4.9.15

OS SONS DE MALCATA



 Quais são os sons de Malcata?
 O que se ouve na nossa aldeia quando paramos para ouvir o que se passa à nossa volta? Alguns ruídos, música e silêncio sentimos quer queiramos ou não.


  Malcata tem  património
sonoro?
  O que distingue ou distinguiu a paisagem malcatenha das outras?
   Olhamos muitas vezes para a paisagem que nos rodeia, mas raramente a escutamos.


   Hoje os sons de Malcata começam a ser outros. Antigamente, por exemplo, em Agosto, lançavam-se muitos foguetes, tocavam-se muitas vezes os sinos da igreja. Hoje em Agosto deixámos de ouvir o estoirar dos foguetes e os sinos da igreja já não tocam tantas vezes, até durante as procissões deixaram de se ouvir.
   É desejável saber ouvir a paisagem, os seus sons e os seus silêncios, as pessoas e os animais em Malcata.